Categorias
Noticias

Ataque americano mata alto oficial da Al Qaeda no Paquistão

04/06/2011 – 11h07

Folha.com

DA BBC BRASIL

Um dos mais antigos militantes islâmicos do Paquistão, Ilyas Kashmiri, foi morto em um ataque de "drones" (aeronaves dirigidas por controle remoto) no noroeste do país.

O ataque aconteceu na vila de Laman, no Waziristão do Sul, próximo da fronteira com o Afeganistão, na madrugada deste sábado.

Mian Khursheed – 11.jul.01/Reuters

Potencial subsituto de Bin Laden na Al Qaeda, Ilyas Kashmiri foi morto em um ataque aéreo dos EUA no norte do Paquistão

Potencial subsituto de Bin Laden na Al Qaeda, Ilyas Kashmiri foi morto em um ataque aéreo dos EUA no norte do Paquistão

Kashmiri era o líder do grupo "Brigada 313", que seria uma unidade da organização extremista paquistanesa Harkatul Jihan al Islami. Ele também era tido como um alto comandante da Al Qaeda.

Segundo testemunhas locais, Kashmiri estava entre as nove pessoas mortas durante o ataque. Moradores da vila disseram que ele havia chegado na região pouco antes do bombardeio com outros militantes.

Pouco depois da chegada dos homens, dois disparos de dois mísseis cada foram feitos, em questão de segundos.

Na manhã deste sábado, um oficial paquistanês que não quis ser nomeado confirmou que Kashmiri estava entre os mortos no ataque.

Um suposto porta-voz do grupo comandado por Kashmiri, que disse se chamar Abu Hanzallah, enviou uma mensagem por fax para dois canais de TV locais confirmando a morte do líder.

Kashmiri já havia sido equivocadamente declarado como morto por oficiais da inteligência paquistanesa em um ataque semelhante, na mesma região, em setembro de 2009.

É praticamente impossível realizar uma verificação independente do ataque, já que o acesso da mídia às áreas próximas à fronteira com o Afeganistão é controlado.

POSSÍVEL SUCESSOR

Segundo a correspondente da BBC em Islamabad, Orla Guerin, o militante paquistanês chegou a ser mencionado como um possível sucessor para Osama Bin Laden na Al Qaeda.
Kashmiri foi acusado pelos Estados Unidos de coordenar ataques no Paquistão, no Afeganistão e na Índia e era suspeito de planejar ataques na Europa e nos Estados Unidos.

Acredita-se que ele também planejado o ataque à base militar da cidade de Karachi no último mês de maio, em que seis militantes mantiveram militares paquistaneses de reféns por cerca de 15 horas e mataram ao menos 11 soldados.

"A morte dele certamente será uma grande perda para a Al Qaeda e muito bem vinda nos Estados Unidos", disse Orla Guerin.

O governo americano chegou a oferecer uma recompensa de US$ 5 milhões (cerca de R$ 8 milhões) por informações sobre seu paradeiro.

Categorias
Artigos

A quem interessa a morte de Bin Laden?

 

Marcelo Peixoto

Nesta segunda-feira 2 de maio de 2011 todos os noticiários do mundo anunciam a morte do terrorista saudita Osama Bin Laden. Após assumir a autoria nos atentados às torres gêmeas em setembro de 2001, Bin Laden passou a ser incansavelmente procurado pelos EUA e seus parceiros políticos. De fato essa é uma notícia muito animadora para aqueles que são contra qualquer tipo de terrorismo, mas algumas perguntas devem ser feitas diante da suposta morte do líder da Al Qaeda: A quem interessa a morte de Bin Laden? Qual é o impacto de uma noticia de tal porte para a política e economia norte-americana e mundial?

Todos nós sabemos da baixa popularidade de Barack Obama (há pouco mais de um ano das eleições presidenciais), a péssima imagem dos EUA no mundo árabe e a alta no preço do petróleo gerada pela instabilidade política nos países árabes. São fatores preocupantes para quem aspira ocupar por mais quatro anos a cadeira de presidente dos EUA.

Obama assumiu o poder em 2009 com a responsabilidade de corrigir erros cometidos por seu antecessor Jorge W. Bush, recuperar a economia do país e dar continuidade à política antiterrorista adotada pelo governo americano desde 2001. Destes, apenas o segundo objetivo foi até certo ponto alcançado.

Uma coisa é fato: após o anúncio da suposta morte de Bin Laden as bolsas econômicas tiveram um aumento súbito, o preço do petróleo caiu drasticamente e a possibilidade de novos investimentos serem feitos nos EUA aumentaram, já que o medo de novos ataques era um fator que dificultava novos investimentos no país.

Muitos devem se perguntar: será mesmo que Bin Laden está morto? No entanto, o que devemos observar é: até que ponto essa ocorrência coincidentemente estratégica favorecerá um dado partido político e uma certa elite econômica?

Fim do terrorismo?

Ao contrário do que muitos pensam a morte de Bin Laden não significa o fim do terrorismo, não era o Osama que sustentava a Al Qaeda, mas a guerra contra aquilo que eles consideram o “grande satã”, os Estados Unidos da América, considerados culpados por todos os males causados ao mundo árabe.

Nem é preciso esperar para saber se Osama de fato está morto, mas o fato é que a notícia já está trazendo grandes benefícios aos nossos vizinhos do norte.

O que tudo isso tem a ver com a Igreja Perseguida?

Desde que os EUA enviaram suas tropas para Afeganistão, Iraque e áreas do Paquistão com o propósito de combater o terrorismo e capturar Osama Bin Laden, a pressão sobre os cristãos destes países aumentou drasticamente.

O Afeganistão em 2001 era o 3º na lista de Classificação por Perseguição da Portas Abertas, e esperava-se que com a chegada dos americanos a situação da igreja melhorasse, mas hoje o país continua em terceiro e sua posição pouco oscilou nos últimos 10 anos.

O Iraque era em 2001 o 35º país na lista e pulou para 8º em 2011, o que demonstra que de fato a situação da igreja iraquiana piorou bastante desde a invasão norte-americana, principalmente nas cidades de Bagdá e Mosul onde os atentados contra igrejas e casas de cristãos são constantes.

Já o Paquistão em dez anos pulou de 18ª para 11ª posição. Muitos cristãos influentes na política paquistanesa perderam suas vidas ao lutarem por leis mais justas para os cristãos e outras minorias, um exemplo disso é o ex-ministro paquistanês Shahbaz Bhatti assassinado pelo Talibã no inicio do ano.

Todos nós sabemos que os interesses dos EUA nestes países vão além da luta contra o terror, são interesses estratégicos, políticos, militares e econômicos na região, tanto que dois dos três países citados acima (Iraque e Afeganistão) têm presidentes indicados pelos EUA e o terceiro (Paquistão) é parceiro político-militar dos EUA há alguns anos.

Assim como as investidas militares dos EUA em nada melhoraram a situação da Igreja nestes países ou diminuiu o terrorismo, tampouco a suposta morte de Bin Laden o fará.

Fonte: Portas Abertas

Divulgação: www.juliosevero.com

Categorias
Noticias

Após dez anos do 11 de setembro, Bin Laden é morto pelos EUA no Paquistão

 

Ataques de 2001 tornaram Bin Laden um dos nomes mais conhecidos do mundo

 

.

02 de maio de 2011 | 7h 33

Osama bin Laden se tornou um dos nomes mais conhecidos do mundo em 11 de setembro de 2001, quando ataques organizados por sua rede contra os Estados Unidos deixaram mais de 3.000 pessoas mortas e centenas de feridos.

Ele nasceu em 1957, e era considerado o 17º dos 52 filhos de Mohamed bin Laden, um empreiteiro multimilionário responsável pela construção de 80% das estradas sauditas.

A morte do pai em um acidente de helicóptero, em 1968, deixou ao jovem Osama uma fortuna de milhões de dólares.

Enquanto estudava engenharia civil na Universidade Rei Abdul Aziz, em Jedá, na Arábia Saudita, Bin Laden entrou em contato com professores e estudantes da linha mais conservadora do islamismo.

Por meio do debate teológico e de estudo, ele abraçou o fundamentalismo islâmico como uma defesa contra o que via como a decadência do Ocidente.

A invasão soviética ao Afeganistão, em dezembro de 1979, mudou a vida de Bin Laden para sempre.

Ele assumiu a causa anti-comunista com fervor e se mudou para o Afeganistão, onde, por uma década, lutou ao lado dos mujahideen que resistiam à ocupação soviética.

Especialistas em inteligência acreditam que a CIA (agência de inteligência americana) teve um papel decisivo em fornecer armas e treinamento aos mujahideen, incluindo Bin Laden.

Vingança

O fim da guerra, com a retirada soviética, levou-o a mudar de posição, com a mudança de foco de sua ira contra Moscou para os Estados Unidos após 300 mil soldados americanos, incluindo mulheres, terem sido estacionados na Arábia Saudita durante a Guerra do Golfo de 1991 contra o Iraque.

A partir de então, Bin Laden prometeu vingar o que via como blasfêmia.

Junto com muitos de seus companheiros mujahideen, ele levou sua mistura de habilidades de combate com fanatismo islâmico para outras facções antiamericanas no Oriente Médio.

Depois de morar temporariamente na Árabia Saudita – que removeu sua cidadania em 1994 – e no Sudão, Bin Laden se mudou de volta para o Afeganistão em janeiro de 1996.

O país, em um estado de anarquia, estava dividido entre diversos grupos islâmicos, incluindo a milícia fundamentalista do Talebã, que havia conquistado a capital Cabul nove meses antes.

Apesar de limitada geograficamente, a riqueza de Bin Laden – que aumentava constantemente com lucrativos investimentos internacionais – permitiu que ele financiasse e controlasse uma série contínua de alianças transnacionais de militantes islâmicos por meio de sua rede Al-Qaeda.

Às vezes, ele trabalhava como intermediário, organizando logísticas e garantindo apoio financeiro. Outras vezes, ele comandaria suas próprias campanhas de violência.

Em fevereiro de 1998, Bin Laden decretou uma fatwa – uma ordem religiosa – em nome da Frente Mundial pela Jihad contra Judeus e Cruzados, afirmando que matar americanos e seus aliados era um dever muçulmano.

Seis meses depois, duas bombas atingiram as embaixadas americanas em Nairóbi, no Quênia, e Dar es Salaam, na Tanzânia. Cerca de 224 pessoas foram mortas e aproximadamente 5 mil ficaram feridas. Bin Laden foi indiciado como o principal acusado, junto com outros 16 militantes.

Do dia para a noite, Bin Laden se tornou um grande espinho para o governo americano. Símbolo da resistência fundamentalista islâmica a Washington, ele logo apareceu na lista dos mais procurados do FBI, com uma recompensa de até US$ 25 milhões por sua cabeça.

Os Estados Unidos dispararam 75 mísseis de cruzeiro contra seis campos de treinamento no leste do Afeganistão em uma tentativa frustrada de matá-lo. Um dos disparos errou o alvo por apenas uma hora de atraso.

Além dos atentados na África, Bin Laden foi acusado de envolvimento no ataque de 1993 contra o World Trade Center, em Nova York, na explosão de um carro-bomba na capital saudita, Riad, em 1995, e na explosão de um caminhão-bomba em um acampamento militar saudita que matou 19 soldados americanos.

"Eu sempre mato americanos porque eles nos matam", afirmou. "Quando nós atacamos americanos, nós não fazemos mal a outras pessoas."

No caso das bombas de Nairóbi e Dar es Salaam, suas palavras caíram no vazio. A grande maioria dos mortos e feridos era de africanos, não americanos.

Fuga

A arrogância gerada por sua riqueza levou Bin Laden a oferecer ao governo do Cazaquistão milhões de dólares para comprar suas próprias armas táticas nucleares.

Não é surpresa, então, que se acredite que tanto os Estados Unidos quanto Israel enviaram então esquadrões para assassiná-lo.

E então vieram os ataques de 11 de setembro de 2001. Dois aviões sequestrados foram jogados contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York.

Outra aeronave se chocou contra o Pentágono, em Washington, e uma quarta caiu na Pensilvânia. Ao todo, mais de 3.000 pessoas morreram nos ataques, levando os Estados Unidos a liderar uma operação contra o Talebã.

Forças aliadas foram enviadas ao Afeganistão em 2001. Nessa época, acreditava-se que Bin Laden pudesse ter sido morto durante uma batalha pelo complexo de cavernas de Tora Bora.

Na realidade, ele havia conseguido escapar e fugir pela fronteira para o Paquisão, país no qual ele havia alcançado uma popularidade normalmente reservada apenas para cantores populares ou atores de cinema.

Em fevereiro de 2003, durante as preparações para a invasão liderada pelos Estados Unidos ao Iraque, uma fita de áudio, supostamente gravada por Bin Laden, foi enviada à TV Al Jazeera, pedindo uma "guerra santa" dos muçulmanos contra o Ocidente.

"Esta guerra dos cruzados diz respeito, mais que nada, a todos os muçulmanos, independentemente de o partido socialista iraquiano ou de Saddam Hussein permanecerem no poder. Todos os muçulmanos, especialmente aqueles no Iraque, deveriam lançar uma guerra santa", disse.

Os Estados Unidos reconheceram na época que a voz era provavelmente de Bin Laden.

Vídeos

A última vez que Bin Laden foi visto por alguém que não era de seu grupo mais próximo de colaboradores foi no fim de 2001, quando ele se preparava para fugir de Tora Bora.

Acreditava-se amplamente que ele havia fugido para o leste, cruzando a fronteira do Paquistão para receber abrigo de líderes tribais leais ao Talebã e opositores ao governo do país, então liderado pelo presidente Pervez Musharraf.

A caçada a Bin Laden deu uma guinada dramática com a prisão no Paquistão, em 2003, de Khalid Sheikh Mohammed , chefe das operações da Al Qaeda e suposto mentor dos ataques ao World Trade Center. Parecia que a rede começava a se fechar no entorno do próprio Bin Laden.

Uma grande ofensiva para capturar Bin Laden foi lançada pelo Exército paquistanês ao longo da fronteira com o Afeganistão entre maio e julho de 2004. Mas um ano depois, Musharraf admitiu que as pistas de Bin Laden haviam sido perdidas.

Apesar de a Al Qaeda ter se mantido prolífica na divlgação de mensagens de áudio, normalmente pela internet e com a voz identificada como a de seu número dois no comando, Ayman al-Zawahiri, vídeos de Bin Laden se tornaram raros.

Suas aparições foram cuidadosamente programadas, segundo os analistas, com o objetivo de influenciar a opinião pública ocidental contra seus líderes.

Um desses vídeos foi divulgado em 2004 – no mesmo ano dos atentados a bomba contra trens em Madri atribuídos à Al Qaeda e dias antes das eleições presidenciais americanas.

Um segundo vídeo apareceu no sexto aniversário dos ataques de 11 de setembro, supostamente para eliminar os rumores de que o líder da Al Qaeda já havia morrido. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.