Piscina usada por saqueadores romanos é encontrada em Jerusalém

23/11/2010 – 09h55

DA ASSOCIATED PRESS

Ao escavar o terreno onde será construído um novo local para banhos judeus em Jerusalem (Israel), arqueólogos descobriram uma piscina que já pertenceu à legião romana. A mesma legião que saqueou Jerusalém cerca de 1.800 anos atrás.

A descoberta lança uma nova visão sobre a cidade de Aelia Capitolina que os romanos construíram em Jerusalém depois de expulsar os judeus da região e tomar-lhes o poder.

O diretor da escavação, Ofer Sion, disse que o local ajuda a provar que Aelia Capitolina era maior do que se pensava anteriormente.

Jerusalém é uma das cidades mais escavadas no mundo devido a sua riqueza histórica, e rotineiramente arqueólogos são enviados para examinar locais próximos a projetos de construções atuais.

Bernat Armangue/AP

Homem trabalha em sítio arqueológico em Jerusalém, onde foi encontrada piscina usada por soldados de legião romana

Homem trabalha em sítio arqueológico em Jerusalém, onde foi encontrada piscina usada por soldados de legião romana

Durante a fiscalização que revelou a piscina, na parte antiga de Jerusalém, eles encontraram degraus que levavam a uma ala com mosaicos brancos no chão e centenas de telhas de terracota dispostas no telhado.

As telhas estavam gravadas com o nome da unidade romana — a Décima Legião– que construiu o lugar.

Sion acha que a piscina fazia parte de um complexo muito maior, onde milhares de soldados já se banharam.

Depois do achado arqueológico, a administração de Jerusalém disse que vai dar continuidade à construção do banho judaico onde será realizado o mikveh, um ritual de purificação segundo a religião judaica.

Segundo o órgão Autoridade de Antiguidades de Israel, os restos do balneário romano serão incorporados ao projeto atual.

Arqueologia – Doze esfinges são achadas em avenida entre templos egípcios

15/11/2010 – 10h35

DA EFE

Uma equipe de arqueólogos descobriu 12 novas esfinges, estátuas com corpo de leão e cabeça humana ou de carneiro, na antiga avenida que unia os templos faraônicos de Luxor e Karnak, a 600 quilômetros ao sul do Cairo, no Egito.

Segundo um comunicado do Conselho Supremo de Antiguidades, estas esculturas datam da época do último rei da 30ª dinastia (380-343 a.C.).

A avenida, ladeada por uma dupla fila de esfinges que representavam o deus Amon, tem cerca de 2.700 metros de comprimento e 70 de largura e foi construída por Amenhotep 3º (1410-1372 a.C.) e restaurada, posteriormente, por Nectanebo 1º (380-362 a.C.).

Por outro lado, os arqueólogos descobriram também um novo caminho que une a avenida onde foram achadas as estátuas, com o rio Nilo.

Efe

Uma das 12 efinges encontradas no Cairo, Egito; as estátuas tem corpo de leão e cabeça humana ou de carneiro

Uma das 12 efinges encontradas no Cairo, Egito; as estátuas tem corpo de leão e cabeça humana ou de carneiro

A nota explica que, até o momento, só foram desenterrados 20 metros dos 600 que compõem o novo caminho, e que continuam as escavações para descobrir o resto deste trajeto, construído com pedra de arenito, um sinal da importância que tinha em seu tempo, esclarece o comunicado.

O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Zahi Hawas, explicou que o caminho achado era o que se utilizava para transferir em procissão a imagem do deus Amon em sua viagem anual ao templo de Luxor, para se encontrar com a imagem de sua mulher Mut.

Além disso, esta via era utilizada pelo rei quando participava de cerimônias religiosas, segundo Hawas.

Arqueólogos encontram em Jerusalém muralha atribuída ao rei Salomão

 

DANIELA BRIK
da Efe, em Jerusalém

Atualizado às 10h22.

Arqueólogos israelenses descobriram em escavações realizadas junto à Cidade Antiga de Jerusalém os restos de uma muralha do século 10º a.C., que poderiam confirmar a descrição bíblica dos tempos do rei Salomão.

Uma parte da muralha, de 70 metros de comprimento e seis de altura, foi encontrada em um local de nome Ofel, entre a conhecida como Cidadela de Davi e a parede sul do Monte do Templo judeu, também conhecido como Esplanada das Mesquitas muçulmana.

Tara Todras Whitehill/AP

Arqueóloga Eilat Mazar (de vermelho), que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão

Arqueóloga Eilat Mazar (de vermelho), que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão

Empreendidas nos últimos meses, as escavações fazem parte de um projeto da Universidade Hebraica de Jerusalém, a Autoridade de Antiguidades de Israel e outras instituições, e conta com o financiamento de patrocinadores americanos.

Sua diretora, Eilat Mazar, data a muralha com base em fragmentos de vasilhas descobertas nos arredores. Segundo ela, os objetos são de tempos do reinado de Salomão, o período de maior construção até então em Jerusalém e quando foi erguido o Primeiro Templo judeu, segundo o Antigo Testamento.

"Esta é a primeira vez que se descobre uma estrutura desse período que pode ter uma correlação com as descrições das obras de Salomão em Jerusalém", afirma.

"A Bíblia conta que Salomão construiu, com ajuda dos fenícios, que eram excelentes construtores, o Templo e seu novo palácio e que os rodeou com uma cidade. O mais provável é que estivesse conectada à muralha mais antiga da Cidadela de Davi", explica a diretora das escavações.

No local, foram desenterradas também uma monumental guarita de vigilância de seis metros de altura e uma torre que serviria de mirante para proteger a entrada da cidade, que são características do estilo do Primeiro Templo.

Deste período datam os antigos povoados israelitas de Meguido ou Be’er Sheva, declaradas em 2005 Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Bíblia histórica

Tara Todras Whitehill/AP

Arqueóloga Eilat Mazar, que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão; segundo ela, resultado reforça exatidão bíblica

Arqueóloga Eilat Mazar, que lidera pesquisa sobre muralha atribuída ao rei Salomão; segundo ela, resultado reforça exatidão bíblica

Para a arqueóloga, os restos da muralha representam uma prova adicional da exatidão com que as sagradas escrituras descrevem o esplendor do período dos reis Davi e Salomão.

Ela cita o Primeiro Livro de Reis (3:1), no qual "Salomão se tornou parente do então Faraó do Egito, pois se casou com sua filha Anelise e a trouxe à cidade de David, quando terminava de construir sua casa, a casa de Jeová e os muros de Jerusalém ao redor".

As pesquisas sugerem que os restos da muralha revelam a presença de uma monarquia e que a fortaleza e forma de construção indicam um alto nível de conhecimentos de engenharia.

Os vestígios estão em um ponto estratégico, no alto do vale do Kidron, hoje limite da Cidade Antiga de Jerusalém.

"Ao comparar as últimas descobertas das muralhas e portas da cidade do período do Primeiro Templo e os restos de vasilhas encontrados no local, podemos assegurar com bastante certeza que os muros são da cidade construída pelo rei Salomão em Jerusalém, na última parte do século 10º a.C", afirma Mazar.

A inscrição encontrada em um fragmento de vasilha descreve: "do supervisor do pa…", que a arqueóloga acredita se referir ao "supervisor do padeiro", um oficial responsável por controlar o fornecimento de pães à corte real.

Outros fragmentos contêm as palavras "do rei", e também foram encontrados selos de cera com dezenas de nomes.

Guia

O explorador britânico Charles Warren descreveu o traçado da muralha em 1867, mas sem atribuí-lo à época de Salomão, cuja monarquia ficou conhecida pelas "decisões justas" ou "salomônicas".

Nesse contexto de difícil equilíbrio, cabe se perguntar se a Bíblia pode servir ou não de guia arqueológico, uma polêmica que enfrenta duas tendências na arqueologia israelense e especialmente incerta no que se refere às descobertas em torno do período do rei Davi e de seu filho Salomão.

Mazar pertence à corrente que reconhece a validade do relato bíblico, enquanto arqueólogos da Universidade de Tel Aviv acham que o Pentateuco não está isento de interesses políticos de seus autores e que as monarquias de ambos os reis não eram uma potência regional como descreve o livro sagrado.