Igreja Católica alemã compara teste in vitro com massacre bíblico de crianças

9/12/2010 – 10h05

 

 

DA EFE

A Igreja Católica alemã comparou os testes genéticos em embriões fecundados in vitro com o Dia dos Santos Inocentes, massacre bíblico de crianças supostamente ordenado pelo rei Herodes.

O arcebispo de Colônia, Joachim Meisner, declarou em seu sermão que tanto a decisão do monarca da Judeia como o experimento científico, que gerou uma grande polêmica na Alemanha, empregam "critérios muito específicos de seleção".

Meisner, 77, disse que os critérios de Herodes foram o lugar de nascimento, a idade e o sexo, baseando-se nos conhecimentos que tinha de sua ameaça –o suposto nascimento de um novo rei. E que o teste de embriões antes de sua implantação no útero materno baseia-se na ciência para detectar doenças hereditárias e evitar assim abortos e nascimento de bebês com deficiências.

"Em qualquer caso: essa decisão é errada", concluiu Meisner. Ele acrescentou: "A dignidade humana é independente de doenças e incapacidades."

Os testes genéticos em embriões fecundados in vitro foram objetos de debates por meses na Alemanha. O partido da chanceler Angela Merkel, de linha democrata-cristão, decidiu recentemente sua proibição após uma acirrada discussão no Congresso Nacional.

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Igrejas evangélicas viram alvo de assaltantes no interior de SP

 

Os equipamentos eletrônicos de igrejas evangélicas viraram alvos de ladrões em São Carlos e Araraquara, na região central do Estado de São Paulo. Para evitar o prejuízo, as igrejas estão investindo em segurança.

Em Araraquara, cinco templos foram furtados apenas neste mês. De um deles, localizado no bairro Santana, foram levados todos os equipamentos de som e instrumentos musicais, causando um prejuízo de R$ 25 mil.

Em São Carlos, no último final de semana, uma igreja foi assaltada pela décima vez, segundo fiéis. Em uma das ocasiões, os bandidos roubaram os equipamentos de som e voltaram na noite seguinte para levar o que havia na cozinha.

Na madrugada de domingo, 28, os ladrões voltaram novamente e levaram todo o sistema de som, avaliado em R$ 15 mil. Primeiro, eles tentaram entrar pela porta da frente, mas só conseguiram acesso pela entrada lateral desparafusando as trancas.

“Colocamos uma porta reforçada, travas, pensando que não vai acontecer mais”, lamentou a pastora Nilda de Oliveira. O pastor José Paulo Bocelli, de uma igreja do bairro Boa Vista, também reforçou a segurança. “Investimos em alarmes e uma empresa de segurança faz monitoramento”, explicou.

De acordo com a Polícia Militar de São Carlos, dos mais de 200 furtos e roubos registrados neste mês na cidade, apenas três foram em templos religiosos. O capitão Paulo César Belonci, comandante da PM, acredita que os bandidos são usuários de drogas. “Eles subtraem tudo para trocar por entorpecente”, disse. Belonci ainda disse que o patrulhamento é reforçado quando mais de um roubo é registrado em um bairro.

Data: 2/12/2010 08:46:36
Fonte: G1

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Estudos

Igreja dá salto no ranking da confiança

 

Instituição passou de 7º para 2º lugar, diz levantamento da FGV; para pesquisadora, polêmica do aborto na campanha eleitoral impulsionou índice

17 de novembro de 2010 | 20h 34

 

Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO – A confiança da população nas instituições sofreu mudança importante no último trimestre. É o que revela pesquisa do Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil), produzido pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (Direito GV). Enquanto o Judiciário ficou em situação desconfortável, empatada com a polícia e à frente apenas do Congresso e dos partidos políticos, a Igreja saltou do 7.º lugar para a segunda posição.

Para Luciana Gross Cunha, professora da Direito GV e coordenadora do ICJ Brasil, a controvérsia sobre o aborto travada entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais pesou decisivamente para o aumento do índice de confiança na Igreja.

A questão foi levantada por d. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos. Ele mandou produzir 1 milhão de cópias do "apelo a todos os brasileiros" com recomendação expressa para que não votassem em candidato ou partido que defendesse o aborto – referência direta à Dilma Rousseff e ao PT.

Os folhetos foram confiscados pela Polícia Federal, por ordem do Tribunal Superior Eleitoral que acolheu ação do PT, mas d. Luiz não se intimidou e insistiu em sua cruzada.

"A Igreja estava em um grau baixo de avaliação quando foi feita a apuração no segundo trimestre, muito perto da crise envolvendo a instituição com denúncias de pedofilia", observa Luciana. "A última fase da coleta coincidiu com a discussão sobre o aborto nas eleições presidenciais. Isso fez a diferença."

A professora destaca que o tema aborto não foi citado na consulta. "A gente pede resposta de forma espontânea para dizer se a instituição é confiável ou não. Mas é evidente que é esse (o ataque ao aborto) o motivo principal do aumento significativo da confiança na Igreja."

Nesse trimestre 54% dos entrevistados disseram que a Igreja é uma instituição confiável. No segundo trimestre 34% deram essa resposta. "A Igreja só perde para as Forças Armadas e ganha de longe do governo federal e, inclusive, das emissoras de TV que normalmente são instituições consideradas confiáveis pela população", assinala Luciana.

Já a confiança nos partidos políticos despencou de 21% para 8% no mesmo período de eleições, mantendo-se em última posição na escala. "Ao mesmo tempo em que a Igreja sobe, os partidos políticos têm uma queda enorme no nível de confiança", ressalta a coordenadora.

Apenas 33% disseram que o Judiciário é confiável. O Congresso ficou com 20%. As outras instituições obtiveram os seguintes resultados: Grandes Empresas (44%), governo federal (41%), emissoras de TV (44%) e imprensa escrita (41%).

O ICJ Brasil foi criado pela Direito GV para verificar o grau de confiança no Judiciário e como a população utiliza o poder para a reivindicação de direitos e busca por soluções. No Distrito Federal é maior a confiança no Judiciário, desbancando a liderança do Rio Grande do Sul que, desde o início da sondagem, em julho de 2009, ocupava o posto. Minas Gerais e Pernambuco são os Estados onde a população menos confia no Judiciário.

Prestígio

"A confiança no Judiciário cresce à medida que aumenta a renda e a escolaridade dos entrevistados", explica Luciana Gross. "É maior entre moradores do interior, se comparado entre moradores das capitais, e entre os homens se comparado com as mulheres. O ICJ Brasil também apurou que quem se declara negro, pardo ou indígena confia menos no Judiciário do que quem se declara branco ou amarelo."

Apesar do pouco prestígio com a população, a Justiça, de forma geral, está melhor hoje e tende a melhorar mais no futuro, segundo a investigação da GV Direito: para 47% dos entrevistados, o Judiciário melhorou nos últimos 5 anos e para 67% ele tende a melhorar nos próximos 5 anos. Quase metade dos entrevistados (41%) declarou que já entrou com algum processo na Justiça, por questões trabalhistas, assuntos relativos ao direito do consumidor e de família.