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Juiz bloqueia carregamentos de Bíblias para o Uzbequistão

 

     A Sociedade Bíblica do Uzbequistão foi multada por supostamente “violar” alguns procedimentos governamentais relacionados à importação de dois carregamentos de 5 mil Bíblias em russo e 7 mil Bíblias infantis nos idiomas uzbeque e Karakalpak. O Comitê de Assuntos Religiosos se recusou a liberar os livros apesar de diversos apelos feitos pelas igrejas cristãs. O juiz ordenou que a Sociedade Bíblica devolvesse o carregamento para a Rússia, e cobrisse as despesas. Os oficiais alertaram a organização que “não há necessidade de importar Bíblias para o Uzbequistão, já que existe uma versão eletrônica disponível na internet”.

Data: 14/3/2011 09:27:00
Fonte: Portas Abertas

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Condenadas à morte eterna

 

Iranianas acusadas de crimes vagos são presas e, quando chamadas para execução, são estupradas antes para que percam o direito a entrar no céu por não morrerem virgens, diz ex-espião da CIA

13 de março de 2011 | 0h 15

Fonte: oestadao.com.br

Reza Kahlili, Christian Science Monitor – O Estado de S.Paulo

Em 20 de junho de 2009, uma bela jovem estava parada em Teerã, observando suas companheiras iranianas que estavam nas ruas exigindo liberdade e protestando com as fraudadas eleições presidenciais. Neda Agha Soltan olhava, talvez com descrédito, achando que mais uma vez os fanáticos líderes do regime islâmico roubavam a esperança da sua geração de um país com mais democracia, dignidade humana e igualdade.

Então ocorreu um fato chocante, chamando a atenção do mundo para a crueldade dos líderes iranianos contra a população. Um membro das forças Basij atirou em Neda e a matou. Ao cair, quando seus belos olhos viram o céu pela última vez, Neda (que significa "mensagem divina" em farsi) se tornou a face inesquecível do povo iraniano. Sua morte converteu-se no símbolo de uma nação cuja busca por justiça e liberdade já custou dezenas de milhares de vidas.

Quando o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher, homenageando as que tornaram o mundo um lugar melhor, é fundamental nos lembrarmos das mulheres iranianas inocentes e tudo que elas perderam nas mãos de um regime sanguinário.

Desde a Revolução Islâmica do Irã, em 1979, as mulheres são submetidas às mais cruéis punições. O aiatolá Khomeini, líder supremo da revolução, prometera dar às mulheres liberdade para escolher suas roupas, atividades e modo de vida. Mas uma das primeiras ordens do governo islâmico foi obrigá-las a usar o hijab (véu islâmico), cobrindo cabelos e corpo. A maquiagem foi proibida e elas não podiam ser vistas ao lado de outra pessoa que não maridos ou parentes. Qualquer mulher surpreendida desobedecendo a lei podia ser açoitada e presa.

Os clérigos no poder se dizem representantes de Deus na terra, e quem se opuser a eles é considerado inimigo de Deus – e contra estes o Alcorão autoriza a tortura e a morte. O regime islâmico leva a regra ao mais atroz limite. Milhares de jovens inocentes têm sido levadas para a prisão pelas razões mais superficiais. Ficam confinadas em pequenas celas, às vezes com 30 outras. Como espião da CIA no Irã, presenciei isso.

De tempos em tempos, os guardas chamam nomes pelo alto-falante. As mulheres sabem o que significa. Elas se dão as mãos e rezam para que aquele não seja o dia em que serão executadas. Aquelas cujos nomes não foram chamados para execução são enfileiradas e açoitadas. Muitas desmaiam com as chicotadas e nunca sabem o que os guardas fazem com seus corpos inconscientes.

As que serão executadas são estupradas antes, de modo que, não sendo mais virgens, não poderão ir para o céu, segundo a dura crença islâmica. Nos seus dias finais, são submetidas a abusos inimagináveis.

As mulheres que obedecem completamente às regras impostas pelos clérigos não estão imunes a sua crueldade. Muitas delas – algumas jovens de 15 anos – foram mortas por apedrejamento sob falsas acusações de adultério. Os líderes islâmicos do Irã afirmam orgulhosamente que essa punição terrível e desumana faz parte da sua Constituição e é coerente com a implementação da sharia sagrada (lei islâmica).

Apesar dessas atrocidades, o Irã recentemente passou a integrar a Comissão das Nações Unidas sobre a Condição da Mulher! Enquanto isso, o Ocidente tem feito pouco em defesa dos direitos das mulheres no Irã, ou apoiado aquelas que bravamente exigem liberdade.

Em 2009, o Movimento Verde irritou o governo com seus apelos por democracia, mas o Ocidente não ofereceu nenhuma ajuda de fato e a movimentação perdeu força em meio a uma brutal repressão. Hoje, inspirados pelas revoltas que ocorrem no Oriente Médio, os iranianos – incluindo muitas mulheres que planejaram uma manifestação de protesto no dia 8 de março, tentam mais uma vez fazer frente aos dirigentes islâmicos.

A maneira como o Ocidente reagirá será uma das mais importantes decisões do nosso tempo. Apoiaremos o retorno da democracia e da liberdade ao Irã? Ou sucumbiremos ao governo assassino de Teerã porque o Ocidente evitará comprometer-se com algo incerto? A população iraniana está desesperada por um sinal de apoio. Se ficarmos a seu lado, estaremos assumindo uma posição firme em favor da segurança do mundo livre.

Hoje, centenas de militantes dos direitos humanos e políticos e milhares de jovens iranianas corajosas, que se juntaram aos camaradas homens para rejeitar a brutalidade e exigir liberdade, estão na prisão – indefesas, mas com esperança de que a mudança é possível. Não devemos permitir que a morte de Neda e de outras tenha sido em vão. Vamos nos reunir no Dia Internacional da Mulher para pedir justiça, igualdade e liberdade para todas as iranianas. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

REZA KAHLILI É PSEUDÔNIMO DE UM EX-ESPIÃO DA CIA. ELE É AUTOR DO LIVRO A TIME TO BETRAY, EM QUE NARRA SUA VIDA COMO AGENTE DUPLO NA GUARDA REVOLUCIONÁRIA DO IRÃ

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No Egito, cristãos coptas e muçulmanos deixam 10 mortos

 

     Numa demonstração da volta das tensões que pareciam ter desaparecido após a revolução popular que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak no Egito, dez pessoas morreram durante confrontos entre cristãos coptas e muçulmanos em Helwan, informou nesta quarta-feira, 9, o Ministério da Saúde. Ex-subúrbio da capital egípcia, Cairo, a cidade foi palco de um protesto contra um incêndio em uma igreja, o que teria provocado a violência, na noite de terça-feira.

     O episódio foi classificado como o pior confronto sectário desde que o presidente Hosni Mubarak foi derrubado do poder em 11 de fevereiro, em uma revolta popular marcada pela solidariedade entre cristãos e muçulmanos. Não ficou imediatamente claro quantos dos mortos eram cristãos ou muçulmanos.

     O Ministério da Saúde disse que 110 pessoas ficaram feridas no incidente, segundo a agência de notícias estatal. O conflito representa outro desafio para os líderes militares, que assumiram o poder após a saída de Mubarak e estabeleceram como principal prioridade a retomada da lei e da ordem.

Data: 10/3/2011
Fonte: O Globo