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Estudo revela arte egípcia muito antes da época dos faraós

 

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

As pirâmides e a Esfinge podem parecer antigas, mas seus milênios de existência ficam pequenos perto da idade de obras de arte egípcias que acabam de ser datadas por arqueólogos: 15 mil anos, no mínimo, e talvez mais.

São gravuras de auroques (Bos primigenius), bois selvagens comuns em boa parte do Velho Mundo na Idade da Pedra. Uma equipe liderada por Dirk Huyge, dos Museus Reais de Arte e História de Bruxelas, é a responsável por achar os desenhos em Qurta, no sul do Egito.

Editoria de arte/Folhapress

Coincidência ou não, é o mesmo período em que europeus da Idade da Pedra estavam produzindo pinturas e gravuras rupestres requintadas, em cavernas como a de Altamira, na Espanha, e a de Lascaux, na França.

Huyge e seus colegas relatam a descoberta na última edição da revista científica "Antiquity", especializada em arqueologia. É o primeiro registro confirmado de arte egípcia da Era do Gelo.

Por causa do estilo e dos temas das gravuras em pedra, os pesquisadores já desconfiavam que as imagens datavam da Idade da Pedra.

Para confirmar isso com precisão, usaram duas técnicas diferentes, com a ajuda de geólogos da Universidade de Ghent, também na Bélgica.

O que acontece é que sedimentos carregados pelo vento foram se acumulando em cima das gravuras, feitas numa escarpa de arenito perto do rio Nilo.

Uma das técnicas consegue dizer quando foi a última vez que os grãos de sedimento foram expostos à luz solar, o que dá uma idade mínima para a gravura, pois o sedimento foi parar lá depois de os desenhos serem feitos.

Além disso, havia restos orgânicos nesses sedimentos (coisas como ossinhos de camundongos e aves), os quais também puderam ser datados pelo método do carbono-14, um "relógio" radioativo que funciona justamente com matéria orgânica.

Foi daí que veio a data mínima de 15 mil anos, embora o acúmulo de sedimentos possa ter começado antes, dizem os especialistas.

Huyge e companhia levantam a possibilidade de contato cultural indireto entre os egípcios e os europeus da Era do Gelo, por causa da semelhança de temas e estilos entre a arte dos dois lugares.

Se a ideia estiver correta, o Mediterrâneo da Idade da Pedra já estava interligado. Como o nível do mar na época era 100 metros mais baixo, seria mais fácil viajar por terra ou por barco.

Divulgação

Membro da equipe de escavação ao lado das gravuras egípcias que foram encontradas em Qurta

Membro da equipe de escavação ao lado das gravuras egípcias que foram encontradas em Qurta

‘Arquitetos’ usaram medida de 83 cm para erguer pirâmides no México

 

 

DE SÃO PAULO

As pirâmides do Sol, da Lua e de Quetzalcoat, provavelmente erguidas por indígenas na cidade de Teotihuacán, no México, foram construídas com base na medida numérica de 83 centímetros, anunciou o Instituto Nacional de Antropologia e História do país nesta quinta-feira.

No passado, Teotihuacán avançava por uma área de 20 km quadrados, onde viviam cerca de cem mil pessoas. Era tão majestosa e grande, que se comparava a Constantinopla e Alexandria. Até hoje não se sabe quem a construiu e muito menos por que os moradores a abandonaram.

M. Marat/Efe

Distância entre as esculturas de cabeças de serpentes da pirâmide de Quetzalcoatl segue padrão de 83 cm

Distância entre as esculturas de cabeças de serpentes da pirâmide de Quetzalcoatl segue padrão de 83 cm

O arqueólogo japonês Saburo Sugiyama, da Universidade Estatal de Aichi, no Japão, autor da descoberta explicou: "A base numérica é de 83 centímetros. Multiplicado por quatro ou múltiplos de quatro, esse é o valor que se repete constantemente nas medidas das edificações desse sítio pré-hispânico."

Sugiyama acrescentou que a balaustrada, a escada e a distância entre as esculturas de cabeças de serpentes da pirâmide de Quetzalcoatl possuem essa mesma medida.

O arqueólogo estudou ainda a pirâmide da Lua no período entre 1998 e 2004. O local era um templo sagrado onde se realizavam cerimônias relacionadas a movimentos celestes, o renascimento do dia e a dualidade fogo e água.

Em alguns níveis da pirâmide, ele encontrou ossadas humanas em posição de lótus, um indicativo de que se tratava de pessoas de uma classe social mais elevada.

Havia também um enterro coletivo com ossos de mais de 50 animais –18 que pertenceram a éguas, 13 a felinos de grande porte, 10 lobos e o resto de serpentes e coelhos.

Doze esqueletos humanos estavam com as mãos amarradas, sendo dez deles decapitados e colocados um em cima do outro, além de outros dois com ornamentos e vestimentas que indicam o autossacrifício.

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Restauração da pirâmide mais antiga da história será retomada

 

DA EFE

O Conselho Supremo de Antiguidades do Egito decidiu manter a restauração da pirâmide escalonada de Zoser, a mais antiga da história, localizada em Saqara, sudeste do Cairo, para protegê-la de um possível desabamento.

A pirâmide foi construída como tumba do faraó Zoser pelo arquiteto e médico Imhotep, na zona de Saqara, cuja área monumental cobre uma extensão de 7 km quadrados.

Segundo um comunicado do conselho, um comitê de especialistas e responsáveis da zona de Saqara visitou a pirâmide no domingo (7), depois de alguns veículos da imprensa advertirem para o perigo de desabamento como consequência da suspensão dos trabalhos de restauração.

Após a visita à pirâmide, o conselho decidiu pedir à companhia encarregada da restauração para que retome o trabalho nesta segunda-feira.

A restauração do lugar ocorre há quatro anos e estava na última etapa.

France Presse

A pirâmide foi construída como tumba do faraó Zoser; ela tem extensão é de 7 km quadrados

A pirâmide foi construída como tumba do faraó Zoser; ela tem extensão é de 7 km quadrados