Cientistas datam pela primeira vez estrutura citada em textos bíblicos

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Rio, 11 de setembro de 2003 Versão impressa
Pela primeira vez na História, especialistas conseguiram datar com precisão uma estrutura descrita na Bíblia. Segundo cientistas israelenses, o Túnel Siloam, que passa sob Jerusalém, foi escavado há 2.700 anos, como asseguram os relatos bíblicos.
A passagem de meio quilômetro foi construída por baixo dos antigos muros de Jerusalém. Segundo a Bíblia, o túnel foi escavado pelo rei Ezequias em 700 a. C. para levar água da fonte de Gihon até a cidade, o que garantiria o abastecimento mesmo em tempos de guerra.
Uma equipe de pesquisadores coordenada por Amos Frumpkin, da Universidade Hebraica de Jerusalém, confirmou a data da construção do túnel. O estudo foi publicado na revista “Nature”.
— É muito raro se ter estruturas mencionadas na Bíblia que tenham sido confirmadas por datação independente — afirmou Frumpkin. — Em primeiro lugar porque, normalmente, já é muito difícil encontrar tais estruturas; em segundo, porque é muito difícil identificá-las; e, em terceiro, porque normalmente elas não estão muito bem preservadas.
A equipe examinou indícios de vegetação e estalactites encontrados no túnel com o método de datação do carbono 14 e também com o que mede os níveis de materiais radioativos.
Para os especialistas, a descoberta é importantíssima porque estabelece uma data precisa para um evento bíblico. Com isso, os cientistas não precisam mais se basear em interpretações e cálculos aproximados para situar determinadas passagens históricas.
Eles frisaram, entretanto, que a datação não constitui prova de que uma raça ou comunidade em particular tenha se estabelecido em Jerusalém antes de outra, e não deve ser usada para qualquer tipo de alegação de primazia.
O túnel é apontado como uma grande obra de engenharia e, até hoje, abastece a cidade de água.

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Retina é produzida com células-tronco

Fonte:estadao.com

Linhagem obtida de embrião de camundongo gera membrana ocular in vitro; estudo pode permitir transplantes do tecido no futuro

07 de abril de 2011 | 0h 00

Alexandre Gonçalves – O Estado de S.Paulo

Cientistas japoneses conseguiram produzir retinas sintéticas in vitro utilizando células-tronco embrionárias (CTEs) de camundongo. É a primeira vez que as CTEs dão origem a uma estrutura tão complexa em testes de laboratório.  

As células-tronco embrionárias podem, em tese, transformar-se em qualquer tecido do organismo. Por isso, são consideradas uma fonte promissora de terapias regenerativas.

Em no máximo dois anos, os autores do estudo, publicado na última edição da revista Nature, planejam adaptar a técnica para CTEs humanas e células de pluripotência induzida (iPS, na sigla em inglês). As iPS são células adultas reprogramadas para se comportar como CTEs.

Diversas doenças provocam a degeneração da retina e, como consequência, a cegueira. Os cientistas acreditam que células obtidas em sistemas in vitro poderão ser transplantadas em retinas doentes para restaurar o tecido danificado (mais informações nesta página).

"É surpreendente", afirma Claudia Batista, neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em células-tronco. Ela explica que os pesquisadores japoneses utilizaram uma subcolônia de CTEs já predisposta a se diferenciar em células neuronais que dariam origem à retina.

De fato, os autores do trabalho não precisaram de protocolos complexos para induzir a transformação das células-tronco no cálice óptico. Simplesmente, dispuseram-nas em meios de cultura que permitiam sua livre organização no espaço, aponta Lygia da Veiga Pereira, chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (Lance), da USP. As células carregavam em si o dinamismo necessário para realizar a transformação. "O trabalho mostrou que não foram necessárias interações com tecidos adjacentes", afirma Lygia.

Debate. Segundo Yoshiki Sasai, do Centro Riken de Biologia do Desenvolvimento, em Kobe, no Japão, o grupo preferirá utilizar CTEs, em vez de iPS, em possíveis terapias de doenças da retina. "Há poucas chances de rejeição na retina", avalia o cientista japonês. "Por isso, consideramos mais apropriada a utilização de tecidos obtidos de CTEs."

Lygia considera sensata a escolha. Ela acredita que seria economicamente inviável utilizar iPS personalizadas para cada paciente. "O processo para induzir a pluripotência das células e garantir sua segurança é demorado, trabalhoso e caro", aponta. Ela se diz surpresa com a rapidez com que surgiram esperanças terapêuticas concretas. No ano passado, a empresa Geron anunciou o início dos testes clínicos de uma droga para tratar paraplegia baseada em CTEs.

Claudia afirma que os recentes avanços não alteram as objeções ao uso de CTEs. "Não há nenhum marco biológico que justifique um estatuto diferente para o embrião. O único marco é a fecundação. Depois dela, é o processo contínuo do desenvolvimento de uma pessoa." Ela advoga a necessidade de se esperar mais um pouco – e de se investir mais dinheiro – para que se estabeleçam técnicas que permitam a retirada de células-tronco embrionárias sem a destruição do embrião. "Já é possível, mas ainda não conseguimos garantir a segurança", pondera.

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Cientistas projetam ‘nuvem artificial’ para Copa do Catar

 

Aparelho comandado por controle remoto flutuaria sobre estádios, bloqueando raios solares

25 de março de 2011 | 12h 48

Cientistas da Universidade do Catar apresentaram o projeto de um aparelho que funcionaria como uma "nuvem artificial" para amenizar o calor previsto nos jogos da Copa do Mundo de 2022, a ser realizada no país.

Universidade do Catar/Divulgação

Universidade do Catar/Divulgação

País sediará a Copa do Mundo de 2022

O calor do verão no Catar é uma das principais preocupações da Fifa e da organização do Mundial.

Os pesquisadores do Departamento de Engenharia Industrial da universidade criaram uma animação que mostra como funcionaria o aparelho. Ele seria comandado por controle remoto e construído com uma liga de carbono leve e resistente.

A "nuvem" flutuaria no céu com a ajuda de gás hélio, bloqueando os raios solares e refrescando o estádio onde se realiza o jogo. O aparelho também seria programado para mudar de posição de acordo com o movimento do sol.

Calcula-se que construir o aparelho custaria algo em torno de US$ 500 mil, mas o custo poderia ser menor se mais "nuvens" forem produzidas em grande escala. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.