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Estudo identifica astros com mais chances de abrigar vida extraterrestre

 

DA BBC BRASIL

A lua de Saturno Titã e o exoplaneta Gliese 581g estão entre os corpos celestes mais propensos à existência de vida extraterrestre, diz um artigo científico publicado por pesquisadores americanos.

O estudo da Universidade de Washington criou um ranking que ordena os planetas e satélites de acordo com a semelhança com a Terra e as condições para abrigar outras formas de vida.

Veja galeria de fotos

JPL/ STSI/Nasa

O exoplaneta Gliese 581g (em primeiro plano) foi considerado o mais parecido com a Terra; veja galeria de fotos

O exoplaneta Gliese 581g (em primeiro plano) foi considerado o mais parecido com a Terra; veja galeria de fotos

Segundo os resultados publicados na revista acadêmica "Astrobiology", a maior semelhança com a Terra foi demonstrada por Gliese 581g, um exoplaneta –ou seja, localizado fora do Sistema Solar–, cuja existência muitos astrônomos duvidam.

Em seguida, no mesmo critério, vem o Gliese 581d, que é parte do mesmo sistema. O sistema Gliese 581 é formado por quatro –e possivelmente cinco– planetas orbitando a mesma estrela anã a mais de 20 anos-luz da Terra, na constelação de Libra.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS

Um dos autores do estudo, Dirk Schulze-Makuch explica que os rankings foram elaborados com base em dois indicadores.

O ESI (sigla em inglês de Índice de Similaridade com a Terra) ordenou os astros conforme a sua similaridade com o nosso planeta, levando em conta fatores como o tamanho, a densidade e a distância de sua estrela-mãe.

Já o PHI (sigla de Índice de Habitabilidade Planetária) analisou fatores como a existência de uma superfície rochosa ou congelada, de uma atmosfera ou de um campo magnético.

Também foi avaliada a energia à disposição de organismos, seja através da luz de uma estrela-mãe ou de um processo chamado de aceleração de maré, no qual um planeta ou lua é aquecido internamente ao interagir gravitacionalmente com um satélite.

Por fim, o PHI leva em consideração a química dos planetas, como a presença ou ausência de elementos orgânicos, e se solventes líquidos estão disponíveis para reações químicas.

HABITÁVEIS

No critério de habitabilidade, a lua Titã, que orbita ao redor de Saturno, ficou em primeiro lugar, seguida da lua Europa, que orbita Júpiter.

Os cientistas acreditam que Europa contenha um oceano aquático subterrâneo aquecido por aceleração de maré.

O estudo contribuirá para iniciativas que, nos últimos tempos, têm reforçado a busca por vida extraterrestre.

Desde que foi lançado em órbita em 2009, o telescópio espacial Kepler, da Nasa (agência espacial americana), já encontrou mais de mil planetas com potencial para abrigar formas de vida.

No futuro, os cientistas creem que os telescópios sejam capazes de identificar os chamados "bioindicadores" –indicadores da vida, como presença de clorofila, pigmento presente nas plantas– na luz emitida por planetas distantes.

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Instituto Seti volta a buscar ETs com nova doação

 

Folha.com

FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A MOUNTAIN VIEW

Cartazes com fotos de satélites, nebulosas e naves espaciais recebem o visitante que chega ao prédio de dois andares do Instituto Seti, na pacata Mountain View, cidade-sede de diversas empresas de tecnologia no vale do Silício, norte da Califórnia.

Réplicas de discos voadores e bonequinhos de alienígenas ficam discretos nas prateleiras de alguns cientistas do instituto, uma organização privada sem fins lucrativos que, desde 1984, busca sinais de vida inteligente fora da Terra.

"Há uma boa chance de haver vida lá fora. Se eu não acreditasse nisso, atravessaria a rua e dobraria meu salário trabalhando para alguma dessas firmas tecnológicas", diz Seth Shostak, astrônomo-sênior do grupo, que tem uma placa da Área 51 pendurada em seu escritório abarrotado de livros técnicos. "Isto é uma opinião, não é ciência. Mas ciência funciona assim. Se você não tiver a crença, não é motivado para ir atrás dos dados, das provas. É isso o que fazemos."

A principal arma de pesquisa do Seti é um conjunto de 42 antenas instaladas num observatório do extremo norte do Estado, chamadas de Conjunto de Telescópios Allen, em homenagem a Paul Allen, cofundador da Microsoft e doador de US$ 25 milhões para o projeto de US$ 50 milhões.

O complexo começou a funcionar em 2007 em parceria com a Universidade da Califórnia em Berkeley, que conduzia experimentos científicos paralelos aos de busca de sinais extraterrenos. Porém, com o corte no orçamento, a UC foi obrigada a se retirar, e as antenas foram desligadas em abril.

Neste mês, doadores particulares deram ao Seti cerca de US$ 200 mil para colocar as antenas de volta em ação, ainda que apenas só até o final do ano. Entre os doadores estava a atriz Jodie Foster, que no filme "Contato" (1997) faz o papel de uma cientista inspirada em Jill Tarter, uma das fundadoras do Seti e pioneira da astrobiologia, um ramo científico de estudo da vida no universo.

"Será um desafio ano a ano para conseguir dinheiro para manter o conjunto", disse Tom Pierson, diretor administrativo do Seti, numa ampla sala decorada com um globo de metal e uma foto da Terra tirada da Lua. "Mas temos outros fundos a caminho, como um trabalho que faremos para a Força Aérea. Estamos procurando outros contratos como este."

Segundo Pierson, as antenas vão ajudar o governo a coletar dados sobre satélites e detritos orbitais numa missão não militar para evitar colisões no espaço. Por serem radiotelescópios, os instrumentos do Seti funcionam 24h e mesmo com chuva, ao contrário dos tradicionais ópticos, mais sensíveis porém "cegos" durante o dia e chuvas.

Além de Paul Allen, outras empresas de prestígio, como Google, Dell, Intel e Hewlett Packard, também já colaboraram com o centro que, em quase três décadas, já recebeu mais de US$ 250 milhões em subsídios de pesquisa vindos de instituições como a Nasa e a Fundação Nacional de Ciência dos EUA.

A maioria de suas pesquisas começa na Terra antes de chegar ao espaço, como a exploração de um lago congelado no Ártico em busca de vida em ambientes extremos. "Isto nos conta como a vida pode evoluir de forma bastante ampla e nos dá ideias de experimentos a serem feitos pela Nasa em futuras missões em Marte, por exemplo", disse Pierson.

Na sede do instituto, trabalham cerca de 140 funcionários, boa parte cientistas dedicados a astrobiologia e apenas meia dúzia focada nos telescópios, já que o grosso do trabalho é feito por computadores. Há também educadores que desenvolvem currículo científico e um centro de pesquisas chamado Carl Sagan (1934-1996), antigo membro do comitê do Seti.

O nome "seti" também é a sigla em inglês para "busca por inteligência extraterrestre", usada pela comunidade para a atividade de analisar ondas eletromagnéticas, já que estas seriam a forma de transmissão mais rápida conhecida.

A conexão do instituto com parceiros ilustres do vale do Silício, a seriedade das pesquisas e o fluxo de dinheiro fazem com que o Seti se diferencie dos tradicionais caçadores de alienígenas.

"Procuramos por evidências de vida no espaço profundo. Não examinamos cadáveres de aliens ou sei lá o quê", disse Pierson. "Por causa da curiosidade natural, estaríamos interessados se fosse uma evidência real. Mas nunca apareceu nada concreto."

Desde que o instituto começou a fazer suas "escutas" do universo, com telescópios emprestados ao redor do mundo, apenas uma vez se chegou perto de captar um "sinal bom". Era 1997, e a empolgação durou 18 horas, até se comprovar ser uma interferência mal captada da Agência Espacial Europeia.

"Ficamos bastante animados, ninguém foi para casa dormir, o coração batendo forte", lembra Pierson.

Seu colega Shostak foi mais cético. "Fiquei confuso, na verdade. Minha primeira reação foi: ‘Isto vai arruinar minha semana!’. É preciso ser realista, sabe?", disse o astrônomo, que recebe entre cinco a dez ligações por dia relacionadas a "informações secretas" sobre ETs, muitas vindas da América do Sul.

Mas o falso alarme serviu para provar que seria impossível manter uma descoberta em sigilo. Em duas horas de testes, o jornal "New York Times" já ligava para confirmar os rumores.

"As pessoas acreditam muito em conspirações, de que o governo fecharia tudo e manteria segredo", disse Shostak. "O governo mostrou algum interesse em 1997? Nada! A única pessoa que nos ligou foi um jornalista."

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Seriam os círculos obras dos ETs?

 

Fonte: Isto é

Um desenho que acaba de surgir em uma plantação na Inglaterra reacende o debate sobre a origem dessas formas geométricas

Caio Barretto Briso

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NOVIDADE
O primeiro círculo deste ano surgiu em uma
plantação em Wiltshire, na Inglaterra

Fenômeno extraterrestre ou engodo? Brincadeira ou arte? Verdade ou mentira? Desde meados da década de 1970, pessoas de todo o mundo se fazem essas perguntas quando um novo crop circle (círculos desenhados em áreas de colheita) aparece. O primeiro deste ano acaba de surgir numa plantação em Wiltshire, no sudoeste inglês, há duas semanas. O local, assim como Stonehenge, Avebury e Silbury Hill, áreas onde os círculos proliferam, é uma verdadeira meca da ufologia. O enigmático desenho que, assim como os demais, apareceu da noite para o dia é considerado por muitos mensagem enviada por civilizações extraterrestres que visitam a Terra em naves espaciais e deixam essas marcas. Em forma labiríntica e circular, podem chegar ao tamanho de dois campos de futebol. Outros, entretanto, apostam que os desenhos são feitos por pessoas ágeis e habilidosas com tábuas de madeira e cordas que, na calada da noite, transformam um campo de trigo, milho, centeio ou cevada em obra de arte.

É tudo muito intrigante. Numa sociedade ávida por minutos de fama, por que alguém abandonaria uma obra cujas fotos percorrem o mundo e poderiam render entrevistas e dinheiro? E se fossem mesmo ETs, por que prefeririam a Inglaterra, país que concentra 90% das marcas e onde 200 novas formações aparecem por ano? A única certeza é que os crops circles, esta espécie de grafite agrário, são confeccionados em proporções matemáticas perfeitas. “Todos são feitos pelo homem”, disse à ISTOÉ o inglês John Lundberg, fundador de um grupo que resolveu mostrar como se fazem esses círculos. Circle maker há 20 anos, ele já fez centenas em várias partes do mundo. A iniciativa de Lundberg e sua turma é vista como heresia por estudiosos de óvnis. “O propósito deles é esculhambar uma coisa séria”, reclama o brasileiro A. J. Gevaerd, editor da revista “UFO” e um dos ufólogos mais respeitados do mundo. “Por que alguém pode querer sabotar mensagens de inteligência tão avançada?”, questiona.

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NO BRASIL
Em Ipuaçu (SC), as marcas apareceram em 2008 e 2009 e
colocaram a cidade na rota do turismo ufológico

Mas que tipo de mensagem uma inteligência tão avançada tentaria nos comunicar com uma porção de círculos sobrepostos? “Números sagrados”, diz Gevaerd. “Às vezes, significam datas, como 21 de dezembro de 2012. É o fim do calendário maia.” O astrônomo americano Seth Shostak, um dos coordenadores do programa Seti (sigla em inglês para busca de inteligência extraterrestre) – que há 50 anos investiga a possível existência de vida fora da Terra –, disse à ISTOÉ que os círculos têm origem humana. “Será que seres do espaço viajam um longo caminho só para esculpir uma mensagem que vai desaparecer em poucos dias?”, pergunta. “Seria uma forma louca de se comunicar.” Segundo Shostak, as obras são lindas, mas não há nenhuma razão para supor que elas sejam criadas por qualquer outro ser que não os humanos. Gevaerd defende que é possível saber se os círculos são “legítimos”. Quando não são, diz ele, as plantas amassadas morrem. Já Lundberg rebate com o argumento de que o tempo de duração das plantas varia de acordo com o período da colheita em que as marcas são feitas, e não com o fato de o desenho ter sido feito por pessoas.

No Brasil, a pequena cidade de Ipuaçu (SC), de sete mil habitantes, ganhou fama em novembro de 2008 quando dois círculos de aproximadamente 20 metros de diâmetro cada um apareceram a 200 metros do perímetro urbano. Um ano depois, o fenômeno se repetiu e colocou Ipuaçu na rota do turismo ufológico. Foi a primeira aparição dos crop circles no País. “A cidade mudou muito, veio até gente da Índia aqui”, conta Emerson Pedro Bazi, secretário de administração do município. Este ano, o encontro nacional de ufologia foi realizado lá. Com o avanço do turismo ufológico, a cidade começou a crescer. Seu primeiro hotel está em construção e deve ser inaugurado até o fim do ano. No dia seguinte ao surgimento dos primeiros círculos brasileiros, Gevaerd já estava no local. Ele não duvida que os círculos de Santa Catarina foram feitos por seres do espaço. “As figuras são idênticas às que foram vistas no princípio do fenômeno na Inglaterra. O Brasil entrou na rota das mensagens inteligentes”, acredita ele.

Do embate travado entre os que acreditam que os crop circles são feitos por ETs e os circle makers, que reivindicam a autoria de todas as obras, o mais curioso é que um grupo precisa do outro. Porque sem o mistério que paira em torno dos círculos e de suas possíveis origens extraterrenas talvez ninguém estivesse prestando atenção aos desenhos. E as marcas, em contrapartida, alimentam a fé e rendem dividendos turísticos. Um círculo gira o outro.

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