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Após brecha na lei, casal de lésbicas quer adotar mais crianças no RS

POLÊMICA

Mal obteve uma decisão inédita da Justiça, e o casal Luciana Maidana e Lídia Guterres, de Bagé, já planeja aumentar a família. As duas gaúchas são o primeiro casal gay brasileiro a quem o Superior Tribunal de Justiça (STJ) garantiu o direito de compartilhar a adoção de filhos . Isso quer dizer que as crianças (um menino de 7 anos e outro de 6) terão os nomes das duas mães nos seus registros de nascimento. Até hoje, os dois meninos, embora criados pelas duas, eram oficialmente filhos apenas de Luciana, já que a legislação permite que solteiros adotem.

Luciana e Lídia adotaram os meninos, que são irmãos biológicos, ainda recém nascidos em 2002 e 2003. Desde então, conta Luciana, elas tentam registrar as crianças como filhos de ambas, com a ajuda da Procuradoria de Bagé. Isso foi permitido à Vara da Infância e Juventude de Bagé, mas o Ministério Público Estadual recorreu, argumentando que a união entre pessoas do mesmo sexo não é regulamentada no Brasil e que, portanto, a adoção seria ilegal. Em 2006, o Tribunal de Justiça do Estado deu ganho de causa às duas, mas o MP recorreu novamente, levando o caso ao STJ. Essa não foi a primeira adoção em conjunto por um casal gay, mas a primeira a ter uma sentença favorável de um tribunal superior.

A vitória é, segundo Luciana, mais um incentivo para a adoção de pelo menos mais duas crianças.

“Sempre planejamos ter uma família grande. Saber que temos apoio legal facilita” comentou.

A motivação de Luciana, 36 anos, e Lídia, 44, em batalhar para compartilhar a maternidade foi acima de tudo prática: elas queriam que as crianças tivessem os direitos de dependentes tanto de uma quanto de outra.

“Por exemplo: se eu morresse, meus bens iriam para outros membros da família, e não para os meus filhos. Eles também não teriam direito a pensão, plano de saúde, caso não pudessem ser registrados como meus filhos” explica Lídia. Por outro lado, se algo acontecer a Luciana, Lídia tem garantido o direito de ficar com as crianças.

Elas dizem não se sentir alvo de preconceito:

“Nunca tivemos problemas nem sofremos preconceito algum. Mas também nunca levantamos bandeira nem afrontamos ninguém” diz Luciana, que é psicóloga.

Foi em uma formatura na qual Lídia era a professora homenageada que elas se conheceram:

“Levamos a vida mais normal do mundo, bem interiorana. Tomamos mate no solzinho na frente de casa, almoçamos e jantamos juntos, vamos na casa da vó” diz Luciana.

Data: 29/4/2010 09:07:27
Fonte: O Globo

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Cantora desafia quem cita a Bíblia para afirmar que ser gay é pecado

MÚSICA

INTERPRETAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE

 

     Jennifer Knapp, cantora cristã que anunciou este mês ser gay, recentemente questionou a autenticidade das traduções da Bíblia sobre a questão da homossexualidade.

     Durante a sua aparição no Live da CNN Larry King na última sexta-feira, 23, Knapp salientou que os crentes confiam em um texto que não está no idioma original. Ela disse que os estudiosos questionaram a interpretação das palavras de origem grega que foram traduzidas para a homossexualidade.

     Embora reconhecendo não ser uma estudiosa ou teóloga, Knapp levantou a questão da tradução da Bíblia para desafiar aqueles que citam a Bíblia para afirmar que a homossexualidade é um pecado.

     “Bem, acho que há uma abundância de provas da minha fé por meio do texto sagrado da Bíblia que eu definitivamente reconheço que estamos um pouco em desvantagem da nossa própria interpretação de um texto sagrado”, respondeu Knapp à pergunta sobre se a Bíblia é contra a homossexualidade.

     “À longo prazo eu não tenho problemas com isso porque eu não sou a única pessoa no universo que nunca olhou para uma interpretação diferente”, disse ela. “Temos advogados de ambos os lados. Isso não faz a verdade menos verdade ou o amor menos amor”.

     A questão da tradução da Bíblia surgiu duas vezes durante o show que contou com LKL Knapp, Pastor Bob Botsford da Horizon Christian Fellowship, em San Diego, e o ex-líder evangélico Ted Haggard, que foi envolvido em um escândalo sexual gay em 2006.

     Durante todo o show, Botsford apontou a Escritura, que ele acredita ser infalível, para argumentar que Knapp sucumbiu ao pecado. Ele disse que enquanto todo mundo é um pecador, a diferença é que algumas pessoas permitem o pecado sobre sua vida e outros tentam superá-lo.

     “Permitindo que continue a reinar sobre a sua vida é não permitir que Jesus Cristo é Senhor”, disse Botsford. “Meu papel é o de morrer para o pecado e não justificá-lo”.

     Knapp disse no show que não está lá para justificar a homossexualidade, mas para falar sobre sua escolha pessoal. Ela resistiu ao papel de um ativista gay e disse que tem o direito de ensinar a igreja a sua interpretação da Bíblia sobre a homossexualidade.

     “Eu vou repetir para você o que eu disse nos bastidores. Da próxima vez que você quiser falar sobre um exemplo para ensinar a seus seguidores, por favor, use as palavras. Esta é a forma desta congregação e a maneira como nós estamos falando sobre a homossexualidade dentro da nossa comunidade, dentro da nossa igreja. E não use o meu nome. Não use meu nome como um substituto para a palavra homossexualidade”, disse a cantora.

     Botsford disse que se sentiu compelido a falar publicamente sobre a escolha de Knapp porque ela é uma pessoa de influência na comunidade cristã. Ele disse que não quer que as pessoas achem que Knapp está fazendo o que é certo.

     Knapp revelou recentemente um relacionamento de oito anos com uma mulher. Ganhou quatro prêmios Dove e foi nomeada para um Grammy. Seus três álbuns, em conjunto, venderam mais de 1 milhão de cópias. Ela disse que permaneceu em celibato durante dez anos, enquanto trabalhava na indústria da música cristã.

     Mas agora, depois de sete anos, ela disse que está “se sentindo confortável” com a sua sexualidade. “Eu me sinto abençoada por ser completamente quem eu sou. Eu amo ser capaz de fazer música e uma parte desse processo de ser um músico é ser aberta e honesta e não sinto que eu tenho que mentir ou esconder nada. Eu não quero falar sobre isso o tempo todo, mas eu não tenho que esconder também”.

     Knapp foi diplomática em suas respostas e pareceu refrear suas emoções para a primeira metade do show. Mas no final ela expressou sua frustração com Botsford, especialmente quando disse que os seres humanos têm pervertido o amor criado por Deus.

     “Como eu sou pervertida?” Knapp revidou. Em outro momento ela disse que Botsford não tem o direito de falar sobre ela na forma como fez publicamente. “Eu tenho liderança espiritual na minha vida. O conselho pastoral daqueles que são queridos para mim, que compreendam as Escrituras como texto sagrado. E você não é aquele homem na minha vida”.

     Durante todo o show, Haggard tomou um meio termo vago e se recusou a responder às perguntas diretamente. Ele se recusou a dar uma resposta clara quando questionado sobre se a homossexualidade é um pecado e se é uma escolha ou não. O ex-pastor disse que os dois lados têm pontos válidos e que a coisa mais importante é que as pessoas têm uma relação pessoal com Deus.

     Knapp irá lançar seu novo álbum em maio. O disco não será comercializado para um público estritamente cristã, como suas obras passadas.
Fonte: Gospel +

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Missionária que tentou levar crianças é julgada por viagem irregular

MUNDO

TENTATIVA DE RAPTO NO HAITI

 

     A americana Laura Silsby, líder de um grupo de dez missionários que tentou retirar sem documentos um grupo de crianças do Haiti após o terremoto, será julgada em Porto Príncipe por tentativa de "viagem irregular", afirmou um dos advogados de defesa.
     "A ordem do juiz de instrução foi comunicada na segunda-feira à promotoria de Porto Príncipe. Laura deverá permanecer na prisão para ser julgada no tribunal correcional por viagem irregular no Haiti", disse Louis Ricardo Chachoutte, advogado da missionária batista.
     O grupo de americanos –cinco homens e cinco mulheres– integra a organização de caridade New Life Children’s Refuge, ligada à Igreja Batista. Eles foram detidos em 29 de janeiro, quando tentavam atravessar a fronteira entre o Haiti e a República Dominicana em um ônibus, com 33 crianças haitianas com idades entre dois meses e 12 anos, sem documentos.
     Todos alegaram ser inocentes, e a Justiça já liberou nove deles por falta de provas.
Silsby está sendo investigada por uma nova acusação, sob a qual pretendia retirar mais haitianos do país de forma ilegal.
     Dois dias depois da prisão, Silsby, afirmou que as crianças eram órfãs e que seriam levadas para um hotel da área de Cabarete, na costa da República Dominicana.
     O hotel, de 45 quartos, seria, posteriormente, transformado em um orfanato, ainda conforme a missionária. "Nós só queríamos ajudar as crianças. Nós pedimos ao tribunal não só a nossa libertação mas também que possamos continuar ajudando", disse ela na ocasião.
     No entanto, após a prisão dos americanos, as autoridades haitianas descobriram que várias das crianças –ao menos 20 delas– tinham pais vivos e sabiam até os telefones deles. Alguns pais afirmaram ter cedido voluntariamente os filhos pela falta de condições de cuidar das crianças após o terremoto de 12 de janeiro, que destruiu grande parte da capital haitiana e matou mais de 230 mil pessoas.


Fonte: Folha online