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Dilma – Escândalo da MTA tira diretor de operações dos Correios do cargo

Edição do dia 20/09/2010

20/09/2010 07h33 – Atualizado em 20/09/2010 07h33

 

Eduardo Artur Rodrigues foi consultor da empresa antes de assumir cargo nos Correios. MTA tem contratos de R$ 59 milhões com a ECT.

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O presidente dos Correios confirmou a saída do diretor de operações da empresa. O coronel Eduardo Artur Rodrigues deixa o cargo por causa de uma série de denúncias que associam o nome dele à transportadora MTA Linhas Aéreas.

Ele foi procurador da empresa até maio deste ano. Menos de três meses depois assumiu a diretoria dos Correios, que têm contratos com a MTA no valor de R$ 59 milhões, Artur Rodrigues teve papel importante nestes negócios. Ele trabalhou para renovar a licença da transportadora aérea com a Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, em dezembro do ano passado.

Segundo reportagem da revista Veja, a negociação contou também com a ajuda de Israel Guerra, filho da ex-ministra chefe da Casa Civil Erenice Guerra. A licença foi renovada apesar de um parecer da Anac alertando que a empresa poderia ter dificuldades em honrar seus pagamentos.

Artur Rodrigues se recusou a gravar entrevista. Mas, por e-mail, respondeu na sexta-feira (17), que não via conflito ético no fato de ter deixado a MTA para ser diretor dos Correios.

Há dúvidas também sobre quem é o verdadeiro dono da MTA. A empresa está em nome de um casal de aposentados do Rio de Janeiro, ex-sogros da filha de Arthur Rodrigues. Mas há fortes indícios de que a empresa aérea pertença ao argentino naturalizado americano Alfonso Conrado Rey.

Alfonso Rey é dono nos Estados Unidos do grupo Centurion Cargo. A MTA fica no mesmo endereço da Centurion em Miami. Os três aviões DC-10 usados pela MTA para transportar as cargas dos Correios são da Centurion.

Apesar dos contratos milionários com os Correios, não há registro de sede da empresa no Brasil em muitos dos endereços fornecidos pela MTA. Em Campinas só restou uma placa. Segundo o porteiro, a empresa não funciona mais lá. No Rio de Janeiro, no endereço da MTA, existe apenas um escritório de um despachante da empresa. E em Brasília, no local onde deveria ser uma filial da MTA, não há sinal da empresa./

Mas há registros do envio de milhões de dólares da MTA para bancos do Uruguai. Em agosto deste ano foram enviados quase US$ 2,7 mil.
O Tribunal de Contas da União vai investigar se o dinheiro tem como destino final a Centurion. Por lei nenhum estrangeiro pode ser dono de mais do que 20% de uma companhia aérea brasileira.