Arqueólogos encontram tumba faraônica de 4 mil anos no sul do Egito

 

Paredes do local têm inscrições que descrevem como eram os rituais religiosos daquele período

28 de maio de 2012 | 12h 28

Efe

CAIRO – A tumba de um faraó do Egito, identificado como Haguti Najt, foi descoberta na localidade de Deir al Barsha, situada na província de Minya, anunciaram nesta segunda-feira, 28, as autoridades locais.

Equipe de arqueólogos encontrou utensílios utilizados em ocasiões religiosas - Conselho Supremo de Antiguidades/Efe

Conselho Supremo de Antiguidades/Efe

Equipe de arqueólogos encontrou utensílios utilizados em ocasiões religiosas

Segundo um comunicado do Ministério de Estado para as Antiguidades, a tumba foi achada durante os trabalhos de escavação de uma equipe de arqueólogos belgas em uma câmara do mausoléu do pai de Najt, que também foi um governante. A nota ainda acrescenta que as paredes da tumba contêm importantes inscrições que descrevem como eram os rituais religiosos nesse período da antiguidade.

Além da própria tumba, a equipe de arqueólogos encontrou utensílios utilizados em ocasiões religiosas e algumas oferendas aos deuses.



Ruínas arqueológicas reabrem estudos sobre reinados de Davi e Salomão

 

Descoberta consiste em três caixas de pedra bem talhadas, e de até 20 centímetros de altura, usadas para conservar objetos de culto divino

16 de maio de 2012 | 16h 20

Efe

Arqueólogos israelenses encontraram várias peças de culto em uma jazida perto da cidade de Beit Shemesh, a cerca de 35 quilômetros de Jerusalém, que permitirão interpretar a descrição que a Bíblia faz dos reinados de Davi e Salomão.
A descoberta, exposta nesta semana pelo professor Yosef Garfinkel, da Universidade Hebraica de Jerusalém, e por Saar Ganor, da Direção Israelense de Antiguidades, consiste em três caixas de pedra bem talhadas, e de até 20 centímetros de altura, usadas para conservar objetos de culto divino.
"Seu meticuloso desenho responde a descrições feitas na Bíblia do palácio e do templo de Salomão", diz Garfinkel, que está há cinco anos escavando em Khirbet Qeiyafa, também conhecido como Fortaleza Elá, um reduto circular amuralhado de 2,3 hectares e em uma localização estratégica entre as cidades filisteias e Jerusalém.
De cor bege rosada, duas das caixas têm uma espécie de pórtico cuja descrição, diz o pesquisador, aparece no primeiro livro de Reis.
Foram achadas em casas da cidade e sua altura é exatamente o dobro da largura – como em prédios achados em Jerusalém -, o que provam a conexão entre a que Garfinkel acredita que era a cidade bíblica de Shearaim e a Jerusalém de Davi e Salomão.
"Shearaim, que estava aqui no vale de Elá, significa ‘Duas portas’. Esta cidade é a única da época do Primeiro Templo com duas portas, as demais tinham uma", ressalta.
Para o pesquisador, os últimos achados, e outros anteriores, reforçam a corrente que vê na Bíblia um relato fidedigno do que poderiam ser eventos históricos.
"A exatidão das descrições não nos deixa outra opção e, quem não acredita, deverá também explicar como é possível semelhante similaridade", declarou à Agência Efe.
Mas, ao contrário de outros historiadores de sua mesma universidade, ele o faz com reserva, e acredita que, como qualquer outro texto de sua natureza, a Bíblia contém episódios fidedignos e outros que não o são.
O Antigo Testamento relata com todo luxo de detalhes os reinados de Davi e Salomão no século X a.C., mas até agora não existem provas inapeláveis que confirmem a magnificência presente no ideário e arte judaico-cristã posterior ou sequer sua existência.
Em Jerusalém e arredores, proliferam ruínas do Período do Segundo Templo (séculos VI a.C. a II d.C.), mas do Primeiro (século XI a.C. a 586 a.C.) existem pouquíssimos vestígios e a maioria continua sujeita a um intenso debate acadêmico e político.
Um deles é uma muralha de 70 metros com um monumental torreão e uma torre de vigilância desenterrados junto às muralhas da Cidade Antiga de Jerusalém, apresentada há dois anos como possível obra do rei Salomão.
Estruturas fortificadas do mesmo tamanho foram encontradas em Khirbet Qeiyafa, cuja construção os arqueólogos datam entre os séculos X e XI a.C., contemporâneas dos dois reis.
Seu desenho urbano, assinala Garfinkel, não responde ao de nenhuma cidade cananeia ou filisteia, também não ao de cidades no reino de Israel, mas se trata de um "planejamento típico" das cidades da Judeia. "É o exemplo mais recente que temos de uma cidade desse reino, e nos indica que este tipo de planejamento (urbano) já estava em uso nos tempos do rei Davi".
Ali, em um pedaço de cerâmica, também foi descoberta em 2008 a inscrição hebraica mais antiga conhecida, e que testes de carbono-14 remontam ao mesmo período.
O especialista insiste que a construção da cidade tem implicações sem precedentes para compreender esse capítulo da Bíblia, e que, com cerca de 20% já escavada, sua distribuição prova a existência de um reino centralizado que tinha sob sua autoridade várias cidades.

Arqueólogos encontram na Turquia inscrições de idioma desconhecido

 

Tábua de argila foi gravada durante o Império Assírio, há 2.800 anos, e apresenta nomes exóticos de mulheres da época

11 de maio de 2012 | 16h 15

Efe

Lishpisibe, Bisinume e Sasime são alguns dos exóticos nomes de mulheres encontrados em uma tábua de argila gravada durante o Império Assírio, há 2.800 anos, e que permitiram conhecer uma língua desconhecida até o momento.

Os nomes na tábua são antecedidos pelo símbolo assírio cuneiforme que indica um vocábulo feminino - Efe

Efe

Os nomes na tábua são antecedidos pelo símbolo assírio cuneiforme que indica um vocábulo feminino

"Sabemos que são nomes de mulheres porque cada um é antecedido pelo símbolo assírio cuneiforme que indica um nome feminino", explicou à Agencia Efe John MacGinnis, membro da equipe de arqueólogos responsáveis pelo achado e que publicou o resultado de suas pesquisas no último número do Journal of Near Eastern Studies.

MacGinnis, professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, relatou em conversa telefônica que a tábua, escavada na jazida de Ziyaret Tepe, no sudeste da Turquia, foi descoberta em 2009 e apresenta uma inscrição no assírio habitual no império.

Mas seu conteúdo é uma surpresa: a lista abrange 60 nomes relacionados com o registro do palácio de Tushan, residência de um governador do Império Assírio no século VIII a.C., e 45 deles têm uma origem diferente de qualquer língua registrada pelos arqueólogos.

Pela morfologia dos nomes é óbvio, acrescentou, que não correspondem ao assírio nem ao aramaico nem a nenhuma outra linguagem falada no Império Assírio do qual se tenha notícia.

MacGinnis indicou que a lista se refere a um grupo de mulheres oriundas de uma região afastada e transferidas ao império, possivelmente à força, como era frequente naquela época.

"Poderiam proceder dos Montes Zagros no Irã", arriscou o professor, já que em outros documentos assírios há uma menção a um idioma chamado "mejranio", que teria sido falado naquela região, então sob domínio assírio, mas do qual não se sabe nada mais.

"Alguns dos nomes lidos são Lishpisibe, Bisinume, Sasime, Anamkuri, Alaqitapi, Rigahe", explicou MacGinnis, que reconhece não ter pistas sobre o tronco linguístico ao qual poderiam pertencer.

"Consultei um especialista e temos certeza de que não é uma língua irania (galho à qual pertence o curdo, falado atualmente na região)", esclareceu.

Seria possível, especulou, que esteja relacionada com alguma das diversas línguas faladas atualmente no Cáucaso e que fazem parte de três troncos linguísticos completamente isolados de qualquer outro idioma.

"Agora começa o trabalho dos linguistas modernos que conhecem os idiomas caucásicos e que talvez possam achar alguma relação", disse o especialista.

Algumas tábuas em assírio são procedentes da antiga cidade escavada na jazida, mas a descoberta em 2009 é a única achada até agora no palácio, embora MacGinnis acredite que o edifício possa abrigar outras peças.

O que não é possível saber ainda é se poderá encontrá-las: parte da jazida ficará submersa quando estiver completa a represa de Ilisu, no rio Tigre, um projeto hidráulico que está há anos em construção e que inundará uma vasta parte do vale fluvial.

"Estamos trabalhando contra o tempo porque nos restam apenas duas temporadas: o Governo turco nos confirmou que podemos continuar trabalhando este ano e no ano que vem, mas depois já não renovarão a permissão", lamentou o professor.

A construção da represa, que inundará também o famoso povoado histórico de Hasankeyf e outras jazidas, foi atrasada em parte devido aos protestos internacionais, mas MacGinnis acredita que o Governo turco está decidido a completá-la em breve, por isso que quer pôr fim aos trabalhos arqueológicos na região.

A tábua está conservada no museu de Diyarbakir, capital da província turca à qual pertence Ziyaret Tepe.