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Vídeo de batismo de criança em lago gelado causa polêmica na Rússia

23/03/2011 – 07h24

 

KATIA MOSKVITCH
DA BBC NEWS

Quando surgiu na internet um vídeo amador de um menino nu, aos berros, sendo mergulhado por um padre em um lago semicongelado na Sibéria, a reação foi de indignação na imprensa e na blogosfera russas.

O garoto aparentava ter no máximo cinco ou seis anos.

Primeiro, ele é visto sendo envolto em um cobertor, já chorando, enquanto adultos em casacos de pele o carregam em direção a um buraco cortado no gelo de um congelado.

Tirado o cobertor, o menino é imerso três vezes na água –obviamente contra a sua vontade–, enquanto um padre ortodoxo conduz uma cerimônia de batismo.

"Onde isso aconteceu? Quem é o padre? Quem são os pais?", escreveu um blogueiro, que se disse determinado a obter mais informações sobre o "sádico" incidente e torná-las públicas.

Acredita-se que a cerimônia tenha ocorrido em local próximo à cidade siberiana de Irkutsk, em 19 de janeiro, no festival ortodoxo russo chamado Epifania, comemorando o batismo de Jesus Cristo.

RELIGIÃO

A religião era mal-vista durante a era soviética, mas, desde a queda do comunismo, retornou com força na Rússia. Atualmente não faltam pessoas dispostas a jejuar na quaresma, a comemorar a Páscoa com comida tradicional, a casar-se na igreja e a passar por cerimônias de batismo em água benta.

E, como a Igreja Ortodoxa Russa acredita que Jesus Cristo foi batizado em janeiro, muitos creem que mergulhar nu em água gelada é uma boa forma de limpar-se de seus pecados.

Alguns levam consigo seus filhos –até mesmo recém-nascidos– para mergulhá-los também.

Nem todos, porém, fazem isso por motivos religiosos. "Meu filho tinha oito anos quando o levei a um buraco no gelo de um rio, quatro anos atrás", diz Andrei Roletski, músico que mora em São Petersburgo.

Agora, eles nadam no local todos os fins de semana, abrindo um buraco no gelo com um machado. Mas Roletski diz que nunca forçou seu filho, Igor, a mergulhar –o menino pediu para fazê-lo.

"Um dia, Igor pediu que eu jogasse água gelada nele e, alguns meses depois, quando eu disse que ia mergulhar, ele quis ir junto", diz o pai. "(Igor) nem sequer espirrou nos últimos meses e seu corpo se tornou muito mais resistente a resfriados e a infecções."

CHOQUE

Mas Irina Yefremova, pediatra do Centro de Medicina Esportiva de Moscou, adverte que mergulhar uma criança em águas tão frias, mesmo que por alguns segundos, pode provocar diversos problemas – desde simples resfriados até perda de consciência.

O coração das crianças pode simplesmente parar, diz a especialista.

Segundo ela, os recém-nascidos em especial têm um sistema de termorregulação ainda pouco desenvolvido.

"Uma mudança tão brusca de temperatura é um grande choque para o corpo. Em um minuto a criança está vestida; no minuto seguinte, está em água gelada. É algo muito estressante, especialmente para o coração."

Natalya, 22, é uma das pessoas que mergulharam em um buraco no formato de cruz feito no Rio Moscou neste ano.

"Eu nunca tinha sequer tomado um banho gelado antes disso e estava com um pouco de medo, mas todos diziam que a água era sagrada e limparia meus pecados, então fui adiante", disse ela.

Natalya diz ter adorado a experiência, apesar de considerar que foi também doloroso mergulhar num momento em que a temperatura externa era de -26ºC. "Era como se o corpo estivesse sendo picado por mil agulhas ao mesmo tempo."

IGREJA ORTODOXA

A crença popular de que mergulhar três vezes em um buraco no gelo durante a Epifania apagará seus pecados na verdade não recebe o endosso da Igreja Ortodoxa, que tampouco defende que o batismo seja feito sob baixas temperaturas –ou sequer ser feito durante a Epifania, explica Yakov Krotov, padre ortodoxo de Moscou.

"O batismo, benéfico para a alma, não precisa ser doloroso para o corpo", afirma. "E o fato de que em tempos antigos a cerimônia fosse feita em rios não significa que batizar alguém na igreja com água morna seja menos benéfico.’

Além disso, diz Krotov, a imersão em águas gélidas não era tão comum antes da Revolução Russa de 1917 –a prática cresceu em popularidade nos anos 1990.

Quanto ao menino sendo forçado a mergulhar na Sibéria, Krotov diz não aprovar a conduta dos pais, de não levar em consideração a opinião de uma criança com idade suficiente para opinar sobre seu batismo.

"Não importa se (a cerimônia) acontece em um buraco no gelo ou em uma igreja, um padre nunca pode ser abusivo", afirma ele. "Isso não está certo."

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DIVISÃO RELIGIOSA : Pais com crenças distintas enfrentam desafio de educar os filhos

Quando Anne, 10 anos, e Felipe, 8, nasceram, os pais, Maria Angélica, criada no catolicismo, e Marcelo Dimantas, que é judeu, tiveram de conversar bastante sobre como seria a educação religiosa dos filhos.

A mãe não abriu mão do batismo, sacramento que significa tornar a criança um filho de Deus para os católicos. E o pai quis que o menino fosse circuncidado, aos 8 meses, em uma cerimônia que igualmente simboliza a aliança com Deus no judaísmo.

Além dos questionamentos habituais da infância, é comum na família do casal de médicos ter de responder a perguntas também sobre religião, como “por que o papai não acredita em Jesus?” ou “por que a mamãe comemora o Ano-Novo em uma data e o papai em outra?”. A saída, conforme o casal, é sempre esclarecer tudo com o máximo de transparência. “Eu digo que, apesar de o pai ir à sinagoga e eu à igreja, nós dois acreditamos em Deus”, conta Angélica.

A família frequenta os eventos das duas religiões e, em casa, mantém tanto os símbolos católicos quanto os judaicos. A data com maior potencial de confusão era o Natal. Neste caso, os avós paternos cederam e presenteiam as crianças mesmo que a data não tenha significado para eles – os judeus não acreditam que Jesus tenha sido o messias.

A discussão do momento é a respeito do rito judaico de passagem da infância para a juventude, aos 13 anos, o bat mitzvah (meninas) ou bar mitzvah (meninos), correspondente ao crisma do catolicismo. “Para os judeus, é um momento importante, quando eles são apresentados à sociedade. Mas ainda estamos conversando sobre como lidar com isso”, diz Angélica.

Os Dimantas vivem uma realidade cada vez mais comum no Brasil. Apesar da maioria católica (73%), a crescente multiplicidade de religiões aumenta o número de lares onde prevalece mais de uma fé.

“A vinda de imigrantes e a fragmentação das igrejas fazem com que esta situação se torne mais corriqueira”, diz o padre Gabriele Cipriani, ex-secretário do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), entidade que representa cinco igrejas cristãs históricas e trabalha o ecumenismo. “O que importa é colocar a criança no caminho da fé e não pressioná-la a seguir uma das religiões. Isso tem de brotar naturalmente”, afirma.

A agente de viagens Carla Bechelli, 38, que foi criada no catolicismo mas se tornou espírita, e o técnico de celular Daniel Pinder, 43, judeu, vivenciam esta realidade. Os filhos, Lucas, 13, e Matheus, 9, convivem com as três crenças. Foram batizados na fé católica, frequentam o centro espírita e conhecem a “Torá” (livro sagrado dos judeus).

“Eles gostam dos amigos e das festas, e só querem saber de brincar por enquanto”, comenta a mãe, para quem é melhor que os filhos tenham três religiões a nenhuma. “O importante é que eles temam a Deus e aprendam a ter fé. Quando crescerem, vão decidir qual caminho seguir”, diz ela A atitude do casal é a correta, segundo o padre José Bizon, diretor da Casa de Reconciliação de São Paulo. “A religião deve unir a família e nunca ser motivo para desentendimentos”, afirma.

Diante dos inúmeros casos de famílias com religiões mistas em seu consultório, a psicóloga Mariana Taliba Chalfon resolveu escrever um livro infantil para ajudar os pais na hora de explicar as diferenças. Lançado no mês passado, “Entre a Cruz e a Estrela” conta a história de Max, um garoto que vive entre o cristianismo e o judaísmo. Segundo a autora, que vivenciou essa situação em sua família, os pais devem entrar em acordo sobre a educação religiosa dos filhos ainda durante a gestação. “O diálogo franco entre o casal é a maneira mais positiva de estabelecer as regras de conduta em relação à religião para a família e para que os filhos se sintam seguros”, recomenda.

É com essa filosofia que o vendedor Márcio Alves Paviatti, 41, católico, e a secretária Valdinéia Gonçalves Paviatti, 37, evangélica, pretendem direcionar a educação religiosa do filho Pedro, 3 anos.

Ambos decidiram se casar na Igreja Metodista, na qual o menino também foi batizado, para amenizar as diferenças. “Decidimos pelo caminho do meio”, conta Paviatti. Como católico, ele queria que o filho fosse batizado ao nascer. Valdinéia preferia que o rito ocorresse mais tarde, como pregam os evangélicos. Na Metodista, o batismo poderá acontecer duas vezes, satisfazendo a ambos.

Para Valdinéia, porém, o mais importante é que Pedro já sabe quem é o “papai do céu” e que a família reza antes das refeições e de dormir. “Os filhos têm que ser criados no caminho do amor, da fé e da solidariedade”, afirma o padre José Bizon, da Casa de Reconciliação. Tolerância e entendimento são as palavras-chave.

Fonte: Isto É

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O batismo no leito de dor

 

 

É muito natural alguém receber o Senhor Jesus como Salvador em um leito de dor, e até mesmo à beira da morte. Nesses casos, nem sempre é possível batizar por imersão.

Temos um ótimo exemplo disso na própria Bíblia: é o caso do ladrão na cruz do Calvário, o qual, sabendo que morreria, reconheceu Jesus como o Filho de Deus e Lhe pediu que o salvasse. O Senhor Jesus imediatamente respondeu: “…Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lucas 23.43).

O ladrão foi salvo sem ter sido batizado nas águas. Realmente, o batismo nas águas só tem utilidade para as pessoas que, após se converterem, continuarão vivendo neste mundo de pecado. Para não se contaminarem com ele, precisam estar “sepultadas”, ou “mortas”, a fim de que o pecado não tenha mais nenhum domínio sobre elas.

Se o leitor sente que a sua vida ainda não foi completamente modificada nos seus atos e no comportamento entre os seus amigos e parentes, mesmo depois do batismo, embora tenha sido curado de alguma enfermidade, ou tenha alcançado muitas bênçãos financeiras, precisa se arrepender dos seus pecados sinceramente e passar pelas águas batismais convicto de que, a partir de então, começará uma vida nova, perfeita em Cristo Jesus.

(*) Retirado do livro “Estudos Bíblicos”, do bispo Edir Macedo.

Via: www.guiame.com.br