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Seria João Batista a reencarnação de Elias?

Elias e João Batista: Ser ou não ser?

Alan Brizotti

biblia

A doutrina da reencarnação é uma espécie de desespero cósmico arrastado pelos séculos. Um esconde-esconde do eu de péssimo gosto. Até mesmo seus adeptos sentem-se pouco à vontade em sua roleta-russa.

Na Índia, há o curioso caso de um homem que está há treze anos casado com uma macaca por acreditar que ela seja a reencarnação de sua falecida esposa.

Talvez você pense: Alan, já que estamos tratando sobre reencarnação não precisa escrever “falecida esposa”, uma vez que, para reencarnar o indivíduo precisa morrer!

Aqui cabe uma intrigante pergunta: se na doutrina da reencarnação o pressuposto básico é o morrer, como Elias pode ter reencarnado em João Batista, sendo que Elias não morreu? O texto de II Reis 2. 11 é enfático quanto ao arrebatamento – e não a morte – de Elias!

Ao longo da história muitas “verdades duvidosas” tornaram-se mentiras oficializadas. Principalmente aquelas endossadas pelo “senso comum”. Flávio Josefo, em sua “História dos hebreus” 9. 2.2, diz que à época de Jesus os judeus acreditavam que Elias havia sido escondido por Deus (à semelhança de Moisés) até que pudesse voltar numa ocasião extraordinária. Contudo, mesmo essa hipotética volta, na mentalidade judaica seria sempre como Elias (com esse “eu primeiro”) jamais uma espécie de “outro/ele”. Ser ou não ser?

Em Lucas 9. 30 quem aparece no monte da transfiguração é Elias, reconhecido por Pedro como Elias (9. 33). Em II Reis 2. 15, os filhos dos profetas observando Eliseu após a partida de Elias chegam à seguinte conclusão: “o espírito de Elias repousa sobre Eliseu”. Essa é a mesma lógica utilizada por Jesus ao afirmar em Mateus 11. 14 e 17. 10-13 a similaridade entre Elias e João Batista: não uma reencarnação, mas o mesmo princípio carismático.

Oscar Cullman em seu livro The Christology of the New Testament, salienta que os hebreus raciocinavam em termos de função, enquanto os gregos raciocinavam em termos de natureza. Assim, da perspectiva grega, a afirmação “João Batista era Elias”, significava que ambos eram o mesmo ser, enquanto a mente hebraica pensava numa equivalência de função. E os textos que lemos foram escritos e pensados na perspectiva judaica!

O próprio João Batista negou ser Elias (João 1. 21, 22). Na fé cristã sabemos o que Davi já sabia quando seu filho com Bate-Seba morreu: “eu irei até a criança, mas ela não voltará para mim” (II Samuel 12. 23).

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Um bate-papo mediúnico com Alan Kardec

Marcelo Lemos

Era conhecido como “o Tisbita”, e exerceu o ministério profético nos dias do Rei Acabe, aproximadamente uns 8 séculos antes do nascimento do Cristo, o Redentor que tanto esperou em vida. Hoje, várias centenas de anos depois da Promessa cumprida, do Verbo feito carne, e da cruz redentora, ele ouviria histórias que o fariam rir, e talvez fizesse uso de seu afiado sarcasmo, como fez aos videntes de Baal, no Carmelo.

Quem sabe se, dia desses, caminhando pelos Jardins do Paraíso, não tenha ouvido, de algum recém-chegado, certas histórias engraçadas, como a daqueles que andam questionando se ele foi abduzido por um disco voador, já que o relato de uma “carruagem de fogo” não parece muito crível para o homem contemporâneo. “Estes são mais cômicos que os videntes de Baal, acreditam nas fábulas de Mulder, mas duvidam de um Deus criador capaz de fazer milagres!”, zombaria o profeta.

Oh, não! Não estou dizendo que a TV a cabo do céu retransmita X-Files; é só um exercício de imaginação senhores!

Ainda num esforço imaginativo, podemos tentar descrever um diálogo entre Elias, o profeta, e Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita.

“Na sua opinião, o que leva os cristãos modernos a rejeitarem a idéia de que você se reencarnou em João, o Batizador?”.

Nem os cristãos modernos, nem os antigos, jamais acreditaram do contrário – começaria Elias, o profeta. Primeiro, que a tese reencarnacionista contradiz o Evangelho; segundo, que também contradiz as leis mais elementares da lógica. Senão, vejamos: quando o senhor escreveu o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, redefiniu conceitos básicos do Evangelho, como a Expiação, explicando-a como esforço humano para se auto redimir, por meio das obras e de sucessiva reencarnações. Como poderiam os cristãos aceitarem que tal doutrina se denomine “Evangelho”, se a Boa Nova trazida por Cristo é justamente a Graça?

Segundo a Escritura – continuaria o profeta; Deus revelou-se ao homem, em Cristo, no Verbo que se fez carne, habitou entre os homens, e padeceu pelos nossos pecados. Eis o Evangelho na definição dos cristãos primitivos: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pelos pecados dantes cometidos” (ROMANOS 3.23-25). Não é o homem que redime-se a si mesmo, mas Deus.

Ademais, não há motivos para os cristãos compactuarem com uma doutrina que, além de anti-cristã, não consegue subsistir ao crivo lógico da “não contradição interna”. Qualquer cosmovisão que contradiga a si mesma é, por definição, falsa. Que é a reencarnação, uma dádiva, ou uma pena? Se é dádiva, como pode ser pena?; Ou, do contrário, como pode ser pena se é uma dádiva? Numa terceira opção, poderíamos defini-la como “dádiva e pena”? Neste caso, porque os Espíritas fariam algo para melhorar sua própria vida, e a vida dos outros? Será por isso que, apesar de milhões de anos reencarnando, a humanidade só degenera, posto que os espíritas vivem interferindo na “dádiva” e na “pena”, impedindo o aperfeiçoamento? “

Acontece que o próprio Cristo afirmou que você, Elias, reencarnou em João, o Batizador…”.

De modo algum; ignorando o contexto, até mesmo os seguidores de Maomé identificam seu querido profeta como sendo o Consolador prometido, todavia, respeitando a linguagem das Escrituras, toda escuridão é dissipada. “E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos”, anunciou o anjo a Zacarias, pai de João (S. LUCAS 1.16,17). O anjo não diz que ‘Batista’ seria o ‘espírito de Elias’ numa nova encarnação, mas sim, que ‘Batista’ exerceria seu ministério “no espírito e na virtude de Elias”. Não há qualquer ministério nas palavras do anjo, ao menos, não para aqueles que conhecem a forma de se expressar utilizada na Bíblia Sagrada.

Podemos voltar 800 anos antes do nascimento de ‘Batista’, afim de nos encontrarmos com Eliseu, que sucedeu a mim, Elias, no ministério profético daqueles dias.

Aconteceu que, sendo por mim avisado da minha iminente partida, eis que Eliseu me faz uma audacioso pedido: “Peço-te que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim” (II Reis 2.9). Quando fui levado aos céus, a unção profética que havia sobre mim foi dada a Eliseu, simbolizado pelo manto que lhe entreguei. Ora, Eliseu não pretendia que eu reencarnasse nele, ou coisa parecida, mas sim, que lhe ungisse para ser meu sucessor, meu herdeiro; daí ter usado a expressão “porção dobrada”, que refere-se a herança dos primogênitos (Deuteronômio 21.7).

João, o ‘Batista’, herdou esta mesma autoridade, este mesmo ministério, por isso dele o anjo afirma, “irá diante dele (do Senhor) no espírito e na virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto” (S. LUCAS 1.17). Afirmar o dogma da reencarnação aqui é ignorar a linguagem da própria Escritura.

“Mas, Cristo afirma que Batista era Elias, com todas as letras em Mateus 17. 11-13”.

Sim, Cristo diz que ‘Batista’ era o Elias que os judeus esperavam vir, mas não diz nada sobre Elias ter reencarnado como ‘Batista’. Novamente é preciso atentar para a linguagem das Escrituras.

O argumento dos líderes religiosos daquele tempo era o seguinte: como pode este galileo ser o Messias, se o profeta Malaquias profetizou que antes dele viria Elias preparando o caminho?! Jesus, contudo, sabia que eles estavam cegos, e não compreendiam que o ministério de Elias já havia estado entre eles; por isso, no capítulo 11.14, ele diz: “E, se quereis dar crédito, é este o Elias que haveria de vir”. Aqueles líderes queriam ver o Elias literal, ressuscitado dentre os mortos. Batista não era o Elias literal, mas era o Elias que haveria de vir, ou seja, alguém com a mesma autoridade profética.

Além disso, o episódio bíblico conhecido como Monte da Transfiguração, comprova que Elias e Batista são personalidades distintas. Eu, Elias, vivi 800 anos antes de Cristo nascer, e Batista nasceu alguns meses antes da Virgem dar a luz, morrendo algumas décadas depois. No entanto, na Transfiguração, Jesus conversa com dois personagens, que os discípulos reconhecem como sendo Moisés e eu, Elias. Sendo que, de acordo com a Tese Reencarnacionista, evoluímos a cada nova encarnação, e posto que Cristo apontou ‘Batista’ como sendo “o maior já nascido de mulher” (S. MATEUS 11.11), é impossível que depois de morrer ‘Batista’ tenha regredido a ‘Elias’ e aparecido a Jesus!

A morte de ‘Batista’ também é de grande significado. De acordo com o Espiritismo, as penas que sofremos nesse mundo são para pagar os erros da vida anterior; é justamente por meio de tais penas (expiações) que nós evoluímos até atingirmos a perfeição. Como pode ser, então, que eu, Elias, anterior a ‘Batista’, e portanto, menos evoluído que ele (na ótica reencarnacionista), tenha tido uma vida melhor e mais miraculosa que a de João, o Batista?! Como pode o primeiro, ‘menos evoluído’, ter tido uma “passagem para o além” tão sublime, ao contrário do que ocorreu ao segundo? Ao invés de evoluir, Batista regrediu? Como disse, senhor Kardec, sua teoria não resiste a si mesma!

“Então, como você avalia o enorme bem que minha doutrina faz a humanidade?”.

Avalio da melhor forma possível. Fazer o bem temporal é algo de grande valor, mas não é suficiente, levemos em consideração que o homem estará eternamente condenado se basear sua fé numa doutrina enganosa. Qualquer religião que não seja a de Cristo, é heresia de perdição. E não há bem temporal que feito a alguém que diminua-lhe a danação eterna.

Além disso, se o bem que você realiza é bem sucedido, antes de comprovar a veracidade da sua religião, confirma a veracidade do Cristo, pois é dele que vem a sua inspiração. O bem que Cristo ensinou, vocês seguem, logo, vocês confirmam que Ele é a verdade; mas a teologia que Ele deixou, vocês reinterpretaram, isso prova que em vocês não há a Verdade – e o bem que fazem, como disse, aprenderam d’Ele! Assim, mesmo negando a teologia do Mestre, confirma que o Mestre é a Verdade!

“Como pode ser essa coisa de não ensinarmos a Religião de Cristo, sendo que fazem o bem que o Mestre ensinou?”

Muito simples: Cristo não nos ensinou apenas como nos relacionarmos uns com os outros, nos deixando mandamentos sobre amor, caridade e fraternidade; Ele também ensinou os homens a se relacionarem com Deus – e nisso vocês o rejeitam, deturpando seus ensinamentos.

Por exemplo, um Catecismo Espírita, escrito por um de seus discípulos, diz: “A dor, as humilhações, os reveses, as enfermidades, o trabalho e o estudo são as provas e as expiações com as quais compramos nossa felicidade futura. Com as expiações nós liquidamos nossos erros passados, satisfazendo assim a Justiça Divina” (RIGONATTI, Eliseu; 53 Lições de Catecismo Espírita).

Esta não é a Salvação ensinada pelo Cristo: “E, como Moisés levantou a serpente do deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tão maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça mas tenha a vida eterna” (S. JOÃO 3.14-16).

E foi dessa salvação, por amor e graça, que tanto eu, Elias, quanto todos os demais profetas, falamos: “O vós, todos os que tendes sede, vinde as águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (ISAÍAS 55.1). Eis, portanto, a salvação realmente ensinada pelo Cristo: “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus colocou-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Aquele que cre em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre!” (S. JOÃO 7.37,38)

Marcelo Lemos é colaborador de Genizah

Fonte: Genizah

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Chico Xavier: A Farsa

Por Johnny T. Bernardo
Publicado originalmente no Almanaque Genizah

Natural de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cândido Chavier (1910 – 2002), conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer a função de médium espírita psicógrafo aos 17 anos de idade. É autor de mais de 400 livros psicografados, além de inúmeros bilhetes e breves mensagens. A Federação Espírita Brasileira (FEB) apresentou pessoalmente Chico Xavier, com seus livros, por diversas cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Uma das mais destacadas consequências práticas dessas viagens foi a fundação do “Christian Spirit Center”, em Ellon College, Carolina do Norte (EUA).

A Trajetória de um louco

Marcel Souto Maior relata que quando começou a ter as primeiras visões, ainda criança, Chico passou a ser chamado de louco pelo próprio pai e por moradores de Pedro Leopoldo. Só sua mãe o entendia, mas morreu cedo, quando Chico tinha apenas 5 anos. Logo depois da morte, ele começou a ver – e ouvir – o espírito da mãe no quintal da madrinha. Era com ela ( o espírito) que Chico desabafava. [1]

O próprio Chico confessou mais tarde com relação a sua iniciação mediúnica:

“Meu pai queria me internar em um sanatório para enfermos mentais (…) Devia ter suas razões; naquela época me visitavam também entidades estranhas perturbadoras”. [2]

Que entidades estranhas eram essas que visitavam Chico Xavier? Certamente eram os mesmos demônios que o acompanharam durante toda sua vida, e através dos quais ele foi iniciado no espiritismo. Os espíritos que Chico supostamente dizia ver e ouvir, eram na verdade demônios que assumiam a forma de pessoas mortas. Não é de estranhar, pois o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Cor. 11.14).

O Cruzeiro

Quando começou a ganhar fama nacional, lá pelos anos de 1940, Chico Xavier foi procurado por um dos repórteres mais implacáveis da época, David Nasser, da revista “O Cruzeiro”. Cansado de ser alvo da desconfiança e da curiosidade dos repórteres, Chico tentou escapar a todo custo, mas foi vencido por um artifício usado por Nasser. O repórter enrolou a língua, começou a falar um francês arrastado e, com a ajuda de seu fotógrafo estrangeiro, Jean Manzon, convenceu Chico de que eles tinham vindo de muito longe, de Paris, só para entrevistá-lo.

Chico decidiu então dar a primeira entrevista internacional de sua vida e foi além. Reclamou do assédio da imprensa e dos visitantes, e pousou para fotos nas situações mais extravagantes. Até dentro de uma banheira ele apareceu em fotos de página inteira na revista “O Cruzeiro”.

Quando a edição chegou às suas mãos, Chico desabou. No meio da crise e do choro, viu seu guia, Emanuel, surgir no quarto:

– Por que você está chorando?

– Por quê? É muita humilhação, um vexame..

Emanuel encerrou a choradeira com um trocadilho:

– Jesus foi para a cruz. Você foi só para Cruzeiro. [3]

Chico foi uma fraude do começo ao fim. Ser entrevistado por um repórter francês seria uma oportunidade unica. A França é o berço do espiritismo moderno, onde Allan Kardec publicou seus primeiros escritos e a partir de onde o espiritismo se alastrou pelo mundo. Ter uma entrevista publicada em Paris seria bom para sua imagem: ele deixaria de ser alvo de críticas no Brasil, e seria reconhecido como médium e santo. Mas no lugar da honra, veio a desonra. O Brasil foi inundado por uma edição da revista “O Cruzeiro”, que trazia estampada na capa uma foto de Chico Xavier dentro de uma banheira numa posição extravagante. Para quem não sabe, Chico Xavier era homossexual e adorava pousar para fotos. Uma atitude estranha para alguém que dizia ser “iluminado pelas forças lá do alto”.

Um bilhete para o além

Marcel Souto Maior nos relata algo inusitado.

“Em 1996, Chico pendurou na porta do quarto um bilhete endereçado aos espíritos.O texto, escrito com letra miúda e trêmula, avisava: naquela noite ele dormia no quarto ao lado, por causa de uma obra na caixa d’ água sobre o quarto. Se algum amigo espiritual quisesse fazer uma visita, deveria ficar à vontade. Chico teria muito prazer em recebê-lo no endereço provisório. Amanhã já voltarei ao meu próprio aposento”, comunicou no bilhete, antes de se despedir. [4]

Como diz o pastor Natanael Rinald: quem entende semelhante barafunda? Chico Xavier poderia ser animador de palco, não fosse um médium confuso. Mesmo supondo que um espírito poderia se comunicar com ele, o que aconteceria se um espírito vindo da Europa se deparasse com um bilhete escrito em português? E se fosse um japonês, um árabe ou um africano? Teria Chico um espírito tradutor a sua disposição? Um bilíngue?

A paranóia emocional de Chico chegou a um ponto tão alto que ele não sabia mais distinguir vivos de mortos.

“Na mesma época, uma senhora se aproximou de Chico no Grupo Espírita da Prece e foi cumprimentada por ele com uma pergunta preocupante:

 

– Desculpe, mas a senhora está viva ou morta?

– Viva, Chico.

– Graças a Deus. Suspirou Chico.

 

Era comum Chico confundir vivos e mortos e cumprimentar o invisível. [5]

O Médium é desmascarado

Como acontece com todos os falsos profetas, Chico Xavier não passou na análise crítica e cientifica e tornou-se desacreditado do ponto de vista religioso, científico e filosófico. Nada do que ele dizia ver e ouvir foi realmente comprovado, e suas alegações de “humildade”, “despreendimento”, “analfabetismo” e “pobreza” sabe-se não corresponder com a verdade.

Antes que qualquer especialista denunciasse Chico como impostor, ele foi denunciado por Amauri Pena, sobrinho e auxiliar do médium. Ele disse, em entrevista ao Diário de Minas, que “tudo o que ele psicografou foi criado por sua própria imaginação, sem que precisasse de interferência de almas do outro mundo. Resolvi contar toda a verdade por uma questão de consciência. Não denuncio meu tio como homem, mas como médium”. [6]

A resposta veio logo em seguida. Amauri Pena foi ridicularizado e denunciado pelo próprio pai como “alcoólatra” e “doente de alma”. Chico Xavier usou todos os recursos e influência que tinha para calar o sobrinho, alegando não ter qualquer relação com ele e que Pena nunca participou de nenhuma reunião ao lado dele. Mais uma vez o médium faltou com a verdade. Todos sabem que Amauri Pena era auxiliar e homem forte de Chico, sendo na época o indicado para substitui-lo futuramente no trabalho de psicografia.

Mal acabou de se recuperar, o médium sofreu um novo revés. A pedido do repórter Hamilton Ribeiro, Chico Xavier “psicografou” uma mensagem do “espírito” da mãe do sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Acontece que tudo não passou de uma artimanha de Ribeiro – a senhora “comunicante” estava viva em Curitiba. Ribeiro continua:

“Agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro de Alcântara Gonçalves, Alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo (…)” Na letra inconfundível de Chico, lá esta: Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente ao seu favor. O que pensar disso? “Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo o endereço existem. Eu os inventei”. [7]

Referências Bibliográficas

1. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 10, editora Planeta

2. Jornal O Estado de São Paulo, 1986

3. As lições de Chico Xavier, Marcel Souto Maior, p. 21, editora Planeta

4. Ibidem, p. 24

5. Id. Ibidem, p.24

6. Diário de Minas, 20/1/1971

7. Revista Realidade, nov. 1971

06-06-16 013

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

https://twitter.com/PrMedrado/status/751374679294799872