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Cultos

FHC volta a defender descriminalização das drogas no "Altas Horas"

08/07/2011 –

DE SÃO PAULO

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gravou ontem uma participação no "Altas Horas", da Globo.

Ele foi ao programa para falar sobre o documentário "Quebrando o Tabu", do qual participou.

A plateia de jovens ouviu FHC defendendo a descriminalização de drogas, como a maconha.

"Sabemos que existe a droga e que é difícil acabar com ela. Sabemos também que ela é prejudicial, mas não devemos repreender quem usa", afirmou. "É importante informar sobre os riscos, investir na prevenção e discutir o assunto em casa."

O programa, comandado por Serginho Groisman, recebe ainda os atores Antônio Fagundes e Lucio Mauro Filho, o chef Alex Atala, além da banda RPM e de Leandro Lehart.

A entrevista vai de sábado (9) para domingo, depois do "Supercine".

Zé Paulo Cardeal/Divulgação/TV Globo

Serginho Groisman entrevista Fernando Henrique Cardoso no "Altas Horas"

O apresentador Serginho Groisman entrevista o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no "Altas Horas"

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Noticias

Irã irá enforcar 300 traficantes de drogas, diz Justiça

30/05/2011 – 09h55

folha.com

 

DA REUTERS, NO IRÃ

Trezentos traficantes de drogas estão no corredor da morte no Irã, informou o Judiciário iraniano, refletindo a linha-dura do país com os narcóticos e aumentando as preocupações sobre o uso amplo no país da pena capital.

"Para 300 condenados em crimes relacionados às drogas, incluindo aqueles pegos com a posse de pelo menos 30 gramas de heroína, foram emitidos vereditos de execução", disse o procurador-geral do Irã, Abbas Jafari Dolatabadi, segundo a edição desta segunda-feira do jornal Sharq.

Todos os condenados devem ser executados por enforcamento.

Segundo a Anistia Internacional (AI), o Irã fica atrás apenas da China no número de execuções, com pelo menos 252 pessoas executados ano passado.

Além do tráfico de drogas, também são punidos com a pena de morte assassinatos, adultério, estupro, roubo a mão armada e apostasia (negação da religião) de acordo com a Sharia, lei muçulmana, praticada no Irã desde a revolução islâmica de 1979.

O Irã minimiza as críticas contra seu sistema judiciário, afirmando estar implementando a lei islâmica e acusando o Ocidente de usar "dois pesos e duas medidas".

O tráfico e o vício em drogas são um grande problema no Irã, país que tem uma longa e porosa fronteira com o Afeganistão, a maior fonte mundial de heroína. O Irã enforcou seis condenados por tráfico de drogas na quinta-feira, quando 11 condenados foram executados no total, sendo cinco deles em público.

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Estudos

Chá do Daime faz imagem mental tão vívida que se iguala à real

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

Não é de admirar que os usuários da ayahuasca, chá empregado por grupos religiosos como o Santo Daime, afirmem ter visões. Um novo estudo indica que, no cérebro, a bebida provoca efeitos tão vívidos quanto os de uma imagem externa real.

A pesquisa, já aceita para publicação na revista científica “Human Brain Mapping”, foi coordenada por Draulio Barros de Araujo e Sidarta Ribeiro, do recém-criado Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

“Ao aumentar a intensidade de imagens recordadas, fazendo com que atinjam um nível idêntico ao de uma imagem natural, é como se a ayahuasca emprestasse um status de realidade a experiências internas”, escrevem.

O fenômeno é resultado do peculiar coquetel bioquímico presente no chá. Para começar, ele é derivado da mistura de duas plantas bem diferentes, o arbusto Psychotria viridis e o cipó Banisteriopis caapi. É a combinação de substâncias nas plantas que leva ao efeito sobre a mente e cria as chamadas “mirações” (visões rituais).

No cérebro, a mistura atua sobre um subgrupo de neurotransmissores, os mensageiros químicos do órgão. A ação desses neurotransmissores fica mais forte e, ao mesmo tempo, menos deles são retirados de circulação depois de certo tempo, o que potencializa ainda mais os seus efeitos sobre o cérebro.

Ivan Luiz/Arte

EXAMINADOS

Os pesquisadores da UFRN observaram o resultado disso tudo analisando a atividade cerebral de dez pessoas que usam a ayahuasca com frequência (metade homens e metade mulheres, com idades entre 24 anos e 48 anos).

No aperto do aparelho de ressonância magnética, onde a análise aconteceu, os voluntários tinham, primeiro, de observar imagens normais, de pessoas, animais ou árvores, sem estar sobre o efeito da droga.

Depois, cada um tomou entre 120 ml e 200 ml (um pouco menos que uma latinha de refrigerante) da bebida. Os cientistas esperaram 40 minutos (tempo considerado apropriado para o que o chá faça efeito) e pediram que as pessoas fechassem os olhos e tentassem gerar mentalmente a mesma imagem que tinham visto antes.

Em parte, o resultado foi o equivalente ao que diz o título do artigo científico da equipe: “Seeing with the eyes shut” (ou seja, vendo com os olhos fechados).

A intensidade desse processo do cérebro, bem como certas áreas ativadas nele, foram equivalentes ao que acontece numa experiência visual de verdade “”um “olho da mente” extremamente ativo, por assim dizer.

Há, no entanto, diferenças. Talvez a mais importante dela tenha a ver com a mudança da rede de interações entre as várias partes do cérebro quando a droga é consumida, o que explica sua ação alteradora da consciência.

No Brasil, o uso da droga é legalizado em contextos religiosos, como os do Santo Daime e da União do Vegetal. Há efeitos colaterais potentes ligados ao uso, como fortes vômitos e diarreia. Também há aumento da pressão arterial.