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Líder presbiteriano critica a prática da unção com óleo de outros evangélicos, ‘rev. Diesel, Peroba…’

 

PorAndrea Madambashi | Repórter do The Christian Post

À medida que muitos líderes evangélicos insistem na prática da unção de pessoas com óleo com objetivos de curar ou conceder algum tipo de poder espiritual, despertam o debate, principalmente entre evangélicos de igrejas tradicionais.

  • unção com óleo

    (Foto: tempora-mores.blogspot.com/)

Em “Carta ao Reverendo Van Diesel”, uma carta fictícia, postada em seu blog, o Reverendo Augustus Nicodemuscritica à ação da unção com óleo que é praticada por outros líderes evangélicos.

“Obrigado por ter respondido minha carta. Você foi muito gentil em responder minhas perguntas e explicar os motivos pelos quais você costuma ungir com óleo os membros de sua igreja e os visitantes durante os cultos, além de ungir os objetos usados nos cultos”, escreveu Nicodemus na carta.

Nicodemus afirma que um atendente de sua igreja presenciou as práticas de unção com óleo em visita à igreja do suposto “Rev. Van Diesel”.

“Diesel” justificou a prática apoiando-se em passagens do Antigo Testamento, em Êxodus 28:41 e 1 Samuel 16:13, sobre a consagração de sacerdotes e dos reis, como Arão e seus filhos e Davi.

Nicodemus combate a justificativa argumentando que os rituais do Antigo Testamento eram simbólicos e típicos e que foram abolidos em Cristo. Além disso, ele explica que o método usado para consagrar pessoas a Deus no Novo Testamento para a realização de uma tarefa é a imposição de mãos.

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“Pastores também eram consagrados pela imposição de mãos e não pela unção com óleo (1Tim 4.14). Não há um único exemplo de pessoas sendo consagradas ou ordenadas para os ofícios da Igreja cristã mediante unção com óleo. A imposição de mãos para os ofícios cristãos substituiu a unção com óleo para consagrar sacerdotes e reis”, disse Nicodemus.

Sobre a unção de utensílios e objetos, ele explica que de acordo com a carta aos Hebreus, isso não passava de “ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma’ (Hb 9.10)”.

Na prática, relata-se que “Diesel” unge com óleo a todos os que chegam na igreja. Ele e outro reverendo (referido como “Mazola”), um de cada lado ungem as pessoas com óleo na testa, crianças, jovens e adultos. Ainda que alegando que Jesus mandou seus apóstolos que fizessem isso aos doentes e estes ficariam curados, nenhuma pessoa é vista sendo curada durante a unção, diz ele.

O que causou a indignação do líder presbiteriano foi a unção de partes íntimas em uma reunião especial durante a semana, com função de bênção para as pessoas com problemas de esterilidade. Nicodemus não tem palavras para contestar somente dizendo que o reverendo perdeu o “bom senso”.

“Lamento dizer isto, mas dá a impressão que você perdeu o bom senso! Eu me pergunto por que seu presbitério ainda não tomou providências quanto a estas práticas suas. Deve ser porque o presidente, ‘Reverendo Peroba’, seu amigo, faz as mesmas coisas.”

Para concluir, o rev. Nicodemus alerta para confusão espiritual do crente, esclarecendo que a unção com óleo para enfermos é secundária diante da oração e confissão de pecados.

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Relativismo em teologia: `verdade NÃO absoluta` preocupa teólogo brasileiro

Por Andrea Madambashi | Repórter do The Christian Post

Se não há uma verdade absoluta, então por que acreditar na Bíblia?

Relativismo em teologia preocupa teólogo brasileiro.

  • Rev. Augustus Nicodemus
    Foto: http://mackenzie-rio.edu.br/

Doutor em Interpretação Bíblica pelo Instituto Teológico de Westminster, o Rev. Augustus Nicodemus traz à tona a problemática dos que não aceitam a Bíblia com a verdade absoluta.

Em um artigo publicado em seu blog, Nicodemus fala sobre pastores e teológos que acreditam que a teologia boa é “só aquela que está sendo feita agora”. Ele disse isso referindo-se aos que declaram que “não existe verdade absoluta, tudo é relativo”.

Mas as dificuldades em se considerar que cada geração entende Deus, a Bíblia e as grandes verdades do Cristianismo de uma maneira diferente de outra geração e de pessoas de outra cultura, são várias, ele aponta.

Em primeiro lugar, cada nova geração teria que definir de novo o que é o Cristianismo, uma vez que ele já foi definido e seus limites estabelecidos durante os primeiros séculos depois de Cristo.

“Os grandes credos ecumênicos da Cristandade estabelecidos nas gerações posteriores nos deram de forma sintetizada a doutrina de Cristo, da Trindade, entre outras, as quais o Cristianismo histórico adota até hoje.”

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E assim, ele questiona: “o que eles [os teólogos progressistas] têm descoberto e oferecido mais recentemente que seja novo acerca do ser e das obras de Deus, da pessoa de Cristo e de sua morte e ressurreição?”

“Quando não caem nas antigas heresias, repetem simplesmente o que já foi dito por outros em tempos passados”, acrescenta ele.

A perspectiva do relativismo acaba com a distinção entre teologia certa e teologia errada, aponta o estudioso, e anistia todas as heresias já surgidas na história da Igreja.

Como exemplo, Nicodemus aponta a soteriologia, que fala sobre a salvação do homem. Segundo ele, a doutrina de que o homem é justificado pela fé somente, sem as obras ou méritos humanos, foi estabelecida cedo na Igreja cristã e reafirmada na Reforma protestante.

Sendo assim, o que os “nossos teólogos progressistas” teriam de novo a dizer sobre isso? Questiona ele.

“Os que tentaram, caíram nas antigas heresias soteriológicas já discutidas e refutadas ad nauseam pelos Pais da Igreja e pelos Reformadores.”

O estudioso tal posicionamento de uma postura agnóstica. “Os teólogos relativistas acreditam em que? Em tudo e, portanto, em nada”.

Em última análise, o teólogo afirma que essa visão acaba por privar as pessoas da Bíblia. “Quem defende essa visão, geralmente, tem dificuldades em aceitar que as Escrituras do Antigo Testamento e Novo Testamento foram dadas por inspiração divina”.

“Para ser coerente, quem defende que toda teologia é relativa, imperfeita e subjetiva, e que é válida somente dentro dos limites da cultura e da geração em que foi produzida, não poderia aceitar para hoje a teologia de Paulo, a de Pedro, a de João, a de Isaías. Teria de rejeitar as Escrituras como um todo, pois elas são a teologia de Israel e da Igreja, elaboradas em uma época e em uma cultura completamente diferente da nossa”.