De acordo com o depoimento do delator Júlio Camargo, a denominação pentecostal teria intermediado o repasse de R$ 250 mil em propinas a Cunha em 2012.
Para a PGR, Cunha cometeu crime de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, ao ter pedido e recebido o pagamento de US$ 5 milhões em propinas de contratos firmados entre a Samsung e a Petrobras.
O pagamento de parte dessas propinas teria sido feito por Camargo através de depósitos na conta da Assembleia de Deus, por orientação de Fernando Soares, o “Baiano”, que é apontado como o operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras.
“Soares teria alertado que pessoas dessa igreja iriam entrar em contato com o declarante [Júlio Camargo]. Representantes da igreja procuraram Júlio Camargo e informaram os dados bancários da Igreja Evangélica Assembleia de Deus”, diz o texto da denúncia, de acordo com informações do Uol.
Após essa aproximação, Júlio Camargo fez os depósitos na conta da igreja através de empresas de fachada que ele comandava, no dia 31 de agosto de 2012, sob a justificativa de “pagamento a fornecedores”.
Segundo a PGR, “não há dúvidas” de que os depósitos foram feitos a pedido de Cunha, para que fosse efetuada a quitação de parte dos US$ 5 milhões de propina que teria sido combinado com Camargo.
A ligação entre Cunha, que é evangélico, e a Assembleia de Deus é “notória”, na visão da PGR: “O diretor da referida Igreja perante a Receita Federal é Samuel Cássio Ferreira, irmão de Abner Ferreira, pastor da Igreja Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro, que o denunciado [Cunha] frequenta”, aponta o texto.