Cristãos evangelizam nas ruas de Buenos Aires durante “Operação Vida”
A maioria dos protestantes estão orando por oportunidades de compartilhar sua fé, mas poucos tiveram uma conversa evangelística nos últimos seis meses, de acordo com uma pesquisa feita pela LifeWay Research.
Mais da metade (55%) daqueles que frequentam a igreja pelo menos uma vez por mês não compartilharam com alguém como se tornar um cristão nos últimos seis meses.
“Compartilhar as boas novas de Jesus é a missão da igreja, mas não parece ser a prioridade de seus frequentadores”, disse Scott McConnell, diretor executivo da LifeWay Research.
A maioria dos fiéis (56%) diz que ora por oportunidades de contar aos outros sobre Jesus pelo menos uma vez por semana, sendo que cerca de 1 em cada 4 (23%) ora por tais momentos todos os dias. Outros 27% oram raramente ou nunca.
A frequência à igreja também está relacionada com o evangelismo. Aqueles que frequentam o culto uma vez por semana (75%) são mais propensos a orar por oportunidades do que cristãos que vão à igreja com menos frequência (69%).
Menos da metade dos fiéis afirmam ter compartilhado o Evangelho com alguém nos últimos seis meses (45%). Daqueles que falaram com alguém sobre o cristianismo, a maioria conversou com uma ou duas pessoas (24%).
Pessoas com mais de 65 anos são as que menos tiveram conversas evangelísticas recentemente. “Cristãos jovens adultos e de meia-idade têm mais probabilidade de compartilhar com alguém como se tornar um cristão do que adultos”, disse McConnell.
No entanto, a maioria dos frequentadores de igreja (55%) convidou uma pessoa de fora para um culto ou programa da igreja nos últimos seis meses. Outros 45% não fizeram nenhum convite.
Esse tipo de convite também está vinculado à frequência na igreja. Pessoas que frequentam pelo menos quatro vezes por mês (58%) são mais propensas a convidar uma pessoa sem igreja para um culto do que aquelas que frequentam menos de quatro vezes por mês (47%).
“Jesus nunca prometeu que a Grande Comissão seria completada rapidamente, mas Ele estabeleceu a expectativa de que os esforços para alcançar todas as nações com o Evangelho devem ser contínuos. Muitos na igreja hoje parecem estar distraídos da ordem final de Jesus”, ponderou McConnell.
Fonte: Guia-me com informações de The Christian Post
Edir Macedo, líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus
“Tenho certeza que um certo candidato deve estar amargamente arrependido agora de ter ofendido milhões de evangélicos”, diz o bispo Renato Cardoso, apontado como um dos potenciais herdeiros do sogro Edir Macedo, 73, na liderança da Igreja Universal do Reino de Deus.
Marido de Cristiane, a primogênita de Macedo, ele estava no ar na Rede Aleluia, com rádios da Universal. Não especifica quem seria o “certo candidato”.
A oito dias do primeiro turno, o dono da igreja revelou sua predileção de forma simples e direta: um seguidor no Facebook cobrou “seu posicionamento” nesta eleição, e o bispo respondeu apenas “Bolsonaro”.
O PT —que Macedo satanizou em 1989 (foi de Collor) e ao qual se aliou em 2002 (com Lula) e 2010 (Dilma)— tomou isso como uma declaração de guerra.
No feriado de Nossa Senhora Aparecida (inexpressivo para evangélicos, que não veneram santos), o petista Fernando Haddad foi a uma missa e, na saída, disse que Jair Bolsonaro era “o casamento do neoliberalismo desalmado” e o “fundamentalismo charlatão” de Macedo. Mais: “Sabe o que está por trás dessa aliança? Chama em latim ‘auri sacra fames’. Fome de dinheiro”.
Macedo afirmou que o petista “zombou” dele com “atos difamatórios” e entrou com dois processos, criminal e civil. Num deles pede indenização de R$ 77 mil (promete doá-la para caridade).
A máquina da Universal entrou com tudo na campanha contra Haddad. No mesmo dia, a denominação divulgou em seu site uma nota de repúdio questionando por que, quando Macedo ficou ao lado do PT, “o apoio era muito bem-vindo”. Agora que seu candidato é outro, “o bispo deve ser ofendido de forma leviana?”.
O texto questiona o contexto escolhido para “incitar uma guerra religiosa” ao fustigar “uma das maiores lideranças evangélicas do país”, isso num “local sagrado a católicos, em pleno feriado católico”.
E que moral teria o PT? “Fome de dinheiro tem o partido que assalta os cofres públicos para sustentar uma estrutura que a Justiça definiu como ‘organização criminosa’”.
A assessoria de Haddad afirmou que ele está “convicto de que suas afirmações são verdadeiras e que os fatos e a história dos personagens envolvidos assim comprovam”.
Macedo passou 11 dias de 1992 na prisão, sob acusações de curandeirismo, charlatanismo e estelionato. À época, capitalizou em cima do episódio: convocou a imprensa e se deixou fotografar atrás das grades, de pernas cruzadas e mão no queixo estilo “O Pensador”. Trazia a Bíblia na mão.
Na autobiografia “Nada a Perder”, ele se disse perseguido pelo “clero romano”, que teria sob influência de “políticos de prestígio” a “autoridades do Poder Judiciário”.
Na nota em que ataca Haddad, a Universal diz ter “mais de sete milhões de adeptos”. O Censo 2010 registrou 1,9 milhão, 227 mil a menos do que na sondagem de 2000.
Sejam quantos forem, a Record, sem ligação oficial com a Universal mas parte do conglomerado de Macedo, ajuda e muito a amplificar a mensagem anti-PT.
No primeiro turno, um Bolsonaro ainda se recuperando atentando a faca alegou motivos médicos para faltar ao último debate. Enquanto presidenciáveis discutiam, a emissora o entrevistou por 26 minutos.
Um papo dócil, acompanhado por Douglas Tavolaro, braço direito de Macedo e coautor de sua biografia.
Foi para a emissora que Bolsonaro deu a primeira entrevista exclusiva após ser eleito. “Eu que agradeço o jornalismo isento da Record”, disse já no começo.
Antes da eleição, jornalistas a serviço da emissora se diziam desconfortáveis com o tratamento acrítico ao candidato do PSL. Internamente, por exemplo, a chefia vetou uma reportagem sobre um mestre de capoeira simpático ao PT e assassinado por um homem supostamente bolsonarista.
Apresentado pelo bispo Renato no UniverVídeo, espécie de Netflix da Universal, o programa Entrelinhas não citou presidenciável x ou y, mas elencou prioridades da igreja na política. Numa rodada com bispos da casa, discutiram-se os “mais de 1.500 projetos de lei que não se enquadram nos valores e princípios cristãos”.
No debate, temas como união poliafetiva (“três homens e uma mulher, pasmem, isso é realidade”) e o episódio da novela global “Malhação” em que uma aluna indaga por que uma mulher não pode amar outra (“inacreditável, mas passou numa rede de TV”).
No domingo de eleição, Macedo liderou um culto no Templo de Salomão —motivo, aliás, de impasse entre a Universal e a gestão do então prefeito Haddad, que chegou a cogitar demolir o espaço por pendências urbanísticas.
Ali o bispo criticou a “mendicância” de quem depende não só de pastores e padres, mas de Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, duas vitrines petistas.
O mestre em filosofia pela USP André Assi Barreto, um conservador antes entrevistado pela Rede Aleluia, diz à Folha que “o atual descrédito das classes letradas (artistas, intelectuais, jornalistas etc.) com as massas fez com que o grosso da população, evangélica ou não, não desse crédito para acusações estabanadas” de Bolsonaro, como definiu algumas de suas falas tidas como homofóbicas e racistas.
Pelo endosso político, a Universal virou alvo: um templo no Chile foi pichado com os dizeres “Hitler = Bolsonaro”.
No programa “Inteligência e Fé”, da Rede Aleluia, o genro de Edir Macedo pediu que fiéis entendam a força política do segmento evangélico.
“Você, cristão, assuma a sua importância na sociedade. O candidato vencedor [Bolsonaro] venceu por cerca de 10 milhões de votos. É indiscutível que o voto evangélico fez a diferença.” O capitão reformado teve apoio de 70% (22 milhões de votos) do segmento, segundo projeção do Datafolha.
Disse o bispo Renato: “A oposição já fala em resistência. O presidente nem começou a governar. Olha, está escrito [na Bíblia]: não devemos resistir à autoridade, pois quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus”.
Em entrevista exclusiva ao site Pleno.News durante a Conferência City to City: Um Grande Evangelho Para Uma Grande Cidade, que aconteceu na Igreja Batista do Recreio, na Zona Leste do Rio de Janeiro, o reverendo Augustus Nicodemus, tratou sobre diversas questões referentes à igreja e os efeitos da pós-modernidade.
Respeitado entre os estudiosos da Bíblia, Nicodemus traçou um paralelo desde os tempos da igreja primitiva até os atuais. Como bom apreciador das Escrituras, ele reforçou que somente uma vida cristã pautada pela Bíblia pode curar os males que têm atacado a igreja.
Como a igreja se deixou ser infiltrada por tantas deformidades?
Eu não creio que exista uma única razão, mas uma conjugação de motivos. O que nós estamos vendo agora é uma série de resultados de movimentos e de ideologias que nasceram no período do Iluminismo, cerca de 200 anos depois da Reforma Protestante. O Iluminismo questionava a autoridade da Religião e da Igreja sobre a sociedade e afirmava que o homem era capaz de responder as questões mais comuns por meio de seu próprio raciocínio.
Aos poucos, isso entrou na Igreja e o Racionalismo foi substituindo a confiança na revelação de Deus na Bíblia. Esse movimento apresentou um ataque fundamental aos pilares do Cristianismo e suas influências continuam até os dias de hoje. Com o tempo, ele foi substituído por um movimento contrário, representado pelo surgimento da Pós-Modernidade.
Enquanto o Racionalismo dizia que é pela razão que se encontra a verdade, a Pós-Modernidade diz que toda verdade é relativa, o que tem influenciado as filosofias, as artes, a economia, os costumes, os meios de comunicação e a sociedade em geral. O cinema e as redes sociais servem para divulgar esse pensamento de uma maneira terrível e acabou desaguando para dentro da Ireja, criando uma geração de evangélicos que têm dificuldades com conceitos de verdade absoluta e com o submeter-se à autoridade da Bíblia e com a ética cristã.
São pessoas que consideram que a verdade e a ética delas são relativas e que, portanto, vivem um Cristianismo fragilizado por falsos mestres e sem referencial. Isso que a gente está vendo agora é o resultado da gestação de todos esses movimentos que começaram há séculos e que agora impactam não só a Igreja brasileira, mas a Igreja mundial.
Caso estejamos diante do fim dos tempos, o que esperar?
Eu gostaria de poder responder essa pergunta, mas eu não sei. Durante toda história da Igreja, sempre houve períodos de trevas, onde se pensou que o fim haveria de chegar. No período medieval, por exemplo, quando a Igreja se desviou, de fato, do Evangelho de Cristo, criaram as indulgências, a ideia de penitência, a hierarquia católica, encabeçada por um Papa infalível, as relíquias, a ideia de purgatório. Tudo isso foi criado e afastou a Igreja do Evangelho simples, criado pelos apóstolos.
Alguém que vivia naquela época devia dizer: “Não pode ficar pior do que está”. E Deus, de repente, levanta um monge agostiniano chamado Martinho Lutero, que pregou aquelas 95 teses no Castelo de Gutenberg. Aquele homem fez uma mudança não só na Alemanha, mas no mundo. Se a gente vivesse naquela época, antes de Lutero, a gente provavelmente ia dizer :“Não pode ficar pior, é o fim dos tempos, chegou o final” e, de repente, não era.
Por isso, eu não tenho condições de dizer. Parece difícil, parece ruim a gente olhar e pensar que “não pode ficar pior”. Mas Deus sempre surpreende. Pode ser que tenhamos mais tempo até que o Senhor Jesus venha.
Como avalia algumas polêmicas levantadas dentro da igreja, um assunto abordado em seu livro Polêmicas na Igreja, de 2015?
Quando eu falo da Igreja Evangélica, da Igreja Cristã, estou me referindo ao Protestantismo. Estou deixando de lado a Igreja Católica e aquelas chamadas seitas cristãs. Me refiro aos protestantes, aquelas denominações tradicionais, batistas, presbiterianas, luteranas. Depois, as igrejas que surgiram com o movimento pentecostal, como a Assembleia de Deus. E depois as chamadas neopentecostais.
Olhando para isso aí, a gente percebe que existe uma polêmica sobre alguns pontos, alguns mais graves e outros menos. Existe a polêmica da questão do batismo pelo Espírito Santo: O que é? Como acontece? Quais são as evidências e sinais disso? Existe outra polêmica em torno de apóstolos: Existem ainda apóstolos como os 12 e Paulo? Se existe, quais seriam as características deles e qual a função deles nesse período avançado da História da Igreja? São verdadeiros apóstolos ou não?
A questão de culto dá mais polêmica: O que é que pode no culto? Podemos introduzir novas ações no culto? Deus se agrada do culto, desde que ele seja sincero, não importa o que a gente esteja fazendo? O que importa é sinceridade? Vai ter um grupo de protestantes que vão dizer que, se houver sinceridade, o culto é aceitável a Deus, mas terá outro que vai dizer “não, espera aí”.
Há princípios para o culto. Não podemos adorar a Deus de qualquer maneira. As pessoas adoravam a Deus da forma que queriam, como os dois filhos de Arão, no Antigo Testamento, trazendo fogo estranho. Deus não aceitou! Deus não aceitava culto que era feito de qualquer forma e Paulo regulamenta o culto na igreja de Corinto.
Tem muita polêmica a respeito do ministério pastoral: O que faz um pastor? Qual a função do pastor? Há muita polêmica sobre a prestação de contas do pastor: O pastor responde a quem? E se ele fundou a igreja, não tem ninguém acima dele?
A igreja é marcada por uma série de polêmicas. Quando escrevi aquela obra, eu tinha como objetivo expressar a minha opinião sobre essas polêmicas na crença de que o que eu falo está dentro do Cristianismo histórico tradicional. Mas são essas polêmicas que infestam a igreja e que trazem discussão e atraso.
E como essas polêmicas podem ser resolvidas?
Eu não creio que elas possam ser resolvidas. Algumas dessas polêmicas são antiquíssimas. Por exemplo, soberania de Deus e responsabilidade humana, predestinação e livre arbítrio. Isso é discutido desde a Reforma Protestante. Forma de batismo: imersão ou aspersão? Pode batizar crianças ou não pode? Discussões que vem desde o período dos pais da Igreja.
Não creio que haverá um fim. O que a gente pode fazer para manter a sanidade é identificar e se relacionar com aqueles grupos que mantém a confissão nos pontos fundamentais do Cristianismo. Mas aqueles grupos que negam as verdades centrais do Evangelho, com esses não dá para ter comunhão.
Como o senhor interpreta as batalhas espirituais?
Eu vejo mais de uma maneira teológica e que existe uma guerra espiritual acontecendo. Os meios, métodos e instruções para que participemos dela estão muito bem delineados pelo apóstolo Paulo em Efésios 6, quando ele fala armadura de Deus.
O apóstolo Paulo vê a batalha espiritual muito mais como forma de resistência do que de ataque. O cristão é visto como um guerreiro que está armado em posição de defesa. Ele está com escudo e com a espada para se defender. Paulo diz “para que ele possa se defender das astutas ciladas do diabo e das suas setas inflamadas”. A ordem é resistir! Para mim, isso que é batalha espiritual. É você se revestir da armadura de Deus para resistir aos ataques do diabo, que vem através das tentações, dos falsos profetas, dos falsos ensinamentos.
Já o outro lado, é místico. É ver o cristão partindo para a batalha, desentocando o demônio, amarrando pelo nome, repreendendo. Eu não vejo isso no Novo Testamento. Eu creio que a batalha espiritual é você resistir ao diabo e ele vai fugir. É dizer não para as tentações.
Como vê essa questão do suicídio dentro da igreja e, principalmente, entre pastores?
O suicídio de cristãos e pastores não tem uma causa só. Cada caso é um caso. Tem caso de suicídio que é resultado de uso de remédios que tem efeito depressivo. E isso é constatado. Tem suicídio que é causado por uma visão incorreta do ministério pastoral, onde pastores que são cobrados para bater meta, se frustram e isso gera um sentimento de culpa. A teologia desse pastor não é a teologia da graça, que comporta fracassos e incluiu frustrados.
Há uma série de razões para que isso aconteça e é lamentável. O que não pode dizer é que todo cristão ou pastor que se suicida não eram cristãos. O que a gente pode fazer é pedir a Deus que tenha misericórdia. Precisamos cuidar da igreja e da saúde dos pastores para que isso não aconteça. Às vezes, a igreja adoece os pastores com cobranças indevidas e com expectativas de ministério que são irreais, causando esse tipo de coisa.
E quais seriam as principais ferramentas para que esse grande Evangelho alcance cristãos diante de tanto perigo na Igreja?
Creio que a principal ferramenta é a pregação expositiva. Parte dos pastores abrirem as Bíblias e exporem o que ela ensina a respeito desse grandioso sacrifício de Cristo na cruz e do seu perdão imensurável. Se os pastores ensinam esse grande Evangelho ao povo, então isso aí vai curar, basicamente, todos os males que acometem a Igreja de hoje. O que tem faltado é pregação bíblica. Se a Bíblia for exposta e ensinada, muita coisa vai mudar.