O Colégio Episcopal da Igreja Metodista divulgou no dia 10 de junho um pronunciamento oficial sobre o Projeto de Lei 122. O texto tramita no Senado Federal e prevê punições para quem impedir, por exemplo, manifestações de afetividade entre pessoas homossexuais em locais públicos, quem recusar ou sobretaxar a compra ou a locação de imóveis em razão de preconceito, ou quem, pelo mesmo motivo, prejudicar recrutamento, promoção profissional ou seleção educacional.
Para a Igreja Metodista, a liberdade é um dos principais pilares da sociedade e só é possível vivê-la se houver a concretização da liberdade de consciência e expressão. O projeto, portanto, incita a discriminação ao promover censura da consciência e da expressão e promove a violência, pois defende a liberdade para um grupo em detrimento de outros.
A Igreja Metodista manifesta:
* Discordância com relação ao Projeto de Lei 122/2006 por ferir os preceitos Constitucionais à luz do direito humano de “pensar e deixar pensar”, ou seja, “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
* Considerando os preceitos e ensinos da Bíblia e da Igreja, reafirmamos a nossa posição contrária à prática do homossexualismo. Ao mesmo tempo, enfatizamos a importância de uma pastoral acolhedora e amorosa, anunciando a mensagem reconciliadora e transformadora do Evangelho em termos de arrependimento e nova vida anunciada por Cristo Jesus.
* Destacamos o nosso compromisso evangélico com a paz, pelo que nos levantamos contra todo tipo de violência. Somos pelo desarmamento, pela proteção da criança para que não seja violentada, pelo enfretamento de toda violência contra a mulher. Nada pode justificar a violência, pois os pacificadores é que “serão chamados filhos de Deus”. (Jesus, in Mateus 5.9)
* Ressaltamos que a Igreja não aceita a homofobia e abomina toda e qualquer perseguição à qualquer ser humano por conta do seu estilo de vida, da mesma forma que não podemos nos calar diante de qualquer situação que agrida a dignidade da vida.
A Igreja Metodista conclama:
* As nossas autoridades legislativas para que tenham sensibilidade, à luz dos preceitos Constitucionais, pela não aprovação da PL 122/2006 nos termos propostos. Entendemos que dentro de uma sociedade democrática temos que garantir o direito inviolável à liberdade de consciência, de crença e expressão.
* O povo metodista manifesta-se, através dos meios de comunicação e de relacionamento da Igreja e fora dela, contrariamente ao Projeto de Lei, orando para que Deus dê discernimento aos nossos legisladores.
São Paulo, 10 de junho de 2011
Bispo Adonias Pereira do Lago
Secretário do Colégio Episcopal
Igreja Metodista
Bispo João Carlos Lopes
Presidente do Colégio Episcopal
Igreja Metodista
Fonte: Metodista