por Jarbas Aragão-gospelprime-
O quinto dia da viagem que o Gospel Prime está realizandojunto com o ministério Beth-Shalom/Chamada da Meia Noitepassou pelas ruínas da antiga cidade de Troia.
Existem divergências arqueológicas sobre a Trôade mencionada no Novo Testamento ser a cidade de Troia. O mais provável é que o porto em que Paulo desembarcou fizesse parte de uma espécie de província com esse nome, cuja principal cidade fosse Troia.
Na verdade, as escavações mostram que Troia é uma cidade de vários níveis que foi destruída e reconstruída nove vezes. A “nona versão” é contemporânea do período da Segunda Viagem Missionária. Hoje em dia, além do sítio arqueológico com as ruínas dessa cidade que ficava no alto do monte Ida. O aspecto mais destacado para quem visita o lugar é a menção da “Guerra de Troia” e a lenda do cavalo de madeira usado como arma secreta.
Após essa visita, iniciamos o roteiro das sete igrejas mencionadas em Apocalipse. A primeira cidade visitada foi a antiga Pérgamo (atual Bergama). O sítio arqueológico é bastante preservado pelo governo turco e fica na região que nos dias do Novo Testamento era chamado de Mísia.
A referência a seu nome foi usada para designar o “pergaminho”, couro de animal tratado que servia para se escrever. Os textos originais do Novo Testamento foram todos escritos em pergaminhos. Em Pérgamo havia uma célebre biblioteca com cerca de 200.000 volumes.
Segundo a tradição pagã grega, aquela era uma terra sagrada por ser o lugar onde surgiu o culto ao deus Júpiter ou Zeus, pai de todos os deuses. No monte cônico, quase 300 metros acima do vale que circunda a cidade, vários templos foram construídos. O mais importante era justamente o de Zeus, onde havia um lugar que, segundo a lenda, a divindade se assentava.
Para muitos estudiosos esse era o “trono de Satanás”, mencionado pelo apóstolo João em Apocalipse 2.13. Ali ficava a terceira igreja mencionada por João, que naqueles dias já havia se tornado um centro importante da obra de Cristo na Ásia Menor (atual Turquia).
Após conhecer o “trono de Satanás”, os evangélicos que participam da caravana passaram por Tiatira, cidade que não existe mais. Contudo, existem ruínas de uma igreja cristã preservadas em uma praça na atual cidade turca de Akhisar. A rica cidade de Tiatira foi um importante centro comercial na Ásia Menor situado no fértil vale do rio Lico.
Na mesma província passamos por uma estrada onde, segundo a tradição, ficava a antiga Sardes. Atualmente é a cidade Semaniza. Essas duas igrejas mencionadas por João em Apocalipse ficam na região chamada de Lídia, onde as primeiras moedas foram cunhadas. Acredita-se que a mulher chamada Lídia mencionada em Atos 16, partiu daqui para negociar em Filipos (At 16). Ao ouvir a pregação do apóstolo Paulo, creu e foi salva.
Não se sabe ao certo se foi ela quem levou o Evangelho a Tiatira, mas o fato é que o Evangelho chegou até lá e havia uma igreja próspera na cidade. A carta à igreja de Tiatira foi a quarta na ordem das enviadas às sete igrejas da Ásia (Ap 2.18-29).
Um dos aspectos que mais chama atenção é que essa região tão importante da história do cristianismo, atualmente tem dezenas de mesquitas. A Turquia é um país de maioria muçulmana (99%) e durante séculos destruiu toda a tradição cristã que prevaleceu na Ásia Menor. Nos últimos anos, houve um crescimento na perseguição aos cristãos por conta do aumento do “nacionalismo religioso” promovido pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, que pede o fim de Israel e teria ligações com o Estado Islâmico.
Para muitos estudiosos, a Turquia será uma das nações promotoras da Guerra de Gogue e Magogue (Ez 38 e 39). Foi nesse país que, em 2014, foi sediada um encontro chamado de “confederação do anticristo”. Há estudiosos de profecias que relacionam o trono de Satanás com os eventos que culminarão num ataque final a Israel.