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Por vingança, mulher é obrigada a caminhar nua em vila do Paquistão

14/06/2011 – 18h32

 

DA BBC BRASIL

A polícia paquistanesa afirmou ter prendido dois homens acusados de despir uma mulher e obrigá-la a caminhar nua pelas ruas de um vilarejo no norte do país.

Um dos criminosos acusa o filho da mulher agredida de ter tido relações ilícitas com sua mulher.

A polícia afirmou que os moradores não tentaram impedir o ato porque os agressores estavam armados.

O chefe da polícia local, Mohammad Ali Gandapur, disse à BBC que um dos acusados fez uma reclamação aos anciãos do vilarejo alegando que dois homens tiveram relações sexuais com sua mulher.

Ele foi aconselhado a se separar da esposa, mas, em vez disso, resolveu se vingar. Juntamente com quatro homens, ele invadiu a casa de um dos homens que teria se relacionado com a mulher para matá-lo.

Como ele não estava, sua mãe foi arrastada para fora da casa e obrigada a se despir. A polícia ainda procura os outros acusados.

IMPUNIDADE

Atos de desonra pública de mulheres não são incomuns no Paquistão e em outras partes do sul da Ásia, mas são raros na província onde ocorreu o incidente, Khyber Pakhtunkhwa, uma das mais conservadoras do país.

No Paquistão, as poucas mulheres que resolvem prestar queixa após sofrerem abuso têm dificuldades em obter justiça.

Em 2002, Mukhtar Mai foi estuprada por vários homens de um vilarejo na Província de Punjab, após seu irmão ter sido acusado de manter relações sexuais com um mulher.

Depois que Mai processou os estupradores, seis deles foram condenados, mas cinco foram absolvidos na Suprema Corte em abril.

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Brasileiro é preso em Islamabad após perturbar orações

14/05/2011 – 03h04

 

IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A ISLAMABAD

O advogado brasileiro Rodrigo Moreto foi preso na tarde de sexta-feira na principal mesquita do Paquistão, a Faisal, por perturbar as tradicionais orações que acontecem naquele dia.

Além disso, Moreto estava com o visto vencido e disse ter visitado as cidades de Quetta (Baluquistão) e Peshawar ("capital" das áreas tribais do país). Como são cidades cheias de extremistas islâmicos, isso levantou a suspeita da polícia, que afirmou que irá investigar seu itinerário.

Moreto, de cerca de 30 anos, tentou entrar na área reservada a muçulmanos na mesquita. Gritou palavras sobre a Virgem Maria –na sexta foi comemorado o dia de Nossa Senhora de Fátima.

Isso é ofensa gravíssima neste país, em que há leis severas para o que é considerado blasfêmia. "Aparentemente o rapaz tem problema mentais. Falamos com ele e a família, que confirmaram a condição. Ele sabe que errou, e creio que teremos esse problema resolvido rapidamente", afirmou o embaixador brasileiro no Paquistão, Alfredo Leoni.

Moreto está preso em um quarto na sede da polícia local de Islamabad, com cama e ar-condicionado. Está sendo tratado bem, segundo Leoni. Ele estava hospedado no hotel Pearl Continental de Rawalpindi, junto a Islamabad, e viajava pelo país havia cerca de três semanas.

Segundo Leoni, o incidente é inédito, e a polícia paquistanesa pediu um tempo para averiguar exatamente se Moreto esteve em Quetta e Peshawar e, afinal, o que fez por lá.

A família do rapaz disse que ele trabalha para o Banco do Brasil, mas Leoni não tinha como confirmar as informações ontem. Sua intenção era liberar Moreto e colocá-lo no primeiro voo disponível de volta ao Brasil –o que aconteceria, se tudo desse certo, na madrugada de domingo (começo da noite de sábado no Brasil).

Há hoje apenas 33 brasileiros no Paquistão, que tem mais de 180 milhões de pessoas. Cinco deles trabalham na Embaixada do Brasil.

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Polícia retira acusações contra cristão acusado de blasfêmia no Paquistão

 

Um cristão paquistanês, que havia sido acusado de blasfêmia em um incidente que muitos acreditaram ser falso, foi solto.

Arif Masih, pai de quatro filhos, foi acusado de ter cometido blasfêmia, por ter, supostamente, rasgado páginas do Alcorão, devido a uma disputa de terras com um muçulmano de seu vilarejo em Faisalabad.

A Fundação Masih, organização voltada à proteção dos necessitados, se envolveu imediatamente com o caso, e entrou em contato com as pessoas relacionadas à acusação. A fundação também auxiliou a família do cristão, que estava escondida desde que Arif foi preso.

Agora, chegam as boas notícias de que a polícia retirou as acusações contra Arif Masih, e ele foi solto e escoltado até um local que não foi divulgado por questões de segurança.

Haroon Barkat Masih, diretor da Fundação, afirma: “Conseguimos 50 depoimentos, a maior parte de muçulmanos, que garantiam que Arif Masih era inocente. Isso demonstrou que ele vivia na vizinhança de maneira pacífica”.

“Além desses depoimentos, a Fundação Masih também assegurou que a pressão internacional fosse constante, diretamente com as autoridades do governo de Punjab”.

Fonte: Portas Abertas