Premiê egípcio convoca reunião de emergência para conter crise
DA FRANCE PRESSE
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O primeiro-ministro egípcio, Essam Sharaf, convocou uma reunião urgente do governo nesta segunda-feira para adotar medidas após os confrontos entre cristãos coptas e forças de segurança no Cairo que mataram 24 pessoas, informou a televisão estatal.
Os confrontos de domingo aumentaram os temores de uma nova onda de violência religiosa no Egito.
No domingo, 24 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em confrontos entre coptas e as forças de segurança no centro do Cairo, na maior explosão de violência desde a revolta que derrubou o ditador Hosni Mubarak em fevereiro.
Um líder muçulmano egípcio defendeu nesta segunda-feira um diálogo urgente entre autoridades das comunidades muçulmana e cristã.
Ahmed al-Tayyeb, grande imã da Al-Azhar, a instituição mais importante do islã sunita, pediu conversas entre os membros da Família Egípcia, uma organização que reúne religiosos cristãos e muçulmanos, "para tentar conter a crise".
Ele já entrou em contato com o patriarca copta Shenuda III, segundo a televisão estatal, para promover um encontro que discuta um plano de ações conjuntas para amenizar a situação.
Em resposta aos conflitos, as autoridades egípcias decretaram no domingo à noite um toque de recolher no centro do Cairo.
Os confrontos começaram na Maspero, em frente à sede da televisão estatal, no centro da cidade. A praça Abasiya, mais a leste, fica perto da principal catedral copta do Cairo. O confronto deixou 24 mortos e cerca de 200 feridos, de acordo com o último relatório do Ministério da Saúde.
As tensões sectárias entre a minoria cristã (cerca de 10% da população) e os muçulmanos vem crescendo desde a derrubada do antigo regime.
Os cristãos acusam o governo interino de não reprimir atos de violência contra eles.