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Igreja dos EUA anuncia pedido de falência por indenizações de abuso


ESCÂNDALO

 

A arquidiocese da Igreja Católica Romana da cidade americana de Milwaukee, no Estado de Wisconsin, anunciou que pedirá falência por uma onda de processo judiciais de vítimas de abuso sexual por padres.

O arcebispo Jerome Listeck declarou que vai pedir a falência baseado em uma decisão judicial que determinou que seguradoras não devem pagar por acordos feitos com as vítimas.

Os esforços de mediação falharam em muitas ações, ele acrescentou.

O objetivo é pagar as ações em curso por vítimas de abuso e "continuar a satisfazer as necessidades de clérigos, fieis e outras pessoas que se apoiam na Igreja para assistência", disse Listeck.

Dezenas de dioceses americanas pediram falência desde que a paróquia de Portland, Oregon, tomou a decisão drástica em 2004. Entre elas estão as dioceses de San Diego, Califórnia; Spokane, Washington; Wilmington, Delaware e Davenport, Iowa.

A diocese de Milwaukee diz que já gastou U$ 29 milhões em duas décadas com custos legais de abusos sexuais por padres.

"Desde 2002, vendemos propriedades, liquidamos reservas e investimentos, eliminamos ministérios e serviços, cortamos equipes em quase 40% e botamos todo os imóveis à venda para liberar recursos", resolvendo quase 200 casos, disse o site oficial da igreja.

Em março de 2010, a diocese lidou com denúncias sobre um padre, hoje morto, que teria molestado cerca de 200 meninos estudantes às escondidas por mais de duas décadas.

Data: 6/1/2011 08:26:50
Fonte: Folha Online

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católicos Noticias

Ex-coroinhas pedem R$ 5 milhões por vídeos sexuais com religiosos

POLÍCIA

EXTORSÃO

Uma gravação feita pelo advogado Daniel Fernandes pode ser a principal prova da tentativa de extorsão que teria sido praticada pelos ex-coroinhas Fabiano da Silva, 20 anos, e Cícero Flávio, de 22 anos, contra os religiosos de Alagoas acusados de pedofilia. No áudio da gravação, um dos ex-coroinhas pergunta ao advogado: “Quanto é que vale um escândalo deste?”. Fernandes acusa os ex-coroinhas de pedirem dinheiro aos padres acusados de pedofilia, em troca não divulgariam o vídeo onde um deles (Fabiano) aparece fazendo sexo oral com o monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 83 anos.

As imagens do vídeo, filmado por Cícero Flávio, foram exibidas ao público na audiência da CPI da Pedofilia, domingo à tarde, no Fórum da Justiça Estadual, em Arapiraca, a 146 quilômetros de Maceió. Durante a audiência, a denúncia da tentativa de extorsão também foi feita pelo monsenhor Raimundo Gomes, que também é acusado de abusar sexualmente de coroinhas, quando este ainda eram menores de idade. “Eles só queriam dinheiro”, afirmou Raimundo Gomes, acrescentando que os ex-coroinhas chegaram a pedir R$ 5 milhões para não divulgar o vídeo e denunciar os religiosos de pedofilia.

A tentativa de extorsão está sendo investigada pelo delegado regional de Arapiraca, Edno Ribeiro, da Polícia Civil de Alagoas. Segundo ele, as investigações estão no início e sequer os ex-coroinhas foram ouvidos. “Vamos apurar se o vídeo foi produzido para extorquir os padres ou para denunciá-los por abuso sexual”, afirmou o delegado. “Se o objetivo pra extorsão, os ex-coroinhas vão ter que responder por extorsão. Até porque, o crime do qual eles foram vítimas, não pode encobrir outro crime que eles possam ter praticado”, explicou.

De acordo com o portal de notícias CadaMinuto, de Alagoas, são quase 40 minutos de gravação, onde aparece em áudio a conversa entre o advogado Daniel Fernandes e os ex-coroinhas Fabiano e Cícero Flávio. Além da gravação, o advogado tem um documento – um contrato extrajudicial – onde os ex-coroinhas e o monsenhor Luiz Marques celebram um acordo para evitar que o vídeo viesse à tona. No documento o monsenhor se compromete a pagar R$ 32,250 pela não divulgação do vídeo. Cópia deste documento já está em poder do delegado que investiga a tentativa de extorsão.

Na conversa com Daniel Fernandes, os ex-coroinhas dizem que querem uma ajuda, por terem sido abusados sexualmente pelos padres. “Estamos aqui para saber o que vocês têm a dizer né, formos abusados, mas se vocês não quiserem resolver a situação entraremos na Justiça, e tem a mídia que pode estar do nosso lado, né”, afirmou um dos ex-coroinhas, na gravação.

Fabiano e Cícero Flávio dizem ainda que além do primeiro do vídeo de sexo com monsenhor Luiz Marques existe outro que ainda não foi mostrado, com imagens feitas no mesmo local, mas por outros ângulos. Na gravação, os ex-coroinhas dizem ainda que foram obrigados a fazerem sexo com os padres. Os dois pedem, textualmente, R$ 5 milhões para resolver todos os problemas.

“Eu posso falar em nome de todos, estou autorizado para isto, que R$ 5 milhões, nunca mais isto aqui (o vídeo) não virá à tona”, afirmou Cícero Flávio, responsável pela filmagem de Fabiano fazendo sexo oral com o monsenhor Luiz Marques, na residência do religioso, em Arapiraca.

Na conversa gravada pelo advogado Daniel Fernandes, os ex-coroinhas dizem que um deles se afastou da Igreja Católica por ter contraído o vírus da Aids e que a Diocese ao saber da doença teria virado as costas para ele. “A casa do monsenhor Luiz Marques está servido como motel e todos em Arapiraca sabem disto”, acusou um dos ex-coroinhas, na gravação.

Na gravação, o advogado Daniel Fernandes alerta os ex-coroinhas para que eles tomem cuidado com a denúncia que pretendem fazer e lembra as ameaças que dois tios de Fabiano tinham feito aos padres acusados de pedofilia. É quando Cícero Flávio diz que pelo menos sete pessoas sabem da existência do vídeo e com o dinheiro pedido eles resolveriam a vida. Em seguida, o ex-coroinha Fabiano revela o interesse de uma emissora de TV pela divulgação do vídeo.

O escândalo sexual envolvendo religiosos de Alagoas veio à tona, no inicio de março, com a divulgação do vídeo, no programa “Conexão Repórter”, apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini, da Rede Record. Além dos monsenhores Luiz Marques e Raimundo Gomes, também foi acusado de abusar sexualmente dos coroinhas o padre Edilson Duarte, que confessou o crime, confirmou as denúncias dos ex-coroinhas e foi beneficiado pela delação premiada.

Após revelar todo que sabia e denunciar o bispo de Penedo, dom Valério Brêda, de omissão, o padre Edilson pediu garantias de vida. Ele disse que se sentia ameaçado de morte, depois de ter confirmado os crimes praticados por seus superiores. “Peço garantias de vida, porque o monsenhor Raimundo é muito perigoso”, afirmou o padre Edilson. Ele e os outros dois religiosos foram afastados das atividades eclesiásticas, por determinação de dom Valério, depois que o escândalo ganhou repercussão nacional e chegou ao conhecimento do Vaticano.

Data: 7/6/2010
Fonte: Estadão