Autor: Pastor Ângelo Medrado
Pr. Batista, Avivado, Bacharel em Teologia, PhDr. Pedagogo Holístico docente Restaurador, Reverendo pela International Minystry of Restoration - USA - Autor dos Livros: A Maçonaria e o Cristianismo, O Cristão e a Maçonaria, A Religião do Anticristo, Vendas Alto Nível com Análise Transacional, Comportamento Gerencial.
Casado, 4 filhos, 6 netos, 1 bisneto.
Petista disse que foi sua primeira visita à basílica, mas expressou devoção a Nossa Senhora por circunstâncias recentes
12 de outubro de 2010 | 0h 00
- O Estado de S.Paulo
Aborto, debate na televisão e prática religiosa foram os principais temas de que a petista Dilma Rousseff tratou na entrevista coletiva de ontem de manhã, no auditório do Santuário Nacional de Aparecida, depois de assistir à missa das 9 horas, na véspera da festa da Padroeira do Brasil.
Dilma começou tendo de explicar por que decidiu rezar na Basílica de Aparecida, ao iniciar a campanha do segundo turno para as eleições de 31 de outubro.
"É a primeira vez que venho à basílica, mas tenho devoção especial a Nossa Senhora, mais especial a Nossa Senhora Aparecida, por circunstâncias recentes na minha vida. Preferiria não falar sobre isso, é uma questão pessoal. Prefiro ter uma manifestação (religiosa) mais recatada. Minha religião diz respeito à minha convicção, à imagem de Deus dentro de mim."
Mais adiante, quando um repórter insistiu no assunto, informando que do lado de fora, enquanto ela falava à TV Aparecida, um devoto estranhou sua presença ali – "pois Dilma não é católica e está fazendo do santuário um palanque" – a candidata retomou a questão. "Ninguém tem o direito de dizer qual é a minha crença. Quem pode julgar sobre crença religiosa é Deus. Eu fui por opção para um colégio de freiras. Naquela época, eu queria fazer a primeira comunhão. Sou da época em que era muito importante o retiro espiritual. Tenho uma formação religiosa muito forte. Nos caminhos que sua vida toma, você muitas vezes faz atalhos, faz desvios, mas você sempre volta a seu caminho. Eu tive um processo recente e esse processo me fez retomar várias coisas." Dilma se referia ao câncer de que tratou há alguns meses, mas insistiu que não queria falar sobre o assunto, quando um jornalista perguntou se estava se referindo à doença.
Debate. Com relação ao debate de domingo na TV Bandeirantes, ela justificou o tom considerado agressivo que adotou ao enfrentar José Serra.
"Passei muito tempo calada, mas quando vi o tamanho que tomou essa central organizada de boatos resolvi tornar público e compartilhado o que estou sofrendo, não indo para a internet em forma de boatos, mas de forma aberta. Sempre me recusei a baixar o nível do debate e vou continuar não baixando. Quando se têm só dois debatedores, as opiniões ficam mais claras. O debate foi em alto nível, ninguém elevou o tom de voz. Meu adversário tem mania de subestimar as pessoas. Esperava que eu não apresentasse minhas propostas, que não criticasse a estratégia dele? Vamos fazer um debate de ideias e não divulgar boatos e calúnias." Dilma disse que, quando se fala que ela é favorável ao aborto, a questão é mais ampla.
"Não é sobre isso a discussão. Não acho que seja algo que se pode atribuir só à religião. A questão são os boatos. As pessoas falam e não aparecem. Tem um conteúdo eleitoral fortíssimo. Surgiu no primeiro turno. É o que faz o candidato a vice da outra chapa (Índio da Costa) e a esposa de José Serra. Quando faço crítica, faço cara a cara, olho no olho. Considero que isso é muito ruim politicamente. Este país que não conhece o ódio tem de ter convivência humana, um valor fundamental. Insistir no ódio para fins eleitorais é imperdoável."
Segundo o reitor do Santuário da Aparecida, padre Darci Nicioli, a questão do aborto tem, sim, incomodado os fiéis. "A gente sabe isso pelas conversas com os romeiros e pelas confissões." Em sua avaliação, o governo e o PT menosprezam o peso dessa discussão entre os católicos.
Católicos aderem campanha de Serra
Padre faz campanha ao lado de tucano
Cerca de mil pessoas participaram do ato, que teve como personagem especial o pároco vestido de batina negra
12 de outubro de 2010 | 0h 00
Christiane Samarco – O Estado de S.Paulo
O candidato do PSDB a presidente, José Serra, fez campanha no centro de Goiânia ontem, ao lado do candidato tucano a governador, Marconi Perillo, e de um personagem especial: um padre vestido com a tradicional batina negra de mangas longas, até os pés. Serra prometeu ajudar a construir o metrô de Goiânia e um novo aeroporto para a cidade.
DIDA SAMPAIO/AE
Com fé. José Serra beija terço que recebeu de religioso: padre viajou 50 quilômetros até Goiânia para encontrá-lo
O padre Genésio Lamunier Ramos deixou a Paróquia São Francisco de Assis, em Anápolis (GO), e viajou 50 quilômetros até Goiânia para participar da campanha. Quando encontrou os tucanos concentrados na Avenida Anhanguera, o pároco presenteou Serra com um terço que o candidato tomou nas mãos e beijou.
A plateia, segundo cálculos da Polícia Militar (PM) de Goiás, reunia cerca de mil pessoas.
"Estou aqui pelos direitos humanos, pela defesa da vida e das liberdades democráticas. Estamos com medo de o Brasil se tornar uma Cuba, uma Venezuela", pregou o padre Genésio ao lado dos candidatos. Ao mesmo tempo, militantes tucanos distribuíam "santinhos" com a fotografia de Serra, que era acompanhada pelo slogan "Serra é do Bem". Uma inscrição, no verso, dizia "Jesus é a Verdade e a Justiça".
Era para ser uma caminhada de meia hora na avenida central, mas a mobilização surpreendeu o tucanato local. Espremido entre seguranças, cabos eleitorais, militantes e populares simpatizantes do PSDB que gritavam o nome dos dois candidatos, Serra suou muito, mas não perdeu o bom humor.
Como ele mal conseguia dar um passo e o tumulto era cada vez maior, o jeito foi subir na carroceria do carro de som que tocava o jingle Serra é do Bem em altos decibéis. "Esta é a quarta vez que Serra vem a Goiânia nesta campanha, o que revela seu amor pela nossa capital", discursou Marconi, pedindo votos para ele e para Serra.
Cara pintada. Ao descer da caminhonete, o tucano foi abordado pela estudante de Relações Internacionais Glauciane Matias, que pegou dois potes de tinta guache verde e amarela e transformou o candidato em "cara pintada", com os dois traços na face que caracterizaram o movimento "Fora Collor", em 1992.
"Estamos com você porque você tem a melhor proposta, acredita em Deus e é a favor da vida", discursou Perillo, que surpreendeu Serra logo na chegada ao aeroporto, ao levar o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), para cumprimentá-lo.
"Eu vim só cumprimentar e desejar boa sorte ao Serra, mas temos um compromisso com a Dilma", disse Jovair, para arrematar: "Desejo boa sorte aos dois e quem ganhar está bom para o País".
Marconi tinha em mãos uma pesquisa interna do partido que apontava a virada de Serra no Estado, em que Dilma Rousseff (PT) venceu com apenas dois pontos porcentuais de vantagem. Na capital, Goiânia, o tucano já batera a petista no primeiro turno das presidenciais.
Apesar do clima favorável, Serra não deixou de fazer promessas para agradar ao eleitorado. Disse que Goiânia precisa de um aeroporto moderno, à altura do desenvolvimento do Estado, de metrô, de um anel viário na cidade e de comunicação com Mato Grosso por uma estrada duplicada.