Múmia confirma que câncer de próstata tem origem genética

 

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DE SÃO PAULO

A descoberta de um câncer de próstata em uma múmia com 2.200 anos sugere que a doença não é necessariamente ligada à interferência do ambiente ou da industrialização.

"As condições de vida de tempos antigos eram muito diferentes, sem poluentes ou alimentos modificados", comentou o professor Salima Ikram, da Universidade Americana, no Cairo (Egito).

"[Isso] nos leva a acreditar que a doença não está necessariamente e somente ligada a fatores industriais", diz o pesquisador que nos últimos dois anos estudou a múmia, guardada no Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa, em Portugal.

A conclusão foi possível graças ao uso de uma tomografia computadorizada que produziu imagens raras de alta definição", comentou o radiologista de imagens Carlos Prates.

O homem com câncer teria morrido por volta de 285 a.C., e sua morte foi devagar e dolorosa.

"As lesões nos ossos foram consideravelmente sugestivas de um câncer de próstata em metástase", diz o artigo publicado no "International Journal of Paleopathology".

Este é o segundo mais antigo caso de câncer de próstata já encontrado. O primeiro, encontrado em 2007, é de uma múmia de 2.700 anos de idade que morreu na Sibéria.

National Museum of Archeology/Associated Press

A múmia de 2.200 anos que está guardada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa

A múmia de 2.200 anos que está guardada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa

Arqueólogos encontram ‘casa de bruxa’ do século 17 com gato mumificado

 

Atualizado em  8 de dezembro, 2011 – 10:20 (Brasília) 12:20 GMT

Foto entregue pela United Utilities mostra a casa descoberta em Lanchashire (PA)

Gato emparedado estava em uma sala fechada da casa

Arqueólogos britânicos encontraram um gato mumificado em uma casa do século 17 durante um projeto de construção em Lancashire, no norte da Inglaterra.

A casa foi descoberta perto de um reservatório no vilarejo de Barley. A construção tem uma sala fechada e, dentro de uma das paredes, foi encontrado o gato mumificado.

Os historiadores afirmam que a casa pode ter pertencido a uma mulher acusada de bruxaria que vivia na região no século 17 e acredita-se que o gato tenha sido emparedado vivo para proteger os moradores da casa de maus espíritos.

Uma companhia de fornecimento de água, a United Utilities, levou os arqueólogos para o local, um procedimento de rotina da companhia antes de fazer obras de escavação em áreas que podem ter importância arqueológica.

"É como descobrir sua pequena Pompeia. Raramente temos a oportunidade de trabalhar em algo tão bem preservado", disse Frank Giecco, arqueólogo que descobriu a casa.

"Assim que começamos a cavar, encontramos o topo das portas e sabíamos que tínhamos em mãos algo especial", acrescentou.

A região de Lancashire teve muitos registros da presença de mulheres acusadas de bruxaria no século 17, principalmente na área de Pendle Hill, onde a casa foi encontrada.

Na época, distritos inteiros em algumas partes de Lancashire relatavam ocorrências de bruxaria, contra homens e animais, gerando uma onda de acusações contra muitas pessoas.

Em 1612, 20 pessoas, entre elas 16 mulheres de várias idades, foram levadas a julgamento, a maioria delas acusada de bruxaria, em um episódio que ficou conhecido na região como o ‘julgamento das bruxas de Pendle’.

‘Tumba de Tutancâmon’

Frank Giecco afirmou que a construção encontrada é um "microcosmo da ascensão e queda desta área, do tempo das ‘bruxas de Pendle’ até a era industrial. Há camadas de história bem na sua frente".

"Não é com frequência que você encontra uma casa de contos de fada completa, incluindo o gato da bruxa", disse Carl Sanders, gerente de projeto da companhia.

"A construção está em ótimas condições, você pode andar por ela e ter um sentimento real de que está espiando o passado."

"Pendle Hill tem uma verdadeira aura, é difícil não ser afetado pelo lugar", afirmou Sanders.

"Mesmo antes de descobrirmos a construção, havia muitas piadas entre os funcionários sobre vassouras e gatos pretos. A descoberta realmente nos surpreendeu", disse.

"Em termos de importância, é como descobrir a tumba do (faraó egípcio) Tutancâmon", disse Simon Entwistle, especialista nas bruxas de Pendle.

"Daqui a alguns meses teremos os 400 anos dos julgamentos das bruxas de Pendle e aqui temos uma descoberta rara e incrível, bem no coração da região das bruxas."

"Gatos aparecem muito no folclore sobre bruxas. Quem quer que tenha dado este destino horrível a este gato, certamente estava buscando proteção de espíritos malignos", acrescentou.

Tutancâmon foi sepultado às pressas, de acordo com estudo

 

Manchas encontrados na tumba sugerem ambiente propício para o crescimento de micróbios

09 de junho de 2011 | 11h 48

estadão.com.br

SÃO PAULO – O mistério sobre a morte do jovem rei Tutancâmon ainda está por ser revelado, mas estudos da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas de Harvard(SEAS) mostraram que o sepultamento foi feito às pressas.

Divulgação

Divulgação

Tumba de Tutancâmon foi aberta pela primeira vez em 1922

A pesquisa foi concentrada em manchas marrons encontradas na tumba do faraó, que morreu antes dos 30 anos de causa desconhecida. Comparando o registro em foto da época em que a tumba foi aberta pela primeira vez, em 1922, com a atual situação do local, cientistas perceberam que não houve alteração nestas marcas, o que indica que ela faz parte da história e não é uma interferência recente da visita de milhares de turistas, por exemplo.

Por isso, o microbiologista de Harvard Ralph Mitchell acredita que estas manchas têm uma história para contar. Ele acredita que as manchas são o resultado de um sepultamento rápido, realizado quando as paredes da tumba ainda estavam com a tinta fresca. Durante a investigação, a equipe do pesquisador cultivou espécimes vivas coletadas das paredes da tumba e conduziram análises da sequência de DNA.

Enquanto isso, químicos do Instituto de Conservação Getty analisaram as marcas infiltradas na pintura e no gesso a níveis moleculares. O que eles conseguiram encontrar até o momento foi apenas melanina, um subproduto do metabolismo de fungos e de algumas bactérias, mas nenhum organismo vivo.

"Nossos resultados indicam que os micróbios que causaram a mancha estão mortos", disse Archana Vasnathakumar, que trabalha com Mitchell. "Ou, para dizermos de uma forma mais conservadora, eles não estão ativos"

Ou seja, o estudo destas manchas pode lançar luz sobre a morte do rei. A umidade, a comida, a múmia em si e o incenso encontrado no local criaram um ambiente propício para o crescimento microbiano antes mesmo da tinta na tumba estar seca.

Embora o estudo não tenha conseguido resolver o mistério sobre a morte de Tutancâmon, as manchas devem continuar na tumba, sem que as autoridades de conservação queiram interferir nelas. "Elas fazem parte de toda a mística da tumba", conclui Mitchell.



Tópicos: Tutancâmon, Tumba, Vida, Ciência