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Arqueologia: Termina escavação de túnel polêmico na Cidade Antiga de Jerusalém

JERUSALÉM (AFP) – Arqueólogos israelenses concluíram a escavação de um túnel que passa sob as muralhas da Cidade Antiga de Jerusalém e desemboca na Esplanada das Mesquitas, um projeto polêmico, que pode aumentar a tensão na região.

“Depois de obras que duraram sete anos, foi liberado o última trecho deste túnel de 600 metros de comprimento, que servia em particular para a drenagem das águas da chuva no período do segundo templo de Jerusalém”, declarou à AFP um porta-voz do Departamento de Antiguidades de Israel.

Segundo ele, o túnel não passa sob o Monte do Templo, como os iraelenses chamam a Esplanada das Mesquitas, terceiro local sagrado do islã, após Meca e Medina.

De acordo com a imprensa israelense, as forças de segurança estão em alerta pelo temor de “distúrbios”. Mas polícia desmentiu a informação.

O túnel liga a Cidade de Davi, um sítio arqueológico administrado por colonos judeus no bairro palestino de Silwan, ao pé das muralhas da Cidade Antiga, a um parque arqueológico ao sul da Esplanada das Mesquitas.

Silwan é cenário há meses de confrontos quase diários entre palestinos, colonos judeus e policiais.

A conclusão da obra do túnel foi atrasada em um ano por uma ordem da Corte Suprema israelense, após um recurso de habitantes palestinos de Silwan que consideravam que os trabalhos colocavam em perigo suas casas. Mas em 2009, a Corte rejeitou o recurso e as obras foram retomadas.

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Arqueologia Bíblica: TIAGO – Para universidade hebraica, ossuário do irmão de Jesus é verdadeiro

Ela pesa 25 quilos. Tem 50 centímetros de comprimento por 25 centímetros de altura. E está, indiretamente, no banco dos réus de um tribunal de Jerusalém desde 2005. Adiscussão em torno de uma caixa mortuária com os dizeres “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” nasceu em 2002, quando o engenheiro judeu Oded Golan, um homem de negócios aficionado por antiguidades, revelou o misterioso objeto para o mundo.

A possibilidade da existência de um depositário dos restos mortais de um parente próximo de Jesus Cristo agitou o circuito da arqueologia bíblica. Seria a primeira conexão física e arqueológica com o Jesus do Novo Testamento. Conhecido popularmente como o caixão de Tiago, a peça teve sua veracidade colocada em xeque pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). Em dezembro de 2004, Golan foi acusado de falsificador e a Justiça local entrou no imbróglio. No mês passado, porém, o juiz Aharon Far¬kash, responsável por julgar a suposta fraude cometida pelo antiquário judeu, encerrou o processo e acenou com um veredicto a favor da autenticidade do objeto. Também recomendou que o IAA abandonasse a defesa de falsificação da peça. “Vocês realmente provaram, além de uma dúvida razoável, que esses artefatos são falsos?”, questionou o magistrado. Nesses cinco anos, a ação se estendeu por 116 sessões. Foram ouvidas 133 testemunhas e produzidas 12 mil páginas de depoimentos.

Especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Rodrigo Pereira da Silva acredita que todas as provas de que o ossuário era falso caíram por terra. “A paleografia mostrou que as letras aramaicas eram do primeiro século”, diz o professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). “A primeira e a segunda partes da inscrição têm a mesma idade. E o estudo da pátina indica que tanto o caixão quanto a inscrição têm dois mil anos.” O professor teve a oportunidade de segurá-lo no ano passado, quando o objeto já se encontrava apreendido no Rockfeller Museum, em Jerusalém.

Durante o processo, peritos da IAA tentaram desqualificar o ossuário, primeiro ao justificar que a frase escrita nele em aramaico seria forjada. Depois, mudaram de ideia e se ativeram apenas ao trecho da relíquia em que estava impresso “irmão de Jesus” – apenas ele seria falso, afirmaram.

A justificativa é de que, naquele tempo, os ossuários ou continham o nome da pessoa morta ou, no máximo, também apresentavam a filiação dela. Nunca o nome do irmão. Professor de história das religiões, André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, levanta a questão que aponta para essa desconfiança. “A inscrição atribuiria a Tiago uma certa honra e diferenciação por ser irmão de Jesus. Como se Jesus já fosse um pop¬star naquela época”, diz ele. Discussões como essa pontuaram a exposição de cerca de 200 especialistas no julgamento. A participação de peritos em testes de carbono-14, arqueologia, história bíblica, paleografia (análise do estilo da escrita da época), geologia, biologia e microscopia transformou o tribunal israelense em um palco de seminário de doutorado. Golan foi acusado de criar uma falsa pátina (fina camada de material formada por microorganismos que envolvem os objetos antigos). Mas o próprio perito da IAA, Yuval Gorea, especializado em análise de materiais, admitiu que os testes microscópicos confirmavam que a pátina onde se lê “Jesus” é antiga. “Eles perderam o caso, não há dúvida”, comemorou Golan.

O ossuário de Tiago, que chegou a ser avaliado entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, é tão raro que cerca de 100 mil pessoas esperaram horas na fila para vê-lo no Royal Ontario Museum, no Canadá, onde foi exposto pela primeira vez, em 2002. Agora que a justiça dos homens não conseguiu provas contra sua autenticidade, e há chances de ele ser mesmo uma relíquia de um parente de Jesus, o fascínio só deve aumentar.

Data: 10/1/2011 08:42:55
Fonte: Isto é

Igreja Católica alemã compara teste in vitro com massacre bíblico de crianças

9/12/2010 – 10h05

 

 

DA EFE

A Igreja Católica alemã comparou os testes genéticos em embriões fecundados in vitro com o Dia dos Santos Inocentes, massacre bíblico de crianças supostamente ordenado pelo rei Herodes.

O arcebispo de Colônia, Joachim Meisner, declarou em seu sermão que tanto a decisão do monarca da Judeia como o experimento científico, que gerou uma grande polêmica na Alemanha, empregam "critérios muito específicos de seleção".

Meisner, 77, disse que os critérios de Herodes foram o lugar de nascimento, a idade e o sexo, baseando-se nos conhecimentos que tinha de sua ameaça –o suposto nascimento de um novo rei. E que o teste de embriões antes de sua implantação no útero materno baseia-se na ciência para detectar doenças hereditárias e evitar assim abortos e nascimento de bebês com deficiências.

"Em qualquer caso: essa decisão é errada", concluiu Meisner. Ele acrescentou: "A dignidade humana é independente de doenças e incapacidades."

Os testes genéticos em embriões fecundados in vitro foram objetos de debates por meses na Alemanha. O partido da chanceler Angela Merkel, de linha democrata-cristão, decidiu recentemente sua proibição após uma acirrada discussão no Congresso Nacional.