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Cepa de bactéria da peste negra está extinta, afirma estudo

30/08/2011 – 19h05

 

 

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

A bactéria responsável por uma das mais devastadoras epidemias da história provavelmente não tem parentes próximos vivos hoje –para o alívio de quem não gostaria de ter de enfrentar o filme de terror "Peste Negra, parte 2".

A conclusão é de uma equipe internacional de cientistas, que obteve amostras de DNA de dezenas de pessoas mortas pela Peste Negra entre os anos de 1348 e 1350.

Enterrados no cemitério londrino de East Smithfield, os defuntos são os primeiros a trazer evidências genéticas diretas da epidemia que matou ao menos um terço dos europeus na Idade Média.

Editoria de arte/folhapress

Os pesquisadores usaram dentes e ossos dos falecidos como fonte para o DNA do causador da peste. A grande maioria dos estudiosos acredita que o vilão microscópico é a Yersinia pestis, causadora da peste bubônica em épocas mais recentes.

É um desafio tecnológico lidar com esse tipo de DNA porque, com o tempo, o material genético sofre alterações químicas e se fragmenta, muitas vezes se tornando quase irreconhecível.

Os pesquisadores, no entanto, conseguiram vencer esse obstáculo e obtiveram dados suficientes para confirmar que se tratava de um tipo de Yersinia pestis.

No entanto, estamos falando de uma forma da bactéria que nunca tinha sido identificada antes, seja em amostras modernas, seja nas obtidas por arqueólogos.

É razoável supor, portanto, que essa cepa esteja extinta, afirma a equipe liderada por Hendrik Poinar, da Universidade McMaster, no Canadá, em artigo na revista científica "PNAS".

Os pesquisadores ainda não sabem dizer, contudo, porque essa forma única da bactéria teve efeito tão devastador na Idade Média.

Nas amostras londrinas, eles também obtiveram parte da sequência de "letras" químicas de um gene bacteriano ligado à virulência, ou seja, à violência da infecção da Yersinia pestis.

Acontece que esse gene em especial não tem diferenças significativas em relação às cepas modernas. O mistério, portanto, permanece.

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EUA infectaram com DSTs mais de 1.500 pessoas na Guatemala

 

MARCO VARELLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na década de 1940, o médico John Cutler, funcionário do serviço de saúde pública dos EUA, financiado com verba americana, infectou de propósito e sem consentimento prostitutas, prisioneiros, soldados e doentes mentais com sífilis e gonorreia, num total de mais de 1.500 pessoas na Guatemala.

Na época, o governo guatemalteco foi informado e aceitou os procedimentos.

Sobreviventes de testes dos EUA com DSTs são localizados

Esta é a conclusão da investigação histórica sobre os abusos das pesquisas com DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) conduzidas por americanos nos anos 1940, na Guatemala.

A informação foi dada em comunicado oficial por Amy Gutmann, chefe da Comissão Presidencial para o Estudo de Questões Bioéticas dos EUA.

"É importante fazermos a documentação precisa dessa clara injustiça histórica. Fazemos isso para homenagear as vítimas", diz Gutmann.

"Temos de aprender com o passado para que possamos assegurar ao público que hoje a pesquisa científica e médica é conduzida de forma ética", afirma Gutmann.

DESCULPAS

A investigação terminou após quase um ano do pedido oficial de desculpas por telefone do presidente Obama ao presidente da Guatemala, Álvaro Colom. Obama ordenou o inquérito sobre os estudos na América Central.

A comissão americana analisou mais de 125 mil documentos originais de arquivos públicos e privados em todo o país e realizou uma viagem investigativa para a Guatemala.

Os membros da equipe descobriram que muitos dos pesquisadores envolvidos em um projeto semelhante em 1943 em Terre Haute, Indiana (EUA), foram depois para a Guatemala realizar a pesquisa com DSTs.

Enquanto em Terre Haute os prisioneiros foram voluntários e consentiram em participar, na Guatemala não houve tal consentimento.

O resultado da investigação será entregue a Obama no começo do mês que vem, e o relatório final sairá em dezembro deste ano.

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Artigos curiosidades

Banho no mar Morto ajuda a reduzir açúcar no sangue

 

Informações obtidas no R7.com

Resultados positivos podem melhorar as condições médicas dos diabéticos

EFE

mar morto 450x338Getty Images

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Uma rápida imersão no mar Morto ajuda a reduzir os níveis de açúcar no sangue e poderia melhorar as condições médicas dos diabéticos, revela estudo preliminar de uma equipe de pesquisadores israelenses.
A pesquisa, desenvolvida por uma equipe da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Ben Gurion, em coordenação com o Centro Médico Soroka de Beer Sheva fornece novos dados sobre os benefícios das águas extremamente salgadas do mar Morto, cujas propriedades são conhecidas para o tratamento de doenças como a psoríase.

As novidades do estudo constam na edição desta terça-feira (30) do jornal Ha’aretz.
O estudo teve a participação de 14 indivíduos com idades entre 18 e 65 anos e portadores de diabetes do tipo 2.
Todos foram colocados dentro de uma piscina de água do mar Morto a uma temperatura de 35ºC, e após 20 minutos de uma única imersão, registraram redução significativa de 13,5% dos níveis de glicose no sangue: de uma média de 163 miligramas por decilitro (mg/dl) para 151 mg/dl imediatamente após ao banho.
Uma hora depois de permanecer mergulhado na piscina, os níveis de açúcar se reduziram ainda mais, até alcançar 141,4 mg/dl.
Pelo contrário, um teste de controle na qual os participantes do estudo permaneceram 20 minutos submersos em água normal não causou nenhuma alteração nos níveis de glicose, mas mudanças nos níveis obtidos imediatamente após permanecer uma hora em água.
Outro grupo de controle com seis pessoas saudáveis não produziu nenhuma diferença significativa entre os níveis contabilizados antes e depois da imersão em uma piscina de água do mar Morto e em água doce.
Os pesquisadores também comprovaram que a curta imersão em água do Mar Morto não afetou outros valores do sangue dos indivíduos analisados, incluídos os níveis de insulina e hormônios de cortisona, assim como de peptídeo C, uma substância que em quantidade igual à insulina é liberada pelo pâncreas na corrente sanguínea.
Os resultados da pesquisa serão publicados na edição deste mês da revista da Associação Médica de Israel Ha’Refua.

O chefe da equipe, professor Shaul Sukenik, da Universidade Ben Gurion, diz que os resultados não são conclusivos.
– Esses são resultados de um estudo inicial ainda difícil de tirar conclusões neste ponto.
Mesmo assim, o pesquisador classificou os resultados de "promissórios".

O próximo passo é estudar o que ocorre com os níveis de glicose quando os indivíduos tomam banhos de mais de uma hora.
– Em caso de os indícios se comprovarem em estudos posteriores, a redução da glicose no sangue permitirá aos diabéticos que banharem-se no mar Morto reduzir sua medicação.