Categorias
Artigos

REJEITADOS DA IGREJA

 

MP move ação contra Testemunho de Jeová por discriminação

     O Ministério Público Federal do Ceará protocolou no dia 14 deste mês uma ação civil pública contra a religião Testemunhas de Jeová por praticar a discriminação religiosa em relação aos seus ex-fiéis.

     A procuradora Nilce Cunha Rodrigues tomou a iniciativa a partir de uma representação do funcionário público Sebastião Oliveira que, após ser expulso da religião, passou a ser discriminado por colegas de trabalho, amigos e parentes, incluindo a sua mãe, que seguiram as normas de conduta da TJs.

     Oliveira começou a frequentar a TJs em 1998 e foi batizado em 2001. Em 2009, por questionar alguns pontos doutrinários da religião, ele foi sumariamente expulso (ou “desassociação” no jargão religioso) da denominação, passando a ser vítima de intolerância por parte das pessoas que continuaram na religião.

     Nilce destacou que, pelos relatos de Oliveira, houve, “forma evidente”, uma atitude de desrespeito para com os “direitos fundamentais da dignidade humana, da igualdade da honra e da imagem, da liberdade de consciência e crença e da livre associação”.

     Ela observou que as TJs são incongruentes porque se relacionam com pessoas de outras religiões para doutriná-las, batendo de porta em porta, mas não com quem deixa ou é expulso da denominação. O ex-fiel “passará a sofrer ações de hostilidade e rejeição pelo mesmo grupo que antes o acolhera quando era praticante de outra religião”.

     Na avaliação da procuradora Nilce , o propósito das TJs é “infligir sofrimentos” aos ex-fiéis “como forma de punição pelo fato de terem se afastado dos ensinamentos que a organização considera como verdade transmitida diretamente por Deus ao Corpo Governante”.  Disse que se trata de um caso de violação do artigo 5º da Constituição Federal segundo o qual todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

     Ela pediu à Justiça que impeça as TJs de proibir que os ex-fiéis convivam com seus familiares. Nesse sentido, as entidades que representam a religião não poderão pregar por qualquer meio de comunicação, inclusive oral, a intolerância religiosa. Solicitou, também, a aplicação de multa diária de R$ 10 mil para cada caso de desobediência. Agora, a Justiça terá de se manifestar.

Data: 20/7/2011 09:23:00
Fonte: Adiberj

Categorias
Noticias

Após ganhar ação evangélica é desmentida sobre plágio de padre

DISPUTA MUSICAL

 

     Associação Brasileira de Música e Artes afirma que a música "Noites Traiçoeiras’, do padre Marcelo Rossi, não é de autoria de evangélica.
     A Associação Brasileira de Música e Artes não reconheceu que a música "Noites Traiçoeiras’, um dos sucessos do padre Marcelo Rossi, seja de autoria da evangélica Marinalva Santos, 39, diferentemente, portanto, do que ela afirmara em entrevistas no Piauí, Estado onde mora.
     Marinalva e seu marido, o pastor Francisco Felipe Cordeiro, afirmaram que iam entrar em contato com o padre Marcelo para discutir os direitos autorais com base em parecer da associação segundo o qual a música é plágio. Os dois, inclusive, ameaçaram processar o padre, caso ele não quisesse conversar.
     A assessoria jurídica da associação informou que esse parecer nunca existiu.
     A situação dos evangélicos se complicou porque Carlos Papae, que seria o verdadeiro autor da música, decidiu processá-los sob a acusação de tentativa de golpe para ficar com os direitos autorais.
     Marinalva tinha dito que compôs a música em 1999 em parceria com Vânia Nunes, uma amiga da Igreja Assembleia de Deus Missionária de Uberlândia, Minas Gerais.
     Contudo, de acordo com Luciana Fernandes, representante de Papae, o compositor gravou a música em 1986, conforme prova um disco vinil. Tanto que ele já recebeu 50% dos direitos autorais e agora tenta na Justiça obter o restante.
     Ela disse ter informado o casal de evangélicos por telegrama sobre o processo judicial. Desde o desmentido da associação, o casal tem evitado a imprensa.
     O padre Marcelo gravou a música em 2008 e já vendeu mais de 1 milhão de cópias.

GANHO JUDICIAL

     A cantora piauiense Marinalva Santos, 39 anos, ganhou ação por plágio contra o padre Marcelo Rossi. A Associação Brasileira de Música e Artes reconheceu que a cantora evangélica é autora da música “Noites Traiçoeiras” e que a canção foi plagiada pelo padre.

Em 2009, a cantora esteve no Jornal do Piauí denunciando que a música foi plagiada. Ela contou que a canção foi feita inspirada em um salmo e para comemorar aniversário de uma igreja Assembleia de Deus em Uberlândia (MG).

Categorias
Artigos Noticias

Justiça em Israel vai contra mãe e determina amputação em menina com câncer

 

Guila Flint

De Tel Aviv para a BBC Brasil

Atualizado em  11 de julho, 2011 – 11:04 (Brasília) 14:04 GMT

Hospital Ichilov, foto de divulgação

O hospital entrou na Justiça para tentar salvar a vida da jovem

A Justiça de Israel ordenou um hospital a levar adiante a amputação da mão de uma menina de 13 anos contra a vontade da mãe, depois que os médicos afirmaram que sem a intervenção cirúrgica ela morreria.

A menina, cuja identidade não foi revelada, sofre de um tumor maligno e violento e, segundo os médicos, teria uma morte dolorosa se sua mão não fosse amputada.

No entanto, a mãe da paciente, que é religiosa, vetou a operação afirmando que "prefere rezar e jejuar" para curar a filha.

O ministério do Bem Estar Social e o hospital Ichilov, em Tel Aviv, se dirigiram a um tribunal especial que trata de assuntos familiares solicitando que a corte ordenasse a operação, para salvar a vida da criança.

Ajuda de Deus

Segundo o juiz Yehoram Shaked, "está claro que não há e não pode haver outra solução exceto aceitar o pedido e que a Corte deve dar prioridade à vida, mesmo se para isso a menina tenha que sacrificar a mão".

De acordo com o hospital, o tumor, nos ossos da mão, pode provocar o surgimento de metástases no pulmão e as chances de a paciente morrer "são de 100%".

Os médicos explicaram o prognóstico tanto para a mãe como para a paciente e, segundo o relatório apresentado à Corte, a mãe afirmou que "é melhor que ela morra" porém a menina disse que entende "que não há alternativa" exceto a amputação.

Em sua decisão o juiz afirmou que a mãe continua rejeitando a operação e "acreditando na ajuda de Deus". Ele disse que a menina, apesar de jovem, entende que "é preciso preferir a vida à morte".

Interferência

Esta não é a primeira vez que questões religiosas interferem em decisões médicas em Israel.

A autoridade máxima da pasta da Saúde no governo, o vice-ministro da Saúde Yacov Leizman, do partido ultra-ortodoxo Yahadut Hatorah (Judaísmo da Torah), vem, desde o início de sua gestão, há dois anos, gerando duras criticas de profissionais na área da medicina, pois frequentemente tenta impor princípios da religião em decisões ligadas ao tratamento de pacientes.

Um dos casos ocorreu em 2009, quando o vice-ministro foi pessoalmente ao hospital Shneider da cidade de Petach Tikva, ao leste de Tel Aviv, e tentou interferir no tratamento de uma bebê que sofreu morte cerebral.

Leizman entrou no hospital e ameaçou os médicos de punição caso não dessem tratamento integral à criança, apesar de a lei em Israel estabelecer o tratamento parcial em casos de morte cerebral.

Segundo a crença ortodoxa de Leizman, a morte de uma pessoa só é reconhecida quando o coração para de bater. Ele chegou a ameaçar o hospital de que seria boicotado pela comunidade ultra-ortodoxa se não cumprisse suas ordens.

Na ocasião, a Federação dos Médicos de Israel publicou um manifesto protestando contra a atitude do vice-ministro.

Apesar de ser titular da pasta, Leizman se chama de "vice-ministro" por questões religiosas.

O Yahadut Hatorah não nomeia ministros mas só vice-ministros, pois tem uma visão ambivalente sobre a própria existência do Estado de Israel.