A Igreja Católica da China reafirmou sua lealdade ao Partido Comunista neste domingo, ao mesmo tempo em que comemorou o acordo histórico entre o Vaticano e o governo chinês sobre a nomeação de novos bispos no país.
Com o acordo, o Papa Francisco passa a reconhecer sete dos 60 bispos nomeados pelo regime chinês durante as últimas décadas, e que até agora a Santa Sé se recusava a legitimar.
Os cerca de 12 milhões de católicos chineses estão historicamente divididos entre uma Igreja oficial, controlada pela Associação Católica Patriótica, e uma clandestina, leal ao Vaticano.
A Igreja Católica da China disse que vai “perseverar no caminho de uma sociedade socialista sob a liderança do partido Comunista Chinês”, que “ama profundamente a pátria mãe” e “sinceramente endossa” o acordo, esperando que as relações entre a China e o Vaticano melhorem no futuro, publicou em sua página na internet.
Já o Vaticano disse que o acordo, fechado após anos de negociações, “não é político, mas pastoral”, e que esperar que ele leve “à comunhão total de todos os católicos chineses”.
As perspectivas quanto ao acordo, no entanto, dividiu as comunidades católicas na China, com alguns fiéis temendo uma maior repressão se o Vaticano der mais controle da Igreja ao governo. Já outros desejam a reaproximação e querem evitar um possível cisma.