Profetas e líderes religiosos culpam “estilo de vida gay” e “iniquidade da nação”
Pouco tempo após a passagem do Furacão Harvey sobre o sul dos Estados Unidos, o Furacão Irma, atinge o Caribe e deve subir pela costa leste norte-americana, chegando à capital Washington. A expectativa de grande destruição tem gerado muita apreensão, uma vez que a tempestade tem o tamanho aproximado da França, sendo o maior já registrado na história do Oceano Atlântico.
Ao atingir as ilhas caribenhas nessa madrugada já fez um grande estrago, com ventos a mais de 295 km/hora. As autoridades de Antigua e Barbuda emitiram um comunicado pedindo que as pessoas ficassem em casa, que termina com uma declaração incomum: “Que Deus nos proteja”.
A associação do furacão com a divindade também tem feito diversos pastores se pronunciarem.
Um deles é Rick Joyner, fundador e diretor do Ministério MorningStar, é um dos maiores proponentes das ideias de uma geração de “superprofetas e restauradores dos tempos finais”.
Após grandes catástrofes naturais ele faz questão de se posicionar, quase sempre atribuindo os acontecimentos a uma maneira de trazer o juízo de Deus sobre a Terra. Foi assim com o terremoto que devastou o Japão, em 2012.
Esta semana, ele foi ao programa do pastor Jim Bakker, na TV americana, para falar sobre sinais do fim e declarou que o furacão Harvey foi, sim, o julgamento de Deus sobre a cidade de Houston. Bakker e Joyner lembraram da perseguição que pastores daquela cidade sofreram por pregarem contra a homossexualidade.
Para o profeta Joyner, esses furacões nada têm a ver com a mudança climática, pois “o verdadeiro problema com o clima e tudo o mais neste mundo tem a ver com o pecado e a maldade. A terra toda clama por causa do derramamento de sangue inocente. Isso faz mais mal que o despejo de CO² ou qualquer coisa assim”.
Ele entende que é uma manifestação de ira contra a iniquidade da nação.
Bakker respondeu ter sentido que os furacões que vieram após o eclipse solar sobre os EUA são “julgamento de Deus sobre a América”. Em seguida, Joyner concordou, observando que “esse tipo de coisa não acontece por acidente”, passando a fazer correlação com grandes furacões recentes, como Sandy – de 2012 – e o Katrina – de 2005 – o mais forte da história.
Para o profeta, os últimos grandes desastres ocorreram em lugares que realizam festivais chamados de “Dia da Decadência”, mas não explicou o que isso significa. Resumiu dizendo que não era coincidência. Aproveitou para dar um recado aos cristãos: “Temos que nos defender da perversão dos nossos tempos”
.Joyner e Bakker não são os únicos que pensam assim. O debate sobre isso vem chamando atenção até da mídia secular. A revista Newsweek deu espaço para a controvérsia e ouviu pastores que concordam e que discordam com essa perspectiva teológica.
O pastor Kevin Swanson gerou grande polêmica ao dizer em seu programa de rádio que a destruição de Houston pelo furacão foi um castigo pela cidade defender abertamente a agenda LGBT e ter eleito uma prefeita lésbica. Ele insiste que esse é um chamado ao arrependimento nacional.
Já o pastor Kevin Brown discorda, dizendo que não faz sentido Deus destruir apenas uma cidade ou região por algo que ocorre em várias partes do país.
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