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Adiado Projeto de Lei que proíbe distribuição de material anti-homofobia em escolas no Rio

 

PorJussara Teixeira | Correspondente do The Christian Post

O Projeto de Lei do vereador Carlos Bolsonaro (PP) que tentava proibir a distribuição de materiais sobre diversidade sexual em escolas de ensino fundamental no Rio de Janeiro foi retirado da pauta de votação na Câmara Municipal, nesta terça-feira, 27.

  • O Vereador Carlos Bolsonaro, filho do deputado federal  Jair Bolsonaro

    (Foto: Divulgação)

    O Vereador Carlos Bolsonaro, filho do deputado federal Jair Bolsonaro

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A matéria, que chegou a ser aprovada em primeira instância, sofreu oposição de grupos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais (LGBTT), que pressionaram os vereadores a votar contra a proposta. Eles chegaram a se manifestar em frente à Câmara de Vereadores, com faixas e cartazes contendo mensagens contra o projeto.

Após discussões, dois vereadores, Paulo Messina (PV) e Edison da Creatinina (PV), apresentaram emendas suprimindo itens fundamentais do artigo, como o Parágrafo Único do projeto que diz: "o material a que se refere o caput deste artigo é todo aquele que contenha orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou qualquer assunto correlato."

Com o adiamento da proposta, Bolsonaro disse que não é contra a discussão da diversidade sexual nas escolas, mas sim contra o que chamou de “propaganda dahomossexualidade”. Segundo ele, a faixa etária a que o material é destinado não teria condições de compreender a questão.

“São crianças de 6, 7, 8 e 9 anos de idade que deveriam ter um ensino de qualidade sobre biologia, português, matemática. É uma covardia expor as crianças a filmes pornográficos e orientações que incentivam o homossexualismo. Por que não investir esse dinheiro público no ensino médio, onde as pessoas já têm a personalidade formada?”, disse à Agencia Brasil.

O deputado federal Jean Wyllys (P-SOL) reforçou a pressão para a não aprovação do projeto. Ele enviou um ofício ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, pedindo que ele “se posicione publicamente contra esse aberrante projeto, dê orientações à bancada do seu partido para rejeitá-lo e se comprometa a vetá-lo se for aprovado”. Wyllys chegou a chamar o projeto de Bolsonaro de “Lei do Bullying”.

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Em 2011, um material semelhante ao existente no Rio de Janeiro, o kit anti-homofobia, apelidado de “kit gay”, teve sua produção suspensa pela presidente Dilma Rousseff após críticas de parlamentares evangélicos.

Após a suspensão, o ministro da educação Aloizio Mercadante declarou em audiência pública que o material não é a solução adequada ao problema da homofobia nas escolas.

O projeto de Bolsonaro voltou para análise no âmbito das Comissões Permanentes, e não possui data definida para a votação.

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Oprah Winfrey grava programa com João de Deus

 

Apresentadora desembarcou na madrugada desta quinta em Brasília e seguiu nesta manhã a Abadiânia (GO) para se encontrar com médium

Luciana Marques e Gabriel Castro

Oprah entrevista o medium João de Deus

Oprah entrevista o medium João de Deus (Monique Renne/CB/D.A Press)

A apresentadora Oprah Winfrey, uma das maiores celebridades da televisão norte-americana, gravou nesta quinta-feira um programa com o médium João de Deus em Abadiânia (GO), localizada a 115 quilômetros de Brasília (DF). Oprah desembarcou nesta madrugada na capital e partiu cedo para Abadiânia. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se consultou com o médium durante o tratamento que fez contra um câncer na laringe.

O site de João de Deus confirmou a visita: “Nesse momento a Casa de Dom Inácio em Abadiânia recebe uma visita ilustre: uma das apresentadoras de maior sucesso da televisão americana, Oprah Winfrey, está no local gravando um programa com o médium João de Deus”. A Casa de Dom Inácio, criada por João de Deus em 1976, é o local onde o médium diz realizar cura espiritual. Cerca de mil pessoas visitam o local por dia.

Simpatia – A apresentadora participou de sessões da casa e entrevistou várias pessoas que disseram ter sido curadas de doenças. Oprah teve que esperar João de Deus terminar os “trabalhos” do dia para iniciar a gravação com o médium, que durou cerca de trinta minutos. Apenas um tradutor foi autorizado a ficar próximo dos dois, para evitar vazamentos.

Segundo Chico Lobo, voluntário da Casa de Dom Inácio, a intenção de Oprah era somente gravar o programa. “Ela não veio atrás de tratamento”, garantiu. Lobo disse que a apresentadora foi bastante simpática durante a visita: conversou e tirou fotos com todos.

A equipe de Oprah chegou ao local dois dias antes para iniciar as gravações. Outra equipe da apresentadora já havia visitado o local em 2010. Uma das reportagens publicadas no site de Oprah diz que milhares de pessoas no mundo viajam para Abadiânia em busca de milagres. 

Oprah deve retornar a Brasília nesta noite.

Grupo encontra hominídeo com dedão de pé de macaco na Etiópia

 

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE "CIÊNCIA E SAÚDE"

Tem gente que vive com um pé no passado, mas um estranho hominídeo de 3,4 milhões de anos abusava do direito de ser saudosista.

Enquanto outros membros primitivos da linhagem humana já tinham dominado totalmente a arte de andar com duas pernas, a criatura ainda tinha um dedão do pé que funcionava como polegar, como o dos chimpanzés e gorilas de hoje, por exemplo.

Isso não o tornava totalmente incapaz de caminhar como bípede, mas decerto comprometia a elegância e a eficiência de seu passo –ele teria de apoiar a maior parte de seu peso no lado de fora do pé, como fazem os grandes macacos atuais.

A descoberta do hominídeo "passadista", cuja espécie ainda é um mistério, está na revista científica "Nature" desta quinta-feira.

Os responsáveis por ela são o etíope Yohannes Haile-Selassie e o americano Bruce Latimer, ambos da Universidade Case Western Reserve, em Ohio (EUA).

As informações sobre a criatura ainda são parcas porque os pesquisadores, por enquanto, só acharam oito ossos do pé direito do hominídeo. Os dados são suficientes, no entanto, para reconstruir como a criatura andava.

"O andar bípede é o que separa os seres humanos e seus ancestrais diretos dos outros primatas e, na verdade, de todos os outros mamíferos", diz Bruce Latimer. "Encontrar um hominídeo que foge desse padrão é surpreendente."

Editoria de Arte/Folhapress

O VELHO E O NOVO

Surpreendente, mas não exatamente único. O hominídeo mais antigo cujo esqueleto quase completo chegou até nós, o etíope Ardipithecus ramidus, de 4,4 milhões de anos, também possuía um dedão do pé (ou hálux, como preferem os cientistas) com características semelhantes às vistas em macacos: curto e distanciado dos demais dedos do pé.

A interpretação mais comum desse fato é que, embora passasse algum tempo no chão, na posição ereta, o A. ramidus também seria capaz de agarrar galhos de árvore com os pés, locomovendo-se no alto da floresta.

No entanto, por volta de 3,5 milhões de anos atrás, uma única espécie de hominídeo parecia ter tomado conta da África Oriental. Era o Australopithecus afarensis, a espécie da famosa fêmea "Lucy" –um ancestral do homem já quase totalmente bípede.

O problema é que o novo e misterioso hominídeo é praticamente contemporâneo de "Lucy", mas seu pé é de um "modelo" 1 milhão de anos mais antigo. Mal comparando, é como se humanos atuais convivessem com o Homo erectus na mesma região, já que ambos eram da Etiópia.

Além do dedão com capacidades de polegar, os outros dedos do "novo" hominídeo etíope também eram mais compridos que os de hominídeos mais recentes. No geral, o pé da criatura se parecia mais com o de um gorila.

Os cientistas querem tentar achar mais fósseis antes de determinar a identidade da criatura. Pode ser, por exemplo, que se trate de um espécime tardio da linhagem doArdipithecus.

De qualquer modo, não seria a primeira vez que múltiplas espécies de ancestrais do homem, cada uma com adaptações diferentes para modos de vida diversos, são identificadas na mesma região e época pelos cientistas.

Outro exemplo, alguns milhões de anos depois, envolve os chamados australopitecos robustos, que desenvolveram enormes mandíbulas para mastigar gramíneas e sementes duras.