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Cristãos denunciam que ainda são vítimas de discriminação em Cuba

“Lutamos contra o abuso, a imoralidade, a corrupção”, lembra pastor

Cristãos cubanos.
Cristãos cubanos.

A revolução armada em Cuba, comandada por Fidel Castro em 1968, condenou o país caribenho a um regime comunista que perdura até hoje. Apesar de alardear mudanças, o governo realizou recentemente eleições com um partido só, o que não restaurou a democracia. A opressão contra a população continua inalterada, mas os líderes cristãos estão dispostos a ver mudanças.

Desde 1971 o Congresso Nacional de Educação e Cultura de Cuba estabeleceu como diretriz política que “o Governo revolucionário não colaboraria com instituições religiosas”. Quase 50 anos depois isso não mudou, mas ficou mais que provado que essa separação proposta, na verdade, era uma maneira de prejudicar quem defende valores distintos do ideal comunista ateu.

Uma associação de pastores, representados pelo advogado Miguel Porres vem exigindo que o governo cubano justifique porque não oferece as mesmas oportunidades aos cristãos que recebem os outros cidadãos da ilha.

Em uma carta aberta, endereçada ao Ministério de Cultura e ao Instituto Cubano de Rádio e Televisão, eles denunciam “descriminação na política cultural, sobretudo no rádio e na televisão”. Como já é a terceira tentativa da associação em obter uma resposta, eles estudam entrar na justiça, embora saibam que o sistema judicial cubano é subserviente ao partido comunista.

Porres possui mestrado em Direito Social pela Universidade de Barcelona. Após anos morando fora, decidiu voltar para seu país e lutar por mudanças. Ele explica que sua defesa dos direitos dos cristãos sustenta-se apenas na Constituição de Cuba.

O advogado aponta que nenhuma música cristã que fale sobre Deus ou Cristo encontra espaço nas rádios e televisões do país, já que todos os meios de comunicação são controlados pelo governo de Havana.

Ele lembra que, embora o Estado se defina como laico, outros grupos religiosos já conquistaram espaços para apresentar suas músicas e, inclusive, verem televisionados seus rituais e cerimônias. Um exemplo claro disso é a chamada “Letra del Ano”, que mostra no início do ano quais as “profecias” reveladas pelas entidades de origem afro para os próximos 12 meses.

O avô de Miguel Porres era pastor. Foi perseguido pelo Partido Comunista. Passou por muitas dificuldades por não estar disposto a abandonar a fé, mesmo sob intensa pressão e com seus direitos cerceados.

Defendemos a liberdade

Seu maior desejo é ver os cristãos sendo tratados da mesma maneira que os demais cidadãos, conforme prevê a Constituição. “Os artigos 41 a 43 da Carta Magna protegem a igualdade de direitos, proibindo inclusive a discriminação por qualquer motivo, inclusive crença religiosa. Ao mesmo tempo o artículo 195 do Código Penal considera crime atentar contra y a dignidade humana e isso inclui liberdade de credo”, argumenta.

Na carta assinada por ele e enviada ao Ministério da Cultura, Porres lembra que “uma parte importante da população é cristã e o cristianismo é parte da história e da cultura deste país”.

Para Miguel Porres, os cristãos podem contribuir com seus valores para formar uma sociedade melhor. “Defendemos os valores de Cristo, lutamos contra o abuso, a imoralidade, a corrupção e o crime. Por que, então, não podemos ter espaço na política cultural de uma sociedade, que segundo seus próprios estatutos e leis dizem defender valores e princípios semelhantes ao do cristianismo?”, argumenta.

Até o momento, o ministro da cultura, Abel Prieto, não respondeu à carta que pede explicações sobre a política cultural. Com informações Diário de Cuba

Morre Fidel Castro, ditador que tratava cristãos como criminosos

Anúncio da morte não melhora a situação do cristianismo na ilha

 

 

Morre Fidel Castro, ditador que tratava cristãos como criminososMorre Fidel Castro, ditador que tratava cristãos como criminosos
Fidel Castro morreu, aos 90 anos de idade, na noite desta sexta-feira, 25 de novembro. O anúncio foi dado em cadeia nacional da TV cubana pelo seu irmão Raúl Castro, atual presidente da ilha.
O líder da Revolução que transformou Cuba no primeiro país comunista das Américas, influenciou o pensamento de vários líderes do continente, apesar das amplas demonstrações que o regime não funciona.

A maior parte da mídia omite que ele foi um ditador, sendo presidente durante décadas sem nunca ter recebido um voto. Na Cuba dos irmãos Castro não há liberdade de imprensa e nem religiosa. Embora desde 2006 Fidel tenha abandonado a presidência, por problemas de saúde, continuava a frente do regime, como presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros.

Do ponto de vista da religião, a morte de Fidel não trata mudanças significativas, uma vez que o ideais do partido governante continuam os mesmos.

Perseguição religiosa

Em 1985, o escritor brasileiro Frei Betto entrevistou por mais de 23 horas o então presidente Fidel Castro. Isso resultou no livro “Fidel e a religião”, lançado em mais de 30 países e mostra como a religião sempre foi um problema dentro da visão comunista de poder.

Há fotos das guerrilha comandada por ele, onde Fidel aparece com um crucifixo no pescoço. Contudo, ao assumir o comando político da nação, mostrou a influência soviética e decretou que o Estado e o partido presidido por ele seriam oficialmente ateus.

Por causa disso, cristãos sempre foram impedidos de se filiar ao Partido Comunista e de exercer profissões como filósofo, psicólogo, professor. Segundo conta Frei Betto em seu livro, “desde 1959 Fidel não se considerava mais cristão”. Visitado pelos papas João Paulo II e Francisco, gostava de dizer que suas relações com o Vaticano eram “ótimas”. Sua morte foi lamentada pelo atual pontífice.

Se para o exterior Fidel tentava mostrar a imagem de tolerância religiosa, os cristãos sempre sofreram constantes perseguições do governo cubano por causa de sua fé. Desde 1969, por exemplo a produção e importação de Bíblias eram proibidas. Isso só voltou ao normal alguns meses atrás.

O pastor Mário Feliz Barroso, que mantém o blog cubanoconfesante.com relata alguns desses problemas. Pastores presos e igrejas sendo fechadas ou destruídas ainda são fatos corriqueiros. “A igreja cubana enfrenta grandes desafios desde o passado. Nos anos 60, por exemplo, o regime político vigente declarou guerra ao cristianismo, e literalmente declarou que a religião era a coisa mais danosa que podia existir debaixo do céu”, lembra. Explica ainda que o governo “colocou muitos cristãos em campos de concentração, denominados de Unidades Militares de Apoyo a la Producción (UMAP)”.

Mês passado, o pastor Juan Carlos Nuñez foi preso por faze cultos “ilegais”. Ele tenta recorrer, uma vez que não houve julgamento, mas segue na cadeia. “Nossa missão é pregar o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, e estamos sofrendo por essa causa”, desabafou Nuñez. Deixou claro que, em Cuba, na grande maioria, os cristãos são “tratados como criminosos e inimigos do governo”. “Somos filhos de Deus injustamente acusados e condenados”, lamenta. Com informações do Gospel Prime

Dilma usa “Mais Médicos” para financiar Cuba, diz Aécio Neves

12/10/2014 – 16:56 – Atualizado em 12/10/2014 – 17:55

Pastor cubano pede ao Brasil que não seja cúmplice de um regime desmascarado pela história

por Thiago Cortês-gospelprime

 

Dilma usa “Mais Médicos” para financiar Cuba, diz Aécio Neves
Dilma usa “Mais Médicos” para financiar Cuba, diz Aécio Neves

Em sabatina realizada pela Folha de São Paulo, o candidato à presidência da República, Aécio Neves (PSDB), foi firme ao afirmar que vai manter o programa Mais Médicos, mas não pretende financiar a ditadura cubana por meio dele, como ocorre hoje.

Aécio enfatizou que qualquer negociação com a ditadura de Fidel Castro deve levar em conta os interesses do Brasil e não os de Cuba. Ele disse que não aceitará as regras de Cuba para pagamento de profissionais do programa, instituído pelo governo federal em 2013.

“Nós vamos manter os Mais Médicos, vamos fazer com que eles se qualifiquem e estabelecer novas regras para os médicos. Não vamos aceitar as regras do governo cubano”, disse o candidato no evento no Teatro Folha, em São Paulo.

Atualmente, as bolsas pagas aos médicos brasileiros e estrangeiros é de R$ 10 mil. Porém, diferentemente dos outros países, a remuneração dos profissionais cubanos é paga ao ditador Fidel Castro e apenas R$ 3.000 chegam ao bolso dos médicos.

Cuba ainda persegue cristãos

Autor do blog cubanoconfesante.com e pastor da Igreja Batista em Cuba, Mario Felix Lleonart Barroso tem usado a internet para denunciar a perseguição que Fidel Castro ainda promove contra cristãos cubanos, incluindo evangélicos e católicos.

O Partido Comunista Cubano, numa forma mais velada de perseguição religiosa, tem buscado, apoio político de líderes religiosos para manutenção da ditadura. Porém, normalmente, os líderes não cedem. O resultado desta recusa é a perseguição violenta a esses mesmos líderes e igrejas, conforme descreve detalhadamente pastor Mario Barroso.

“O Regime cubano tem resistido em sua maldade com o passar dos anos. Diferente de sua melhor aliada, a Coreia do Norte – a quem não interessa cuidar de sua própria imagem – os que governam Cuba se preocupam com isto, fato que os fazem mais perigosos, porque já não fuzilam abertamente. Em Cuba, se gloriam de uma moratória da Pena de Morte desde 2003, no entanto assassinam extrajudicialmente, e as mortes de Juan Wilfredo Soto (maio de 2011), Laura Pollan (outubro de 2011) e Oswaldo Paya (julho de 2012) são a prova disto.”

Em entrevista a Associação Nacional de Juristas Evangélicos, o pastor cubano, ele mesmo vítima de forte pressão do regime, deixou um apelo aos cristãos do Brasil:

“Em nome da igreja de Cuba, que se encontra diante do enorme desafio de não ser cúmplice de um regime que a cada dia é desmascarado pela história, pedimos muita oração pelos nossos irmãos, na Igreja brasileira.”