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Conheça a Ordem dos Cavaleiros Templários

CRISTIANISMO
HISTÓRIA
19 de dezembro de 2022
Ordem dos Cavaleiros Templários

Redação Brasil Paralelo

Os Cavaleiros Templários eram membros de uma ordem religiosa e militar, fundada em 1120 durante as Cruzadas. Como os religiosos, eles faziam voto de pobreza, castidade e obediência. Mas como também tinham uma missão militar, faziam o voto de proteger os peregrinos que se dirigiam à Jerusalém.

A história dos Templários narra a vida dos guerreiros ativos nas Cruzadas. Mesmo assim, não conseguiram impedir os muçulmanos de tomar Jerusalém. Uma vez que as guerras contra o Islã já não eram tão frequentes, os Templários passaram a se dedicar à atividade mercantil-financeira.

A sociedade medieval tinha um grande apreço por esses monges guerreiros, pois eram homens que aceitavam a pobreza e a morte no campo de batalha para defender os peregrinos. Eles recebiam muitas doações e também criaram o sistema precursor dos bancos de hoje: depósito e saque com letra de câmbio.

Além de conferir aqui a história dos Cavaleiros Templários, não deixe de assistir a série Brasil – A Última Cruzada. Você entenderá como a história dos Templários se cruza com a da Ordem de Cristo, com a história de Portugal e com o descobrimento do Brasil.

O que você vai encontrar neste artigo?

  1. Quem eram Cavaleiros Templários?
  2. A origem da Ordem dos Templários
  3. Os Templários e as Cruzadas
  4. Como os Cavaleiros Templários se organizavam?
  5. Por que os Templários acabaram?

Quem eram Cavaleiros Templários?

Os Cavaleiros Templários eram membros de uma ordem religiosa e militar, fundada em 1120 durante as Cruzadas. Como os religiosos, eles faziam voto de pobreza, castidade e obediência. Mas como também tinham uma missão militar, faziam o voto de proteger os peregrinos que se dirigiam à Jerusalém.

A proteção era necessária, pois os muçulmanos estavam atacando os cristãos que peregrinavam à Terra Santa.

A origem da Ordem dos Templários

Para entender como surgiram os Cavaleiros Templários, é necessário entender a origem das Cruzadas. O que elas foram? Foram investidas militares para salvar dos muçulmanos os lugares santos no Oriente, conta o historiador Thomas WoodsO primeiro Papa a convocá-las foi Urbano II, para retomar Jerusalém. Fez isso em 1095 no Concílio de Clermont. Os cruzados conseguiram, mas não devolveram o território conquistado ao Império Bizantino.

Por isso, em 1120, o rei Balduíno II de Jerusalém pediu ajuda. Ele a recebeu de um grupo de cavaleiros que estavam dispostos a sacrificar suas vidas para proteger os peregrinos cristãos. Eram os “Pobres Cavaleiros de Cristo”, que conciliaram a vida militar e a vida religiosa. Seu líder era Hugo de Payens e levava uma vida de extrema pobreza.

O rei Balduíno cedeu a Mesquita de Al-Aqsa para que eles morassem. O Templo de Jerusalém foi construído ali.

Não há muitas notícias sobre os detalhes da origem da Ordem dos Templários, pois no início (nos 10 primeiros anos) eles não fizeram nada de extraordinário.

A pregação de São Bernardo de Claraval

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Quadro de São Bernardo de Claraval, feito por Phillipe de Champaigne.

A partir das pregações de São Bernardo é que a Ordem ganhou força. Foi ele quem apresentou ao Papa Honório II a causa dos Templários. Isto aconteceu no Concílio de Troyes em 1129.

Assim, a Igreja reconheceu oficialmente a “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão” (Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici).

São Bernardo escreveu os fundamentos espirituais para a Ordem seguir, mostrando que não era incompatível ser guerreiro e religioso. Tratava-se de uma dupla batalha, lutar contra si mesmo e contra os inimigos de Cristo.

A Ordem começou a receber doações, pois a sociedade medieval os apoiava moral e materialmente. Havia compreensão pública da importância da defesa dos Lugares Santos.

O primeiro símbolo da Ordem dos Templários

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Primeiro símbolo da Ordem dos Templários, medalha com dois cavaleiros em um cavalo.

A imagem é a de dois cavaleiros sentados no mesmo cavalo. Alguns dizem que isto faz referência à pobreza, por não haver cavalos para todos. Mas, segundo Barbara Frale, do Arquivo Secreto do Vaticano, este símbolo alude aos personagens de um famoso poema épico chamado La Chanson de Roland (A canção de Rolando).

Neste caso, Rolando e Oliver partem para combater os sarracenos na Península Ibérica. Juntos eles representam coragem e prudência, bravura e sabedoria. Misturavam-se a ousadia e o destemor de Roland ao controle das paixões de Oliver.

Reconquista da Península Ibérica foi um tema abordado na série Brasil: A Última Cruzada, no qual relatamos como os cristãos reconquistaram esta parte da Europa dos muçulmanos ao longo de séculos. Com o tempo, a Ordem cresceu até superar o poder do rei. Nos séculos XII e XIII, os príncipes dependiam muito de seus vassalos. Além do mais, a Ordem dos Templários administrava as doações recebidas, que não ficavam com os cavaleiros, uma vez que haviam feito voto de pobreza. Como resultado, a instituição administrava maior riqueza do que os reinos.

Os Templários e as Cruzadas

Com a ajuda de São Bernardo de Claraval, os Pobres Cavaleiros de Cristo conseguiram a aprovação de três Papas entre o Concílio de Troyes e a segunda Cruzada.

Os muçulmanos dominaram o condado de Edessa no ano de 1144. Preocupado, o Papa Eugênio III convocou uma nova Cruzada para defender a Terra Santa, afinal de contas, o condado permitia acesso a Jerusalém.

Mesmo sendo o líder máximo da igreja, seu apelo não foi atendido. Por esta razão, o rei Luís VII pediu a São Bernardo que convocasse os fiéis.

Ao contrário da primeira, a segunda Cruzada fracassou. Os cristãos encontravam-se cada vez mais acuados até serem vencidos pelo líder muçulmano chamado Nur as-Din.

Uma série de consequências levou à derrota:

  • Após a primeira Cruzada, muitos guerreiros deixaram a Terra Santa e voltaram para casa;
  • O número de invasores era maior do que o de cristãos que defendiam Jerusalém;
  • Os muçulmanos estavam em vantagem nas lutas, por número e por localização, principalmente;
  • O custo de pertencer à Ordem dos Templários era alto, pois cada cavaleiro tinha que custear sua viagem, armadura, armas e cavalos;
  • Entre os muçulmanos, o general Salazar Saladino ascendeu à liderança. Ele foi o responsável pela união dos muçulmanos que lutavam entre si, levando-os a se agruparem contra os cristãos.

O reino de Jerusalém

Quando o rei Balduíno IV de Jerusalém morreu de lepra, foi sucedido pelo filho Balduíno V, que também morreu. Assim, sua mãe, Sibila, assumiu como regente.

Antes de continuar com os desdobramentos de sucessão ao trono, é preciso entender a importância das ordens militares. O monarca tinha legitimidade por causa de seu apoio, pois eram responsáveis por sua escolta e pela proteção da cidade. Os Templários e os Hospitalários (Ordem de Malta) defendiam os peregrinos em Jerusalém e aprovaram a coroação de Sibila.

Tudo mudou com a chegada de Guido de Lusignan, marido de Sibila, homem que ela desejava ver coroado rei. Para isso, ela tinha o apoio dos Templários, mas não dos Hospitalários. No final, ele acabou sendo coroado ao lado de Sibila e se tornou o novo rei de Jerusalém.

Enquanto isso, Saladino havia expandido seu domínio sobre grande parte dos territórios outrora dominados pelos cristãos. O ano era 1186 e o confronto entre as tropas na cidade de Jerusalém era inevitável.

Como os Templários derrotariam os muçulmanos?

Raimundo de Trípole, chefe dos cristãos, aconselhou o rei a aguardar que o exército de Saladino se desgastasse no deserto. A vitória parecia certa com a execução deste plano. Entretanto, Geraldo de Ridefort convenceu o monarca a mudar de ideia e a atacar. Por causa desta mudança de estratégia, Jerusalém foi perdida.

Em 1187, Saladino derrotou os cristãos na Batalha de Hattin. Como consequência, eles prenderam o rei, 230 templários e Reinaldo de Châtillon, que era um antigo inimigo do líder muçulmano e morreu como mártir porque recusou-se a converter-se ao Islã.

O rei Guido foi poupado, mas com os Templários não poderia acontecer o mesmo. Eram homens que tinham escolhido dar suas vidas pela Igreja, por causa da fé em Jesus. Foi-lhes dada uma escolha entre duas opções: Converter-se ao Islã ou morrer.

Os 230 escolheram a morte.

A notícia da tomada de Jerusalém pelos muçulmanos rapidamente chegou à Europa, então uma nova Cruzada foi organizada. Os reis Frederico Barba-Roxa, Filipe Augusto e Ricardo Coração de Leão foram os organizadores. Entre as Cruzadas, esta foi a mais bem planejada, mesmo assim jogos de interesses a levaram ao fracasso.

Como os Cavaleiros Templários se organizavam?

São Bernardo de Claraval conciliou as virtudes monásticas com as virtudes militares de um digno cavaleiro de Cristo. As principais virtudes do primeiro eram a mansidão, a prudência e a temperança; as do segundo eram a coragem, a fortaleza e a justiça.

Nas palavras do santo:

“Pretendo falar de um novo tipo de cavaleiro, absolutamente desconhecido nas eras precedentes, que, sem poupar energias, trava uma luta num duplo fronte: uma luta contra a carne e o sangue, mas também contra os espíritos malignos espalhados nos ares.” (De Laude Novae Militae ad Milites Templi)

São Bernardo pensou em detalhes como os Templários deveriam viver:

  • Alimentação frugal, nem demasiadamente leve ou forte;
  • Proibição do recrutamento na infância;
  • Teste de recrutamento entre os adultos;
  • Geralmente eram viúvos;
  • Proibição de conversas sobre experiências sexuais;
  • Quando juntos de cavaleiros seculares, os Templários deviam ficar separados;
  • Homens com idade entre 30 e 40 anos em geral;

Enfim, a Ordem dos Templários era formada por homens que queriam expiar seus pecados, queriam indulgências que expiassem um passado vergonhoso e fazer algo digno de louvor em vida.

Para ser um bom Templário era necessário atender a quatro pontos:

  1. Ter vigor físico;
  2. Coragem ligada ao senso de honra;
  3. Lealdade ao grupo;
  4. Espírito de sacrifício.

Graças às regras de São Bernardo, eram cavaleiros que lutavam para permanecerem humildes, castos e honrados em sua missão. Eram treinados para serem obedientes, afinal, era indispensável em uma ordem militar que um soldado se dobrasse a seu superior na hierarquia.

Na Ordem, havia o Grão-Mestre, que era escolhido por eleição. Ele possuía autoridade sobre todos os Templários. Seu prestígio era tal que, por exemplo, nada no tesouro poderia ser tocado sem sua permissão.

Um exemplo de obediência e coragem é visto no famoso Cerco de Antioquia. Os muçulmanos estavam prestes a tomar a cidade, mas os Templários bloquearam o caminho com o próprio corpo a fim de cumprir a missão de defender os cristãos.

Por que os Templários acabaram?

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Ilustração representando cavaleiros templários rezando após uma batalha, em meio aos escombros da luta.

São João do Acre, hoje parte de Israel, era o último reino cristão que restara das Cruzadas. Em 1291, a cristandade sofreu mais uma derrota. Com a pressão do exército muçulmano, a fortaleza dos Templários ruiu e a maioria morreu soterrada, incluindo os cristãos que ali estavam escondidos para serem protegidos da guerra.

Os Cavaleiros que sobreviveram retiraram-se para a ilha de Chipre e lá escolheram Jacques de Molay como o novo Grão-Mestre da Ordem, que, percebendo o risco do fim dos Templários, quis convencer o Papa a iniciar uma nova cruzada.

A tarefa não seria fácil, pois Filipe IV da França, e Eduardo I da Inglaterra, estavam lutando entre si.

Como os Templários morreram

O historiador Malcolm Barber conta que, por causa das guerras, Filipe IV, o Belo, decidiu cobrar impostos da Igreja para resolver seu problema de recursos financeiros para o exército. Isto era proibido e o Papa Bonifácio VIII emitiu uma Bula rechaçando o rei.
Entre vários conflitos, uma das estratégias do rei foi a mentira. Ele começou a acusar o Papa de ser um herege satanista. O problema evoluiu de tal forma que Bonifácio VIII excomungou o rei francês.

Por causa disso, 600 homens liderados por Guilherme de Nogaret invadiram a cidade e exigiram a renúncia do Pontífice. Sua resposta foi:

“Eis a minha cabeça, eis a minha tiara: morrerei, é certo, mas morrerei Papa.”

Após sua morte e também a de seu sucessor, Bento XI, o papado foi assumido pelo cardeal francês Bertrand de Gouth, que tomou o nome de Clemente V. Ele foi mais diplomático com o rei francês do que seu sucessor, preferindo decretar uma suspensão não-definitiva aos Templários para manter a unidade da Igreja, pois havia a ameaça de se criar uma Igreja francesa autônoma e separada de Roma.

Filipe IV, o Belo, precisava de dinheiro e descobriu a fortuna dos Templários franceses. Pediu uma enorme quantia emprestada, o que foi concedido. Contudo, era um dinheiro que seria usado na nova cruzada desejada por Jacques de Molay. Quando o Grão-Mestre soube do empréstimo, decidiu expulsar o tesoureiro.

A estratégia do rei era a mesma contra o Papa – mentir: acusou os Templários de serem hereges, apóstatas e sodomitas. Assim, foi aberto um processo judicial contra os Pobres Cavaleiros de Cristo. Problemas de humilhações e torturas de neófitos foram encontrados no Rito de Iniciação dos Templários, algo não previsto na regra original de São Bernardo de Claraval.

Os problemas encontrados não eram suficientemente graves para a extinção da Ordem Templária, mas o rei precisava de dinheiro e também queria o lugar do Papa como autoridade religiosa.

Clemente V queria absolver os Templários, mas estava doente e não conseguiu enfrentar a oposição de Filipe IV. Em 1314, a Ordem dos Templários foi dissolvida. Jacques de Molay, mesmo sendo inocente, foi condenado à fogueira pelo crime de heresia.

Suas últimas palavras foram:

“Senhores, ao menos, deixai-me unir um pouco minhas mãos e a Deus fazer uma oração, pois esta é a época e a ocasião. Vejo aqui meu julgamento em que morrer me convém livremente. Deus sabe quem errou e pecou. Logo chegará o infortúnio àqueles que nos condenam erroneamente. Deus vingará nossa morte. Senhores, sabeis, sem calar, que todos os que nos são contrários, por nossa causa irão sofrer. Nesta fé quero morrer. Eis minha fé. E vos peço que, para a Virgem Maria, de quem Nosso Senhor Jesus Cristo nasceu, volteis o meu rosto.” (Vie et mort de l’ordre du Temple)

Não só ele, mas centenas de Templários foram lançados pelo poder civil, não pela Igreja, nas fogueiras. A autoridade papal foi ignorada e violada, pois o Pontífice já havia declarado a inocência deles em relação a heresias.

Mitos sobre os Templários

Os principais mitos sobre os templários são:

  • A maldição de Jacques Demolay;
  • Os Templários e Maçonaria;
  • A maçonaria é a Ordem dos Templários nos dias de hoje;
  • Os templários adoravam baphomet;
  • Os Templários eram luxuriosos e assassinos;
  • Os templários buscavam supostos filhos biológicos de Jesus

O primeiro mito a ser desfeito é o da maldição de Jacques de Molay. Vimos a força de suas palavras finais e, coincidentemente, em menos de um ano, todos os envolvidos em sua condenação morreram, tanto o Papa quanto o rei Filipe, o Belo, por exemplo. A imaginação dos italianos foi despertada e o cartunista Ferreto de Vincenza iniciou o mito da maldição.

O segundo mito é o do Templarismo. Por volta de 450 anos após o fim dos Templários, surge na maçonaria o mito de que a Ordem era, na verdade, uma sociedade secreta. O conto de que a Maçonaria havia surgido de um grupo de pedreiros medievais fez sucesso na Inglaterra. Mas era preciso mais.

Em 1737, um maçom escocês chamado Andrew Ramsay, teve a ideia de relacionar a origem da Maçonaria às Cruzadas. Ele vinculou ainda sua origem à dos cavaleiros que queriam descobrir como reconstruir o Templo de Salomão. A este símbolo ele uniu o culto às deusas Ceres, Ísis, Minerva, Diana etc.

O terceiro mito sobre os Templários foi iniciado pelo romancista Keith Laidler. Em um de seus livros ele afirma ter descoberto a origem de Baphomet, a divindade que, em tese, os Templários adoravam. Segundo afirmou, Baphomet era a cabeça embalsamada de Cristo.

O quarto mito está enraizado na literatura contemporânea. Um exemplo é o do escritor Walter Scott, que descreveu Ricardo Coração de Leão como um homem cruel e Saladino como misericordioso. Quanto aos Templários, ele os relatou como luxuriosos e assassinos.

Outros escritores abordaram os Templários como o braço armado de uma sociedade secreta chamada “Priorado de Sião”, cuja missão era restaurar a linhagem de sangue que Jesus deixou, por ter se unido a Maria Madalena. A linhagem de Jesus seria chamada Santo Graal, escondida pela Igreja.

Dan Brown em seus livros ficcionais também criou ideias fantasiosas sobre os Templários, o Opus Dei, a Maçonaria e os Illuminati. Estes são apenas alguns dos principais mitos que envolvem a história dos Cavaleiros Templários, criações tardias sem embasamento na história original da Ordem.

Ao abordar este tema, foram levadas em consideração as fontes presentes no curso sobre os Templários do Padre Paulo Ricardo e também as do catequista Alexandre Varela, jornalista credenciado junto à Sala de Imprensa da Santa Sé.

As principais historiadoras que atestam a história dos Templários são Régine Pernoud e Bárbara Frale, que trabalha no Arquivo Secreto do Vaticano. Ambas escreveram livros chamados “Os Templários”.

Saiba mais sobre o tema no episódio “A Cruz e a Espada” da Brasil Paralelo, para entender como esses cavaleiros estão relacionados com a história de Portugal e com a descoberta do Brasil.

Assista a série completa!

Um resumo da história dos templários está aqui:

Comente e compartilhe. Quem você acha que vai gostar de ler sobre a História da Ordem dos Cavaleiros Templários?

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A Igreja Católica e a Maçonaria

“VOU EXPLICAR-LHE POR QUE A MAÇONARIA E A IGREJA SÃO INCOMPATÍVEIS” (Padre Zbigniew Suchecki)

Por Nico Spuntoni – Fonte: https://lanuovabq.it/

Existem cerca de seiscentos documentos, aprovados pelos Papas, que condenam a Maçonaria, sob qualquer forma. A Maçonaria “nega em princípio o valor da verdade revelada”, rejeitando qualquer fé nos dogmas ensinados pela Igreja. O indiferentismo religioso dos maçons é caracterizado por uma “concepção deísta”, incompatível com a concepção católica. La Bussola entrevista o padre Zbigniew Suchecki, um dos maiores especialistas na complexa relação entre a Igreja e a Maçonaria.
O julgamento da Igreja sobre a Maçonaria sempre levou em consideração não apenas o fato de que a organização opera contra a Noiva de Cristo ou não, mas, de modo mais geral, de estar em contradição filosófica e moral com a doutrina católica. Eles vão desde a bula de excomunhão In eminenti apost o lat us specula (1738) de Clemente XII até a declaração da Congregação para a Doutrina da Fé de 26 de novembro de 1983, redigida pelo então cardeal Joseph Ratzinger e aprovada por São João Paulo II. Os pronunciamentos da Igreja contra a Maçonaria se repetem ao longo dos séculos e reafirmam que até agora nada mudou na legislação sobre o assunto.
O New Compass falou sobre a complexa relação entre a Maçonaria e a Igreja Católica com o Padre Zbigniew Suchecki, professor da Pontifícia Faculdade de St. Bonaventura – Seraphicum e um dos maiores especialistas no assunto, sobre o qual escreveu os volumes La Maçonaria nas disposições do “Codex Iuris Canonici” de 1917 e 1983 e Igreja e Maçonaria. Volumes nos quais ele se inspirou para responder às nossas perguntas.

Padre Suchecki, sobre a relação entre a Igreja e a Maçonaria, quais são os documentos que merecem ser lembrados?

O cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917 declara que aqueles que se inscrevem na Maçonaria ou outras associações do mesmo tipo, que conspiram contra a Igreja, incorrem ipso facto na excomunhão reservada à Sé Apostólica. Nos últimos séculos a Maçonaria, seja regular, legítima, irregular ou “desviante”, sem distinção, foi condenada por vários Papas em cerca de seiscentos documentos. No entanto, a questão é muito atual porque muitos católicos pertencem à Maçonaria.

Quais foram as posições que surgiram sobre a maçonaria durante o Concílio Vaticano II ?
A Comissão Pré-preparatória do Concílio Vaticano II havia reunido em seis pontos as propostas dos bispos e a documentação que dizia respeito explicitamente à Maçonaria, De secta Francomurariorum.
Os bispos pediram explicitamente que a condenação da Maçonaria fosse confirmada. Durante o Concílio Vaticano II, houve quem tentasse apresentar a Maçonaria em uma perspectiva diferente, empurrando para uma revisão da posição tomada no passado pela Igreja. Por exemplo, o tema referente à Maçonaria foi lembrado por cartão. Ernesto Ruffini durante a 89ª Congregação Geral e três vezes pelo bispo de Cuernavaca, no México, Mons. Sergio Méndez Arceo, que durante a 35ª Congregação Geral destacou que na Maçonaria há muitos cristãos não católicos, que, se conhecessem melhor a Igreja, poderiam ser um fermento para eliminar da Maçonaria o que há de anticristão e anticristão nela. -Católico. Durante a 71ª Congregação Geral, Monsenhor S. Méndez Arceo, referindo-se à Maçonaria.
Como a Muratória Livre questiona a Igreja? Essa posição mudou ao longo do tempo?
O fato de que a Maçonaria questiona a Igreja de maneira fundamental não mudou. Esta circunstância torna-se particularmente clara se considerarmos que autocompreensão concreta, que base cultural, que concepção do presente e que perspectiva de futuro os maçons se deram como programa espirituoso e combativo no documento: Tese para o ano 2000 , publicado há 22 anos. Nela o valor da verdade revelada é negado em princípio, e com esse indiferentismo uma religião revelada é excluída desde o início.
Por que entre as razões da incompatibilidade está o conceito de “verdade” próprio da Muratória Livre ?
Nos anos de 1974-1980, a Conferência Episcopal Alemã criou uma Comissão oficialmente encarregada de examinar a compatibilidade dos membros contemporâneos da Igreja Católica e da Maçonaria. Após as conversas oficiais entre a Igreja Católica e a Maçonaria, foram produzidos depoimentos conclusivos da obra em que foram expostos os motivos da incompatibilidade. Neles, lemos que «os maçons negam a possibilidade de um conhecimento objetivo da verdade. A relatividade de cada verdade representa a base da Maçonaria. Como o maçom livre rejeita qualquer fé em dogmas, ele não admite nenhum dogma mesmo em sua Loja. Tal conceito de verdade não é compatível com o conceito católico de verdade, nem do ponto de vista da teologia natural.
Em 1983 a Congregação para a Doutrina da Fé , na época dirigida pelo Cardeal Ratzinger, sentiu a necessidade de fazer um documento sobre a incompatibilidade entre a Igreja e a Maçonaria, escrevendo que “existia a possibilidade de que a opinião errônea segundo a qual a adesão a uma loja maçônica agora era legal “. Pode-se ainda dizer que a iniciação dos rituais maçônicos está em contradição explícita com a dos sacramentos cristãos?
No coração dos Rituais Maçônicos está o conceito do “Grande Arquiteto do Universo”. Apesar da manifestação de boa vontade na tentativa de abraçar qualquer religião, trata-se de uma concepção deísta. Essa representação de um Arquiteto universal que domina em um afastamento deísta mina os fundamentos da concepção católica de Deus e de sua resposta ao Deus que os desafia como Pai e Senhor. Como se observa na afirmação conclusiva da já mencionada Declaração da Conferência Episcopal Alemã de 1980 sobre a pertença dos católicos à Maçonaria, portanto, «as oposições indicadas tocam os fundamentos da existência cristã.

A Zeno.FM Station

Luiz Sergio Castro às 11:22:00

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3 comentários:

Anônimo2 de junho de 2022 12:56

O desconhecimento dos fundamentos basilares da Maçonaria e o “esquecimento” proposital dos crimes cometidos contra o conhecimento da humanidade (inquisição), é que permitem que siga avante o pensamento retrógrado do gestor católico. Sou Católico e Maçom.
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Anônimo2 de junho de 2022 15:14

Apoiado

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Anônimo2 de junho de 2022 13:30

A Igreja Católica, hoje, não nos preocupa porque não faz proselitismo contra a Maçonaria. Devemos nos preocupar com as igrejas neo-pentecostais. Basta uma busca rápida nas redes sociais para constatar quem são os verdadeiros inimigos da fraternidade.
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