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O comércio da Palavra de Deus – mercenários em ação

 

Quanto você cobra para pregar em minha igreja, Pastor?

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Mercadores que lucram com a palavra

     Virou comercio: Pregadores mercenários cobram altos cachês para “pregarem”a Palavra de Deus. O que você acha disso? Pagar altos cachês para ouvirem a Palavra de Deus? Muitos apresentam uma lista de exigência para irem à alguma igreja levar uma Palavra. Exigem pagamento antecipado, hospedagem em hotéis cinco estrelas, carro, passagens de avião e espaço disponível para a venda de seus livros, cds, dvds  e  outras bugigangas.

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      1- Visando somente o lucro

Muitos estão se transformando em pregadores profissionais, preletores, pastores sem terem sido ordenados e se tornando “Pregadores Gospel”  seu objetivo é o lucro. Pregam o evangelho para obterem lucro; elaboram conferencias com um tema chamativo, e cobram altos valores para pregar. São pregadores não convertidos, ensaiam “chavões” para a plateia gritar glorias à Deus, infelizmente são pregadores mercantilizadores da Palavra conforme está escrito em II Pedro 2, 3 e 4″  ” e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”. “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas,  havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo”;

      2.  mercenários da Palavra que se tornaram ídolos.

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     Muitos são os mercenários que transformam igrejas em reféns. Estipulam tempo de pregação, quantidade mínima de vendas de seus produtos, se vestem na moda atual, ensaiam gestos e posições chamativas, e querem ser tratados como ídolos. Pastores acostumaram mal as igrejas e a igreja só tem audiência quando vai um pregador de nome e que saiba fazer firulas tais como “Deus me falou” entre outras. E o povo incauto teologicamente aplaudem tal mercenário. O Pastor local, negocia com o mercenário que diz:  “só prego na sua igreja por tal valor”

Grandes igrejas trazem pregadores mercenários importados e eles tem que ser verdadeiros atores para motivar a igreja, são pregadores conhecidos cujo “cache” é em dólares, fingem estar na unção do ‘cai cai no espírito” e o inimigo faz a festa e o povo grita, pula e se comovem.

Esquecem-se que a igreja é do Senhor e os pastores foram ali colocados para pastorear aquela igreja. É claro se nós não estamos satisfeitos com esse tipo de conduta mercenária Deus está com o coração entristecido por estarem fazendo da igreja um celeiro de negócios. Em. Rm.1.18 está assim escrito: ” Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça”;

A igreja n~1ao precisa de pregadores que sejam atores ou ídolos, muito pelo contrário, precisa de homens honrados que preguem com singeleza a Palavra de Deus em um linguajar acessível aos menos instruídos e que ganhem vidas para aumentar o rebanho do Mestre.

É necessário acabar com a mercantilização da Palavra de deus, os mercenários existem porque existem pastores dispostos a gastar o dinheiro da igreja para trazerem esse tipo de pregadores e cantores gospel que cobram altos caches para se apresentarem. Existem milhares de pastores que pregam a Palavra de Deus graciosamente e pelo prazer de levar uma Palavra de Fé e esperança àqueles que os convidarem.

Deus abençoe a todos.

27-5-16-a 006Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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PRECISAMOS DE UM AVIVAMENTO

Preletor: Pastor Ezequias Amâncio Martins

O padrão da pregação no mundo moderno é deplorável. Há poucos grandes pregadores

  Leonard Ravenhil, um avivalista do passado, disse algo forte: “Como estiver a igreja, assim estará o mundo”. E as últimas sentenças do capítulo são: “Quanto a mim eu quero um avivamento, em minha vida, minha igreja e minha nação; ou então prefiro a morte”. 1

  Precisamos de um avivamento não de métodos, mas de mente e coração

Este é o momento de se fazer um destaque acerca da contextualização bíblica de uma igreja que cresce naturalmente. Na realidade, enquanto o mundo fica preocupado em buscar métodos, Deus está interessado em buscar pessoas. Em outras palavras, o mundo pergunta: “Com que método posso contar?”, enquanto Deus pergunta: “Com que homem eu posso contar?”. A maior força que Deus possui nas mãos para a operação de suas maravilhas em nosso tempo é, sem sombra de dúvida, o homem que se rende completamente
a Ele.

  É fato que o pedido de John Wesley ao Senhor continua relevante: “Dê-me uma centena de pregadores que não receiem nada, senão em pecar, e nada desejem senão a Deus, e eles, não importa se clérigos ou leigos, por si sós abalarão as portas do inferno, estabelecendo o Reino de Deus na terra”. A oração de Wesley foi atendida, e ele vivenciou, junto com outros homens de Deus como George Whitefield, um grande avivamento nos seus dias, no século XVII. É sabido que muitos historiadores seculares concordam que foi o despertamento evangélico de duzentos anos atrás, na época de Whitefield e dos Wesley, que provavelmente salvou a Inglaterra de uma experiência semelhante à Revolução Francesa. A igreja estava tão cheia de vida e de poder que a sociedade inteira foi afetada.

  Quando leio Atos 1.8 não posso deixar de vê-lo como o “carro chefe” de uma igreja que deseja ter como único estratagema de crescimento o próprio Deus, pois o Senhor é o único motivador de crescimento da igreja. E é uma pena de que em grande parte da literatura do movimento de “crescimento de igrejas” encontra-se bem pouca menção ao método de Deus para a igreja crescer: o próprio Deus!

  Mas é preciso que creiamos de todo o nosso coração que quando Deus derramar o seu avivamento sobre a igreja, os planos e métodos humanos estarão ruindo como que, em reverência ao Senhor da Igreja, aquele que começa e termina as coisas segundo unicamente a sua visão e o modo de trabalhar. E, como Deus não tem conselheiros, ele sem dúvida alguma cumprirá sempre o que lhe apraz.

  O grande pregador batista Charles Spurgeon admitiu: “Sem o Espírito de Deus não podemos fazer nada. Somos como veleiros ou carruagens sem cavalos. Como galhos sem seiva, murchamos. Como carvão sem fogo, somos inúteis”. Não podemos prescindir de uma vida de intimidade e total dependência de Deus. São com os joelhos flexionados que recebemos a orientação para o nosso ministério, e não em nossas salas de planejamento. Se Deus não nos encontrar em intimidade não adianta buscar ideias criativas de crescimento e mobilização da comunidade.

  Tenho para mim que Deus tem considerado carnalidade muito do que se tem sido feito em seu nome nesses dias. Não dá para se perceber Deus agindo em meio a tanto comércio, tanto marketing, tanta badalação personalista. O avivamento que precisamos desmascarará muita gente, e eu peço ao Senhor que comece sua limpeza no seio da igreja, revelando os orgulhosos, soberbos e gente que tem desejado se promover com o título de pastor. Esse não é o avivamento que precisamos! Posso dizer sem sombra de dúvidas, que isso é o grande pesadelo de nossos dias: ver igrejas que mais parecem centros espíritas, com suas superstições, mantras e extravagâncias, e que já não possuem nenhuma coerência em uma busca equilibrada do avivamento bíblico.

Avivamento bíblico tem como base João 4.24: “Deus é espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em Espírito e em Verdade”. Existe adoração na igreja que é em espírito e sem verdade, bem como existe também a versão sem espírito e somente em verdade. Isto reflete a meninice da igreja.

   Preocupo-me com a necessidade de um equilíbrio na nossa adoração a Deus. Em nossos dias o que assistimos são dois extremos: o rigor da forma e a tirania do espontâneo. Esse quadro precisa mudar, pois como diria Aristóteles, “a virtude está no meio”.A mídia popularizou o que antes só estavam cientes aqueles que faziam parte do meio evangélico. Hoje já temos bares gospel com funcionamento vinte e quatro horas, shows com bandas e cantores praticamente todos os meses em um local ou outro, produção de CD’s em grande quantidade de estilos (e alguns até com gravadoras independentes!), o Brasil se tornou um celeiro de novidades musicais gospel já há algum tempo.

  A igreja local acaba sendo refém desse ambiente pulverizado, onde o conteúdo vale menos que a aparência, o ético não é tão valorizado quanto o estético, e o belo nem sempre é sinal de pureza! Infelizmente a lógica do mercado invadiu a mente dos cristãos, e a começar pelos líderes da adoração da igreja, que regem inclusive o que a igreja canta, pensa e crê! O sociólogo alemão Rudolf Otto afirmou que, embora a verdadeira religião comece com um conhecimento racional de Deus, ela nunca deve parar ali. O final da verdadeira adoração, ele diz, é um sentimento de “espanto místico” na presença de Deus. Aliar “poder e palavra”, “místico e racional”, “espírito e verdade”, torna-se o grande desafio para evitarmos a tragédia de uma adoração desequilibrada.

Tenho concordado há muito tempo com o que sentencia Danilo Raphael. Em um dos seus artigos ele diz que, hoje em dia, o liberalismo teológico tem sido responsável por uma visão do cristianismo apenas racional, e não do coração e da fé simples. O liberalismo, em sua apostasia, nega a validade de quase todos os fundamentos da fé como, por exemplo, a inerrância das Escrituras, a divindade de Cristo, a necessidade da morte expiatória de Cristo, seu nascimento virginal e sua ressurreição. O liberalismo é um sistema racionalista que só aceita o que pode ser “provado” cientificamente pelos próprios conhecimentos falíveis, fragmentados e limitados do homem.

Por isso que tenho que resgatar uma história contada por Martin Lloyd Jones, sobre uma espírita bem conhecida em Londres, que se converteu a Cristo depois de assistir ao culto da Capela de Westminster: “No momento que entrei em sua capela e me sentei entre as pessoas, tive consciência de um poder sobrenatural”, lembrou-se a mulher. “Eu tive consciência da mesma espécie de poder sobrenatural que eu estava acostumada a sentir em nossas reuniões espíritas, mas havia uma grande diferença: eu sentia que o poder na capela era limpo”.

Precisamos de um avivamento que renove o poder na pregação
O Espírito Santo, quando encontra espaço para a sua atuação, logo produz um amor pela pregação expositiva. É estranho que o movimento de crescimento da igreja tenha tantas reservas com a mensagem expositiva.

David Eby, pastor presbiteriano nos Estados Unidos, vem estudando estudos sobre crescimento de igrejas  desde 1972, e o que o surpreende é que o assunto “pregação” é muito pouco citado. Essa omissão é preocupante. Por que será que os teóricos de métodos que visam justamente a saúde da igreja local não cuidam de tratar o tema da pregação? 2

  Eu tenho um palpite a respeito disso: os teóricos não tratam da pregação porque na raiz do pensamento dos lideres interessados apenas no crescimento numérico não cabe uma ênfase a respeito de temas espinhosos das Escrituras, como depravação total, eleição, graça irresistível, expiação particular e perseverança dos salvos. Eles preferem falar de assuntos amenos como vitória sobre a depressão, a ansiedade, o medo… dentre outros. Ao expor as Escrituras corre-se o risco de encontrar algum assunto que condene essa postura que poderia até ser legítima, mas ao ser tratada como matéria central torna-se materialista e por demais terrena.

  Michael Green faz um protesto nesse sentido: “O padrão da pregação no mundo moderno é deplorável. Há poucos grandes pregadores. Muitos ministros parecem não mais acreditar nela como uma poderosa forma de proclamar o evangelho e mudar a vida. Esta é a era do sermãozinho: e sermõezinhos fazem cristãozinhos”. A Palavra de Deus traz poder à comunicação do evangelho que visa a libertação de homens e mulheres das amarras do pecado e do domínio do inferno. Não se pode desprezar a verdade de que Deus revelou sua Palavra para ser comunicada em sua plena complexidade, e não escolhendo um versículo ou outro para satisfazer algum capricho ou curiosidade dos fiéis.

Fico a pensar que precisamos de um avivamento que faça o povo de Deus mergulhar nas Escrituras sem pré-conceitos, sem ter estabelecido qualquer tipo de pensamento anterior. Trata-se de um mergulho desinteressado, apenas com o fim de buscar comunhão com o próprio Deus. Lutero disse que Deus deixou a sua Palavra em três esferas: criação, encarnação (Jesus) e Escritura (Bíblia). Não podemos desprezar um Deus que se interessou tanto em se comunicar que se exibiu a nós em formas tão esplêndidas e ricas, de um profundo significado.

   A pregação bíblica precisa retomar o seu lugar de honra entre todas as partes do culto cristão. Eu fui seminarista do falecido pastor Licinio Taylor, que dizia antes de qualquer pregador assumir a palavra: “Vamos agora à parte mais importante do culto”. De inicio eu questionava esta frase, e até mesmo tinha meus argumentos. Mas a pratica me ensinou de que de fato essa frase confere com o ensino bíblico. A pregação do evangelho através da proclamação é o meio de Deus tocar os corações das pessoas.

  E o conceito fica: temos de ser bíblicos e simples. A grande riqueza de uma equipe de adoração na igreja são pessoas que se dedicam a apresentar ao Senhor um sacrifício de louvor com base na humildade e no espírito de entrega. São ministros de Deus no sentido da palavra grega uperethas, isto é “remadores de terceira categoria”, que não ditam o rumo da igreja, apenas apressam o seu ritmo.

Entendo que um avivamento caminha por esta ênfase: uma igreja que não adore apenas com o cérebro, mas também não apenas com o coração, mas sim “em Espírito e em Verdade”, levando a sério um renovado poder pela pregação.

  Não podemos mais ficar reféns de uma mensagem puramente temática, indo ao encontro das carências de nosso auditório, pura e simplesmente. Ao fazermos isso, seremos escravos daquilo que posso chamar de “mensagem sensível ao incrédulo”. Toda pregação evangélica precisa ter como alvo central alcançar o coração do pecador, crendo que somente o Espírito Santo poderá espedaçá-lo.

  Os puritanos pensavam nisso quando diziam que quando se começa a aplicação, o sermão começa. Em outras palavras, o clímax da mensagem está no apelo, que pode ser feito por perguntas, ao coração do homem, que deve ser considerado como escravo do pecado – e já de antemão é importante salientar que ele não está confortável nesse papel. Por ele mesmo, não há desejo de mudanças alguma!

  Com isso, deve haver uma mudança radical no modo como preparamos nossas mensagens, tudo isso, para não focarmos por demais na exposição, pensando em sermos apenas “expositivos”, como se o sermão fosse uma aula de exegese, esquecendo-nos da aplicação, que é o fogo acesso no coração do pregador, que incendeia como fogo em lenho seco o coração do pecador!

E, para se ter essa sensibilidade aplicativa, somente com uma vida rendida ao Senhor em oração. Whitefield acordava cedo, as quatro horas da manhã, e dormia às dez horas da noite. Muitas vezes ele se levantava à noite da cama para orar. Portanto, a oração precisa fazer parte da vida de quem se coloca a disposição para falar de Deus. A. W. Tozer já nos aconselhava que não devemos ouvir alguém que antes não tenha ouvido a Deus!

Maranatha! Ora vem, Senhor Jesus!

Data: 25/4/2012 10:10:31

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A MORTE DO PÚLPITO

 

 

Nunca na história do protestantismo houve tanto desprezo pela pregação cristocêntrica

Por: Gutierres Siqueira

A igreja evangélica brasileira vive uma tragédia: a morte do púlpito. Nunca na história do protestantismo houve tanto desprezo pela pregação cristocêntrica, preparada com esmero e preocupada com a correta interpretação das Escrituras. O púlpito tem sido substituído pelo altar dos “levitas” ou para os ”sacrifícios” em dinheiro dos mercenários mercantilistas. A “pregação” da Palavra é, hoje, conceituada como qualquer um que sobe na plataforma e começa a falar ou gritar.
Talvez você, lendo esse texto, pense: – “Na minha igreja a pregação é sempre um espaço grande e recebemos visitas de diversos pregadores”. Esse artigo quer alertar que não basta um tempo grande para a pregação e nem que a plataforma esteja cheia de homens engravatados; antes é necessária a avaliação da qualidade dessa pregação. A pregação precisa ser avaliada, assim como fazia os cristãos bereanos, que por sua nobreza, comparam as homilias de Paulo com as Sagradas Escrituras.
Quais são as causas da “morte do púlpito” no evangelicalismo moderno?
A) Espiritualidade em baixa é igual à pregação sem qualidade.
A pobreza das pregações é evidente nesses últimos dias, pois isso é conseqüência direta da pobreza na vida cristã, pois como dizia Arthur Skevington Wood: “Leva-se uma vida inteira para preparar um sermão, porque é necessária uma vida inteira
para preparar um homem de Deus”. Enquanto a espiritualidade da Igreja estiver em baixa, a pregação, por mais espiritual que ela pareça ser, não passará de palavras jogada ao vento. Não basta uma pregação erudita, mas a erudição deve ser acompanhada de contrição, humildade e oração, pois bem escreveu E. M. Bounds: “Dedique-se ao estudo da santidade de vida universal. Sua utilidade depende disso. Seus sermões duram não mais do que uma ou duas horas; sua vida prega a semana inteira.”
Hoje existem muitas igrejas que oram “bastante”, são campanhas atrás de campanhas, mas essas orações não passam de busca “dos próprios deleites” ou de “determinações” de bênçãos. Ora, a oração sem a busca da face de Deus é uma característica do evangelicalismo contemporâneo. Uma igreja que ora errado, logo terá pregadores pobres.
B) A falta de preparo para pregar.
Erudição, esmero e homilética não são inimigos da espiritualidade. Um mito vigente na igreja brasileira é que quem se prepara muito para pregar, terá uma pregação “não ungida”. Isso é mera desculpa de pregador preguiçoso. Você, leitor, já deve ter visto alguém dizer: – “Quando cheguei aqui não sabia o que ia pregar, mas assim que subi nesse altar o Espírito Santo me revelou outra Palavra” ou “Eu não preparo pregação, o Espírito de Deus me revela”… São frases irresponsáveis e brincam com o Espírito Santo, atribuindo a Ele sua preguiça de passar várias horas em estudo e oração para pregar a Palavra.
Hoje, pregar com esboço em papel é quase um pecado em muitas igrejas; alguns olham com “cara feia” para os que levam algo escrito em sua homilia. Será que não sabem que um dos sermões mais impactantes da história, foi literalmente lido pelo pregador. Esse sermão era “Pecadores na mão de um Deus irado”, que Jonathan Edwards pregou em 08 de Julho de 1741 na capela de Enfield. O biógrafo de Edwards, J. Wilbur Chapman , relatou:
Edwards segurava o manuscrito tão perto dos olhos, que os ouvintes não podiam ver-lhe o rosto. Porém, com a continuação da leitura, o grande audi tório ficou abalado. Um homem correu para a frente, cla mando: Sr. Edwards, tenha compaixão! Outros se agarra ram aos bancos, pensando que iam cair no Inferno. Vi as colunas que eles abraçaram para se firmarem, pensando que o Juízo Final havia chegado.[1]
C) Ter uma visão pragmática sobre a pregação.
Para muitos, uma pregação só é válida se houver resultados. As pessoas não querem saber se o conteúdo da pregação é biblico ou herético, mas preferem esperar pelos resultados propagados pelo pregador. A primeira motivação dos pragmáticos é buscar a praticidade, portanto o pragmatismo é casado com o imediatismo, onde tudo tem quer ser aqui e agora.
O conceito de pregação “ungida” é bem pragmática, pois para boa parte da comunidade evangélica, a boa pregação tem que envolver o emocional, nesse contexto nasce frases do tipo “crente que não faz barulho está com defeito de fabricação”. Se não houver choro, gritos, pulos ou outras manifestações “espirituais”, a pregação perde o seu valor para aos cristãos atuais.
Pregadores pragmáticos gostam de ver seus ouvintes interagindo exageradamente no culto. É constante dos pregadores mandarem as pessoas glorificarem e até falar em línguas. Nesses cultos a justificativa para essas ordens é que “quando a glória daIgreja sobe, a glória do céu desce”. Não há respaldo bíblico para esse tipo de pensamento que é passado como algo bíblico. A emoção e as experiências fazem parte da vida cristã, mas não devem normatizar a liturgia ou direcionar os crentes, pois os verdadeiros cristãos tem a Palavra de Deus, e somente Ela, como regra de fé e prática.
D) Pastor-professor X pregador-ator
Eis o dilema existente no evangelicalismo moderno. O pastor-mestre foi substituído pelo pregador-carismático-ator. O mestre que orientava a sua congregação nas Sagradas Letras, sendo um homem de estudos e contemplativo, era característico de piedosos servos de Deus, como Charles Spurgeon, Jonathan Edwards, D. L. Moody etc.
O púlpito tem sido morto pelo estrelismo de pastores-atores, que confundem a plataforma da igreja com um palco para entretenimento, são pessoas que pregam o que a congregação quer ouvir e fazem de seus carismas uma imposição de sua pessoa. Quem estuda a história da igreja, verá que os piedosos servos de Deus, da Reforma as Grande Despertamento do século 18, eram homens de grande interesse pela pregação expositiva, onde o texto fala por si só. A partir do século 19, os sermões são cada vez mais temáticos e os pregadores mais articulados no estrelismo.
O Movimento Pentecostal peca, e gravemente, em não valorizar os sermões bem preparados e articulados, ungidos pelo Espírito Santo, para edificação da congregação. Em uma piedade aparente, muito exaltam a ignorância como virtude, justificando os sermões artificiais, sem profundidade e recheados de chicles, modismos e até heresias.

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento,referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., é autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

 

 

Data: 1/7/2011 08:49:20