Categorias
curiosidades

Especialistas conseguem determinar idade do ‘manuscrito mais misterioso do mundo’

Manuscrito Voynich, incompreensível até hoje, foi escrito entre 1404 e 1438

14 de fevereiro de 2011 | 12h 03

Estadão.com.br

Pesquisadores da Universidade do Arizona conseguiram datar o que alguns chamam “o manuscrito mais misterioso do mundo”. O manuscrito Voynich, um livro cheio de desenhos e escritos que ninguém foi capaz de dar sentido a este dia, foi feito, segundo os pesguisadores, entre 1404 e 1438, no Renascimento.

Usando datação por radiocarbono (Carbono-14), uma equipe liderada por Greg Hodgins no departamento de Física da UA descobriu que aspáginas do manuscrito em pergaminho datam do início do século 15, tornando o livro um século mais velho que os estudiosos haviam imaginado.

Este livro possui linhas de texto rabiscado em pergaminho visivelmente envelhecidos, que flui ao redor ilustrações primorosamente desenhada retratando plantas, tabelas astronômicas e figuras humanas em banho – talvez – a fonte da juventude. À primeira vista, o “manuscrito Voynich” não parece ser diferente de qualquer outro trabalho antigo de escrita e desenho.

Mas uma segunda olhada revela que nada aqui é o que parece. Caracteres estranhos, letras que lembram o latim, outras ao contrário de qualquer coisa usada em qualquer língua conhecida, são organizadas em que parecem ser palavras e frases, exceto que eles não se parecem com nada escrito – ou lido – por seres humanos.

Hodgins, um cientista assistente da pesquisa e professor assistente no departamento de Física da UA, está fascinado com o manuscrito.

“É um código, uma cifra de algum tipo? As pessoas estão fazendo análises estatísticas do uso das letras e das palavras, instrumentos que têm sido utilizados para decifrar códigos. Mas eles ainda não conseguiram entender o que significa.”

O manuscrito, que atualmente pertence ao Beinecke Rare Book and Manuscript Library da Universidade de Yale, foi descoberto em Villa Mondragone, perto de Roma, em 1912 pelo antigo livreiro Wilfrid Voynich enquanto selecionava itens de um baú de livros colocado à venda pela Companhia de Jesus. Voynich dedicou o resto de sua vida para desvendar o mistério da origem do livro e decifrar seus significados. Ele morreu 18 anos depois, sem ter descoberto qualquer segredo do livro.



Tópicos: Maniuscrito Voynich, Datação, Radiocarbono, Vida, Ciência

Genoma do orangotango tem 97% de coincidências com o homem, diz estudo

Os 3% representam 90 milhões de variantes; animal e homem tiveram ancestral comum

Efe

MADRI – Um consórcio internacional de pesquisa sequenciou o genoma do orangotango e identificou 97% de coincidências genéticas com o ser humano, segundo publicou esta semana a revista Nature.

Monkey World/Divulgação

Monkey World/Divulgação

Pesquisa é publicada esta semana na revista Nature

Cientistas do Instituto de Biologia Evolutiva de Barcelona (UPF-CSIC) e do Instituto de Oncologia da Universidade de Oviedo colaboraram nesse trabalho, dirigido pelo cientista Devin Locke, da Universidade de Washington em Saint Louis (EUA) e fruto da colaboração de mais de 30 laboratórios de sete países.

Os pesquisadores identificaram mais de 3 milhões de pares de bases que constituem o genoma do orangotango, animal com o qual o homem compartilhou um antepassado comum há mais de 12 milhões de anos.

Apesar das grandes coincidências genéticas dos humanos com o orangotango, “nós não somos tão parecidos com a espécie como se pensava há alguns anos”, explicou Arcadi Navarro, coordenador do estudo apresentado pelos pesquisadores da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, onde ensina genética.

O cientista, que é também professor do UPF-CSIC, acrescentou que “graças às técnicas modernas foram detectadas diferenças muito importantes em certos fragmentos do genoma, e isso nos faz muito diferentes”.

Esses 3% de diferenças nas zonas comuns do genoma representam cerca de 90 milhões de variantes não comuns. “Só nesses fragmentos não compartilhados poderia haver até dezenas de genes que nós temos, mas os orangotangos não, e vice-versa”.

Segundo os cientistas, com a sequenciação do genoma do orangotango, ampliou-se o conhecimento genômico dos primatas vivos, entre eles o homem e o chimpanzé. Por outro lado, também já foram sequenciados os genomas dos extintos Homo neanderthalensis eDenisova hominin.

Os dados obtidos sobre o orangotango apresentam pistas para entender a evolução dos hominídeos e o processo até a aparição do Homo sapiens sapiens. Além disso, a pesquisa oferece informação sobre os mecanismos das reorganizações cromossômicas de doenças como o câncer.

 

 

Osso do pé revela que ancestral Lucy andava ereto

DA FRANCE PRESSE

Um osso fossilizado do arco do pé, encontrado na Etiópia, revela que os ancestrais humanos andavam eretos 3,2 milhões de anos atrás e não eram mais escaladores de árvores, segundo estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista “Science”.

O osso pertence a um conjunto do famoso hominídeo Lucy, cuja espécie, oAustralopithecus afarensis, vagou pelo leste da África, e seria a primeira evidência de como eles costumavam se deslocar por lá.

“Este quarto metatarso é o único conhecido do A. afarensis e é uma peça chave da evolução remota da forma única com que os humanos caminham”, disse William Kimbel, coautor do estudo na Universidade do Estado do Arizona.

Dirk Van Tuerenhout/AP

Arco do pé de Lucy (foto) serviria de alavanca e para absorver impacto, como os nossos pés

Arco do pé de Lucy (foto) serviria de alavanca e para absorver impacto, como os nossos pés

O arco do pé serviria como alavanca para sair do chão no início de uma caminhada e para absorver o impacto quando o pé volta a pisar, sugerindo que o pé de Lucy era parecido ao nosso.

Os símios têm pés mais planos, flexíveis e dedos grandes que lhes permitem se agarrar às árvores, atributos que não estão presentes no A. afarensis.

“Compreender que os arcos dos pés apareceram muito cedo na nossa evolução mostra que a estrutura única dos nossos pés é fundamental para a locomoção humana”, disse a coautora do estudo, Carol Ward, da Universidade do Missouri.

Uma espécie mais velha, o Ardipithecus ramidus, da Etiópia, é o tipo mais remoto de homem moderno do qual os paleontólogos descobriram vestígios significativos de esqueleto. Ele viveu 4,4 milhões de anos atrás, mas seus pés, mais semelhantes aos de um símio, indicam que caminhava ereto apenas parte do tempo.