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Resposta do Genizah ao Senador Roberto Requião

 

Resposta do Genizah

Prezado Senador Roberto Requião,

Sua “carta” é, sem sombra de dúvidas, a resposta de muitas orações, não apenas as nossas, mas, cremos, a de centenas de milhares que não aprovam o que está acontecendo em nosso país com a fé evangélica, em especial com o comércio religioso nos meios de comunicação.

A bem da verdade, trata-se de um incômodo que, para além das confissões de fé e das tradições, desperta nos homens de bem, cristãos ou não, o desejo de fazer desagravo à exploração da espiritualidade dos mais ingênuos e insensatos. O que temos é um sistema perverso, um projeto de indústria – produção em massa / mídia de massa / cultura de massa –, crescendo diante dos olhos complacentes da sociedade e do governo. Casuísmo em favor de estelionatários da fé sob a proteção da liberdade religiosa.

Já há alguns anos utilizamos este espaço virtual para fazer apologética do Evangelho de Jesus Cristo. Aqui neste blog, somos um pequeno grupo composto em sua grande maioria por escritores, pensadores, filósofos, teólogos e pastores. Na internet somos milhares. Temos, todos, de forma profética, denunciado os desvios éticos, morais e doutrinários da Igreja Cristã de forma contundente e corajosa, o que já nos rendeu processos, difamações, ameaças, e outros inconvenientes. A internetreverbera o clamor dos remanescentes.

Vale salientar, não somos contra a pregação da boa mensagem da salvação. Muito pelo contrário! Não obstante, é notório que a situação na qual se encontra a igreja evangélica em nosso país chegou a limites insuportáveis. Púlpitos em todos os cantos do Brasil têm se levantado contra falsos mestres e suas vãs filosofias.

Estes fatos por si só já seriam por demais preocupantes. Agravam-se, contudo, em função do poder da mídia e dos recursos financeiros que tais grupos detém como que um grande arsenal a favor da indústria da religião. Temos a convicção de que a nossa luta não é material, e sim espiritual, mas também não ingênuos ao ponto de achar que ela se travará apenas entre “principados e potestades”.

Diante do exposto e da boa vontade e compreensão de V. Exa., depois de buscarmos a Deus e de estarmos em espírito de oração para que sejamos guiados segundo a vontade do Espírito Santo, estamos nos propondo a procurar irmãos de fé, servos que concordem que é hora de fazer um desagravo público a estes grupos, supostamente ditos evangélicos, com relação às práticas lesivas e abusivas que vêm praticando em nome da fé.

Nossa intenção é aproveitar esta oportunidade ímpar para incentivar um debate nacional sobre o tema. Para tal, iremos buscar o conselho de outros irmãos em posição de liderança, discutir a questão e tentar, junto com estes, reunir grupos de líderes da igreja evangélica brasileira, homens e mulheres de Deus, que possuam representatividade nacional, seja pelo papel que desempenham como escritores, pensadores, filósofos, jornalistas, editores, pregadores, mestres, líderes de instituições para-eclesiásticas, políticos, líderes denominacionais e outros tantos que desejem participar de um encontro objetivando a discussão da situação e a produção de um manifesto de desagravo a ser apresentado e debatido em evento público, para o qual, convidaremos V. Exa.

Certos de que estamos vivendo este momento histórico da fé evangélica no Brasil guiados pelo Espírito Santo, em temor e tremor diante dos desígnios do Deus Todo-Poderoso, unidos para lutar pela fé que foi entregue de uma vez por todas aos Santos e, na expectativa da volta de Jesus Cristo, Senhor nosso e da história, subscrevemo-nos,

Danilo Fernandes

Ruben Pirola Filho

Carlos Moreira

Editores do Genizah

 




Danilo Fernandes

Ruben Pirola Filho

Carlos Moreira

Editores do Genizah

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Senador da República Roberto Requião escreve ao Genizah. Assunto: Comércio da fé na TV

 

Senador da Republica atende ao anseio dos blogueiros apologéticos e responde ao desafio feito nas redes sociais pelo fim do vergonhoso comércio religioso na TV aberta.

Roberto Requião foi três vezes governador do Paraná e prefeito de Curitiba. Hoje é Senador da República, Presidente da Rep. Bras. no Parlasul e Presidente da Comissão de Educação e titular das Comissões de Constituição e Justiça e de Assuntos Econômicos do Senado Federal. Requião enviou na última terça-feira (8/01/13) a seguinte carta ao Genizah:

Danilo Fernandes, que em seu perfil no twitter identifica-se como “cristão protestante e blogueiro diletante da arte de aporrinhar falsos profetas e vendilhões da fé”, diz que está orando “para que surja um político que tenha gana de passar uma lei acabando com o comércio religioso na TV”.

Eu topo, desde que o povo evangélico e católico, e os bons e sinceros cristãos protestantes como o Danilo, também dêem suporte á ideia.

Na verdade, o comércio religioso na TV, de que crença seja, incomoda-me há bom tempo. Nos dois últimos períodos em que governei Paraná, entre 2003 e 2010, era constantemente solicitado a ceder o espaço frontal do Palácio Iguaçu a grandes “happenings” desta ou daquela denominação evangélica. No centro das prédicas, a convocação dos fiéis para que pagassem os espaços que as denominações haviam comprado em emissoras de televisão.

Para que o apelo tivesse maior impacto, o pedido de dinheiro era entremeado de uma série de “milagres”. Cegos que recuperavam a visão, entrevados que, de repente, andavam lepidamente, vítimas de câncer, lombalgia ou espinhela caída que se viam livres da doença e dos incômodos.

Como cristão, não desfaço dos milagres, da intervenção sobrenatural, do incrível poder da fé. O que não posso aceitar são esses espetáculos de cura, essa evocação dos poderes de Deus como se eles fossem a mais banal das banalidades. Penso que a intervenção dos Conselhos Regionais e do Conselho Nacional de Medicina, dos Ministérios Públicos Estaduais e do Ministério Público Federal, ou para atestar a seriedade dos portentos ou para desmascarar os charlatães, seria não apenas desejável e sim obrigatória.

Não estou propondo a intervenção da ciência, do Estado, da Justiça nos assuntos da religião. Quero apenas que se separe o joio do trigo, como ensinam as Escrituras. O paralelo que o Danilo Fernandes faz entre os vendilhões do Templo com os vendilhões da fé, é irretocável.

Como também parece inevitável o paralelo entre o comércio da fé hoje e o comércio da fé nos estertores da Idade Média. A venda de indulgências, por exemplo, que provoca os protestos pioneiros do inglês John Wycliffe, dos tchecos Jan Huss e Jerônimo de Praga, antecessores das reformas propostas pelas 95 teses de Lutero, equipara-se, hoje, à venda da cura, da felicidade, da prosperidade, da salvação eterna, desde que você contribua financeiramente com as igrejas e os pastores televisivos.

Três vezes governador do Paraná e prefeito de Curitiba estabeleci com as igrejas evangélicas e católica parcerias magníficas, de grande resultados. Meus dois grandes companheiros em inúmeras iniciativas sociais eram, de um lado, o pastor Pimentel, da Assembleia de Deus e, de outro, o bispo católico Dom Agostinho Sartori. Quer no Governo, quer na Prefeitura testemunhei o papel essencial, vital que as igrejas desempenham na promoção humana, na solidariedade, na transformação das pessoas.

Abri a televisão pública estadual às igrejas, para que elas propagassem a fé e difundissem conceitos éticos e morais. Organizei festivais de música gospel, com a participação de todas as denominações religiosas. Procurei deixar bem clara a minha posição de respeito às igrejas e ao papel que desempenham na construção do processo civilizatório, na formação da cidadania.

Nada disso vejo na “igreja da televisão”. Elas pedem, mas não dão; elas prometem prosperidade, riqueza, desde que você pague. Com seu enorme poder de comunicação, não lideram campanhas em favor dos mais pobres, por hospitais, creches, pela redução da mortalidade materno-infantil, pela erradicação do analfabetismo, pela frequência escolar, contra o trabalhão escravo e contra a exploração da mão-de-obra infantil.

Quando lançou suas teses em 1517, Lutero dizia que cada protestante era “um pouco hussita”, lembrando o assassinato na fogueira do padre tcheco um século antes, condenado ao martírio por sua radical oposição ao comércio da fé. Sejamos também “um pouco luteranos” na firme oposição aos vendilhões de fé.

Sim, Danilo Fernandes, concordo, é preciso que isso tenha um paradeiro. No entanto, pergunto: seria necessário a coerção de uma lei para impedir o comércio da fé? Será que a educação, o esclarecimento e a argumentação, aos moldes dos reformistas dos séculos XIV e XV, não seriam o caminho indicado para combater essa novel simonia?

Quando fui prefeito de Curitiba (1986-89), de comum acordo com a Associação Inter-Religiosa de Educação, a Assintec, que reúne protestantes, católicos, mulçumanos, judeus, budistas e tantos outros credos, restabeleci o ensino religioso nas escolas municipais da cidade. Estava convencido, e continuo seguro, de que o ensino religioso (nada a ver com proselitismo) desempenha um papel importantíssimo na formação de crianças e jovens.

Não seria essa, caro Danilo, uma das frentes de combate para vencer a terrível heresia da mercantilização da fé?

Roberto Requião

Senador da República

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ALGUMAS VEZES QUE DEUS FALOU COMIGO

 

William Douglas

@Site_WD

Nasci em um lar evangélico, ortodoxo, no tempo em que ser evangélico no Brasil era ser praticamente membro de uma seita. Naqueles tempos, éramos bem mais perseguidos, mas, curiosamente, bem mais respeitados. ser "crente" ou "bíblia", então, era um certificado de seriedade e honestidade. Infelizmente, o crescimento quantitativo não se seguiu de igual qualidade.

Seja como for, fui educado desde pequeno a ir à igreja, ler a bíblia, orar, acreditar que Jesus cristo era o filho unigênito de Deus, o que, na teologia, significa ser Deus também. Nessa linha, aprendi que ele é o único caminho para retomarmos a relação com Deus e que devemos nos entregar a ele como senhor e salvador.

Paralelamente, também me ensinavam que o jugo dele é suave e que seu fardo é leve.

Na adolescência, tive uma boa crise questionando-me se eu cria mesmo ou se tinha sido ensinado a crer.

Queria muito que Deus falasse comigo e fui "premiado" com um silêncio que durou uns 3 ou 4 anos. Eu ia à igreja mais por teimosia, dizendo para Deus que eu estaria lá mesmo e que ele não fizesse a gentileza de falar comigo. Idealizava uma aparição dele, ou de algum anjo. Um diálogo direto, luzes, torpor ou o que fosse. E nada.

Fiquei por teimosia, como disse.

Pior, uma vez encontrei uma garota cujo irmão tinha se convertido e que falou para ela chamar por Deus. Pois bem, a "sortuda" simplesmente me contou que na primeira vez que trancou a porta e pediu para Deus, se existisse, falar com ela, o todo-poderoso simplesmente se manifestou. Ela se converteu ali, no primeiro "chute a gol".

E eu? Minha vida foi seguindo, e acabei experimentando um milagre. Eu sou refratário a pessoas que veem milagre em tudo. para mim, primeiro é preciso eliminar toda a chance de eventos naturais, coincidência, acaso etc.

Meu milagre foi simples: fui subir num muro de uns 3 metros de altura. Coloquei um banco, tomei impulso demais e simplesmente fui caindo para o outro lado. Depois de já ter perdido totalmente o equilíbrio e estar em literal queda, surgiu uma enorme mão que me pegou e me colocou são e salvo sobre o muro. Não foi um mar se abrindo, mas me salvou de um tombo sério.

O tempo foi passando e Deus começou a falar comigo.

Seu estilo mais comum comigo (e digo comigo, pois o exemplo da amiga acima mostra que ele tem um estilo para cada relação) é falar enquanto leio a bíblia. no caso, ele usa minha própria voz, dentro de minha cabeça, e enquanto leio, vez ou outra, dá um "toque".

Claro que pode ser minha cabeça mesmo… diria um cético.

Conheço pessoas com as quais Deus fala usando outra voz, e outras que ele fala ao ouvido, mas não dentro da cabeça.

Algumas vezes Deus fala comigo em oração, ou usa alguém ou alguma situação.

Quando acontecer com você, será possível compreender, de alguma forma, que não sei explicar com palavras. Quando é Deus quem fala você simplesmente sabe, sente.

Passado mais tempo, bem mais, comecei a ir a igrejas pentecostais. Elas, ao contrário da que eu ia, investem muito na comunicação da pessoa com o espírito santo, seja diretamente, seja através do que chamam de "profetas". Posso dizer que quando a pessoa dá espaço, Deus usa essa via também.

Como sempre, é preciso cuidado, pois tem muita gente com fenômenos psíquicos achando que Deus está falando com ela.

Deus já usou pessoas para falar comigo. Sou testemunha disso também.

Talvez a vez mais interessante em que Deus falou comigo foi no velório de minha mãe. Eu estava lendo a bíblia e a voz disse: "vai, transe com a sua mulher, que vou lhe dar um filho". Claro que eu achei que era o trauma do falecimento etc. três dias depois é que fui reiniciar minha vida de casado com minha então esposa, numa manhã. Neste mesmo dia, à tarde, fui orar com um sujeito e ele disse para eu abrir a bíblia a esmo e ler. Nessa hora, o versículo que apareceu (são 39000 versículos na bíblia) foi o seguinte: "eu tomo conta de teu filho dentro de ti". Como você sabe, tecnicamente para a bíblia, o casal é uma carne só. daí, pensei: caramba, aquela conversa do velório foi pra valer.

Duas semanas depois viemos saber que minha ex-esposa estava grávida.

Tenho 39 anos e nesse período Deus já falou comigo dúzias e dúzias de vezes, tantas que seria difícil contar.

E fez outros milagres. a mão dele já apareceu mais uma vez. Perdi o controle da bicicleta com minha filha de 3 anos na cadeirinha. Saí do calçadão da praia de Icaraí, em Niterói, direto para a areia. Uma queda de meio metro, com direito a capotagem completa. Pois é, lá estava a mão de novo, de modo que minha filha saiu sem um arranhão. Um cético diria que foi sorte. Mas, seja como for, vi a mão de novo.

Naquele dia, me distraí com problemas pessoais que considerava sérios, mas nada que justificasse a fatalidade. Daí vi que estava me preocupando com algo que seria nada comparado com algum dano sério à saúde de minha filha.

Atualmente tento ser um bom cristão, aprendendo a viver o que Jesus ensina, o que envolve um desafio extremo: cumprir os mandamentos e ao mesmo tempo saber que nossa salvação é de graça, algo baseado apenas na fé.

Quando falo em Deus, estou falando ao mesmo tempo em Jesus. Ele mesmo se apresentava como Deus. Daí, ou era um mentiroso ou era mesmo o messias prometido aos judeus. Acredito que ele era o que declarava ser e que ressuscitou.

Se fosse resumir minhas experiências com a divindade, poderia dizer, em suma: Deus fala com a gente. Ele é uma pessoa e se importa conosco.

Há um interesse dele em nós tão sublime e profundo quanto o de um pai amoroso pelo seu filho. Também sou testemunha disso.

Óbvio que não tenho resposta para tudo, mas posso assegurar que se você começar a procurá-lo, ele vai responder. Não sei como, nem em quanto tempo, mas de uma forma especial e particular você vai ter essa experiência extraordinária de falar com o criador.

Não quero ser muito extenso, porém é mais ou menos isso aí que eu teria para colocar nessa boa mesa de conversa que estamos tendo.

Desejo que você possa experimentar, mais cedo ou mais tarde, a experiência de falar com Jesus. Busque esse contato, ele está esperando.

William Douglas é juiz federal, conferencista internacional e especialista em concursos públicos.

Genizah