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AS LÍNGUAS INFLAMADAS.

Por. Leandro Norges

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia”. (Provérbios cap.15 vers.1,2).

A língua, sem dúvida, tem sido um dos maiores instrumentos do diabo para destruir a paz dentro dos lares. São palavras de quem é parte da família e também de gente de fora: (vizinhos, “amigos”, parentes, membros de igreja, e até muitos pastores).

Quando irritadas, as pessoas respondem o que vem na cabeça. Não é sem razão que Deus tenha dado tantas orientações sobre o uso adequado das palavras. A melhor coisa que podemos fazer para evitar um sem número de problemas é falar pouco, bem como esperar a hora certa de falar.

A passagem de (Provérbios) citada acima no começo desta matéria de mensagem e estudo, é um conselho muito importante para todos, e emespecial para os casais. Se o uma determinada pessoa estiver nervosa e a outra responder no mesmo tom ou com desinteresse, é o quanto basta para se iniciar um bate-boca.

Exemplo: Se um homem estiver de terno marrom, mas se alguém percebe que há uma manchinha de caneta no paletó, deixa de ver todos os pontos marrons e concentra-se no ponto de tinta. Assim acontece na vida. Às vezes as pequenas coisas chamam bem mais atenção do que as grandes, e Satanás, oportunista por natureza, tira proveito da situação para nos roubar a alegria e a paz.

É de grande oportunidade para Satanás, quando acontece das pessoas começarem a falar, falar, falar, falar, e depois acham que basta um beijinho para consertar o mal-feito. Mas se enganam se pensam que assim se resolvem as coisas. A tendência humana é ir guardando mágoa, até que um dia explode.

Infelizmente é sem conta o número de pessoas escandalizadas por causa de briga de casais que se dizem evangélicos. Quantas destas pessoas estão hoje nosm presídios, cumprindo penas altas, e a gente vai averiguando o motivo e fica estarrecido. Muitos estão ali porque mataram o cônjuge. E como puderam chegar a tal ponto ??? Tudo começou com discussões.

Todos os dias os jornais noticiam casos de violência entre casais, e o problema sempre tem início com um pequeno e desnecessário bate-boca. Dizem que o problema é por causa de dinheiro, ou dos filhos, vizinhos, sógras, que gostam de estarem sempre colocando a língua no meio de onde não é chamado. Satanás, o destruidor das famílias, sabe o que as palavras são capazes de produzir.

ENTÃO O SEGREDO É:  SEGURE A LÍNGUA, E COLOQUE UM FREIO NELA.

A palavra certa, na hora errada, causa tanto mal quanto a palavra errada na hora errada. Tudo o que dissemos pode estar correto, mas se foi dito na hora errada, pode se tornar um grande mal na vida daqueles a quem as dirigimos. A pessoa pode estar alterada ao máximo, mas se você mantiver calmo, responder com brandura, a situação pode mudar. Em muitas situações da nossa vida, é preciso engolir em seco e sair de perto.

Aquelas pessoa que dizem: (“Minha língua cóça, e quando cóça, falo mesmo; eu digo na cara, bateu-levou" !!!). Pessoas que são adeptos dessa filosofia do “toma lá, dá cá” têm sofrimento pela frente. Mas a verdade é que muitas pessoas que pensavam e agiam assim já estão enterradas debaixo da terra. Morreram no calor de uma discussão. Outros estão colhendo frutos amargos na família, e outros com sequélas pelo corpo, tudo isso por causa de coisas que saíram da boca.

Meus amigos e minhas amigas, vocês que sempre têm acompanhado as matérias de estudos e mensagens que envio para vocês, será que não está na hora de clamarmos a Deus por sabedoria no falar ???

Muitos precisam saber o que falar quando for conversar com um filho; usar adequadamente as palavras ao se dirigir áquelas com quem você convive; abençoar todos aqueles com quem você conversa.

Peça para Deus te dar sabedoria e paciência, para que a sua boca seja um instrumento de vida. Com isso Satanás não vai poder mais contar com a ajuda da sua boca para causar mal a mais ninguém. Consagre sua boca ao Senhor.

Para terminar mais esta fantástica matéria de mensagem e estudo, prestem atenção nas belas palavras de Jesus Cristo em (João cap.7 vers.38): “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. 

QUE DEUS TE ABENÇOE…

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Libertação para os tolos

Libertação para os tolos

Tolos. Se você conhece algum, você vai entender perfeitamente a razão pela qual considero o caminho da persuasão lógica e racional um caminho contraproducente no diálogo com eles (se é que é possível tal diálogo!).

A razão é bem simples: o tolo é, por natureza, completamente satisfeito consigo mesmo. Ou seja, ele está tão embriagado de si mesmo que a única coisa que ele consegue aceitar, no diálogo com o outro, é ele próprio e suas ideias.

Nada mais lhe interessa senão confirmar ou reafirmar suas teses. Ele não consegue olhar para o outro, esforçando-se por compreendê-lo. E essa incapacidade decorre do fato de que ele foi sociológico-psicologicamente sugestionado a acreditar em si mesmo e em suas ideias sem ter que, ao mesmo tempo, refletir criticamente sobre si mesmo e suas ideias.

Em outras palavras, o tolo é aquele que foi ensinado por “autoridades inquestionáveis” a absorver inúmeros pressupostos, muitos deles plausíveis e verdadeiros, porém sem questioná-los, sem pensá-los.

Que não se entenda a tolice dos tolos como uma patologia da qual os hábeis intelectuais estão imunes! Dizer que a tolice faz parte apenas da natureza daqueles que não alcançaram o paroxismo da inteligência humana é um erro crasso que apenas os tolos cometem.

É indubitável que a tolice não é, por natureza, um defeito intelectual, mas um defeito humano. Por exemplo, existem pessoas que são intelectualmente ligeiras, sacam as coisas com rapidez, mas são tolas (basta lembrar do filósofo alemão Martin Heidegger, que possuía uma notável habilidade lógico-filosófica, mas que, em um determinado momento de sua vida, defendeu os ideais nazistas).

Em contrapartida, existem pessoas que são muito lentas quando pensam, mas são tudo menos tolas (Lutero, por exemplo, vivia reclamando pelos cantos da Universidade de Erfurt, na Alemanha, de que ele jamais poderia ser um teólogo de verdade porque se considerava lento demais para o raciocínio lógico; e, diga-se de passagem, muitos seguidores de Philipp Melanchthon concordariam com Lutero!).

Entender que a tolice é um defeito humano é sacar que todas as pessoas são, por natureza, tolas. Portanto, pessoas não se tornam tolas, elas no máximo deixam de ser tolas. E como elas deixam de ser tolas? Dietrich Bonhoeffer, quando estava preso por causa da perseguição nazista, escreveu inúmeras cartas.

Numa delas, ele disse que “somente um ato de libertação poderia vencer a tolice; um ato de instrução ou argumentação lógica nada pode fazer para convencer o tolo de sua tolice. Antes de tudo, o tolo precisa de uma libertação interior autêntica, e enquanto isso não ocorre temos de desistir de todas as tentativas de persuadi-lo”.

Essa necessidade de “libertação interior autêntica”, enfatizada por Bonhoeffer, também pode ser encontrada entre os primeiros filósofos gregos. No livro VII da República, Platão mostra Sócrates “ensinando” para o jovem Glauco que para as pessoas conhecerem a verdade elas precisam ser primeiramente libertas. Para isso, o filósofo contou uma história sobre seres humanos que, desde o seu nascimento, estão aprisionados em uma caverna subterrânea. Eles não sabem o que é o mundo fora da caverna. Suas pernas e seu pescoço estão algemados de tal sorte que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas em direção a uma parede. Atrás deles, na entrada da caverna, há um foco de luz que ilumina todo o ambiente.

Entre esse foco de luz e os prisioneiros, há uma subida ao longo da qual foi erguido um pequeno muro. Para além desse pequeno muro, encontram-se homens que transportam estátuas que ultrapassam a altura do pequeno muro.

Eles carregam estátuas de todos os tipos: de seres humanos, de animais e de toda sorte de objetos. Por causa do foco de luz e da posição que ele ocupava, os prisioneiros são capazes de enxergar, na parede do fundo, as sombras dessas estátuas, mas sem verem as próprias estátuas, nem os homens que as transportam. Como nunca viram outra coisa além das sombras, os prisioneiros pensam que elas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que as sombras não passam de projeções das coisas, nem podem saber que as coisas projetadas são, na verdade, estátuas carregadas por outros seres humanos.

O que aconteceria, pergunta Sócrates a Glauco, se alguém libertasse os prisioneiros? O que faria um prisioneiro liberto daquelas algemas? Sem dúvida, olharia toda a caverna. Ao seu redor, veria os outros prisioneiros, o pequeno muro às suas costas, as estátuas e a entrada da caverna. Seu corpo doeria a cada passo dado. Afinal de contas, ele ficou imóvel durante muitos anos.

Não bastassem as dores do corpo, ao se dirigir à entrada da caverna ficaria momentaneamente cego, pois aquele foco de luz que clareava a caverna, na verdade, era o sol. Porém, com o passar do tempo, já acostumado com a claridade, seria capaz de ver não só as estátuas, mas também os homens que as carregavam. Prosseguindo em seu caminho, passaria a enxergar as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não contemplara senão sombras das estátuas projetadas no fundo da caverna.

Na condição de conhecedor desse “novo” mundo, o prisioneiro liberto regressaria ao velho mundo subterrâneo. Ao chegar, ele contaria aos outros prisioneiros, ainda algemados, o que viu.

Sua missão seria libertá-los, pois é somente na condição de livre que alguém pode ser capaz de contemplar o mundo das coisas tais como elas são. O que mais poderia acontecer após esse retorno?

Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras, pois o único mundo real é o mundo da caverna. Por isso, tentariam silenciá-lo de todas as formas. No entanto, se ele teimasse em afirmar o que viu e insistisse em convidá-los a sair da caverna, os homens das sombras o matariam. Foi assim que Sócrates concluiu o mito da caverna.

Os tolos são aqueles que tomam as sombras como se fossem as coisas mesmas. O homem-que-deixou-de-ser-tolo, porém, é aquele que não se satisfaz com as imagens projetadas no fundo da caverna, mas impulsionado pelo desejo de contemplar as coisas mesmas, arrebenta os grilhões que o aprisionam.

Ao se libertar, dirige-se ao mundo verdadeiro. E quando o mundo verdadeiro se abre para ele, ou seja, no momento em que ocorre a revelação da verdade (alethéia), o homem-que-deixou-de-ser-tolo se compraz apenas em perceber sua própria tolice. Esse é o ponto.

O tolo, por natureza, não sabe que é tolo, não tem consciência de sua tolice. Ele toma as sombras como se fossem as coisas mesmas. Por isso, a única maneira de um tolo se livrar de sua tolice é descobrir que ele é tolo. Mas veja, esse é o ponto de partida não o de chegada. Depois da consciência da tolice, é preciso deixar de ser tolo!

Enquanto o tolo não enxerga a sua tolice não adianta argumentar. Não adianta tentar persuadir aquele que está completamente preso em si mesmo. E por que? Porque onde há oprimidos há um opressor. Há um opressor dentro do tolo. Na conversa com ele percebe-se que não é com ele mesmo que se está tratando, mas com chavões, clichês, palavras de ordem, argumentos ad hominem, que operam nele e tomam conta de sua mente. O tolo, como diz Bonhoeffer, “está fascinado, obcecado, foi maltratado e abusado em seu próprio ser. Tendo-se tornado, assim, um instrumento sem vontade própria”.
Enfim, minha ojeriza pela tolice não deveria ser entendida como mero ódio ao tolo, mas, sim, como ódio ao poder que inevitavelmente precisa e se nutre da tolice humana.

  • AUTOR
Jonas Madureira
É bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Evangélico do Betel Brasileiro em São Paulo; bacharel, mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorando em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Professor Titular de Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea e Filosofia do Seminário Teológico Evangélico do Betel Brasileiro e do Seminário Teológico Bethesda. Autor do livro “Filosofia” do Curso Vida Nova de Teologia Básica publicado por Edições Vida Nova. Em 2005, recebeu da PUC-SP a premiação de Menção Honrosa, na área de Filosofia, pelo estudo que apresentou sobre a doutrina do conhecimento negativo de Deus em Tomás de Aquino.

 

06-06-16 013

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.