Ef 5, 11: “e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente”.
Notem na foto um detalhe curioso: o aperto de mão maçônico, caracterizado pela posição do dedo indicador – ressaltado dos outros, e geralmente pressionando o pulso do colega.
Grande parte dos leitores – e mesmo a maioria jornalistas – não percebeu essa particularidade na imagem do encontro de anteontem (10 de dezembro) na Casa Branca. Os códigos da maçonaria são, de fato, pouco conhecidos, mas a publicação da foto sem os devidos esclarecimentos pode ser considerada uma geral “comida de bola” do jornalismo brasileiro.
Da simples constatação do cumprimento peculiar tiramos um dado seguro e muito significativo: não sabemos há quanto tempo, mas é evidente que o presidente eleito está em contato com a organização. Lembremos que Fernando Henrique Cardoso também entrou para a maçonaria um pouco antes de sua primeira eleição.
É incrível como um detalhe tão importante pode escapar a toda a mídia. É uma péssima notícia para as esquerdas, pois o aperto de mão denota uma fraternidade quase sangüínea entre Lula e Bush. Não foi um pacto político o que se firmou ali na Casa Branca em 10 de dezembro de 2002: a irmandade maçônica é muito mais do que mero palavrório, e indica que o que foi combinado deve ser cumprido. Com isso, sem querer emitir julgamento de valor sobre a maçonaria, esperamos que a irmandade entre os dois chefes de Estado opere para o bem de todos.
Lula e Ahmadinejad reclamam nova ordem mundial
Brasil e o Irã assinaram memorandos relativos à cooperação comercial, troca de tecnologia e colaboração no terreno energético
Efe
Lula e Mahmoud Ahmadinejad, líder iraniano, durante encontro em Teerã
TEERÃ – Os presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, concordaram neste domingo, 16, com a necessidade de uma nova ordem econômica e comercial no mundo que conceda mais peso aos países emergentes.
Diferentes na forma, mas próximos no conteúdo, os dois fizeram um discurso parecido no encerramento de IV Fórum Comercial Irã-Brasil, realizado este domingo no centro de convenções da televisão nacional iraniana (“IRIB”), no norte de Teerã.
O Brasil e o Irã assinaram oito memorandos de entendimento, relativos à cooperação comercial, a abertura de linhas diretas de crédito, a troca de tecnologia e a colaboração no terreno energético e, em particular, no setor petroleiro.
Mais comedido, Lula ressaltou que a relação entre os dois países “é muito importante em um momento em que o mundo se encontra em transformação”. “Uma nova geografia econômica e comercial que necessita de um sistema multilateral”, baseado nas relações bilaterais e na diversificação, em que o eixo sul-sul deve desempenhar um papel chave, acrescentou.
Lula ressaltou que a abertura de um linha direta de crédito de 1 bilhão de euros a cinco anos entre os países foi o elemento central das negociações, que considerou proveitosas.
O objetivo é facilitar o acesso ao financiamento de empresas mútuas que queiram investir no Irã e no Brasil e conseguir assim intermediários de outros órgãos internacionais, explicou. “O Irã é um dos grandes mercados do mundo e nos últimos cinco anos se transformou em um dos principais mercados do Brasil no Oriente Médio. A crise não o afetou. Pelo contrário, podemos avançar muito mais”, afirmou.que “as políticas, as divisas e as infraestruturas dominantes perseguem o lucro de uma minoria de nações e transmitem os problemas dos países capitalistas aos países emergentes como o Irã e o Brasil”.
Como solução, o líder iraniano propôs “a ampliação das relações bilaterais, que evitará estes problemas” e a necessidade de fixar “novos sistemas econômicos, novos pactos bancários e monetários fora do sistema dominante”.
Ahmadinejad assegurou que o “Irã e o Brasil estão se transformando nos polos importantes do mundo” e ressaltou que com a ampliação das relações bilaterais “podem ter um papel determinante”. “Devemos tirar os obstáculos alfandegários e melhorar nossos sistemas de transporte para potencializar e melhorar o comércio bilateral”, concluiu.
O balança comercial entre o Irã e o Brasil é cifrada em torno dos US$ 1,5 bilhão, com trocas propícias com o Brasil que exporta, sobretudo, alimentos e maquinário.