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Papa se encontra com pastores e líderes no Vaticano

Objetivo seria juntar forças para combater perseguição religiosa


         Papa se encontra com pastores e líderes no Vaticano

O papa Francisco teve um encontro na semana passada com líderes da Aliança Evangélica Mundial (AEM) que estiveram no Vaticano para discutir ações conjuntas, especialmente em questões de perseguição religiosa.

O pontífice disse que gostaria de uma “cooperação mais próxima” com a AEM, uma rede de igrejas evangélicas de 129 nações, que representa mais de 600 milhões de fiéis no mundo todo.

O bispo Efraim Tendero, secretário-geral da AEM, liderou a delegação na audiência com o Pontifício Conselho para Promoção da Unidade dos Cristãos. Ele afirmou: “Queremos ver este mundo como um lugar onde a paz, a justiça e a retidão reinem, onde todos têm um padrão de vida decente e onde Jesus Cristo é reconhecido como o Senhor de todos”.
 A Rádio Vaticano lembra que a AEM e o Pontifício Conselho já possuem uma relação próxima há sete anos, que resultou em um documento chamado “Escritura e Tradição”. Reconhecendo que as diferenças teológicas permaneçam, para Efraim é “cada vez mais importante procurar uma agenda comum ao invés de focar no que nos difere e nos separa”.

Revelou ainda que católicos e evangélicos trabalham juntos para lidar com várias questões como tráfico humano, combate à mudança climática global, combate à corrupção, promoção da paz e ajuda após desastres naturais.

 O pastor Thomas K. Johnson, embaixador da Liberdade Religiosa da AEM no Vaticano, explicou que existe uma necessidade urgente de unirem forças para combater a crescente perseguição aos cristãos em todo o mundo. Apontou que o problema não ocorre apenas em uma parte do mundo e que os últimos três anos podem ter sido os piores da história, quando se pensa em liberdade religiosa.

Johnson destacou que mesmo havendo problemas de “discriminação” entre evangélicos e católicos em alguns países, os evangélicos sempre se sentiram muito bem-vindos no Vaticano. Ele reforça a mensagem de que “os cristãos de todas as variedades precisam se proteger mutuamente em público”.

Francisco sempre deixou claro que busca uma união entre todos os ramos do cristianismo. Em diferentes ocasiões lembrou que o ideal cristão seria a união de todos.

“Eu sinto vontade de dizer algo que pode parecer controverso, ou talvez até herético”, afirmou em uma homilia. Referindo-se ao diabo, assegurou: “Mas há alguém que sabe que, apesar das nossas diferenças, somos um. É ele quem nos está perseguindo. É ele quem está perseguindo os cristãos hoje, e nos está unindo com o sangue do martírio”. Com informações do Gospel Prime e Christian Post

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Teria a América Latina uma Maioria Anglicana Ortodoxa?

 

Por Robinson B. Cavalcanti, Bispo|Colunista Convidado do The Christian Post

Tem sido comum a referência conjunta a África, Ásia e América Latina como espaços de maioria cristã teologicamente conservadora, em contraste com o liberalismo revisionista do Ocidente. Essa expressão também foi usada no comunicado dos Primazes do Sul-Global quando de sua recente visita à China. Conquanto a afirmativa é verdadeira no que se refere ao conjunto dos cristãos, particularmente a crescente comunidade protestante (o liberalismo deixou fortes marcas na Igreja Romana com a Teologiada Libertação), ela não corresponde aos fatos quando nos referimos particularmente ao Anglicanismo. Vários países da América Latina integram a Nona Província interna da Igreja Episcopal (TEC) dos Estados Unidos, e as Províncias do México, América Central e Brasil têm ensaiado a formação de um Centro-Global em contraste com o Sul-Global, e são conhecidas por sua dependência ideológica da TEC, com a qual se comportam como satélites.

  • bispo Robinson Cavalcanti

A diminuta e decrescente Província do Brasil tem advogado uma teologia mais radical do que a própria TEC. Resta a conservadora Província do Cone Sul, da qual a dissidente Diocese do Uruguai quer sair e se juntar a outra Província liberal, provavelmente o Brasil. É possível que na base dos leigos, e alguns clérigos, se tenha uma presença expressiva de conservadores nos países de fala hispânica (e muito menos no Brasil), mas não em suas cúpulas comprometidas e promotoras da agenda revisionista. Ao que parece, as lideranças conservadoras da Comunhão Anglicana não possuem uma informação mais acurada sobre a realidade da América Latina, nem possuem uma política articulada de inserção naquele continente. O apoio a igrejas e grupos que defendem a fé ortodoxa sobre perseguição não é algo peculiar ao Ocidente, mas uma dolorosa realidade no cotidiano de muitos fiéis anglicanos latinoamericanos.

Edward Robinson de Barros Cavalcanti (Recife, 21 de junho de 1944) é um teólogo, Cientista Político e bispo da Igreja Anglicana do Cone Sul da América, comandando a diocese de Recife. É professor universitário aposentado da UFPE e UFRPE e possui treze livros escritos sobre religião. Em 1997 foi eleito bispo da diocese de Recife. Como bispo diocesano, ordenou 103 diáconos e 87 presbíteros.