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Osama Bin Laden: vilão ou herói?

 

14 de maio de 2011 | 0h 00

Sérgio Telles – O Estado de S.Paulo

O maior dos terroristas, a encarnação do Mal, o inimigo público número 1, um desalmado assassino cuja execução é celebrada com grande júbilo em praça pública, um fanático religioso que prega a guerra santa, o representante de forças retrógradas e da ignorância. Um herói cujo assassinato é pranteado em inúmeras cidades, levando muitos jovens sequiosos de vingança jurarem seguir seu exemplo; um líder político capaz de planejar e executar uma espetacular manobra militar que humilhou o maior império do ocidente, afrontando-lhe a arrogância e a suposta superioridade.

Que norte-americanos e árabes possam ter tais opiniões tão discrepantes sobre Osama Bin Laden mostra, mais uma vez, como aquilo que consideramos verdadeiro ou real nem sempre é autoevidente ou aceito de forma consensual. O que chamamos de realidade ou verdade não decorre da nossa percepção direta e isenta do mundo, pois dele só percebemos o que nos permitem nossas crenças.

O sistema de crenças através do qual enxergamos o mundo é o que chamamos de ideologia. O modelo mais acabado de ideologia é a religião. Ela fornece um conjunto articulado de crenças e dogmas que soluciona os grandes enigmas que atordoam o ser humano (de onde viemos, para onde vamos, para que vivemos, o que acontece depois da morte?), além de lhe garantir (pelo menos nas três religiões abraâmicas) a eterna proteção de um pai poderoso. Nisso está sua força imbatível.

À medida que o mundo se secularizou, configuraram-se outros sistemas de crenças nos quais a imagem paterna de um deus protetor é substituída pela do líder político, que oferece o paraíso não mais no céu e sim aqui na Terra. São "religiões" políticas, às quais seus fiéis se agarram com a mesma tenacidade dos crentes das religiões convencionais.

A ideologia não tolera contestação. Seu correlato mais imediato é a propaganda, ou seja, a imposição de dados que reforçam os pressupostos e crenças ideológicos, independente de corresponderem ou não aos fatos. A ideologia sustenta o poder totalitário e é por ele apoiada.

Nas conflagrações, a ideologia e a propaganda são a regra. Não é por outro motivo que se diz que, na guerra, a primeira a morrer é a verdade. Cada lado da contenda estabelece uma inquestionável versão dos acontecimentos, penalizando como traidor quem dela duvidar.

É preciso lembrar tudo isso antes de falar de Bin Laden, cuja execução pelos Estados Unidos foi justificada como um ato de guerra. Ao se desconstruir a ideologia e a propaganda em torno do fato, constata-se que Bin Laden e Al-Qaeda são sintomas de um problema maior, decorrente dos impasses trazidos pela globalização, que simultaneamente exacerba diferenças culturais e promove uma grande uniformização do mundo. Visto assim, é uma ilusão acreditar que a eliminação física de um líder ou a dispersão de seu grupo seja de alguma eficácia na consecução da resolução desses problemas.

As complicações trazidas pela globalização foram muitas vezes descritas como um choque entre cristianismo e islamismo, um choque de civilizações.

Bin Laden e Al-Qaeda expressam um momento especialmente agudo nesse conflito de grande envergadura, já diagnosticado por Jacques Derrida em 1995, quando a imigração islâmica já provocava tensões na Europa. O conflito decorre não de um embate religioso e sim das mudanças radicais desencadeadas pelas novas tecnologias de comunicação próprias da globalização, especialmente a televisão e a internet. Tais tecnologias formam grandes redes transnacionais que ignoram barreiras geográficas, linguísticas, legais, sociais, promovendo um desenraizamento que coloca em risco as identidades dos povos. Desta maneira abalam o que Derrida chama de "microclimas" culturais, políticos e religiosos. Embora os povos menos desenvolvidos fiquem fascinados por estas novas tecnologias, ao mesmo tempo sentem-se profundamente ameaçados por elas, o que os faz reagir de forma violenta, reforçando todos os elementos que os ligam a suas identidades, como o apego ao lugar de origem, ao sangue, à família, à língua, ao país, aos costumes mais arcaicos e, evidentemente, à religião.

Assim, o lugar que a religião ocupa nestas reações não decorre de uma questão transcendental ou uma preocupação com o divino. Ela é apenas um elemento de reafirmação da identidade ameaçada.

Neste enfoque sociocultural, não é de pouca monta o fato de que ainda não ocorreu nos países muçulmanos um equivalente da nossa ocidental Revolução Francesa, ou seja, a necessária separação entre estado e religião. Este passo deve ser dado pelos próprios muçulmanos, pois é de se supor que naqueles países exista uma elite insatisfeita com o atual estado de coisas e deseje alterá-lo. Esta mudança não eliminará o islamismo, assim como a Revolução Francesa não eliminou o catolicismo, limitando-se a retirar-lhe o poder terreno, enquanto lhe assegurava o do reino dos céus. O que as potências ocidentais precisam fazer é apoiar as forças progressistas do islamismo, ao invés de se aliar com os grupos mais reacionários, como bem mostra o filme Syriana (2005), de Stephen Gaghan, no qual George Clooney faz um agente da CIA às voltas com príncipes árabes de estados que mal se distinguem de agrupamentos tribais, corrupção das megacompanhias petrolíferas, negócios escusos e assassinatos.

A desorganização identitária trazida pela globalização não atinge apenas os países islâmicos. No mundo ocidental, como aqui no Brasil, o recrudescimento das religiões evangélicas e pentecostais, transformadas em espetáculos pela televisão, arrebanha as massas formadas pelas migrações internas, multidões que abandonaram seus rincões e se alojaram nas periferias das grandes cidades, perdendo seus "microclimas" culturais. Elas reencontram na religião televisiva resquícios de uma identidade perdida e a sensação de pertencimento. Isso lhes é tão fundamental que, para mantê-lo, não se importam de serem explorados até o último centavo de seu suado dinheirinho.



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Michel, vice de Dilma, será mesmo satanista? Ele se defende e grava vídeo

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Michel Temer gravou vídeo ( vide no final da matéria) desmentindo tudo o que já foi dito a respeito

Um email que está circulando pelo Brasil acusa o vice da candidata do PT, Michel Temer de ter ligações com o satanismo. O texto faz ameaças aos evangélicos caso Dilma seja eleita. O teólogo Mariel M. Marra, em seu blog Ponto Crítico, diz que o boato é um factóide com intuito de confundir e manipular a Igreja Brasileira.

No email que o CREIO teve acesso liga Temer a Daniel Mastral, que segundo o texto seria, supostamente, filho do vice de Dilma e dá outros indícios para justificar contato com satanismo. O autor desmente o fato e usa como base uma entrevista dada pelo candidato a revista Rolling Stone Brasil em julho de 2009. “Sim, tenho conhecimento. Falei com vários evangélicos. Eles acham uma loucura. Na internet dizem que sou filho de Satã, que me filiei a uma corrente satanista. Deve ser coisa de algum inimigo meu”, disse Temer.

No texto Marra diz que o email se trata de uma campanha apócrifa. “Em hipótese alguma Deus aprova a mentira, mesmo que ela seja utilizada para atrair pessoas para Cristo ou tomarem uma atitude supostamente correta, tal como votar neste ou naquele político de Deus”, destacou o teólogo que freqüenta a Igreja Batista da Lagoinha.

LEIA O TEXTO DE MARIEL MARRA NA INTEGRA:

Michel Temer é satanista?

Introdução

Michel Temer é satanista? Muitos atualmente fazem esta pergunta. Tanto que até o Google já faz a associação do seu nome com a palavra satanismo quando você procura informações sobre ele. Porém acompanhe neste artigo informações sobre onde, como e porque surgiu  isto e tire suas próprias conclusões diante dos fatos.

Quem é Michel Temer?

Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê (SP), no dia 23 de setembro de 1940. Sua família, católica, imigrou de Betabura, na região de El Koura, Norte do Líbano, em 1925. Temer é formado em Direito pela tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Doutorou-se pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e dirigiu o curso de pós-graduação da Faculdade de Direito da PUC-SP.

Iniciou a carreira política como oficial de gabinete de seu ex-professor Ataliba Nogueira, secretário de Educação de Adhemar de Barros. Michel Temer foi procurador-geral do Estado em 1983 e deixou o cargo para ser secretário de Segurança Pública de São Paulo.

Elegeu-se deputado constituinte pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e participou ativamente da Assembléia Nacional Constituinte, tendo se destacado pela posição moderada, sóbria e pelo grande conhecimento de direito constitucional. Após a Constituinte, foi reeleito deputado federal e já exerce o seu sexto mandato – todos pelo PMDB.

Foi escolhido três vezes presidente da Câmara dos Deputados, em 1997, 1999 e 2009 e em 2010 Michel Temer lançou-se como candidato a Vice-Presidente na chapa de Dilma.

Na edição 34 (Julho/2009) da Revista Rolling Stone Brasil, Temer foi entrevistado como sendo o possível vice da Dilma e por fim respondeu a seguinte pergunta: Há sites evangélicos que afirmam que o senhor é satanista. Tem conhecimento disso? Sim, tenho conhecimento. Falei com vários evangélicos. Eles acham uma loucura. Na internet dizem que sou filho de Satã, que me filiei a uma corrente satanista. Deve ser coisa de algum inimigo meu.”                                           ( Cf.http://www.rollingstone.com.br/edicoes/34/textos/3833/ ).

Parte desse rumor deve-se a um e-mail de origem desconhecida que circulou na internet em Março de 2009 dizendo que Neuza Itioka, líder evangélica do Ministério Ágape Reconciliação, conhecida por ministrar seminários de Batalha Espiritual no meio evangélico brasileiro, estava sendo ameaçada por Michel Temer; Nesse e-mail encontra-se a afirmação que Michel Temer juntamente com Sarney, Dantas, Dirceu e até Kassab são satanistas, sendo dito também que Michel Temer seria o pai de Daniel Mastral, o polêmico escritor de livros evangélicos e suposto ex-satanista de uma poderosíssima organização satânica secreta, chamada de Irmandade

(Cf. http://www.pavablog.com/2009/03/10/bocejo-47/ ).

Sabe-se entretanto que logo após a circulação desse e-mail entre os evangélicos, a autoria dele e seu conteúdo foi negado pelo Ministério Ágape Reconciliação, o qual em nota divulgada em seu site oficial disse se tratar de boato usando o nome da Dra. Neuza Itioka. Infelizmente essa nota já foi retirada do site, contudo ainda é possível encontrar no Google um vestígio dela.

Michel Temer gravou video em 19/04/16 mostrando a sua defesa

Clique aqui  https://www.youtube.com/watch?v=fuIbHkBqOAA