Zaqueu não precisava de Jesus para lhe dar riqueza ou saúde, mas para o salvar do seu pecado.
Acompanhemos o processo dum homem corrupto, pecador, que já tinha ouvido falar de Jesus de Nazaré mas ainda não o conhecia. Zaqueu não precisava de Jesus para lhe dar riqueza ou saúde, mas para o salvar do seu pecado.
O que nos dizem as Escrituras sobre a figura em questão? Lucas Evangelista traça-nos o retrato de Zaqueu (19:1-10) através de cinco pinceladas.
- vivia em Jericó,
- era um homem rico,
- era chefe dos publicanos,
- era baixinho e
- queria ver Jesus.
Zaqueu vivia em Jericó
Mas o que era Jericó à época? Conhecida como a famosa Cidade das Palmeiras, a cidade foi edificada numa das mais ricas zonas agrícolas de todo o Médio Oriente.
Era um verdadeiro oásis no deserto, cercada por quilómetros de terra árida e rochosa, tinha campos floridos, árvores balsâmicas, amendoeiras, romãzeiras, tamareiras, sicómoros, e, sobretudo, palmeiras.
Jericó tinha águas canalizadas, jardins luxuriantes e belas construções, tendo-se tornado a cidade preferida da aristocracia judaica para passar o Inverno.
Jericó era local de passagem obrigatório para caravanas de mercadores e peregrinos, era economicamente muito forte, com bancos, lojas e armazéns.
Todos os dias, desde o nascer do sol, mercadores, lavradores, clientes e cambistas enchiam as ruas, a comprar, vender e a assinar contratos.
Zaqueu era rico
Rico por nascimento, mas também por ser um corrupto cobrador de impostos. Israel vivia subjugado ao império romano e, como todos os povos conquistados, pagava pesados tributos a Roma, para pagar os luxos das elites romanas e o seu grande exército.
Zaqueu era o chefe dos publicanos na cidade
Isto é, o chefe das finanças públicas de Jericó. O comércio local e a circulação de muita riqueza garantia à cidade elevada arrecadação de impostos, por isso despertava o interesse dos governantes e a ambição dos publicanos.
Segundo se sabe: “Os tributos passaram a ser recolhidos mediante contrato firmado, pelo prazo de cinco anos, entre o vencedor da hasta pública e o tesouro romano, devendo o vencedor antecipar o pagamento desses tributos ao Estado. Os participantes desses leilões, naturalmente, eram homens muito ricos, com fortuna pessoal mínima de quatrocentos mil sestércios, segundo alguns historiadores.
A adoção desse sistema de arrecadação tributária era eficiente mas teve graves consequências. Os publicanos, livres para cobrar quanto quisessem, exorbitavam nas taxas exigidas, multiplicando rapidamente a sua fortuna. Tornaram-se assim um símbolo de desonestidade, e eram detestados pela população em geral.”
Zaqueu era baixinho
Física e moralmente. Se a baixa estatura física lhe traria complexos, uma vez investido de poder pode-se ter tornado soberbo e pouco sociável, além de ser odiado pela cidade por ser considerado um traidor da pátria por colaborar com os romanos e por roubar toda a gente.
Só lhe dirigiam a palavra quando necessário, e sempre com indisfarçável desprezo.
Zaqueu queria ver Jesus
Ouvira falar muito dele. Ouvira que dentre os seus mais íntimos estava um antigo cobrador de impostos de nome Mateus.
A atitude de Jesus
Mas centremo-nos agora na atitude de Jesus. Ele mostrou:
- Que está atento a quem o procura;
- Que não discrimina pessoas (nem pobres nem ricos);
- Que não está sujeito a convenções sociais nem ao que parece bem ou mal;
- Que não se importa de ser impopular estendendo a mão a um ladrão, entrando na sua casa e sentando-se com ele à mesa, por misericórdia;
- Que a salvação é para todos, sem excepções;
- Que a salvação não vem das boas obras mas da fé e exige arrependimento sincero.
Quem não está salvo por Jesus, está perdido na vida. Não há mais perdidos ou menos perdidos, há os que estão perdidos. Mais ou menos longe de casa, mas todos eles estão perdidos. Zaqueu não precisava de Jesus para lhe dar riqueza ou saúde, mas para o salvar do seu pecado.