Governo de Israel e Google vão pôr Manuscritos do Mar Morto online

 

Versão digitalizada, acompanhada de tradução para o inglês, deve estar na internet em alguns meses

19 de outubro de 2010 | 14h 38

Associated Press – AP

A Autoridade de Antiguidades de Israel e o Google anunciaram que estão juntando forças para pôr os Manuscritos do Mar Morto online, permitindo a estudiosos e ao público em geral acesso aos documentos antigos pela primeira vez.

Sebastian Scheiner/AP

Sebastian Scheiner/AP

Fragmento dos Manuscritos do Mar Morto, preservados em Israel

O projeto abrirá acesso global e gratuito aos textos de 2.000 anos – considerados uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado – ao colocar na rede imagens de alta resolução que são cópias exatas dos originais. As primeiras fotografias devem estar online dentro de alguns meses.

Os manuscritos estarão disponíveis nas línguas originais – hebraico, aramaico e grego – e, inicialmente, em tradução para o inglês. Mais tarde, outras traduções serão oferecidas. Também será possível realizar buscas no texto.

A funcionária israelense Pnina Shor disse que o projeto garantirá que os 30.000 fragmentos originais sejam preservados, ao mesmo tempo em que o acesso é ampliado. Os manuscritos, que incluem trechos da Bíblia hebraica e tratados sobre vida comunitária e sobre uma guerra apocalíptica, lançaram uma importante luz sobre o judaísmo e os primórdios do cristianismo.

"Qualquer um, no escritório ou no sofá, poderá clicar e ver qualquer fragmento ou manuscrito que quiser", disse ela.

Especialistas queixam-se há tempos de que apenas um pequeno número de estudiosos tem acesso, a cada momento, aos manuscritos, que foram encontrados em cavernas perto do Mar Morto no fim da década de 40.

Os delicados manuscritos são mantidos no escuro, em salas climatizadas do Museu Israel de Jerusalém, onde somente quatro funcionários especialmente treinados têm autorização para manusear os pergaminhos e papiros.

Pnina disse que os estudiosos precisam coordenar o acesso aos manuscritos com as autoridades, que recebem um pedido ao mês. A maioria recebe autorização, mas como não mais de duas pessoas podem entrar na sala de leitura ao mesmo tempo, surgem conflitos de agenda.

Cada pesquisador recebe três horas de acesso, e apenas ao fragmento específico que pediu para ver.