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Ministra Eleonora Menicucci é a favor da morte de bebes

Evangélicos da base aliada protestam contra posse de nova ministra

Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, deu declarações a favor do aborto

09 de fevereiro de 2012 | 20h 02

 

Eugênia Lopes e Denise Madueño, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – A ministra de Eleonora Menicucci toma posse nesta sexta-feira, 10, na Secretaria de Políticas para as Mulheres debaixo de ataques da bancada evangélica no Congresso, quase toda abrigada na base aliada. As posições públicas da ministra a favor do aborto junto com declarações do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, no Fórum Social, no final do mês passado, acenderam a revolta nos parlamentares evangélicos. Na tentativa de acalmar a bancada, uma nota do ministro foi lida no plenário da Câmara. Além disso, Carvalho, católico militante, propôs uma reunião com os parlamentares evangélicos.

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Evangélicos querem barrar posse da ministra Eleonora Menicucci - Beto Barata/AE - 07.02.2012

Beto Barata/AE – 07.02.2012

Evangélicos querem barrar posse da ministra Eleonora Menicucci

De forma contundente, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocou os evangélicos a combaterem a nova ministra. "Não se iludam, a bancada de evangélicos se unirá não só para expressar a repulsa por essas declarações (de Gilberto Carvalho), assim como para combater a abortista que nomearam ministra", escreveu Cunha no twitter. "Essa posse da abortista amanhã(sexta-feira) é sintomática para todos nós e devemos mostrar de forma contundente a nossa revolta. Aborto não. Aliás, quando a gente lê várias declarações dessa nova ministra, ela está no lugar e na época errada, devia estar em Sodoma e Gomorra", completou o deputado.

Professora e socióloga, Eleonora Menicucci declarou em entrevistas, assim que foi escolhida para o cargo pela presidente Dilma Rousseff, que considera a discussão do aborto no Brasil como uma questão de saúde pública, como o crack e outras drogas, a dengue o HIV e todas as doenças infectocontagiosas. Para ela, aborto não é uma questão ideológica.

Há dois dias, os evangélicos estão em pé de guerra com o ministro Gilberto Carvalho. "Esse governo fala tanto em discriminação, e vem agora um ministro tomar uma posição de discriminação em relação aos evangélicos, chamando-os de retrógrados e dizendo que a lei do aborto não é aprovada por causa dos evangélicos. Não é a lei do aborto, é a lei do assassinato de crianças indefesas", protestou o líder do PR, Lincoln Portela (MG). O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) também cobrou explicações do ministro e o acusou de discriminar os evangélicos.

Em nota lida pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), evangélica, o ministro afirma que suas declarações foram, divulgadas na internet de forma "distorcida e equivocada" e acabaram por motivar críticas agressivas a ele. "De maneira alguma ataquei os companheiros evangélicos. Quem conhece a minha trajetória sabe do carinho que eu tenho, do reconhecimento que eu tenho ao trabalho das Igrejas Evangélicas no país. O que eu fiz lá foi uma constatação política que, de fato, quem tem presença na periferia do Brasil, quem fala para as classes sobretudo C, D e E são as Igrejas Evangélicas e, portanto, essa presença tem que ser reconhecida, é real e efetiva", argumentou o ministro.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) atuou como bombeiro. Ele procurou evangélicos para explicar a posição do ministro e disse que houve um mal-entendido

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Nova Ministra é a favor de assassinato de indefesos

LIBERAÇÃO DO ABORTOFOTO - MINISTRA ELEONORA PRO-ABORTO

Nova ministra, Eleonora Menicucci, defende a prática

     Amiga da presidente Dilma Rousseff desde a década de 1960 e sua colega de prisão na ditadura militar, a nova ministra Eleonora Menicucci, 67, promete defender a liberação do aborto à frente da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Socióloga, professora titular de Saúde Coletiva da Unifesp e filiada ao PT, ela assumirá o cargo na sexta-feira, 10. Substituirá a também petista Iriny Lopes, que sai para disputar a Prefeitura de Vitória.

     Menicucci integra o Grupo de Estudos sobre o Aborto e já relatou ter se submetido à prática duas vezes. Na segunda-feira, 6, afirmou à Folha de São
Paulo que levará sua convicção e sua militância na causa para o governo.

     "Minha luta pelos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres e a minha luta para que nenhuma mulher neste país morra por morte materna só me fortalece", disse.

     A polêmica sobre o aborto marcou a corrida presidencial de 2010, quando José Serra (PSDB) usou o tema para atrair o voto religioso. Dilma, que já havia defendido a descriminalização da prática em duas entrevistas, disse ser "a favor da vida", mas afirmou que não faria uma "guinada à direita" para se eleger.

     A nova ministra anunciou que fará uma gestão de continuidade. Citou como prioridades o combate à violência contra a mulher e à "feminilização da pobreza" e a preparação das feministas para a conferência Rio+20.

      Ela negou os rumores de extinção da secretaria, que circulavam desde o ano passado. "Digo isso como futura ministra. A secretaria continua com status de ministério e com muita força", afirmou.

       BIOGRAFIA

     Mineira de Lavras, Menicucci conheceu Dilma no movimento estudantil, em Belo Horizonte. Na luta armada, participou de assaltos a bancos e supermercados para financiar a guerrilha.

     "Sabia que tinha que fazer alguma coisa, ia lá e fazia", relatou à revista "TPM", em 2007. "Achava que nada de mal podia me acontecer. Era jovem, e jovem é onipotente."

     Ao ser presa, em 1971, tinha 22 anos e militava no POC (Partido Operário Comunista). Ela conta que a filha Maria, que tinha 1 ano e 10 meses, foi torturada na sua frente nas dependências da Oban (Operação Bandeirante), em São Paulo. Depois, ficou 52 dias sem notícias do bebê.

     "As torturas minha e de minha filha me mostraram a olho nu a nua e crua dimensão do terror instalado em nosso país e paradoxalmente nossa impotência frente a ele. Aqui me transformei em feminista", escreveu na revista científica "Labrys", em 2009.

     Ela reencontrou Dilma no Presídio Tiradentes, onde ficou presa até 1973 na "Torre das Donzelas", a ala das presas políticas. Foi uma das colegas de cela convidadas para a posse da presidente.

      "Tenho muito orgulho e muita honra de ter sido presa política na luta contra a ditadura", disse.

      A nova ministra chorou ao lembrar colegas que foram mortos na luta armada.

      "Estou muito emocionada. Peço desculpas… [embargando a voz]. É um filme que passa na cabeça em todas as horas da minha vida, para me inspirar e me fortalecer."

       À "TPM", ao comentar seu ativismo, ela falou também sobre a vida pessoal.

       "Me relaciono com homens e mulheres e tenho muito orgulho de minha filha, que é gay e teve uma filha por inseminação artificial."

Data: 7/2/2012 09:20:00
Fonte: Folha de S. Paulo