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Crianças abusando sexualmente de outras crianças

 

Thaddeus Baklinski

MELBOURNE, Austrália, 16 de janeiro de 2012 (LifeSiteNews.com) — Organizações de assistência infantil e que combatem a pedofilia no Estado de Vitória relatam que estão lidando com um número crescente de casos de crianças que estão abusando sexualmente de outras crianças, e apontam para a proliferação e acesso fácil de pornografia em dispositivos portáteis como a causa.

Bernie Geary, diretor da Secretária de Segurança das Crianças do Estado de Vitória, disse para o jornal The Age: “Se você está preparado para colocar seus filhos no mundo eles vão ser inundados com esse tipo de informação [pornografia]. Você precisa estar em condições de a) protegê-los, ou b) aguardar quais serão as consequências absolutamente desgraçadas”.

Essas “consequências desgraçadas” — conduta sexualmente abusiva entre crianças até de nove anos de idade — estão “explodindo”, de acordo com Carolyn Worth, coordenadora estadual dos Centros Contra Violência Sexual (CCVS) de Vitória. Ela disse que o número de crianças encaminhadas que demonstram conduta sexualmente abusiva é muito maior do que os materiais que eles têm para ajudá-las. Havia 237 vagas em todo o estado em programas que lidam com problemas de conduta sexual financiados pelos CCVS, mas houve 414 encaminhamentos, disse ela.

Worth disse que a maioria, mas não todas, as crianças mais novas (de cinco a nove anos de idade) foram encaminhadas para os programas porque haviam sido vítimas de abuso, sendo que a maioria eram meninos. Contudo, ela observou que problemas de conduta sexual entre meninas — mencionando uma menina de onze anos no programa que enviava fotos sexualmente explícitas de si mesma através do celular) — estavam também piorando.

“É evidente que a pornografia torna as pessoas insensíveis, provavelmente dando-lhes uma ideia estranha do que é o melhor modo de interagir com outras pessoas, principalmente com mulheres”, disse Worth. “Se as pessoas passam muito tempo vendo pornografia, elas não têm nenhuma ideia de como realmente fazer para ter sexo com outros. Elas simplesmente não entendem isso”.

Worth explicou que algumas crianças encaminhadas para os programas dos CCVS que lidam com problemas de conduta sexual tinham problemas tão graves que a participação delas foi proibida porque a conduta delas era criminosa.

Geary avisou: “Isso é um alerta para os pais. Não pense que essa questão não merece preocupação. Não pense que são as escolas que devem cuidar disso. Isso é algo que deve ser lidado em casa, de modo bem forte”.

“Não tenho simpatia por pais que não ficam próximos de seus filhos para protegê-los, pois essa responsabilidade faz parte do papel de criar e educar filhos”, Geary disse, mas avisou que não dá para culpar as crianças por serem expostas à pornografia e a resultante confusão nas vidas delas.

“Não é que as crianças estão imitando mais em suas condutas hoje do que no passado. O caso é que o mundo adulto está forçando informações para crianças numa força muito maior do que as crianças já experimentaram antes. É por isso que temos de lidar com isso”, disse Geary.

Tradução: www.juliosevero.com

Fonte: LifeSiteNews

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Padre é preso no DF acusado de estuprar 6 crianças

 

No momento da prisão, religioso estava na cama com a secretária de uma igreja; no local, polícia também encontrou uma arma

30 de dezembro de 2011 | 20h 22

Lígia Formenti – O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na última sexta-feira o padre Evangelista Moisés Figueiredo, acusado de estupro e atentado violento ao pudor contra seis crianças, sendo cinco irmãos. O padre trabalha há dez anos na Igreja São Francisco de Assis, na cidade-satélite de São Sebastião, e frequentava a casa dos pais das crianças. Segundo os menores – cinco meninas e um menino -, os abusos aconteciam há um ano.

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No momento da prisão, padre estava na cama com uma mulher nua - secretaria da igreja onde trabalha - Beto Barata/AE

Beto Barata/AE

No momento da prisão, padre estava na cama com uma mulher nua – secretaria da igreja onde trabalha

No momento da prisão, Figueiredo estava na cama com uma mulher nua – a secretária da Igreja São Camilo, onde o padre também trabalhou durante nove anos. Na casa foi encontrada uma cartucheira, calibre 36.

O padre negou a acusação de estupro e atentado violento ao pudor. Afirmou que a arma era de outra pessoa, mas não explicou as razões de ela estar na sua casa. Ele também será acusado por porte ilegal de armas.

As investigações começaram há três semanas, quando uma mães foi à delegacia denunciar abusos contra seus cinco filhos. O pai das crianças é caseiro de uma propriedade próxima da igreja liderada por Figueiredo. A outra criança, uma menina, é filha de um pedreiro que também trabalha e mora na região.

"Ele atraía os menores com a promessa de ajudar nos deveres de casa e de pagar R$ 20. O dinheiro nunca foi recebido", afirmou o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Onofre Moraes.

As crianças afirmaram que os abusos eram cometidos na casa do padre e em suas casas. "Ele fazia visitas com frequência. Almoçava, era amigo dos pais, que também frequentavam a igreja."

As crianças disseram que eram ameaçadas. "Segundo elas, ele falava que os pais seriam demitidos e sempre mostrava a arma que tinha em casa", disse a delegada Valéria Raquel Martirena, que acompanha o caso.

A versão das crianças são coerentes entre si. Elas relataram que o padre, antes do estupro, mostrava um vídeo pornográfico no celular. O telefone foi apreendido e as cenas descritas pelas crianças, reconhecidas.

História. Ordenado padre em 1993, Figueiredo, de 49 anos, exibia uma atuação marcante na vida eclesiástica. Celebrou missas na ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, integrou a pastoral de saúde da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em Brasília, antes de trabalhar na Paróquia de São Francisco de Assis, trabalhou na Igreja São Camilo, em uma nobre de Brasília, Asa Sul. "Não há acusações confirmadas em outras paróquias. Mas investigações continuam", disse Moraes.

Após a prisão, o padre foi apresentado aos jornalistas. Descalço, com bermuda, camiseta e algemado, ele não falou com jornalistas. Figueiredo está com a prisão preventiva decretada, e o inquérito deve ser concluído em dez dias. O Ministério Público tem até dez dias para avaliar se as provas são suficientes para pedir uma ação na Justiça.

A Diocese de Brasília informou que só se manifestará quando os fatos forem esclarecidos. A assessoria de imprensa da CNBB afirmou que não está definido se o assunto será discutido pelo colegiado na próxima reunião ordinária.

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Acusado de abuso contra menores, padre irlandês de 72 anos é deportado do Brasil

 

P.J. Kennedy foi preso em São Paulo pela PF na segunda-feira e levado sumariamente à Irlanda

27 de dezembro de 2011 | 23h 20

Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – A Polícia Federal prendeu em São Paulo um padre irlandês de 72 anos acusado perante a Justiça de Dublin em 55 processos penais por supostos abusos sexuais contra menores. Ele foi deportado sumariamente para a Irlanda na noite de segunda-feira, 26.

P. J. Kennedy foi localizado na manhã de segunda por agentes da PF que atuam no escritório da Interpol em São Paulo – a Interpol é a Polícia Internacional que reúne corporações de 190 países.

A ação foi discreta. Os policiais abordaram o acusado, que confirmou sua identidade e ouviu os motivos de sua detenção, expostos em mandado de prisão expedido pela Justiça irlandesa.

Kennedy, nascido em 2 de março de 1939, foi imediatamente conduzido ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica. Às 23h30 de segunda, sob escolta, ele partiu para Londres, onde autoridades irlandesas o aguardavam no aeroporto.

A Interpol informou que desde 2003 o alvo estava no Brasil. Ele fixou residência em Osasco, na Grande São Paulo, e depois mudou-se para a capital. Para se manter, dava aulas de inglês.

No início de 2004, a Interpol solicitou formalmente a localização do religioso ao lançar seu nome na difusão azul – lista de cidadãos contra os quais não há mandados de prisão nos países onde eles se ocultam.

Em janeiro de 2004, Kennedy foi citado em dossiê da Procuradoria de Dublin. O documento informa que, em agosto de 2003, o acusado se comprometeu a desembolsar “a mais alta compensação financeira em juízo” para indenização de uma vítima. Os crimes atribuídos a Kennedy ocorreram nos anos 80.

Depois do acordo judicial, Kennedy migrou para o Brasil com passaporte inglês.

A PF vigiava os movimentos do religioso havia quatro meses, mas aguardava a formalização de documentação para detê-lo.

O plano era embarcar Kennedy às 18h46 de segunda-feira em voo da British Airways. A operação foi adiada e o embarque ocorreu por outra companhia aérea.

Deportação sumária. O Brasil e a Irlanda não mantêm tratado de extradição. A Polícia Federal agiu com cautela e sigilo para evitar eventual recurso judicial de Kennedy que impedisse ou retardasse sua deportação.

A deportação é a devolução compulsória ao Estado de origem de estrangeiros que ingressam irregularmente em outro território. Ela pode ter amparo em casos de uso de documento falso, como visto de entrada, ou no exercício de atividade profissional não autorizada.

Quando pleiteou a transformação de provisório em definitivo do protocolo de permanência no Brasil, Kennedy assinou uma declaração alegando que não respondia a nenhuma acusação judicial em seu país. A PF cancelou a emissão do documento.
A falsa declaração do padre abriu caminho para a deportação sumária.