Vice americano defendeu decisão de Donald Trump em discurso no Parlamento israelense
O vice-presidente dos EUA Mike Pence visita o Parlamento israelense, em Jerusalém – 22/01/2018 (Ariel Schalit/Pool/Reuters)
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou nesta segunda-feira no Knesset, o Parlamento de Israel, que a mudança da embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém acontecerá “antes do final do ano que vem”.
“Jerusalém é a capital de Israel, e, como tal, (Donald) Trump deu indicações ao Departamento de Estado para iniciar os preparativos para a transferência da embaixada dos Estados Unidos para lá”, declarou nesta segunda-feira o vice-presidente americano no parlamento israelense, em um discurso que foi boicotado pelos deputados árabes-israelenses.
Os parlamentares da Lista Comum, a terceira força do parlamento e de maioria árabe, levantaram um cartaz com a fotografia do Domo da Rocha, na Cidade Velha, com a frase “Jerusalém, capital da Palestina”, e foram retirados do recinto.
Em seu discurso, Pence afirmou que Trump “fez história no mês passado” e tomou a decisão pelo bem “da paz”. “Ao anunciar esta decisão sobre Jerusalém, o presidente pede a todas as partes que o ‘status quo’ seja mantido sobre os lugares sagrados”, afirmou o vice-presidente.
“Como Trump deixou claro, os Estados Unidos não têm qualquer intenção de tomar posições sobre nenhuma questão final, incluindo as fronteiras concretas da soberania israelense em Jerusalém e a resolução de fronteiras em disputa”, completou Pence.
No dia 6 de dezembro, Trump rompeu com décadas de consenso internacional ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel e anunciar a futura transferência da embaixada de Tel-Aviv para a Cidade Sagrada, onde nenhum país mantém sua principal missão diplomática.
Israel anexou a parte oriental de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias, em 1967, medida considerada ilegal pela Corte Internacional de Justiça. Os palestinos consideram a parte da cidade como capital de um futuro Estado, assim como israelenses a consideram capital do país.
Desde o anúncio, os líderes palestinos insistem em rejeitar Washington como mediador e se recusam a manter qualquer reunião com o atual governo dos Estados Unidos.