Jackson Jaques defende que cristãos brasileiros estão indiretamente perseguindo os cristãos cubanos
por Jarbas Aragão
Pastor diz que cristão que apoia PT é “traidor da cruz de Cristo”
A vitória de Dilma no mês passado gerou alegrias e tristezas para milhões de pessoas. Para muitos, a eleição ainda não acabou. Durante a campanha, líderes cristãos se manifestaram contrários à postura mostrada pelo Partido dos Trabalhadores nos últimos anos.
Muitos alertavam para um processo de implantação do comunismo no Brasil, que inevitavelmente afetariam as igrejas. Mesmo assim, uma parcela do chamado “voto evangélico” foi para a candidata petista.
Jackson Jacques, pastor em Porto Alegre e vlogger, decidiu postar um vídeo onde apresenta severas críticas aos evangélicos que ajudaram a reeleger a presidente.
httpv://www.youtube.com/watch?v=b28WnLeqNH8
Não é a primeira vez que ele critica publicamente a postura de alguns evangélicos. Ano passado, ficou conhecido nas redes sociais por causa disso.
O “pastor Jack” como gosta de ser chamado, lidera a Igreja Vintage180 em Porto Alegre, que não tem filiação denominacional. Segundo ele, decidiu “seguir uma teologia reformada em uma Igreja urbana”.
Assumindo-se “antipetista por vários motivos”, acredita que “um cristão confesso que vota no PT consciente dos fatos não pode ser considerado cristão… É um traidor da cruz de Cristo”. O pastor pensa que muitos evangélicos não discutem sobre política por “pura ignorância”, pois se a Bíblia fala sobre política, então todo cristão deveria se preocupar com isso.
Morador de uma cidade que foi governada pelo PT durante 16 anos, capital de um Estado que já teve dois governadores desse partido, fala sobre o partido com “conhecimento de causa”.
Questionado pelo portal Gospel Prime se não estaria indo contra o mandamento bíblico que manda orar pelas autoridades, Jackson é enfático: “Devemos sim orar pela Dilma e interceder por nossas autoridades conforme Romanos 13.1-2! Porém, nos versos 4 e 5, está claro qual deve ser a característica dela: fazer o bem e punir o mau”. Para ele não há contradição entre orar pelo governo e fazer pressão por mudanças.
Um de seus argumentos mais fortes sobre como os cristãos que votam no PT estão traindo o Evangelho, aponta para a relação do Brasil com países totalitaristas. Cita as FARC, Venezuela e principalmente Cuba, que perseguem violentamente os evangélicos. Ao votar num partido que apoia abertamente o governo dos irmãos Castro, por exemplo, os cristãos estão diretamente ajudando a manter um regime que persegue e mata seus irmãos cubanos.
Ao analisar o que está acontecendo no Brasil hoje, decreta: “Nosso evangelicalismo é tosco, e muitas vezes inoperante no mundo. Jesus deixou de ser a muito tempo, a mensagem central da maioria das grandes Igrejas do Brasil. E a política evangélica vai refletir isso, infelizmente. O dia a dia dos crentes também”. Mas vê com otimismo o que chama de “algo novo de Deus”, que lhe parece ser “uma luzinha de um provável aviamento!”.
Muitos líderes evangélicos têm a perspectiva de ver os ideais comunistas sendo implantados no país, o que resultaria em perseguição às religiões como aconteceu em todos os países que adotaram esse regime.
Outros tantos, argumentam que não há o que fazer, afinal o Novo Testamento avisa que nos últimos dias as coisas só iriam piorar. Para Jackson, pensar assim é “simplismo” e também questão de interpretação das Escrituras. “Creio que uma visão mais otimista da escatologia nos estimula mais a participarmos como cidadãos e servos de Deus no mundo”, finaliza.