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Dai aos Gays o que é dos Gays e a Deus o que é de Deus

Carlos Moreira

Introdução

Na última quinta-feira, através da publicação da revista Veja, nos deparamos com os detalhes da decisão inédita do Supremo Tribunal Federal sobre duas matérias de suma importância para o povo brasileiro.

No julgamento da primeira ação, proposta pelo governo do Rio, o STF reconheceu que as uniões homoafetivas – casais do mesmo sexo – passam a ter os mesmos direitos das uniões de casais heterossexuais. “O objetivo é que os servidores tenham assegurados benefícios como previdência, concessão de assistência médica e licença”.

A segunda ação dizia respeito a uma petição da Procuradoria-Geral da República. Ela reclamava “além do reconhecimento dos direitos civis de pessoas do mesmo sexo, declarar que uma união entre estas pessoas é uma entidade familiar”. Essa decisão, na prática, permite que tais casais possam, por exemplo, adotar filhos ou pleitear que seus relacionamentos sejam convertidos em casamentos.

Polêmicas a parte, pois após a decisão veio de imediato uma reação política quanto à competência do STF de tratar questões que deveriam ser, prioritariamente, conduzidas pelo Congresso Nacional, o que está diante de nossos olhos é o prenúncio de profundas mudanças que se estabelecerão no cenário sócio-cultural-religioso de nosso país.

Colocados estes pontos, surge à questão central da qual trata este artigo: “e nós, na condição de cristãos que somos, como devemos nos posicionar frente a estas decisões?”.

Instâncias de Poder na Época de Jesus

Antes de qualquer consideração, quero trazer-lhe uma porção das Escrituras: “Ele lhes disse: “Portanto, dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” Lc. 20:25. Para que você possa discernir a profundidade e as implicações da resposta de Jesus, é fundamental compreender as funções de duas instâncias político-religiosas da nação de Israel em Seu tempo: o Rei e o Sinédrio.

Desde o ano 4 a.C a Galiléia era governada por Herodes Antipas, que reinou até o ano 39 d.C. Ele era um déspota, dono absoluto de tudo, homem que não devia e não prestava contas a ninguém, além de não possuir ética alguma, contudo, por pertencer a uma linhagem “real”, era temido e aceito pela grande maioria do povo como autoridade política. Mas, na realidade, quem governava de fato a Palestina, desde 63 a.C., eram os romanos. De fato, Herodes era só uma marionete nas mãos do império, um “inocente” útil, uma figura caricata, aparentava ter poder, mas, na verdade, fazia apenas o que lhe era ordenado.

O Sinédrio, por outro lado, e de forma bem diferente, representava o supremo tribunal dos judeus em Jerusalém, uma espécie de senado, e sua influência se estendia tanto a Judéia quanto a Galiléia, além de possuir o controle do Templo. Sua função primordial era julgar assuntos da Lei quando surgia algum tipo de discórdia e sua decisão era final, não cabendo qualquer apelação. O Sinédrio era composto por 71 membros, sendo a grande maioria pertencente ao partido dos Saduceus, os quais representavam o poder, a nobreza e a riqueza.

Voltemos ao texto. Se você for ler todo o capítulo, perceberá que a discussão de Jesus é com mestres da Lei, sacerdotes e líderes religiosos. Eles queriam apanhar Jesus em algum tipo de contradição, fato que seria suficiente para levá-lo diante do Sinédrio (instância religiosa). Por outro lado, se ele cometesse algum tipo de transgressão civil, como um motim, poderia ser levado ao rei Herodes (instância política) e este, por sua vez, o encaminharia para ser julgado pela autoridade romana competente, no caso, Pilatos.

Mas a armadilha não funcionou. A resposta de Jesus deixou todo mundo de “calça curta”, foi um verdadeiro “xeque-mate”: “dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus“. Nela nem se podia encontrar violação contra o império, nem muito menos transgressão religiosa. A questão aqui é: Jesus ficou em cima do muro? Tendo sido ousado em tantas outras questões, “amarelou” nesta?

Eu sempre achei curioso o fato de Jesus não entrar no tema em si, de não questionar se o imposto era certo ou errado, justo ou injusto, devido ou não, se seu destino era para realizar o bem ou apenas para servir de instrumento de enriquecimento ilícito de uns poucos. Na verdade, Jesus fez uma dicotomia perfeita: separou a instância política dos preceitos da religião, e mesmo assim não deixou de pontuar o que era concernente ao Reino de Deus; pôs cada coisa em seu devido lugar!

O Estado Moderno e a Igreja

Como devemos nos posicionar quanto às decisões do STF? Bem, antes de dizer o que penso, deixe-me trazer uma questão conceitual importante sobre a diferença que há entre o poder do Estado e o “poder” da Igreja.

Citando Gustavo Biscaia de Lacerda, Mestre em Sociologia Política pela Universidade Federal do Paraná, “a separação entre a Igreja e o Estado é um dos princípios basilares do Estado brasileiro e, na verdade, do moderno Estado de Direito. Embora em um primeiro instante pareça que ele refere-se apenas à impossibilidade de o Estado não professar nenhuma fé, ele tem outras aplicações. A separação entre Igreja e Estado não é apenas um princípio negativo, que veda ao Estado a profissão de fé ou à Igreja de intrometer-se nos assuntos estatais; na verdade, o que ele consagra é a laicidade nas questões públicas, no sentido de que não se faz – não se deve fazer – referência a religiões ao tratar-se das questões coletivas”.

“Traduzindo em miúdos”, no Brasil, desde a constituição de 1.891, Igreja e Estado são instituições separadas, que possuem suas próprias leis e jurisdições, e que não podem interferir uma nas ações da outra.

Eu estou certo de que nós teremos muitos protestos, em todo o país, quanto a estas decisões polêmica do STF. Várias instituições religiosas, tanto católicas quanto protestantes, se manifestarão contundentemente de forma contrária. Meu pensamento, todavia, é diferente, e aqui falo por mim mesmo, não sendo representante de nada nem de ninguém a não ser de minha própria consciência.

Parte do texto da ação impetrada pelo governo do Rio de Janeiro diz o seguinte: “… Não reconhecer essas uniões contraria princípios constitucionais como o direito à igualdade e à liberdade, além de ferir o princípio da dignidade da pessoa humana”.

Conclusão

Para mim, há duas formas de um cristão se posicionar frente a estas questões. A primeira é reconhecer o direito do Estado de fazer cumprir as leis, de agir de forma justa quanto à coletividade, de buscar o bem comum independentemente de raça, credo, cor, orientação sexual, ou qualquer outra questão que produza diferenciação, exclusão ou acepção.

Se você me perguntar se eu acho que os gays têm direito a dignidade, direito a receber benefícios aos quais, mediante a lei, façam jus, direito a ser tratados com equidade, eu lhes direi que sim, pois penso ser esta uma questão de Estado e que nos remete ao princípio inalienável da dignidade humana. O fato de discordar da forma como vivem do ponto de vista de sua orientação sexual não é motivo para desejar privá-los de seus direitos civis. E mais, acho que eles possuem os mesmos direitos dos adúlteros, dos mentirosos, dos facciosos, dos sonegadores do imposto de renda, dos avarentos, dos egoístas, dos jactanciosos e dos fofoqueiros. Fico por aqui para não ter de citar a lista de todos os pecados que cometemos, eu e você…

A segunda forma de responder a estas questões me retira do âmbito do Estado e me coloca dentro da “jurisdição” do Reino de Deus. Por esta perspectiva, se você me perguntar se um casal gay pode ser considerado uma “entidade familiar” eu lhe direi que não, pois isto fere um princípio das Escrituras onde Deus estabelece a família como sendo a união entre um homem e uma mulher. Ainda assim, terei de acatar a decisão do Estado, por ser ela de caráter civil, e por ser o Estado laico, mas dou-me ao direito de, na Igreja, pensar de forma diferente, não estabelecendo assim tal decisão como parâmetro ou padrão para a comunidade de fé.

E mais, sendo eu partícipe de uma sociedade democrática, dou-me ao direito de expor meu pensamento de que o Estado pode ir até certo ponto e de que o Evangelho, encarnado em Jesus, vai a partir de então, pois, sendo confrontados um contra o outro quanto a princípios estabelecidos nas Escrituras, “seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso” uma vez que “importa agradar primeiramente a Deus, e não aos homens”. Se esta conta ficar cara, e me cercear meu direito de liberdade, de exercício ministerial, gerar perseguição, ou seja lá o que for, terei uma grande oportunidade de provar qual a natureza, significado e propósito de minha fé.

Assim, resumindo, eu diria o seguinte: “daí aos gays o que é dos gays e a Deus o que é de Deus”. Não deixarei de pregar que o padrão das Sagradas Escrituras para a sexualidade humana é a união entre homem e mulher, mas também não permitirei que minha consciência seja cauterizada pela caducidade da “letra” que mata em detrimento do Espírito do Evangelho, não me darei ao desplante de “coar mosquitos e engolir camelos”, não distorcerei a justiça sendo tendencioso por causa de questões que a Igreja condena, não ficarei cego quando o assunto tratar do que é justo quanto à dignidade humana em razão de preconceitos religiosos, pois fui chamado para ser portador da Graça, não do juízo, quero anunciar a Salvação, não a condenação, ser instrumento do Amor, não do ódio. Quem achar ruim, que vá fazer piquete na rua!

Carlos Moreira é culpado por tudo o que escreve. Ele posta aqui, no Genizah, e também na Nova Cristandade.

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27-5-16-a 006

 Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Genizah entrevista o Arcebispo William Mikler

William Mikler reside nos EUA, na Flórida, e é responsável pelo Apostolado para as Nações, um programa que envolve missões de evangelismo e ensino em mais de 40 nações do mundo.

O arcebispo é ainda Reitor da Abadia St. Johns. A CHRISTIAN COMMUNION INTERNATIONAL é uma denominação que está presente em vários países do mundo, inclusive no Brasil (www.ciceb.com.br). Tem suas tradições calcadas no cristianismo Celta e no Anglicanismo histórico e faz parte do Movimento de Convergência iniciado na década de 1970, o qual busca harmonizar as correntes litúrgica, sacramental, carismática e evangélica da Igreja.

Nesta entrevista exclusiva com o arcebispo Mikler, o Almanaque Genizah foi representado pelo seu co-editor Carlos Moreira.

[Genizah] Como o Sr. vê a crise na qual ambas as igrejas, a Americana e a Brasileira, estão hoje mergulhadas?
Posso observar este problema através de duas lentes: a da igreja e a da Palavra de Deus. A igreja é sal da terra e luz do mundo, e acredito que, apesar dos problemas sérios que  o homem pecador cria por si mesmo, a solução deles em nossos países fica nas mãos da igreja.
Na minha opinião a falta principal da igreja em ambos os países está enraizada no mal entendimento das questões pertinentes ao reino de Deus. Jesus Cristo é Deus Encarnado e é o Criador de toda criação, Redentor único do ser humano, e Rei sobre todas as coisas. O seu evangelho se aplica às realidades totais da criação, redenção e a governança de todos os tipos de deveres humanos (sejam do indivíduo, da família, da igreja, do governo civil, dos negócios, etc.).
Temos limitado, em ambos os países, a aplicação do Evangelho à vida total do povo e também ao planeta. Temos o “evangelho social” que alimenta o corpo, mas não alimenta a alma. Temos o “evangelho gnóstico” que prega o Verbo, mas não alimenta o corpo. (No seu encontro com o diabo, Jesus ensinou que  o homem precisa de pão e de Verbo para viver.)
Pregamos a Grande Comissão (Mateus 28:18-20), mas esquecemos a Primeira Comissão em que Deus mandou o homem casar-se, ter filhos, desenvolver e proteger a terra (Genesis 1:26-30). Pregamos sobre ofertas de um ponto de vista “mágico”, como é o caso da teologia da prosperidade (dar dizimo, ofertas, etc.), mas negamo-nos a ensinar (ou aprender) que o trabalho é algo essencial — seis dias na semana— ele sim é fundamental a geração de prosperidade.

O “evangelho social” alimenta o corpo, mas não alimenta a alma. O  “evangelho gnóstico” prega o Verbo, mas não alimenta o corpo.

Em suma, esquecemos que a Igreja é uma polis, uma cidade com povo, uma instituição, possui muros, portões, templo, governança, a luz de Cristo, e a presença de Deus. Transformamos a igreja num clube de teologia / filosofia, entretenimento, ou escapismo social.
Nosso destino é reinar sobre a terra, e a falta de entendimento deste destino resulta na entrega da liderança da terra aos ímpios. Quem não sabe para onde está indo, logo chega em lugar nenhum. Precisamos, em ambos os países, entender melhor sobre o Reino de Deus e os seus deveres, sobre a aplicação dos mesmos em cada setor de vida.
[Genizah] O Sr. acha que existe algum ponto em comum entre a situação encontrada no Brasil e nos EUA?
Nossos países e povos têm muitíssimo em comum. Herdamos responsabilidades para desenvolver, como despenseiros apontados por Deus, as riquezas das Américas pelo nosso bem e pelo bem do mundo. Somos também povos com herança cristã (o Brasil, católica romana, e os EUA, protestante). Somos povos com raízes de várias partes do mundo, experimentando o nacionalismo além dos países de origens. Nunca me sinto estrangeiro quando estou no Brasil, e em geral os Brasileiros são bem recebidos nos Estados Unidos. (Se a nossa seleção não se sai muito bem na Copa do Mundo — que é o que geralmente acontece — a maioria dos americanos torce pela seleção brasileira. Ela é o nosso time — time das Américas na sua totalidade. Temos igrejas fortes (e fracas!) e temos também “carga” missionária. Possuímos pensadores importantes.
A respeito das diferenças, elas são, ideologicamente, complementares. Mas o ponto que temos em comum é entender e aplicar aquilo que falei acima, o Reino de Deus. Essa deve ser nossa prioridade e dever. Meus irmãos na fé tanto da África quanto da Europa e Ásia têm as mesmas necessidades. O Reino de Deus pertence a todo povo de Deus, em cada lugar em que ele se encontra.
[Genizah] Como hoje nos Estados Unidos a verdadeira Igreja de Jesus Cristo tem combatido os desvios encontrados na pregação do Evangelho?


Apesar de nossas divisões profundas  — divisões que tem raízes nas denominações (e não-denominações) do mundo cristão, as quais muitas vezes têm raízes em várias nacionalidades diferentes — acredito que cada dia mais cristãos estão se identificando com o que está dito no Credo Niceno, que somos “uma igreja santa, católica [universal] e apostólica.”
A unidade da igreja, calcada na sua santidade, nos seus aspectos de universalidade, e na missão comum fica evidente nas celebrações dominicais. Mas, nos dias da semana, enquanto o povo de Deus trabalha e interage com outros — parece que este aspecto do ser igreja se perde, se dilui.

Apologética é por demais acadêmica, com batalhas sem fim entre os academicistas que gostam de lutar “guerras do passado”. Protestantes vs Católicos, Luteranos vs Calvinistas, Tradicionais vs Pentecostais, etc.

Quando a união é mais saudável, ela revela a unidade da fé de forma profunda, e não apenas algo superficial ou teórico na igreja. O conteúdo da fé — a sua mensagem e missão, como são revelados na Santa Bíblia e compartilhados na comunhão do santo povo de Deus — é aquilo que nos reúne e mobiliza. A verdade trabalha no contexto da comunhão dos cristãos. É fato que mais e mais cristãos estão comungando e trabalhando em conjunto. Estou de viagem (se Deus permitir) para Uganda, com desafios quanto ao ensino. Fui convidado por um teólogo presbiteriano para um projeto de evangelização desenhado pelo arcebispo da Igreja de Uganda (Anglicana) que, intrigantemente, comporta tanto anglicanos como pentecostais.  A igreja verdadeira está, cada dia mais, encontrando seu papel. Mas a jornada de união é longa. Mas há algo positivo: já estamos de pé e a caminho.

Outra coisa importante: a maioria das igrejas de hoje está localizada abaixo do equador e além da America do Norte e Europa Ocidental. A igreja projetando-se para fora dos antigos centros, o que perdurou durante os ultimas 250 anos, está nos ensinando muito aqui nos EUA. Este tipo de comunhão mais ampla é algo muito saudável para nós.
[Genizah] O Sr. acha que a apologética em nossos dias caiu em desuso? A Igreja desaprendeu a fazer teologia?


São duas questões aqui. Vou tentar responder às duas.
(1) Apologética. Há problemas com: (a) a forma de se fazer apologética; (b) as dimensões onde ela deva ser praticada; e (c) a sua incapacidade de exprimir tudo o que é necessário para o testemunho cristão.
a) A forma de apologética é por demais acadêmica, com batalhas sem fim entre os academicistas que gostam de lutar as “guerras do passado”. Protestantes versus Católicos, Luteranos versus Calvinistas, Evangélicos tradicionais versus Pentecostais, etc. A maioria dos crentes não está enfrentando as batalhas experienciadas pelos acadêmicos. Tão pouco os incrédulos se afligem com os temas que motivam debates entre professores e teólogos. A forma de apologética precisa se adaptar às realidades do cotidiano do povo de Deus e também da sociedade.
b)  A apologética precisa ser trazida para a esfera da vivência cotidiana, da realidade familiar, da economia, política, trabalho, etc. Deve estar conectada com os desafios da comunidade, mas também das questões mais amplas da nação, da ciência, da política, etc. Ou seja, o mundo real. Deus se tornou carne para se envolver na realidade que Ele criou. A apologética tradicional é como um balão sendo empurrado pelo vento, não é algo sólido que ajuda as pessoas nas suas realidades, nos seus desafios e dramas. Temos de trazer a apologética para o mundo real, retirá-la do território acadêmico, onde, de fato, está nos dias atuais.
c) Outra coisa é o seguinte: apologética é algo ligado à defesa da fé. Mas quando focalizamos somente a defesa da fé, esquecemos de avançar para estendermos os domínios da fé. Precisamos de uma nova disciplina, algo que eu chamo a apostólica. A apostólica não focaliza a defesa, mas sim a ofensiva. Jesus não enviou os onze (Mateus 28:18-20) com uma missão defensiva, mas sim ofensiva! A respeito deste assunto, acredito que o cristão brasileiro é bem mais dado à apostólica do que o cristão americano. A igreja dos EUA tem muito a aprender com a  igreja brasileira neste quesito particular.

Apologética é defesa da fé. Precisamos de uma nova disciplina, algo que eu chamo a apostólica. A apostólica não focaliza a defesa, mas sim a ofensiva. Jesus não enviou os onze (Mateus 28:18-20) com uma missão defensiva, mas sim ofensiva!

(2) Teologia. Sem dúvida, temos desaprendido de como se faz teologia. Igreja tornou-se um lugar de “Oba-Oba” e isto acontece em ambos os nossos países. É a Igreja Show, ela não produz discípulos. A Igreja de Geria não proclama o verdadeiro Evangelho. Neste caso, para que então produzir teologia? Ela servirá apenas como teoria para alimentar um clube social, ou acadêmico, ou filosófico. Por isso, trona-se algo dispensável. Temos de acabar com isso! O que é preciso é o Verbo de Deus, pregado e entendido na comunhão dos verdadeiros irmãos e irmãs, aplicado no contexto das realidades vigentes, afirmado pelo testemunho da igreja histórica, conformado aos ensinos e deveres do Reino de Deus. Discipulado não é uma opção! É obrigação! Mas não pode ser feito fora do que a Palavra de Deus ensina e demonstra; ou seja, é algo que precisa ser realizado por irmãos e irmãs qualificados, líderes preparados para atuar neste campo. Algo que tem nos encorajado nesses dias é à volta à Bíblia e a procura cada vez maior de pessoas em busca de entender melhor a fé.

A igreja  já é global. A internet tornou possível a comunicação, interação, e mobilização entre irmãos, algo que antes não era possível.

[Genizah] Como o Sr. vê o uso de ferramentas na internet, como os blogs e sites, por exemplo, para ajudar fiéis na admoestação e no ensino?
As ferramentas têm um potencial enorme. Mas elas dependem muito de quem as opera. Aquilo que é bom, faz bem; mas o ímpio faz o mal. E neste particular, temos muito de ambos, sobretudo aqui nos EUA. Contudo, para a igreja em geral, vejo como algo positivo. A igreja universal já é global.

A internet tornou possível a comunicação, interação, e mobilização entre irmãos, algo que antes não era possível. Ensino, comunhão, pesquisa, admoestação e comunicações – superficiais e profundas – criação e gerência de projetos, dentre outras coisas são avanços trazidos pela internet. Cada dia mais Jesus está convertendo esta ferramenta aos seus propósitos. Hoje, por exemplo, podemos promover aulas (tanto no ensino médio e fundamental, quanto nas universidades, ou até mesmo nas igrejas) através da internet. Este é um tipo de treinamento que antes não existia nem na imaginação, mas agora tornou-se realidade! Que Deus nos abençoe e ajude a aproveitar esta ferramenta para Sua glória e para nosso bem!

Se pudesse usar uma frase para defini-los, diria que nos dias de hoje, o próprio Lutero teria se servido do Genizah para “pregar” as suas teses no blog se ele tivesse essa oportunidade.

[Genizah]  Seus pensamentos finais.
Sou muito grato por essa oportunidade concedida pelo Genizah para poder tratar de questões que penso são relevantes nos nossos países. Quero congratular-me com o sucesso que vocês têm obtido neste campo específico.  Que Deus continue abençoando toda a equipe envolvida – escritores, editores, pessoal técnico e de apoio administrativo. Se pudesse usar uma frase para defini-los, diria que nos dias de hoje, o próprio Lutero teria se servido do Genizah para “pregar” as suas teses no blog se ele tivesse essa oportunidade. Desta forma, estou muito Grato a Deus por mais esta “porta” que se abre no presente e se projeta para o futuro da pregação e defesa da fé.

Genizah

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27-5-16-a 006Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Silas Malafaia chama pastores de IDIOTAS!

 

Sempre na dúvida se é um idiota ou um cafetão

Em entrevista a Revista Igreja de novembro de 2010 o pastor financista Silas Malafaia chamou os pastores que não pregam a teologia de prosperidade de IDIOTAS que deveriam perder a credencial e voltar a ser membro para aprender as Escrituras.

Veja a seguir

Revista Igreja: O senhor está sendo duramente criticado pelo setor mais conservador (sic) da igreja por causa da teologia da prosperidade pregada por alguns convidados de seu programa, como Morris Cerrullo e Mike Murdock. Como o senhor responde a estas criticas de que a teologia da prosperidade não tem base bíblica e é uma heresia?

Silas Malafaia: Primeiro quem fala isto é um idiota! Desculpe a expressão, mas comigo não tem colher de chá! Por que quando é membro eu quebro um galho, mas pastor não: é um idiota. Deveria até mesmo entregar a credencial e voltar a ser membro e aprender. Para começar não sabe nada de teologia, muito menos de prosperidade. Existe uma confusão e um radicalismo, e todo radicalismo não presta. […]

A seguir Malafaia segue com sua explicação habitual tratando de crentes que se gloriam da auto comiseração e outras ladainhas e novamente bate nos pastores que discordam de sua teologia:

Silas Malafaia: Finanças é um dos maiores assuntos da Bíblia. Quando chega nesta parte, muitos pastores, as vezes porque ele mesmo não dá dizimo e nem oferta e, portanto não tem autoridade para falar do assunto , querem bater em quem fala.

Nenhuma novidade aqui. Silas já disse no passado coisa pior. Afirmou que quem não semeia em suas campanhas e verifica os resultados não pode falar nada. Ou como já disse outro blogueiro, devemos pagar pelo direito de criticar o Malafaia

Já em relação aos impropérios dirigidos aos pastores não alinhados com a teologia de Mamon, Silas Malafaia já chamou seus críticos (pastores e blogueiros), de viva voz e pela TV de: safados, bandidos, negos enrolados (sic), invejosos e outros mimos. Já fez isto quatro vezes!

Agora, ele chama de idiotas qualquer um que não concorde com o seu “Gizuz” corretor de valores e seu “deus de monopólio celestial”. Portanto a coisa é esta:

Ou você crê em um Deus que governa, sustenta seus filhos, é justo e que concebeu um projeto de salvação, amor e justiça para a humanidade; ou você acredita neste financista que morreu na cruz para que todos tenham a sua BMW e que hoje come na mão de gente como Murdock e Cerrullo feitos seus profetas e garçons a servir unções maravilhosas a quem semeia em suas contas correntes.

Silas Malafaia: Morris Cerrullo é o maior ministério evangélico do mundo. Ele tem 79 anos e é um profeta. Ele é um dos nomes mais respeitados do mundo. Um homem que tem uma palavra profética poderosa e que acredita na benção da prosperidade.

Murdock é diretor do Centro da Sabedoria em Dallas. Um homem conselheiro de governos, executivos, donos de mega negócios, um homem de vive o que fala.


A batata do Malafaia tá assando

Eu só tenho uma pergunta a fazer a este deus da prosperidade: O que Malafaia, Cerrullo e Murdock têm que Jeremias, Jonas e João Batista não tinham para, em sendo igualmente profetas, tendo dado tudo de si, terem vivido em indesejável pobreza e grande perseguição, enquanto os novos profetas, fazendo tão menos, vivem como nababos? Foi falta de fé dos profetas antigos ou eles não pagavam o dizimo?

Mas Malafaia é sincero quando chama seus críticos de idiotas. Pela sua justificativa que coloca os contrários à sua tese da vida cristã financeira na vala do pobrismo, citando Francisco de Assis e a autocomiseração, ele há de achar que fala com idiotas!

Não há nada contra ter dinheiro. Trabalhar e prosperar. Contudo, dizer que está evangelizando enquanto se leva a proposta deste cassino celestial onde se aposta 10 para receber 100 é um disparate. Ordenaram-nos levar a boa nova da salvação, batizar, fazer discípulos e enviar.

De resto, Malafaia esquece que está ofendendo um Deus Santo. A batata dele está assando.

Martyn Lloyd-Jones comentando Efésios disse:
O mundanismo, naturalmente, tem muitas formas, e há perigos específicos. O apóstolo adverte Timóteo, na Primeira Epístola, capítulo 6, versículo 9: "Os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas". Paulo aí condena o amor ao dinheiro. O dinheiro como tal não é mau, se o homem o usa apropriadamente, como despenseiro do Senhor Jesus Cristo. Contudo, no momento em que o homem começa a amar o dinheiro, entra o pecado. Tenho bastante idade para poder dizer que tenho visto muita gente boa sair-se mal nesse ponto. Uma vez que acontece isso, a temperatura espiritual sempre abaixa, e ocorre uma rápida perda de vigor espiritual. Conheci homens que foram convertidos de uma vida muito pecaminosa, e que, por causa da sua conversão, começaram a dar atenção ao seu trabalho, progrediram e tiveram sucesso; e tive a infeliz experiência de ver alguns deles caírem na armadilha de que estamos falando. Antes, jogavam fora o seu dinheiro; agora, começaram a amá-lo. Ambos os extremos são maus.

Danilo Fernandes, Genizah

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