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DE SÃO PAULO
Vários países árabes atraem a atenção do mundo no início deste ano devido à onda de revoltas que se espalha pela região. Saiba mais sobre outros aspectos da cultura árabe.
ATORES
Omar Sharif (Egito, 1932). Nascido Michel Demitri Shalhoub, o ator mudou o nome quando se converteu ao islã. Famoso por “Lawrence da Arábia” e “Doutor Jivago”
Lefteris Pitarakis/AP
O ator egípcio Omar Sharif gesticula durante entrevista em Cairo, capital do Egito
Saïd Taghmaoui (França, 1973). Ator franco-marroquino, atuou na série “Lost”. Trabalhou em muitos filmes franceses e norte-americanos
CANTORES
Fairuz (1935). Nascida no Líbano, é uma das mais famosas cantoras árabes. Misturou instrumentação árabe e música européia e gravou canções tradicionais
Khaled Hadj Ibrahim (1960). Cantor e compositor argelino. Suas canções mais famosas são “Aïcha” and “Didi”. Ganhou vários prêmios internacionais
Oum Kalsoum (1904-1975). Cantora egípcia de sucesso internacional, ganhou um museu em sua homenagem em 2001
NOVELAS
Novelas egípcias. Fazem sucesso em todo o mundo árabe. Usam atores bonitos e abordam temas contemporâneos (liberdade, amor, religião). Criticadas pelos conservadores
BANDEIRAS
A bandeira do Império Otomano era vermelha, com uma crescente e uma estrela de cinco pontos. Povos que por muito tempo ficaram submetidos aos otomanos adotaram bandeiras com a cor verde (Arábia, Argélia, Líbia) ou combinaram o vermelho com preto, branco e verde (Iraque, Jordânia, Síria, Sudão, Kuait, Emirados Árabes)
ESCRITA
Segundo alfabeto mais usado no mundo, é escrito da direita para a esquerda.
ARQUITETURA
Destaque para as mesquitas, madrasas, palácios e mausoléus. A principal característica são as colunas esguias, os arcos em ferradura, cúpulas, decoração com mosaicos e arabescos
ANIMAIS
Os mais conhecidos são os camelos e dromedários. O camelo tem duas corcovas e está presente na Ásia, enquanto o dromedário possui apenas uma corcova e é encontrado na África e no Oriente Médio. Outros animais de forte conotação cultural são as aves de rapina (força e poder), os antílopes e gazelas (graça e beleza), as raposas e as cobras
Peter Andrews/Reuters
Camelos, um dos animais mais conhecidos do mundo árabe descansam perto das pirâmides de Giza, no Egito
NÚMEROS
Os algarismos indoarábicos foram criados no vale do Indo e desenvolvidos pelos matemáticos árabes. A grande inovação desse sistema é a introdução do zero
ETIQUETA
Jamais use a mão esquerda para cumprimentar, comer, dar ou receber presentes: é impura. É falta de educação ir direto ao assunto: árabes falam de amenidades antes de abordar o assunto. É importante perguntar pelos parentes do interlocutor. Se for questionado, dê respostas sucintas e objetivas
COMIDA
Engloba culinárias que vão do Marrocos ao Iraque. Privilegiam carnes de cordeiro e frango, laticínios, trigo, arroz, lentilhas, pepino, beringela, tâmara, figo, romã, amêndoa, mel, pistache e gergelim
À MESA
Servir aos convidados o que o anfitrião tem de melhor é tradição em todo o mundo árabe. A melhor maneira de elogiar a comida é comendo, mas sem exagero. Não é de bom tom perguntar a receita. Nos restaurantes, é deselegante fazer cálculos na hora de pagar a conta. Em geral alguém paga a conta de todo mundo
ESPAÇO
O espaço público não é de ninguém: empurrões e encontrões na rua são constantes. No interior das casas, os árabes gostam de ter um espaço muito maior que os europeus, mas sem divisórias, pois não gostam de ficar sozinhos. Para conversar, é importante olhar para o interlocutor
ODORES
Avicena descobriu o método de destilação a vapor para obter a essência de rosas, tornando a água de rosas um perfume muito popular na Europa medieval. A água de flor de laranjeira também é obtida por meio da destilação a vapor. É usada com fins terapêuticos e culinários (em doces e salgados)
FUTEBOL
Mohammed Abou Trika (1978). Atacante egípcio, joga pelo Al-Ahly. Disputou os dois últimos Campeonatos Mundiais de Clubes da Fifa pelo Al-Ahly, sendo que em 2006 levou sua equipe ao terceiro lugar
Marouane Chamakh (1984). Atacante franco-marroquino, joga pelo Arsenal. Revelado pelo Bordeaux, ajudou a equipe a conquistar o título francês na temporada 2008-2009
Eddie Keogh/Reuters
O jogador franco-marroquino Marouane Chamakh comemora seu gol pelo time inglês Arsenal em Londres
ATLETISMO
Said Aouita (1959). Corredor marroquino, conquistou a medalha de ouro nos 5.000 metros na Olimpíada de Los Angeles (1984) e os campeonatos mundiais de Roma (1987), nos 5.000 metros, e Budapeste, em 1989, nos 3.000 metros
Hicham El Guerrouj (1974). Corredor marroquino, conquistou medalhas de ouro nos 1.500 e 5.000 metros na Olimpíada de Atenas (2004) e nos 1.500 metros nos campeonatos mundiais de 1997, 1999, 2001 e 2003
FILÓSOFOS
Al Farabi (870-950). Estudou em Bagdá, viveu na Síria e no Egito. Influenciado por Platão e Artistóteles, formulou com clareza a distinção entre essência e existência. Também foi um teórico da música
Averróis (1126-1198). Filósofo da Espanha muçulmana, foi um dos maiores comentadores de Aristóteles, influenciou São Tomás de Aquino. Escreveu “Discurso Decisivo” e “Exposição sobre a Substância do Orbe”
Avicena (980-1037). Filósofo e médico, influenciou Duns Escoto, Alberto Magno e São Tomás. Seu “Cânone” de medicina foi usado na Europa até o século 18. Escreveu “A Origem e o Retorno”
LIVROS
“As Mil e uma Noites” – A mais famosa obra da literatura árabe é uma compilação de contos de diversas origens e elaborados ao longo de séculos. O primeiro tradutor europeu da obra incorporou à obra os contos de “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa” e o de “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”, que aparentemente não formavam parte do manuscrito principal
Naguib Mahfouz (1911-2006). Escritor egípcio, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 1988. Escreveu “O Palácio do Desejo” e “O Jardim do Passado”
Yasmina Khadra (1955). Escritor argelino, seu nome é Mohammed Moulessehoul. Adotou um pseudônimo feminino para burlar a censura. Escreveu “As Andorinhas de Cabul” e “As Sirenas de Bagdá”
Fontes: Edward Hall, “A Dimensão Oculta”, editora Martins Fontes; Sonia Corazza, “Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros”, editora Senac; Fonte: Michel Pastoureau, “Dicionário das Cores do Nosso Tempo”, editorial Estampa