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Marisa Orth diz que já conheceu gay que virou hétero

 

VITOR MORENO
DE SÃO PAULO

A atriz Marisa Orth, 47, afirmou já ter conhecido um homem que era gay, mas se apaixonou por uma mulher e acabou virando heterossexual.

"Não sei por quando tempo [ele vai continuar sendo hétero]", brincou a atriz, que disse que o ex-gay é casado com uma amiga dela.

Marisa contou a história no lançamento da série "Macho Man", nesta quinta-feira (17) em São Paulo. A série estreia no próximo dia 8, sexta-feira, na Globo.

Segundo ela, todas as suas amigas invejam a que é casada com o rapaz. "Ele é o melhor marido de todas. Sexualmente, inclusive."

A trama da nova série trata de um cabeleireiro gay, interpretado por Jorge Fernando, que "vira" heterossexual após um acidente.

Na história, o ex-gay vai continuar tendo "trejeitos" de gay, mas vai tentar se inserir no mundo hétero.

Para isso, vai contar com a ajuda da personagem de Marisa, uma ex-gorda.

Orlando Oliveira/AgNews

A atriz Marisa Orth, que viverá uma ex-gorda no seriado "Macho Man", de Alexandre Machado e Fernanda Young

A atriz Marisa Orth, que vai interpretar uma ex-gorda no seriado "Macho Man", escrito por Alexandre Machado e Fernanda Young

CABEÇA DE BACALHAU

A coautora da trama, Fernanda Young, diz que não existem pessoas com esse perfil na vida real.

"Não conheço nenhum ex-gay, mas conheço muito gay que já tentou me pegar", contou. "Eu faço muito sucesso com os gays, mas são casos isolados."

Segundo Alexandre Machado, marido de Young e redator final do texto, ele quis abordar o tema porque isso nunca tinha sido feito antes.

"Já vimos mulher que vira homem, adolescente que vira adulto e até hétero que vira gay, mas nunca um gay que vira hétero", afirmou.

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A frente gay no paredão do Congresso

 

A chegada do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), primeiro gay assumido a levantar a bandeira do movimento, provocou agitação no Congresso. Liderado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), um grupo começa a se alinhar em uma bancada informal antigay. Ela é formada por deputados da Frente Evangélica, somados aos da Frente da Família e a outros que compartilham a contrariedade em ver a discussão sobre direitos homossexuais avançar.

Wyllys começou seu mandato na ofensiva. Ele vai propor um projeto de lei que institui o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, em vez de insistir apenas na regulamentação da “união civil” – termo adotado por alguns integrantes do movimento gay, para evitar a discussão no campo religioso. “Tem de ser casamento civil porque é o mesmo direito para todos”, afirma. “Quando um cônjuge morre, o parceiro da união estável só tem direito a herança se não houver nenhum herdeiro direto. Já no casamento, ele é herdeiro direto.” Sua primeira ação, como deputado, foi recolher assinaturas para a Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Na semana passada, Wyllys sentiu uma pequena demonstração do incômodo gerado por sua movimentação. Menos de 24 horas depois de ter começado a percorrer a Câmara pedindo assinaturas para a Frente, sua página no Facebook foi bloqueada. Isso ocorreu porque uma série de usuários da rede fez uma ação coordenada para denunciar a página como falsa. Wyllys diz que sabia que sua presença iria provocar reação e que está preparado para o embate. Jornalista e professor universitário, ele demonstrou habilidade para o debate público quando ganhou o programa Big Brother, em 2005, contra um grupo de participantes que tinham em comum o orgulho da masculinidade. Na arena política, porém, vai enfrentar opositores mais experientes.

A principal voz na Câmara contra a discussão sobre direitos dos homossexuais é a de Bolsonaro, deputado no sexto mandato e capitão do Exército. Enquanto os representantes da Frente Evangélica e os da Família medem as palavras ao tecer críticas aos projetos que combatem a homofobia, Bolsonaro é desabrido e promete enterrar os projetos do colega (leia as entrevistas de Wyllys e Bolsonaro abaixo).

Segundo João Campos (PSDB-GO), líder da bancada evangélica, o grupo respeitará as posições de Wyllys e de sua Frente. Um dos pontos de atrito entre eles é o material contra a homofobia, a ser distribuído pelo Ministério da Educação nas escolas. “Somos contra discriminação, mas não queremos que o governo faça apologia da homossexualidade”, diz Campos.

No Senado, a Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT é liderada pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), que desarquivou o projeto de lei que torna a homofobia crime. Marta e Wyllys começam a procurar parlamentares simpáticos a seus projetos. “Vamos atrás dos que se inclinam a nos apoiar, mas não têm coragem por questões eleitorais”, diz Marta. Não foi difícil mapear o inimigo. Wyllys precisa, agora, encontrar os aliados para o dia do paredão.

Data: 24/2/2011 08:25:48
Fonte: Época