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Igreja Católica ataca Universal e chefe da campanha de Russomanno

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

A três semanas da eleição, a Igreja Católica fez ontem um duro ataque à campanha de Celso Russomanno e à Igreja Universal do Reino de Deus insinuando que eventual vitória do candidato do PRB representa uma ameaça à democracia.

Russomanno lidera as pesquisas de intenção de voto para prefeito de São Paulo e tem o apoio da Universal, que é ligada ao PRB.

Em nota, a Arquidiocese de São Paulo ressalta o vínculo do candidato com a igreja neopentecostal, que acusa de incitar a intolerância religiosa, e expõe preocupação com sua possível eleição.

"Se já fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar se o conquistarem pelo voto? É para pensar", diz a nota assinada pela arquidiocese, que é comandada pelo cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo.

A nota acusa o bispo da Universal Marcos Pereira, que é presidente do PRB e chefia a campanha de Russomanno, de disseminar posições "ridículas, confusas e desrespeitosas" sobre os católicos.

Ela é uma resposta a texto que Pereira publicou em maio de 2011 em seu blog e que voltou a circular recentemente nas redes sociais.

No artigo, o presidente do PRB vincula a Igreja Católica à proposta de distribuição do chamado "kit gay".

Idealizado na gestão de Fernando Haddad (PT) –hoje também candidato a prefeito de São Paulo– no Ministério da Educação, o tema despertou reações negativas de evangélicos, o que levou a a presidente Dilma Rousseff a determinar sua suspensão.

O "kit gay" tinha o objetivo de combater a homofobia nas salas de aula com vídeos e material didático.

O texto de Pereira tem sido vinculado, nas redes sociais, à campanha de Russomanno. A arquidiocese disse que só agora conheceu o seu teor.

"Estamos vivendo a política da catequização da Igreja de Roma. (…) Dias de absurdos e depravações. Dias em que filhos e netos chegam à escola e recebem ‘kits’ distribuídos pelos próprios professores lhes ensinando como serem gays ou como optarem por serem gays", diz Pereira no artigo. de 2011

"Precisamos salvar o Brasil e torná-lo um país verdadeiramente laico, completamente livre da influência da religião", conclui o bispo.

A arquidiocese classificou o texto de Pereira como "destempero". "Atribuir o malfadado ‘kit gay’ e os males da educação no Brasil à Igreja Católica não faz sentido e cheira a intolerância."

PERFIL FALSO

Procurado, Pereira disse que o texto foi escrito em "outro contexto" e que, hoje, é letra morta. "Esse texto não diz nada sobre o momento atual, e a mim não interessa ressuscitá-lo", afirmou.

"Criaram um perfil falso e começaram a divulgar no Twitter. A quem interessa trazer isso de volta agora?", questionou. A assessoria de Russomanno disse que ele não comentaria.

Esse não é o primeiro embate entre a Igreja Católica e a Universal. O episódio mais rumoroso ocorreu em 1995.

No feriado de Nossa Senhora Aparecida, o bispo Sérgio Von Helde, da igreja evangélica, chutou uma imagem da santa em um programa da Universal transmitido ao vivo pela TV Record.

A emissora pertence ao bispo Edir Macedo, líder da denominação –que também já atacou a Igreja Católica em diversas ocasiões.

Colaborou DIÓGENES CAMPANHA, de São Paulo.

Editoria de arte/Folhapress

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Ministério da Assembleia de Deus impõe meta de votos para eleger Russomanno

 

Integrantes da seção de Santo Amaro criam comitê informal em igreja e imprimem panfletos e adesivos associando pastores ao candidato

07 de setembro de 2012 | 0h 05

Adriana Carranca, de O Estado de S. Paulo

A Assembleia de Deus Ministério em Santo Amaro, da zona sul, montou um comitê eleitoral informal em sua sede, imprimiu material de campanha e até estabeleceu meta de votos a ser atingida por seus pastores a fim de tentar eleger o candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno.

 

Marcos Galdino durante culto na Assembleia de Deus - José Patrício/AE

José Patrício/AE

Marcos Galdino durante culto na Assembleia de Deus

Na noite desta sexta-feira, 7, são esperados milhares de fiéis para o "lançamento oficial da campanha" do candidato do PRB à Prefeitura aos seguidores das 269 igrejas do pastor Marcos Galdino. Russomanno confirmou presença.

"Ao término do culto, os pastores orientarão os fiéis a não apenas votar, mas conseguir votos para o nosso candidato", diz o filho do líder da igreja e também pastor Renato Galdino, que se apresenta como coordenador político da congregação. Filiado ao PSDB de José Serra até a semana passada, ele oficializará nesta sexta no culto com Russomanno sua filiação ao PRB. "O objetivo de cada pastor é trazer no mínimo 100 votos para o Celso."

O Ministério em Santo Amaro tem 500 pastores para 82 mil fiéis. Outros 2,8 mil líderes religiosos, à frente de grupos de jovens, mulheres e idosos, foram convocados a unir-se ao exército de caçadores de votos. Russomanno já conta com o apoio da Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, dono da TV Record, congregação ligada ao PRB. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto. O apoio do Ministério em Santo Amaro a Russomanno foi intermediado pelo bispo Atílio Francisco, da Universal, candidato a vereador pelo PRB.

O material de campanha produzido pela igreja inclui 1,2 milhão de cópias de uma carta – "Carta Aberta aos Cristãos" – assinada pelo pastor Marcos Galdino, em que ele pede explicitamente voto para Russomanno". É acompanhada por outro impresso com "7 motivos para votar em Russomanno", em que o pastor Renato usa sete provérbios bíblicos.

O material inclui 25 mil adesivos para carros e 269 cavaletes com a foto do pastor e de Russomanno, "um para cada igreja" de Marcos Galdino. A propaganda veiculará no Jornal ADBrasil, com 50 mil exemplares impressos e distribuídos gratuitamente pelo Ministério em Santo Amaro; além da TV on-line, onde os pastores pedirão voto para o candidato do PRB. Os integrantes e fiéis da Igreja estão sendo orientados a fazer o mesmo nas redes sociais.

Na calçada. Fazer propaganda eleitoral em templos é proibido pela lei 9.504/97. "Mas nós não vamos distribuir o material dentro dos templos. Teremos uma equipe para fazer isso na porta das igrejas, ao final de cada culto. E não existe nenhuma lei que proíba propaganda na calçada", disse Renato. Para evitar problemas, o material está sendo doado por Marcos Galdino como pessoa física, com o uso de seu CPF e não do CNPJ da Igreja.

Sobre o pedido de voto pelos pastores, Renato defende: "O pedido será feito pelos pastores como pessoa física. E os fiéis não são obrigados a concordar. Entende?" A jurisprudência dos tribunais eleitorais tem demonstrado que o entendimento da Justiça é outro. "A Justiça tem entendido que nos templos qualquer ato ou fala com o objetivo explícito de obter votos para um candidato é proibido por lei", afirma o advogado Alberto Rollo, especialista em legislação eleitoral.

Os Galdino alegam perseguição do prefeito Gilberto Kassab (PRB). Eles foram multados em R$ 10 mil por irregularidades no tamanho do luminoso com o nome da congregação na porta da igreja. A multa é de agosto.

"O Russomanno veio aqui na igreja no dia 19. Dois dias depois, recebemos essa multa nova da Prefeitura. Você não acha isso perseguição?", disse. "A verdade é que somos perseguidos."

Russomanno diz que vai regularizar a situação de igrejas que, como o Ministério em Santo Amaro, são alvo de processos administrativos da Prefeitura.

Outras duas seções da Assembleia de Deus anunciaram apoio a candidatos. O Ministério do Brás apoia Gabriel Chalita (PMDB). A Convenção Geral, que reúne o maior número de igrejas, pede votos para Serra.

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Quatro avisos aos pastores envolvidos com essas eleições

 

Por Tiago Lino Henriques em 1 de agosto de 2012
Tags: eleições, igreja, mensagem, pastores, pode trabalhar nas eleições, polêmicas

Quatro avisos aos pastores envolvidos com essas eleições

Já foi dada a largada para a campanha eleitoral e até o dia das eleições seremos bombardeados por placas de propaganda, intermináveis pedidos de votos, seja pela TV, internet ou mesmo pelo depósito de correspondências de nossas casas. Nesse bolo eleitoral, o que tem me preocupado é o aumento de pastores envolvidos com algum político, engajado em conseguir votos ou mesmo como candidato. Isso é perceptível aqui na minha região e, tenho certeza, é uma tendência por todo o Brasil.

Sendo assim, é bom frisar algumas verdades para os – espertinhos – pastores ou membros que estejam pensando em usar sua igreja local como ferramenta de votos, se aproveitando da influência e até do carinho cultivado pelas ovelhas. Vamos a eles:

1. Usar o púlpito como plataforma política é uma tremenda demonstração de oportunismo e falta de conversão.

Pense muito bem no que representa o púlpito de uma igreja e respeite a finalidade a ele destinada ao longo de 2000 anos de cristianismo. Nas palavras do reformador Calvino, o Púlpito é o lugar de onde Deus governa sua igreja e, portanto, não utilize-o para candidato – honesto ou não, cristão ou não – pedir votos, pois isso é uma tremenda afronta à Bíblia, um desrespeito a Deus e a seus liderados. Dele devem sair palavras de salvação para um povo que anseia por Deus e pela vida eterna e não mensagens políticas para eleitores. Ele é um lugar para ser dirigido por santos, idôneos e autênticos evangelistas.
É bom lembrar que políticos querendo um púlpito para fazer campanha política não vão faltar nessas eleições, haja vista a polêmica influência evangélica no resultado das últimas eleições. Há registros de que um congresso muito conhecido teria recebido verba de um candidato a presidente para discursar em uma de suas reuniões. Isso é crime, corrupção e pecado!

2. Pressionar, manipular ou exigir o voto da membresia para um determinado candidato é crime eleitoral.

O Brasil, pelo menos oficialmente, não tolera e condena o “voto de cabresto”, aquele voto que é obtido por meio de pressões ou ameaças vindas de alguém superior em troca de favores. Há muitos pastores que, se valendo de seu carisma e influência, apontam descaradamente e orientam em quem deve votar seu rebanho. Isso é crime e, se for comprovado, pode dar cadeia. Portanto, não tome os caminhos que muitos líderes já corrompidos tomaram, indo após outros “deuses”.

3. Ministério e vida política não se misturam

Não vejo problemas em termos políticos evangélicos. Mas é necessário que sejam evangélicos políticos primeiro. Com isto quero dizer que devam fazer política sob a ética e a cosmovisão cristã, dando exemplo como tal e servindo o povo, independente de classe econômica, religião ou cor.
Agora, para tal é necessário uma completa separação de ministério e carreira política. Para se lançar, é fundamental renunciar todas as funções de liderança e de destaque na igreja e preservá-la de qualquer associação indevida com seu nome, ambições e comportamento após eleito, seja bom ou ruim. O Censo brasileiro mostrou que houve um crescimento significativo de evangélicos e isso, naturalmente, vai resultar em mais candidatos do segmento. Para tais, com grande chance de serem despreparados, vai a dica: Igreja é uma congregação de santos e não de eleitores.

4. Ensine seus membros a exercerem cidadania

Por fim, vejo que é função de toda liderança instruir seus membros quanto a importância da democracia, do serviço público, da cidadania e da política. Não apenas em época de eleições, mas formar um grupo de pensadores e pessoas conscientes de sua função e importância na sociedade; que um bom governo passa por bons políticos; que bons políticos governam para o povo e não para seus interesses; que, como cidadãos, temos o direito e o dever de exigir uma boa administração e serviço por parte daqueles em quem confiamos nosso voto. Isso sim é ser uma igreja com um pensamento político correto.
Essa postura certamente irá afastar políticos aproveitadores, ministros oportunistas e preservar a igreja e nossos púlpitos, tão corrompidos.
Que o Senhor preserve os púlpitos e as verdadeiras igrejas desse ataque do inferno. Certamente ele o fará onde o verdadeiro evangelho é pregado e onde há pastores e não lobos.