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Terremoto no Brasil magnitude 6,0 no Atlântico deixa Natal em alerta

 

ReutersReuters – dom, 15 de mai de 2011

RIO DE JANEIRO (Reuters) – Um terremoto de magnitude 6,0 registrado no oceano Atlântico entre oBrasil e a África levou o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Natal a declararem estado alerta neste domingo, mas nenhum incidente foi registrado, informou o governo do Rio Grande do Norte.

Boatos de tsunami foram difundidos em Natal em função do tremor, segundo nota no site do governo estadual, mas o tipo de sismo registrado não provoca ondas gigantes, de acordo com Joaquim Mendes Ferreira, coordenador do laboratório sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

"Para se gerar um tsunami é necessário que o movimento seja vertical, quando a água do mar pode ser empurrada ou descida abruptamente. E não foi o que aconteceu", disse Mendes em comunicado.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o tremor foi registrado às 10h08 (horário de Brasília) a 1.276 quilômetros de distância de Natal, com epicentro a uma profundidade de 10 quilômetros. O tremor ocorreu praticamente na metade do caminho entre Natal e Cabo Verde, na África, de acordo com dados do serviço dos EUA.

A ação dos bombeiros em Natal foi normalizada após a confirmação de que não havia riscos em função do tremor.

(Por Pedro Fonseca)

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OBAMA ENCANTA E É ENCANTADO NO RIO

Obama e Dilma

Visita e discurso do presidente dos EUA marcaram o fim de semana

Por: Redação Creio – Robson Morais

     O esperado e histórico discurso do presidente norte americano Barack Obama ao povo brasileiro, em sua visita ao país, aconteceu neste domingo, 20, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em português, o líder saudou os mais de dois mil convidados, elogiou a ‘cidade maravilhosa’, falou de parcerias entre as duas nações e democracia. O acontecimento foi transmitido em tempo real por câmeras instaladas no interior do teatro.

Por pouco mais de vinte minutos, Obama, criado em berço evangélico, focou a economia brasileira e tratou o Brasil como modelo a ser seguido. Destacou semelhanças entre as duas nações na luta por democracia e fez menção à presidente Dilma Rousseff, com quem se encontrou no sábado, dia 19.

Sob forte esquema de segurança, a visita ao Brasil contou com passeio por pontos estratégicos do Rio e com a companhia de sua esposa e suas duas filhas, Sasha e Malia. Obama acenou aos populares e encerrou somente a noite seu percurso com uma visita ao Cristo Redentor. O presidente deixa o país na manhã desta segunda-feira, 21, e segue para o Chile, onde continua sua viagem pela América Latina.

Data: 21/3/2011

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GONDIM NÃO QUER PAÍS EVANGÉLICO

 

Em artigo ele teme fisiologismo político e falta de liberdadeimage

Deus nos livre de um Brasil evangélico
Ricardo Gondim

Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.

Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico.

Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar “crente”, com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?

Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.

Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.

Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.

Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista.

O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.

Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.

Soli Deo Gloria