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Serra promete manter proibida prática do aborto no Brasil

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O candidato José Serra (PSDB) prometeu, se for eleito, manter proibida a prática do aborto no Brasil. Serra disse que não pretende mudar a lei atual que, apesar de vedar o aborto, determina que a rede pública de saúde dê assistência a mulheres que têm complicações provocadas pela interrupção da gravidez.

"No que depender de iniciativa do Executivo, porque deputado e senador pode tomar, eu não procurarei mudança na lei atual. Ficará como está", disse.

Ontem, 22, o bispo dom Luiz Gonzaga Bergonzini (Guarulhos) pregou boicote à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República por considerar o PT favorável ao aborto. Apesar do artigo não transmitir a posição oficial da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), o texto foi publicado no site da entidade.

Serra também disse que não pretende legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo se assumir a Presidência. Na opinião do tucano, as relações homoafetivas não são de responsabilidade do Estado.

"É um assunto que Estado não entra, é problema das pessoas. Cada crença tem a sua orientação. Se uma igreja não quer casar, mesmo reconhecendo união civil, a igreja não pode ser obrigada a isso. Se duas pessoas querem viver juntas, ter herança, é problema delas, não é do Estado."

O candidato fez as declarações durante gravação do programa "3 em 1", série da TV Brasil que vai entrevistar os três candidatos à Presidência líderes nas pesquisas. Ontem, Dilma participou do programa. Amanhã será a vez de Marina Silva (PV). A entrevista de Serra vai ao ar na noite de hoje, embora tenha sido gravada ontem.

Data: 23/7/2010 10:00:00
Fonte: Folha Online

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PASTORA EM CAMPANHA CONTRA ABORTO

MÚSICA

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Fernanda Brum dedica parte de CD à campanha de pastora da Lagoinha

Por: Redação Creio

Embaixadora do Ministério Portas Abertas, a pastora Fernanda Brum após defender a causa anti-aborto, está em uma outra campanha missionária. Parte da renda de seu novo CD, lançado nesta semana pela MK Music com o título Glória, será destinada ao grupo de Apoio a mulheres numa Gravidez Indesejada (Amgi). A instituição é coordenada pela pastora da Igreja Batista da Lagoinha, Ezenete Rodrigues.

O CD Glória conta com várias composições da cantora, outras em parceria com Emerson Pinheiro e com o amigo de muitos anos, pastor Livingsthon Farias, e reúne baladas, canções de rock e uma novidade: O ritmo baiano. “Sou embaixadora do Portas Abertas, nunca vou deixar de apoiar a causa da igreja perseguida, isso está nas minhas veias, mas nesse tempo decidi dedicar esse CD à mulheres corajosas, que disseram não ao aborto, e decidiram que terão as suas crianças”, reitera Fernanda Brum.

A Amgi oferece gratuitamente as mulheres teste de gravidez, acompanhamento espiritual e psicológico, encaminhamento para pré natal, enxoval e cursos artesanais.

 

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Crenças de Marina Silva contra aborto e união gay geram dissidências

POLÍTICA

IDEAL DE MARINA GERA CRISE NO PV

O contraste entre as crenças de Marina Silva e as bandeiras libertárias que inspiraram a criação do PV provocou uma primeira dissidência no partido. Militantes rasgaram as carteiras de filiados e criticaram a senadora evangélica por sua posição contrária ao aborto e a união civil dos gays. Mentor político de Marina Silva, arcebispo de Porto Velho diz que falta nela um perfil presidencial.
Com palavras de ordem contra a pré-candidata ao Planalto, um grupo de militantes rasgou suas carteirinhas de filiação e articula o lançamento do Partido Livre, dedicado à defesa das minorias e de direitos individuais.
Eles afirmam que a entrada da senadora, evangélica, fez o PV abandonar causas históricas como a legalização do aborto e a união civil de homossexuais.
“Sofremos um estupro ideológico”, queixa-se a presidente do futuro partido, Rose Losacco. “Ajudei a fundar o PV e não posso admitir que joguem seu programa no lixo por causa das crenças de uma pessoa”, diz.
Para receber Marina, os verdes criaram uma cláusula de consciência que permite a filiados se opor a itens do estatuto do partido por convicções religiosas.
Avalista da ideia, o presidente do partido, José Luiz Penna, é o principal alvo dos rebeldes. “Ele parece o Fidel Castro, não sai nunca do poder. Está usando até aquele bonezinho verde”, ataca Rose. “Hoje o PV apoia todos os governos. Virou um partido de aluguel”.
No cargo desde 1999, Penna não quis comentar as críticas e a criação da nova legenda.
A dissidência promove hoje seu primeiro encontro nacional, em Belo Horizonte. Vai anunciar apoio a Dilma Rousseff, do PT. A justificativa é que ela apoiaria as causas renegadas por Marina.
Os dissidentes dizem ter “quase 100 mil” assinaturas, bem menos que as 468 mil exigidas para fundar um partido. Apesar disso, fazem planos ambiciosos. “Vamos mostrar que o Livre veio para mudar a história do Brasil”, promete o vice-presidente Carlos Taborda”.
O grupo ainda não atraiu políticos com mandato, mas sonha com o ministro Juca Ferreira (Cultura), que se licenciou do PV para apoiar Dilma. Ele já recusou o convite.
Por enquanto, o maior desafio é escapar da sigla PL, usada pelo antigo Partido Liberal (atual PR). “Queremos cair fora dessa coisa de rótulos. A gente se considera livre”, diz Rose.
Esta semana, o PV sofreu outra baixa em protesto contra Marina. O presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, decidiu trocar o partido pelo PT. Em abril, um vereador verde de Alfenas (MG) acusou a senadora de se recusar a receber uma bandeira arco-íris.
Arcebispo diz que falta perfil presidencial a Marina
Mentor político de Marina Silva, o arcebispo de Porto Velho, d. Moacyr Grechi, 74, considera a pré-candidata do PV frágil e sem o perfil de presidente da República.
“Não vejo nenhuma esperança de vitória. Falta nela o perfil de presidente. Mais que perfil, a capacidade de reagir a pressão de todo o gênero. Ela é muito frágil para aguentar”, disse.
Amigo da senadora desde 1974, quando se conheceram em Rio Branco, d. Moacyr afirmou à Folha que Marina tem pouco “jogo de cintura” e que sua fragilidade ficou comprovada quando ela dirigiu o Ministério do Meio Ambiente (2003-20008). “Ela vivia em uma angústia constante.”
As declarações de d. Moacyr Grechi, um dos expoentes da ala progressista da Igreja Católica no Brasil, não ficaram restritas à reportagem.
“Falei a ela: “Marina, te vejo melhor como senadora, porta-voz dessa problemática [ambiental], do que como candidata à Presidência, com pouquíssimo tempo para propaganda.”
Na campanha, num bloco total de 25 minutos, a presidenciável do PV terá só 1min03s de tempo no rádio e na TV.
Marina nutre carinho especial pelo arcebispo, segundo amigos, e o considera essencial para sua formação. Procurada, ela não quis comentar as declarações do religioso.
D. Moacyr diz que falta à amiga o “jogo de cintura” indispensável aos presidentes. “Marina tem dificuldade de fazer acordo onde estiver em jogo qualquer aspecto ético. Ela vai ter dificuldade pelas profundas convicções que tem, pessoais, éticas e até religiosas.”
Apesar das críticas, o arcebispo acredita que a pré-candidatura da senadora é positiva por elevar o nível do debate.
Marina iniciou-se na atividade política por movimentos de base da igreja, e d. Moacyr Grechi teve papel fundamental.
A senadora conheceu o religioso, que também a ajudou nos muitos tratamentos médicos que fez, dois anos antes de ser apresentada ao seringueiro Chico Mendes, outra grande referência da pré-candidata.
“Tornei-me uma espécie de símbolo, mas era um trabalho da igreja, que naquele contexto foi uma espécie de útero fecundo para todo movimento popular. Marina se comprometia muito”, conta d. Moacyr, que não tem filiação partidária.
Questionado pela Folha se votaria na amiga, que é evangélica, ele rebateu: “Voto é secreto. Nem para minha mãe, quando vinha no confessionário e perguntava em quem deveria votar, eu abria”.

Fonte: Folha de SP